Tag Archives: LGBT

Google cria vídeos em 360º de Paradas do Orgulho Gay do mundo inteiro para comemorar o dia 28 de junho
   28 de junho de 2016   │     0:00  │  0

O Google lançou  no dia 23 de junho um projeto para levar as Paradas do Orgulho LGBTT do mundo todo a pessoas que não podem participar delas fisicamente. Chamado de #prideforeveryone (#orgulhoparatodos), o projeto disponibiliza registros em 360 graus das Paradas do Orgulho LGBTT de diversos locais do mundo, incluindo Estados Unidos, Canadá, Brasil, Colômbia, Índia, China, Japão, Austrália, Reino Unido, Irlanda e Itália.

Segundo a empresa, o objetivo do projeto é que “trazer o senso de empolgação e de união [das Paradas a pessoas que normalmente não poderiam estar presentes”, como também comemorar o dia 28 de junho, data esta que se comemora o Dia Internacional do Orgulho Gay em todo mundo. Conforme o Engadget aponta, muitas pessoas no mundo deixam de ir a esses eventos por conta de leis anti-LGBTTs de alguns países, ou por medo de ser discriminado por suas famílias ou conhecidos. O vídeo abaixo apresenta o projeto:

De acordo com uma pesquisa citada pelo próprio Google, mesmo nos Estados Unidos, 52% da população LGBTT nunca foi a uma dessas paradas. Isso apesar do fato de os Estados Unidos não ser um dos mais de 70 países em que pertencer a essa comunidade é um crime.

Em entrevista ao USA Today, Arjan Dijk, vice-presidente de marketing disse acreditar que a mensagem do projeto é ainda mais iportante após o massacre homofóbico que aconteceu em Orlando no dia 12 de junho. Dijk também é patrocinador executivo dos Gayglers, o grupo dos funcionários LGBTT que trabalham no Google. “Acho que depois de Orlando, essa mensagem é ainda mais importante, que as pessoas devem ter orgulho de quem elas são e de quem elas amam”, disse.

De acordo com o site do projeto, funcionários do Google e seus parentes e amigos participaram da 20ª Parada do Orgulho LGBTT em São Paulo e registraram o evento em vídeo 360º. Com mais de 2 milhões de participantes, a Parada de São Paulo é uma das maiores do mundo. No ramo de tecnologia, não foi só o Google que apoiou o evento: a Microsoft também incentivou seus funcionários a participar.

28 de junho é o Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex), data celebrada e lembrada mundialmente, que marca um episódio ocorrido em Nova Iorque, em 1969. Naquele dia, as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn, até hoje um local de frequência de gays, lésbicas e trans, reagiram a uma série de batidas policiais que eram realizadas ali com frequência.

O levante contra a perseguição da polícia às pessoas LGBTI durou mais duas noites e, no ano seguinte, resultou na organização na 1° parada do orgulho LGBT, realizada no dia 1° de julho de 1970, para lembrar o episódio. Hoje, as Paradas do Orgulho LGBT acontecem em quase todos os países do mundo e em muitas cidades do Brasil ao longo do ano.

Infelizmente, a perseguição, discriminação e as violências contra pessoas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero – real ou percebida – não acabou. No relatório ”Making love a crime”, a Anistia Internacional mostra que em 38 países da África, a homossexualidade é criminalizada por lei, e ao longo da última década houve diversas tentativas de tornar estas leis ainda mais severas.

Tags:, , , ,

Colgate lança comercial com casal gay
   12 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Campanha é a primeira na história da marca a trazer relacionamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo para protagonizar vídeo da empresa.

Campanha foi divulgada com a hashtag #SmileWithPride | Foto: Reprodução/Facebook Colgate

Campanha foi divulgada com a hashtag #SmileWithPride | Foto: Reprodução/Facebook Colgate

“Às vezes só é preciso um sorriso. E o seu sorriso só precisa de Colgate.” Até aí tudo bem. As frases separadas do comercial de TV nada chamam a atenção. Parece mais um texto publicitário como qualquer outro. Mas o texto é narrado após uma cena na qual um casal de homens gays chega ao apartamento novo e é bem-vindo pelos vizinhos, um avô com seu neto, que oferecem ajuda para carregar o sofá do rapazes.

A campanha publicitária foi divulgada no dia 3 de junho no México, cinco dias depois do encerramento da Vallarta Pride, a Parada do Orgulho LGBT por lá, realizada entre os dias 16 e 29 de maio em Puerto Vallarta. A Colgate aproveitou o momento para lançar o comercial com o nome da marca estampado. Essa é a primeira vez que a Colgate lança um comercial no qual usa um casal gay para protagonizar as cenas.

A hashtag #SmileWithPride, que significa em português “sorria com orgulho”, foi criada para divulgar a campanha publicitária da marca. O vídeo recebeu apoio e também críticas nas redes sociais por escolher um casal gay.

O presidente mexicano Enrique Peña Nieto, do PRI (Partido Revolucionário Institucional), apresentou ao parlamento do México uma proposta de emenda à Constituição que aprova o casamento homoafetivo no país. Em 15 de junho de 2015, a Suprema Corte de lá decidiu que os juízes são obrigado acolher os pedidos de homossexuais que pretendem se casar.

No Brasil a união estável homoafetiva passou a ser revertida para casamento a partir de decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2013 que obriga os cartórios a reconhecerem e celebrarem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Veja o comercial da Colgate divulgado no México:

Tags:, , , , , , ,

PM gaúcha autoriza soldado homossexual á usar traje de gala militar em seu casamento
   4 de junho de 2016   │     0:19  │  0

o soldado e o noivo vivem na cidade gaúcha de Uruguaiana, a 649 km de Porto Alegre

o soldado e o noivo vivem na cidade gaúcha de Uruguaiana, a 649 km de Porto Alegre

Porto Alegre – O caricatural perfil do gaúcho machista recebeu um revés esta semana. O sonho de um soldado de casar vestindo o traje de gala da Brigada Militar (a Polícia Militar do Rio Grande do Sul) deve ser realizado.

O casamento é entre Miguel Martins, 29 anos, e seu noivo, o modelo Diego Souza, 21. A corporação, com o peso de quase dois séculos de tradição, surpreendeu e já deu aval para as honrarias da cerimônia.

 Martins é policial militar desde os 18 anos. Ele e o noivo vivem na cidade gaúcha de Uruguaiana, a 649 km de Porto Alegre, no extremo oeste do Estado, na fronteira com a Argentina.

Eles se conheceram há menos de um ano e, fazendo jus a toda e qualquer paixão fulminante, dois meses depois já estavam morando juntos. A união foi se intensificando e o desejo de casar se confirmou.

Martins conta que a vontade de usar o traje de gala não fazia parte dos planos do casal. “Não era nossa prioridade para evitar ter toda essa exposição. Surgiu mesmo em resposta ao preconceito a que vínhamos sendo expostos.”

O militar lembra que colegas de farda compartilhavam em tom de deboche nas redes sociais fotos do casal retiradas do Facebook. “Primeiro eu levantei a ideia da farda, mas fui muito criticado. Então o Diego disse que casaríamos, sim, comigo de farda. ‘Para mostrar que tu tens o mesmo direito que um colega teu hétero’, ele falou.”

A ideia ganhou ainda mais força. O casal, que é conhecido na cidade e frequenta como qualquer outro o círculo militar, resolveu ir adiante. Martins requereu o direito de utilizar o traje aos seus superiores, o que foi aprovado.

O mais alto escalão da hierarquia da BM já se pronunciou. “Se para ele é importante casar fardado, assim será”, afirmou à reportagem o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas Moreira.

“Ele tem direito a receber as mesmas honrarias que qualquer outro soldado tem. Esse desejo dele demonstra o seu respeito pela instituição. Ele é muito respeitado na região, é um policial atuante, e nós temos é que incentivar essa questão do casamento”, completa o comandante.

Martins conta que assumiu sua homossexualidade já dentro da BM, quando tinha 23 anos. “Vivi três anos escondido da tropa. Mas assumi minha homossexualidade dentro justamente porque eu tive total apoio dos meus superiores.”

Embora tenha conquistado respeito e admiração, ele admite que ainda é vítima de críticas. “Vivemos um preconceito velado, embora seja muito aquém do apoio que eu tenho recebido.” E dispara: “Mas falou mal de mim, eu dou parte e vai virar processo. Quem fala o que quer, ouve o que não quer e vai responder pelos seus atos.”

“É sinal dos tempos. O soldado Martins é o primeiro que vem a público. Mas temos várias outras uniões estáveis homoafetivas na corporação. Isso é uma realidade que a gente tem tratado. Não estamos mais no tempo de sermos radicais. Se é para ser feliz, vamos ajudar. Nossa preocupação é com o bem estar da tropa. E isso não é nada ilegal”, avalia o comandante-geral.

Tags:, , , , ,

5 gênios homossexuais e revolucionários
   1 de maio de 2016   │     0:12  │  0

O diretor Vladimir Carvalho retrata a geração que gerou bandas como Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude

O diretor Vladimir Carvalho retrata a geração que gerou bandas como Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude

Renato Russo foi o líder de uma das bandas mais emblemáticas do rock nacional – o Legião Urbana. Criada em Brasília, infuenciou os jovens dos anos 80 e primeira metade dos 90 com canções como “Que País é Este?” e “Faroeste Cabloco.”

O cantor e compositor nunca escondeu sua homossexualidade, expressa em letras como “Meninos e Meninas” e “Maurício.”

Eterno galã de “…E o Vento Levou”, Clark Gable (na foto, em cena do filme Mogambo, de 1953) nunca assumiu sua homossexualidade, mas isso não o impediu de ter uma agitada vida amorosa.

É o que defende o britânico David Bret, autor de “Clark Gable – Tormented Star”. A obra é a primeira a tratar, em detalhes, das relações homossexuais do ator. Segundo Bret, Gable se relacionou com alguns dos mais poderosos homens de Hollywood.

Virgínia Woolf foi uma das mais brilhantes escritoras da Inglaterra, atuando também como ensaísta e crítica literária. Embora fosse casada com o editor e teórico Leonard Woolf, sua grande paixão foi a também escritora Vita Sackville-West.

Alguns críticos chegam, inclusive, a afirmar que uma de suas grandes obras, “Orlando”, tenha se inspirado na história de Vita.

Poetisa, escritora e feminista, Gertrude Stein nasceu nos Estados Unidos, mas foi em Paris, na França, que estabeleceu seus vínculos mais importantes com a vanguarda artística da primeira metade do século XX. Entre seus amigos, estiveram Pablo Picasso, Matisse e James Joyce.

Uma de suas obras mais conhecidas é “Autobiografia de Alice B. Toklas”, inspirado na mulher que foi sua companheira e grande paixão por 25 anos. O livro trata de como se formaram algumas das mais importantes correntes artísticas dos anos 10, 20 e 30.

Truman Capote revolucionou duas áreas da escrita com suas obras – foi um dos inventores do jornalismo literário, que foi recebido pelos escritores também como “romance de não-ficção”. Sua obra mais conhecida é “A sangue frio”, no qual reconstroi o brutal assassinato (real) de uma família, bem como traça o perfil dos assassinos.

Capote nunca escondeu sua homossexualidade, tendo militado ativamente pela igualdade de direitos. Seu companheiro, por cerca de 25 anos, foi Jack Dunphy – embora a relação fosse marcada por traições de Capote.

Fonte: Márcio Juliboni – EXAME

Tags:, , , , ,

TV Brasil terá programa voltado para público LGBT
   16 de outubro de 2015   │     21:31  │  0

Programa LGBT na TV Brasil. Aliada à manutenção do Comitê LGBT do Minc, são duas boas notícias para as politicas afirmativas em âmbito do governo Dilma.

A Diretoria da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) apresentou ao Conselho Curador, durante a 58ª Reunião Ordinária do colegiado, mudanças que estão sendo realizadas na programação dos veículos da casa,  As novidades passam por novas estratégias de produção de conteúdo para seus veículos web, mas dizem respeito, principalmente, a ajustes da grade da TV Brasil.

Durante a reunião, que aconteceu no último dia 07 de outubro, Asdrúbal Figueiró, novo diretor-geral da EBC, explicou que a mudança, que já foi ao ar desde o dia 05 de outubro, se trata mais de um ajuste de grade. “Ela foi feita com estoque e alguns programas que já estavam chegando. Não tivemos grande impacto no orçamento”, afirmou. Com isso, a faixa infantil aumenta para 41h semanais, boletins de jornalismo foram incluídos durante a programação, o jornal Repórter Brasil Noite fica mais enxuto e os noticiários locais aumentam em 15 minutos sua duração. Além disso, programas consagrados como o Sem Censura ganharam novos horários e inaugurou-se uma faixa de teledramaturgia na emissora. Os programas Fique ligadoRepública do Peru e Guilhermina e Candeláriochegam na casa, enquanto outros como o Para Todos saem da grade. O visual da emissora também foi modificado para cores mais vivas, que conversam com a identidade dos sites da EBC.

“A mudança mais polêmica é a ida da faixa de reflexão para 23h, mas todo esse exercício foi na busca de termos uma grade mais fluida, em que um programa leve audiência para o próximo e as faixas estejam mais bem definidas. Por isso, acho que não vamos perder audiência”, justificou Asdrúbal. Segundo o diretor, há um movimento na televisão, como um todo, que está levando o horário nobre para o final da noite. “Com essa mudança, também teremos mais emissoras da rede conosco na exibição da faixa”, complementou.

Todas essas alterações foram pensadas por um Grupo de Trabalho formado, em sua maioria, por gestores das diretorias Geral, de Conteúdo e Programação, de Jornalismo, de Produção e pela área de Negócios da EBC. O grupo decidiu, ainda, pela volta da novela angolana Windeck para a grade da TV Brasil, dessa vez, mais cedo. “É um novo horário, então acreditamos que vamos conversar com outro público. Queremos fidelizar esse público para depois apresentar conteúdos novos, como mais uma novela angolana e outras da América Latina, que estamos prospectando”, disse Asdrúbal.

Para a faixa das 22h, a empresa programou conteúdos de cultura, direcionados a um público amplo no que se refere à faixa etária e condição social. “Vamos tentar fazer parcerias com a Rede Nacional de Comunicação Pública para manter o Paratodos na grade, porém, feito a partir das emissoras parceiras”, anunciou Asdrúbal. O diretor adiantou, por fim, que a empresa ainda estuda melhorias em outras faixas de programação. “A gente acha que ainda tem uma parte da faixa noturna que precisamos trabalhar melhor – compreendida entre o Sem Censurae o Fique Ligado – e a grade do fim de semana”.

O diretor-presidente da EBC, Américo Martins, informou também que a cantora Adriana Calcanhoto foi contratada para apresentar a faixa infantil da TV Brasil, com interprogramas que permeiam toda a faixa voltada para crianças. Além disso, a emissora estreará nos próximos meses um programa de debates voltado à temáticas LGBT. “No que se refere à dramaturgia, queremos tentar fundos do Ministério da Cultura para fazer novelas brasileiras, porque não temos recursos na casa para isso”, falou.

Os conselheiros parabenizaram a Direção pelas mudanças realizadas e ponderaram algumas questões. “Me incomoda muito essas séries importadas. Esse país tem uma história maravilhosa e as pessoas querem conhecê-la. Não é possível que a EBC não possa produzir séries, mesmo pequenas, do ponto de vista da história e da cultura desse país. Por que temos que contratar algo da Angola?”, disse Heloisa Starling. A conselheira explicou que não é contra a compra de produtos estrangeiros, ainda mais se tratando daqueles que valorizam a África, uma das matrizes da formação cultural do Brasil, porém, acredita que toda programação deva ser trabalhada dentro de uma linguagem e estética brasileira de qualidade.

Joel Zito, também conselheiro, saudou o que ele considera uma dinamização necessária na TV Brasil. “Gosto da tendência do que se aponta, no sentido de se tornar uma TV mais moderna, encontrando o público e sinto uma intencionalidade de encontrar a audiência negra, especificamente”. Ele sugeriu que fosse inaugurada uma faixa exclusiva voltada para questões raciais, uma vez por semana, durante os programas de reflexão. “Uma das noites tinha que ser uma faixa para discussão da questão racial no Brasil e para o fortalecimento da identidade negra”. Além disso, aconselhou que a faixa da manhã e da tarde, hoje destinada integralmente ao público infantil, buscasse alcançar também pessoas que ficam em casa nesse horário, como donas de casa. “Acho, ainda, que deveríamos tentar fazer o lançamento de filmes nacionais na TV Brasil. Por meio de parcerias com a Ancine, poderíamos negociar para que a primeira janela de exibição depois dos cinemas seja a TV Brasil, comprando essa primeira exibição”.

A conselheira Rosane Bertotti questionou a Direção sobre a participação dos funcionários da casa nas definições da nova programação. “Quando você falou sobre o GT para mudanças na grade, a impressão que eu tive é que ele foi formado só de chefias. Houve mais participação dos trabalhadores? Existe uma dificuldade de diálogo na casa, e é preciso construir espaços para dirimir essa dificuldade”, recomendou.

Eliane Gonçalves, também conselheira, reforçou a importância da participação dos empregados na produção da EBC. “Vejo que existe um trabalho de acabar com os castelos, as divisões dentro da empresa, integrando veículos de uma mesma plataforma, além de conteúdos e linguagens, a partir de um trabalho mais conjunto. Se estamos conseguindo derrubar castelos, espero que consigamos construir pontes. O sentimento que eu trago dos trabalhadores é que não estamos sabendo das mudanças e que é muito ruim não ter participação”, disse.

Seu colega no colegiado, Endeson Araújo, chamou a atenção para a, ainda, pouca presença de pessoas negras na tela da TV Brasil. “Sobre Guilhermina e Candelário: precisamos fazer mais crossmídia. Levar esse desenho para exibição em escolas, fazer parcerias com secretarias de educação, coletivos e comunidades. Me pergunto, ainda, onde é que está a juventude dentro da programação da EBC? Onde está a cultura de periferia, o funk, o rap… Sinto que terei que falar isso toda reunião do Conselho”, cobrou.

Letícia Yawanawá, conselheira, lembrou que, assim como a juventude negra, vários jovens indígenas têm produzido comunicação e incentivado suas comunidades a expressarem sua cultura por meio de iniciativas que ainda não ganharam visibilidade. “A diversidade que a EBC tem trazido, faz com que a gente já se sinta um pouco contemplado. E isso é tão bonito: saber que não é só um slogan de ‘viver sem preconceito’, não está só no papel, mas poder ver isso sendo representado na TV”.

Rita Freire, vice-presidenta do Conselho, diante das mudanças oferecidas, destacou a importância de se definir uma estratégia clara para compra de produtos externos e de oferecer conteúdo complementar dentro do sistema de comunicação brasileiro. “Considero muito interessante a iniciativa de colocar nosso jornal no horário da novela e a nossa novela no horário de um jornal – é ousado, mas para isso é preciso que nosso conteúdo traga diferencial em relação ao que é oferecido pelas emissoras comerciais”.

Apresentação TV Ines

Durante a 58ª Reunião Ordinária a TV Ines, primeira webTV em Língua Brasileira de Sinais (Libras), com legendas e locução, apresentou ao Conselho Curador da EBC seu trabalho na produção de programação voltada a pessoas com deficiência. Após uma visita de representantes do Conselho na sede da emissora, a EBC está em busca de estabelecer parcerias para compra de produtos e capacitação para produção de conteúdo acessível.

Joana Peregrino, gerente da TV Ines, contou que a emissora é um projeto concebido por ouvintes e surdos. “Nisso vemos um resultado efetivo, porque os surdos contribuíram desde o início com opiniões para que os conteúdos fossem acessíveis. Nossa programação foi feita de forma que os ouvintes e os surdos possam acompanhar tudo, juntos. Nosso fluxo de produção é complicado porque somos uma televisão bilíngue, mas no final, temos a qualidade de uma programação totalmente acessível”.

A emissora é veiculada pela internet e via parabólica, disponibiliza 11 programas, de temáticas diversificadas, todos apresentados por pessoas surdas. A estética, cores e marcas foram pensadas em conjunto com a comunidade surda e apresentam uma linguagem sem muita distração visual.

Clarissa Guerretta, apresentadora e repórter do canal, explicou ao pleno, em Libras e com a ajuda de uma intérprete, o histórico da comunidade surda com a tecnologia no Brasil. “As tecnologias de comunicação ajudam muito o desenvolvimento dos surdos. Eu já fui em outros países e vi como eles são mais acessíveis, todos os programas de TV têm legendas, a janela com libras é maior… Por isso, tenho orgulho de trabalhar na TV Ines, pois quando comecei lá, vi que estava se abrindo um campo de informações para os surdos no Brasil”, compartilhou.

A conselheira Ana Veloso ressaltou a necessidade de que toda comunicação pública se espelhe no modelo de comunicação acessível da emissora e realize laboratórios para explorar essa linguagem. “Isso é algo que a EBC tem a potencialidade de fazer, em diálogo com o projeto de pesquisa com as universidades, pela Escola Nacional de Comunicação Pública. A discussão da acessibilidade faz parte do futuro do jornalismo. A lei de acessibilidade diz que os serviços de radiodifusão devem oferecer conteúdo para toda sociedade e devemos fazer com que essa lei seja realidade”, cobrou.

Após a apresentação, Ana Fleck, presidenta do Conselho Curador, se comprometeu com a inclusão de um(a) intérprete de libras na transmissão ao vivo das atividades do colegiado, a partir do próximo mês. Américo Martins, por sua vez, informou que conversaria com a Direção da TV Ines, ainda no dia 07 de outubro, para viabilizar parcerias com a emissora. “Informo também que vamos transmitir os jogos paraolímpicos no próximo ano e isso vai acontecer da forma mais acessível possível”, comprometeu-se.

Aprovações

O pleno aprovou, ainda durante a última reunião, encaminhamentos relativos às discussões realizadas durante o Seminário Modelo Institucional da EBC, realizado durante os dias 11 e 12 de agosto, na sede da empresa, em Brasília. As resoluções aprovadas determinam que a EBC crie mecanismos para favorecer as diferenças estruturais entre o que se produz para os seus veículos e para prestação de serviços, como mudanças de logotipos unificados; e que a Diretoria da empresa encaminhe para o Conselho Curador um projeto que defina estratégias, objetivos e diretrizes para cobertura colaborativa de jornalismo e demais produtos.

Além disso, recomendações, resoluções internas e pedidos de informação foram aprovados e contemplam questões como cargos comissionados, estratégia de marketing e articulação política da EBC, criação de laboratórios de inovação e atribuições das Câmaras Temáticas e de todo o Conselho. Um Regimento Eleitoral para eleição da presidência e vice-presidência do colegiado também foi aprovado pelo pleno. Após alterações nas minutas, o Regimento e os documentos decorrentes do Seminário serão publicados no site do Conselho Curador.

O órgão deferiu, ainda, a publicação de moções de apoio à campanha “Inclui Comunicação Pública” e pelo fortalecimento e permanência do programa A Voz do Brasil.

Ouvidoria

Joseti Marques, ouvidora-geral da EBC, informou ao Conselho a volta dos programas da Ouvidoria para as grades de programação das Rádios EBC e TV Brasil, a partir do dia 26 de outubro. “Serão cinco programetes de 3 minutos, que serão exibidos em horários específicos, e servirão como informação pedagógica para o público, além de colaborar na missão da EBC e divulgar o trabalho da Ouvidoria. Os programas foram produzidos na linguagem do público que estará acompanhando o veículo no momento da exibição”, explicou Joseti.

A ouvidora participou o Conselho sobre a volta da publicação da Coluna da Ouvidoria, prevista em Lei, na Agência Brasil, após ajustes no site. O órgão criou também um perfil do Twitter e um e-mail direto para contato com o público.

Joseti apresentou, ainda, o Relatório bimestral da Ouvidoria. “Pontuamos que o jornalismo da EBC continua pendular, tímido. Não entendemos que há uma orientação para uma cobertura à esquerda ou à direita, mas há uma indefinição de linha editorial, o que leva a uma insegurança de como cobrir as questões. O oficialismo segue a mesma lógica de indefinição de linha editorial. Estamos inaugurando nosso jornalismo efetivamente público, que ainda não se encontrou”, afirmou.

Eliane Gonçalves comentou o relatório pontuando dúvidas. “Sobre futebol: quanto de nossa grade está sendo ocupada por esse esporte? Como vamos dar conta dos problemas na cobertura já relatados várias vezes, com tanto futebol na tela agora? Ressalto também o oficialismo relatado no Caminhos da Reportagem: ver isso num programa como esse me deixa assustada. Oficialismo não serve a ninguém, pois perdemos credibilidade com isso”. A conselheira questionou, por fim, a estratégia da EBC detransição para o sistema digital de rádio, os critérios para apuração de erros jornalísticos da casa e a execução de uma entrevista jornalística com um ‘justiceiro’ do Rio de Janeiro. “O critério para colocar a fonte foi jornalístico, mas o resultado foi preocupante e vi a opinião de uma telespectadora no relatório da Ouvidoria que falou o mesmo”.

Informes

Américo Martins deu informe ao Conselho sobre uma reunião realizada com representantes dos programas católicos que estão no ar na TV Brasil e que estão em fase de negociação para composição da segunda etapa da Faixa da Diversidade Religiosa da emissora. “Fomos muito bem recebidos em reunião com entidades religiosas – já acordamos o fim do financiamento dos programas pela EBC”.

A Direção informou, ainda, que está negociando com a prefeitura do Rio de Janeiro a destinação do edifício A Noite, antiga sede da Rádio Nacional e, parcialmente, patrimônio da empresa. “A prefeitura está em articulação com um investidor externo, que compraria o edifício e daria contrapartida para EBC. Estamos a favor de qualquer solução que contemple um centro de memória da EBC naquele lugar. A negociação ainda não se iniciou, mas o principal é o restauro do edifício e existe a intenção de recuperação do acervo presente ali”, esclareceu Sylvio Andrade, vice-presidente da EBC.

 

Tags:, , ,

© Gazeta de Alagoas Online Ltda. Todos os direitos reservados.