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Clube Metrópole completa 2 décadas e comemorará em grande estilo
   29 de abril de 2022   │     11:34  │  0

 

Com toda bossa o Club Metrópole completa os seus 20 anos com festão na sexta-feira (29), a partir das 22h. Localizado na Boa Vista, desde de 2002, o bairro mais arco-íris da capital pernambucana, a boate se reinventou durante a pandemia do Covid-19 e está aí turbinada com festas e selos novos recebendo clientes e turistas.

No ano passado, a casa reabriu parcialmente e se readequou ao momento de entretenimento. Foi criado na área aberta do Club uma social, a famosa Social da Piscina com todos os clientes sentados e com reservas de mesas – seguindo os protocolos de segurança do Governo Estadual. Neste período se passaram dois aniversários sem grandes comemorações, pois aquele momento da pandemia não permitia.

Com o avanço da vacinação a boate foi reabrindo aos poucos e reformou a sua atuação na cena. Novos selos de festas pop e eletrônica surgiram e mudanças no visual e as mídias sociais foram importantes neste tempo todo o que reformou a Metrópole ser ainda mais modelo e inspiração do seu púbico que transcende gerações.

Para a festa a boate anuncia o show da cantora Gretchen, a cantora que mais se apresentou na Metrópole durante estes 20 anos. Também pelo fato do seu atual momento como mãe, mulher, esposa, avó e militante das causas LGBTI+. Hoje a artista é uma digital influencer seguida por mais de 3,2 milhões de fãs no Instagram. “Ela chegou a fazer até três apresentações por ano em nossa casa e sempre com uma esplendorosa lotação”, revela Victor Hugo Bione, que assumiu o posto de Diretor Artístico do Grupo Metrópole.

A cantora marca presença ao lado do seu marido o saxofonista Esdras de Souza, que fará uma participação no espetáculo acompanhando a sua amada com o seu saxofone. O show será no palco do Bar Brasil e a certeza de uma celebração a sua arte, carreira. Uma noite que ficará no imaginário de muita gente. “Por que nós estamos com saudades de música alegre, bebidinhas e diversão garantida com o rebolado do freak a le boom boom”, diz Victor Hugo Bione.

Por falar em bebidinhas a festa de 20 anos terá um open bar premium de cerveja Stella Artois, Gin Larions, Whisky Jim Beam, whistk Teatcher’s 12 anos, espumante San Martin, vodka polonesa PL e Chicletinho (pinga), além de bastante água e refrigerante. “É importante que as pessoas se hidratem bem na festa com muita água ou refrigerante”, reforça Victor Bione. O valor do ingresso é único custa R$ 120,00 (preço único) à venda no sympla.com.br/clubmetropole

As atrações da big festa continuam com as brasilidades o clima das performances de dançarinos e o pop dos DJs Josafá e Macaxeira, na Pista Brasil referência de espaço onde é palco de muitos shows e revelações de artistas. “Só quem frequenta sabe o que é a pista Brasil”, frisa Victor Bione.

A DJ tribalzeira Fran Albuquerque (São Paulo) é a atração da pista eletrônica New York que terá ainda nas pick ups os residentes Lucas Monteiro, Pax e Alê.

AS AÇÕES – O trabalho com o seu público é uma prioridade da Metrópole que ao longo dos seus 20 anos lançou projetos de entretenimento que fizeram a diferença para a comunidade LGBTI+. A mais nova criação é o PajuBar, casa vizinha, com acesso independente que traz o clima de barzinho com terraço ao ar livre, cardápio com bebidas diferenciadas e pratos da nossa culinária de boteco, além de uma pistinha para o povo dançar aproveitando um clima gostoso e animado. Também para este ano haverá a reabertura do Bar do Céu um marco inovador que recebe o público mais jovem, fãs do pop e da arte drag.

A Metrópole também prepara para 2022 projetos além mar, como o conhecido Love Noronha festival LGBTI+ que une turismo, baladas, ecologia e gastronomia desde de 2012. O evento será de 18 a 21 de agosto. Também no verão haverá o Love Pipa, litoral do Rio Grande do Norte, que ocorrerá a partir do dia 08 de outubro.

Um braço importante é o Instituto Boa Vista, uma ONG que nasceu dentro Metrópole. O IBV trabalha com projetos de empregabilidades; testes rápidos de DST’s e HIV e ações com à população +50 e +60 anos dando apoio em seus pontuais trabalhos.

Serviço

20 anos do Clube Metrópole

Show de Gretchen e Open Bar Premium

Sexta-feira 29 de abril

22:00 horas

Rua das Ninfas, 125

 

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Família é acusada de sequestrar e cegar homem por acreditar que ele ‘tornou’ filho gay, nos Estados Unidos
   26 de abril de 2022   │     0:00  │  0

Segundo os promotores do caso, após o ataque, a vítima permaneceu durante 14 horas deitada no chão sobre o próprio sangue até ser encontrada por um delegado de polícia

Uma família da Flórida, nos Estados Unidos, está sendo acusada de tentativa de homicídio e sequestro após a denúncia de um homem que teria sido brutalmente agredido por eles e ficado cego após o ataque. Segundo documentos judiciais obtidos pelo The Washington Post, a agressão teria sido realizada por familiares de seu então namorado, que acreditavam que o homem havia “tornado” seu filho gay.

De acordo com os procuradores responsáveis pelo caso, Inna Makarenko, de 44 anos, Yevhen Makarenko, de 43, e seus dois filhos – Oleh, de 21 anos, e Vladyslav, de 25 – sequestraram o homem em sua casa na praia de Pompano, em agosto do ano passado, e o agrediram deixando-o por 14 horas gravemente ferido.

O caso teve início no final de 2020, quando o homem, que não teve sua identidade revelada, de 31 anos, começou a namorar Oleh, filho mais novo da família. Os registros do tribunal mostram que Oleh tinha a chave do apartamento da vítima, já que ia frequentemente ao local. No meio de 2021, nove meses após o início do relacionamento, os pais de Oleh descobriram o namoro e culparam o homem por ter “tornado o filho gay”.

No dia 6 de agosto, às 1h da manhã, a família de Oleh apareceu na casa da vítima de surpresa e a perseguiram para dentro do apartamento, quando “seguraram (a vítima) e começaram a socar, chutar e bater no seu rosto, cabeça e corpo”, de acordo com informações do mandado judicial reveladas pelo The Washington Post.

“Um deles agarrou um objeto desconhecido e o atingiu no rosto. Depois de cair no chão, ele fingiu estar morto para que acreditassem que ele estava morto e parassem de espancá-lo”, diz o documento.

Aproximadamente 14 horas depois, às 15h, um delegado de polícia, que estava no prédio para um evento não relacionado, estranhou a porta do apartamento aberta e decidiu entrar para checar se havia acontecido algo. Ele encontrou a vítima deitada no chão coberta com o próprio sangue, segundo mostram os registros do tribunal.

O homem não contou imediatamente à polícia o que aconteceu, alegando que estava bebendo e caiu. Apenas seis meses depois decidiu contar aos promotores que “sua memória do incidente” havia retornado e apresentar formalmente a queixa contra Oleh e sua família.

Segundo os promotores, o ataque deixou o homem cego e com ferimentos extensos, como inchaço cerebral, hematomas graves, múltiplas fraturas em seus ossos faciais, mandíbula fraturada e uma concussão.

As contas médicas ultrapassaram 100 mil dólares, apontam registros do tribunal, e o homem, que passou por quatro cirurgias e deve passar por pelo menos mais duas, “foi informado de que provavelmente nunca mais recuperará a visão em nenhum dos olhos novamente”, diz o texto do mandado.

Família nega acusações

A família de Oleh nega as acusações e diz ser inocente. Mas o detetive responsável escreveu no mandado que as alegações do homem e outras evidências apontam para um potencial crime de ódio. No momento, a família está na prisão enquanto aguarda julgamento.

“Esse crime foi um ataque sem sentido apenas pelo simples fato de ele ser homossexual”, escreveu o detetive.

Os promotores atribuíram as acusações de Inna, Yevhen e Oleh sob a lei de crimes de ódio do estado da Flórida, o que significa que os três podem ser condenados à prisão perpétua em cada uma das três acusações, diz o The Washington Post.

No comunicado em que anunciaram as acusações de crime de ódio, os promotores ressaltaram que o homem “ficou permanentemente cego e sofreu outros ferimentos graves como resultado do incidente”.

“Ele afirmou que o motivo desse ataque foi porque ele era homossexual, estava namorando Oleh e que a família achava que ele fazia de Oleh um homossexual”, diz o documento.

O advogado da família, Michael Glasser, disse ao canal de televisão americano WFOR que os acusados negam ter atacado o homem e que a credibilidade da vítima deveria ser questionada porque ele esperou seis meses para fazer as acusações.

“Muitos, se não todos, nem conheciam essa pessoa de forma alguma e negaram veementemente estar lá na residência por qualquer incidente”, disse Glasser ao veículo. “Até agora, houve realmente escassa e limítrofe nada remotamente convincente que aponte para esta família ter algo a ver com os ferimentos desse pobre rapaz.”

 

 

 

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“Dourada”: primeiro lutador gay de MMA sonha com chance em grandes eventos
   25 de abril de 2022   │     12:34  │  0

Washington Souza carrega o apelido e levanta a bandeira LGBT ao ser o pioneiro entre homens em atividade no MMA a se declarar homossexual

Nunca na história do MMA brasileiro houve um lutador em atividade que assumisse ser homossexual. Apesar de entre as mulheres a homossexualidade ser tratada com naturalidade, com direito a ter grandes nomes como Amanda Nunes e Jéssica Bate-Estaca como representantes da comunidade LGBT, no masculino parece existir uma barreira, mas este tabu começa a ser quebrado diretamente de Laranjal do Jari, município localizado no Sul do Amapá com pouco mais de 50 mil habitantes.

Washington não se lembra quando se descobriu homossexual. Segundo ele, sempre foi algo natural em toda sua vida. Na academia, liderada pelo treinador Ricardo Macaco e que conta com o ex-UFC Tiago Trator como um dos atletas, Dourado (como também é chamado pelos mais próximos) sempre foi tratado com carinho pelos companheiros e é visto como um atleta de talento e potencial para chegar nos grandes eventos. Mas isso não impediu que ele fosse vítima de preconceito dentro do MMA.

– Primeira parte de preconceito que tive dentro do MMA foi um rapaz de uma cidade vizinha. Ele falou pro meu professor de jiu-jítsu que, se ele perdesse pra mim, ele iria embora da cidade. Eu ganhei a luta no primeiro round, nocauteei o menino e ele saiu da cidade – contou Washington, sendo ratificado por Macaco.

– Aconteceu um episódio, um lutador na época falou que, se ele perdesse, ele ia embora. Então, a luta foi fechada. Chegou o dia do evento, Dourado foi lá e ganhou e o cara foi tão “chicotado” que, de um tempo pra cá, sumiu. E hoje não mora mais na cidade.

Seu cartel no site “Sherdog” (plataforma que registra resultados de lutadores profissionais de MMA no mundo todo) é de cinco vitórias e duas derrotas, com três resultados positivos, apesar de o lutador garantir ter mais de 30 lutas na carreira. Para Tiago Trator, Washington está pronto para enfrentar “o top 1 do Brasil” na categoria até 61kg. Ele também lembrou de outro episódio no qual acredita que o preconceito atingiu seu amigo e companheiro de equipe.

– Fui levar ele para lutar em Macapá, simplesmente ele deu um show, ganhou os três rounds. No resultado dos juízes deram a luta para o oponente dele. E todos que estavam presentes no evento viram que ele ganhou a luta e creio que teve um certo preconceito pela parte de ele ser homossexual.

Para a lutadora Jéssica Bate-Estaca, que fez a primeira luta da história do UFC entre duas atletas homossexuais (quando enfrentou Liz Carmouche), é o machismo aliado à homofobia que dificulta o surgimento de atletas gays no MMA masculino, já que o esporte costuma ser taxado como “coisa de homem”.

– Dentro do mundo do MMA, nunca conheci (lutadores homossexuais do sexo masculino). Mulheres a gente costuma ver bastante, agora é muito difícil ter homens assumidos. Pode existir algum, mas que assumiu, até hoje não conheci. Acredito que o mesmo preconceito que há de ter mulheres lutando MMA na visão das pessoas de “ah, não é uma profissão pra mulheres”, também seria uma coisa muito machista de um homem assumir que é gay e ser lutador de MMA. A visão que é passada de lutador de MMA é do cara fortão, super hétero, que bate, que briga, essa é a visão. Para a mulher é mais fácil, a mulher já nasceu cheia de tabus, de preconceitos de profissão, que mulher tem que ser só dona de casa e mãe, então, pra gente, assumir é motivo de força. De mostrar que sou forte, sou decidida na minha vida, sou gay e não tenho problema de expor isso pro mundo porque não me importo com o que as pessoas vão dizer, porque a vida inteira eu sofri preconceito – analisou a ex-campeã do peso-palha do UFC.

Atualmente, Washington só teve chance de lutar em eventos no Amapá. Com o sonho de ter oportunidade em eventos maiores, o lutador acredita que sua posição pode incentivar outros lutadores homossexuais a se assumirem publicamente, e quer utilizar o esporte para levantar a bandeira contra a homofobia.

– Nunca cheguei com ela pra conversar. Ela já ouviu me chamarem de Princesinha, Douradinho, mas nunca ouviu de mim mesmo. Sinto que é o momento para dizer para ela. Não sei como a minha mãe vai reagir, porque ainda não cheguei com ela para dizer que sou homossexual.

Nervoso, Washington chegou a gaguejar para falar, mas, ao contar diante das câmeras, viu sua mãe apenas abrir o sorriso e revelar que já sabia disso desde a infância dele. Os dois se abraçaram e, quando Maria de Fátima ouviu o filho agradecer pela compreensão, respondeu:

– Quem fica grata sou eu. Fico grata de tudo que você vive, que está sobrevivendo, está vencendo e que Deus lhe dê força e você vença em tudo na sua vida.

Eu estava nervoso. Sempre vi amigos meus sendo rejeitados pelos familiares. Hoje é a primeira vez que estou dizendo isso a ela. Fiquei nervoso (risos) – afirmou Dourado.

Assim como Maria de Fátima, o público nas lutas de Washington costuma apoiar o atleta, que dá um show à parte em suas entradas. Sempre com um roupão colorido, ele entra ao som da música “Cheguei”, da cantora Ludmilla, e diz que os fãs vibram.

– (Quando entro nas lutas) é uma vibração muito grande porque as pessoas gritam. A emoção é muito grande, as pessoas me chamando, gritando meu nome. “Vai, Princesinha Dourada!”. E logo na entrada tem a música da Ludmilla: “Cheguei, cheguei chegando bagunçando a zorra toda…”.

Por Adriano Albuquerque, André Gallindo e Raphael Marinho — Laranjal do Jari, Amapá

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Clube Metrópole anucia sua programação de final de semana
   20 de abril de 2022   │     8:56  │  0

O Clube Metrópole, em Recife, preparou uma programação luxuosa para o próximo final de semana – meio feriado de Tiradentes. O produtor artístico da boate Victor Hugo Bione destaca o inovador projeto ‘X Pander’ de música eletrônica, que acontecerá no sábado (23), a partir das 22h e que receberá o DJ Diego Marcelo (Natal), considerado um dos melhores da nova geração do tribal house.

Jovem com apenas 23 anos de idade, Diego Marcelo é um apaixonado por música desde de criança onde já cantava e tocava instrumentos. Ingressou na cena eletrônica há quase dois anos e traz uma dedicação inigualável pelo que faz. “Para ser um Bom DJ tem que estudar bastante, além de se dedicar e atualizar no que anda rolando no mundo pelas mãos dos grandes produtores. O público hoje quer energia e batidas vibrantes para a pista fluir e consequentemente o sucesso da noite”, diz Diego Macelo, que a cada apresentação surpreende para levar alegria aos seus fãs.

Diego Marcelo, também lança nesta quarta-feira (20) um set inédito chamado X-P Warm-up Club Metrópole na página do projeto Cabine Virtual da boate na plataforma Soundcloud – https://soundcloud.com/clubmetropole No site o público pode sentir um pouco do que acontece musicalmente na pista New York. “Projeto bem bacana com lançamentos dos trabalhos de nossos DJs residentes e convidados. É um meio de divulgação do trabalho de todos os profissionais da música em um dos nossos canais digitais”, explica Victor Bione.

Também tocarão na noite os DJs Lucas Monteiro e Alê (New York) e Macaxeira, Thiago Rocha e Sasha Dowsley B2B Gabe Paraiso.

SEJA BIXA – Outro destaque da noite será o pocket show do grupo Seja Bixa (@sejabixa_reserva) formado por quatro “dançarinxs” da comunidade de Ilha de Deus, do bairro da Imbiribeira, zona Sul do Recife, que se autodenominam “bixas destruidoras e afeminadas” composto pelos jovens “influenciadorxs” Jony Potter (@jonypotteroficial2), Elisson Guimarães (@elisson.guimaraes), Lokinha (@lokinka.ofc) e Poxa Corpinho (poxa.corpinho) o ultimo com cerca de 206 mil seguidores e foi convidado a dançar com Ludmilla, no último show da funkeira pop, na semana passada no Parador no Recife Antigo.

O Seja Bixa até gravou o hit “Vai Machinho” postado no canal do quarteto no Youtube – https://www.youtube.com/watch?v=-C8YI-9Ih_Q . De acordo com o produtor Victor Bione é seu objetivo trazer para a boate todos os ramos da cultura LGBTQIA+ dentro do projeto Metrópole Experience.

POP É BOM DEMAIS – E a programação da Metrópole promete ainda na sexta-feira (22), a partir das 22h, com o projeto pop GERA com os DJs Josafá e Caito X, além da ação Make Up Artist by Charlotte Delfina, que fará maquiagens artísticas limitadas e rápidas no público – totalmente free.

Em tempo: Na quarta-feira (20), véspera de feriado o Grupo Metrópole reforça que estará funcionando exclusivamente com o Pajubar, na Avenida Manoel Borba, 693 (ao lado da boate) com os DJs Josafá e Leo Galize.

Serviço:

Clube Metrópole

Rua das Ninfas, 125, Boa Vista

Recife – PE

Ingressos:

Sexta-feira (22): R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)

Sábado (23): R$ 30,00 (lote promocional limitado); R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

 

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A Paixão de Cristo na Paixão dos LGBT+
   15 de abril de 2022   │     10:54  │  0

Na sua crucifixão, Jesus se torna solidário com todos os crucificados da história, com
todos os que sofrem brutal e injustamente, incluindo os LGBT.

Por: Luís Corrêa Lima*

A hostilidade contra LGBTs, com inúmeras formas de discriminação, mesmo quando

não leva à morte, traz frequentemente tristeza profunda ou depressão.

O padre Júlio Lancellotti trabalha corajosamente na cidade de São Paulo com população
de rua. Ele relata a situação dramática que encontra:
Na missão pastoral tenho conversado com vários LGBT que estão pelas ruas
da cidade, alguns doentes, feridos, abandonados. Muitos relatam histórias
de violência, abuso, assédio, torturas e crueldades. Alguns contam como
foram expulsos das igrejas e comunidades cristãs, rejeitados pelas famílias
em nome da moral. Testemunhei lágrimas, feridas, sangue e fome.
Impossível não reconhecer neles a presença do Senhor Crucificado! [1]
Esta sensibilidade espiritual é profundamente cristã, pois o Filho eterno de Deus, ao se
tornar humano, é solidário com toda humanidade, especialmente os pobres e os que
sofrem. É o próprio Jesus que diz: “tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste
de beber […] pois todas as vezes que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos,
foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 31-46). Ele se identifica com famintos, sedentos,
estrangeiros, nus, enfermos e encarcerados. Na sua crucifixão, Jesus se torna solidário
com todos os crucificados da história, com todos os que sofrem brutal e injustamente,
incluindo os LGBT. Mas a Sua paixão é desqualificada pelos seus adversários que
sordidamente dizem: “Salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!” (Mt
27,40).

A violência contra LGBT tornou-se mais evidente por causa de sua visibilidade no mundo
atual. No passado, para se defender da intolerância e da hostilidade, muitos deles viviam
no anonimato ou à margem da sociedade. Vários gays e lésbicas se escondiam no
casamento tradicional, constituído pela união heterossexual, para não manifestarem sua
condição. Travestis e transexuais não tinham acesso aos procedimentos de
transexualização hoje disponíveis. Em alguns lugares formavam guetos, que eram
espaços de convivência bastante reservados como forma de proteção dos indivíduos.
Atualmente, a situação é bem diferente. Muitos deles fazem grandes paradas, estão
presentes em filmes, programas de televisão, olimpíadas, empresas, escolas e outras
instituições; buscam reconhecimento, exigem ser respeitados e reivindicam os mesmos
direitos e deveres dos demais cidadãos. Esta população está em toda parte. Quem não faz
parte dela, tem parentes próximos ou distantes que fazem, velada ou manifestamente, bem
como vizinhos ou colegas de trabalho.
A aversão aos LGBT produz diversas formas de violência física e verbal. Há pais de
família que já disseram: “Prefiro um filho morto a um filho gay!”. Há avós que já
disseram: “Prefiro vinte netas putas a uma neta sapatão!”. Não são raros travestis, gays
e lésbicas expulsos de casa por seus pais. Entre os palavrões mais ofensivos em português,
constam a referência à condição homossexual (veado!) e ao sexo anal, comum no
homoerotismo masculino. Ou seja, é xingamento. Muitas vezes, quando se diz: “fulano
não é homem”, entende-se que é gay; ou “fulana não é mulher”, que é lésbica. Ou seja,
ser homem ou mulher supostamente exclui a pessoa homossexual. Esta aversão se enraíza
profundamente na cultura. No Brasil são muito frequentes os homicídios, sobretudo de
travestis. Não raramente, estes homicídios são cometidos com requintes de crueldade. Há
também suicídios de muitos adolescentes que se descobrem LGBT, e mesmo de adultos.
Eles chegam a esta atitude extrema por sentirem a hostilidade da própria família, da escola
e da sociedade. Calcula-se que o índice de suicídio nesta população é cinco vezes maior
que no restante. Toda esta hostilidade com inúmeras formas de discriminação, mesmo
quando não leva à morte, traz frequentemente tristeza profunda ou depressão.
Curiosamente, esta realidade está ausente em muitos documentos da Igreja Católica. Ao
se falar de pobres, excluídos e pessoas que sofrem, menciona-se frequentemente:
migrantes, vítimas da violência, refugiados, vítimas de sequestro e tráfico de pessoas,
desaparecidos, portadores de HIV, vítimas de enfermidades endêmicas, tóxico-
dependentes, idosos, meninos e meninas vítimas da prostituição, pornografia, violência
ou trabalho infantil; mulheres maltratadas, vítimas de exclusão e exploração sexual,
pessoas com deficiência, grandes grupos de desempregados, excluídos pelo
analfabetismo tecnológico, moradores de rua em grandes cidades, indígenas, afro-
americanos, agricultores sem-terra e mineiros [2]. Infelizmente, falar de LGBT ainda é
incômodo em muitos ambientes. Não raramente, o sofrimento desta população é ignorado
ou silenciado.
Para representar a violência sofrida por eles e elas, a travesti e atriz Viviany Beleboni
encenou uma crucifixão em uma parada em São Paulo. Depois disto, ela mesma foi
agredida violentamente duas vezes como forma de retaliação. Levou chutes, sofreu cortes
no corpo, teve hematomas e dentes quebrados. Sobre a segunda agressão, feita por cinco
homens, ela relata algo revelador sobre a motivação dos agressores:

A todo momento falavam que eu era um demônio, que essa raça tinha que
morrer. Recitavam passagens da Bíblia ou que diziam alguma coisa
relacionada à Bíblia. Falavam em Romanos e coisas como “não te deitarás
com um homem, como se fosse mulher” e muitas palavras que não entendia,
como se fosse em outro idioma. Eles diziam também “traveco vira homem”,
“praga da humanidade”. Ofensas e Chutes. Quero esquecer [3].
Lamentavelmente, estes agressores fanáticos utilizam a Palavra de Deus, tirando-a do
contexto em que foi escrita, para justificar a demonização do outro e a agressão brutal.
Tornam-na uma palavra de morte, um instrumento diabólico. Dela extraem “balas
bíblicas” disparadas impiedosamente contra homossexuais e transgêneros.
A hostilidade a LGBT não é gratuita. Há importantes indicações de que o preconceito
contra esta população seja um temor inconsciente do coração humano que se recusa a
reconciliar-se com a própria verdade. O medo do perigo de contágio, fanatismos,
rigorismos e repugnâncias em relação eles e elas revelam uma necessidade de ocultar a
verdade sobre a própria existência, ou sobre impulsos interiores. Na base dos
preconceitos, há frequentemente o medo de perder a própria segurança diante do que é
diferente, estranho e desconhecido, catalogando-o por isso mesmo como perigoso e
inferior. Quanto maiores o fanatismo e a repugnância, provavelmente existe também uma
maior necessidade de ocultar a própria existência, ou uma plena recusa a reconciliar-se
com a própria verdade.
Júlio Lancellotti reconheceu a paixão de Cristo na população de rua LGBT. Viviany
Beleboni a representou e a sofreu. Recentemente, Marielle Franco foi assassinada. Ela
era bissexual e defendia os direitos humanos de diversas populações. A paixão de Cristo,
consequência de Sua vida e luta em favor do anúncio do Reino de Deus, não deve ser
jamais desqualificada. O Seu corpo é dado e o Seu sangue é derramado pela salvação da
humanidade. Não nos esqueçamos dos crucificados da história com os quais o Cristo é
solidário, nem deixemos que os desqualifiquem e esqueçam. Cultivar a memória deles e
delas é trilhar o caminho que conduz à ressurreição.
[1] LANCELLOTTI, J. Postagem, 9/6/2015.
[2] CELAM. Documento de Aparecida, 2007, n. 402.
[3] QUERINO, Lucas. “Viviany Beleboni é espancada novamente por cinco homens:
‘Demônio’”. 12 jul. 2016.
*Luís Corrêa Lima é padre jesuíta e professor do Departamento de Teologia da PUC-Rio.
Trabalha com temas de modernidade, história da Igreja, diversidade sexual e de gênero.

 

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