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Nota de pesar

É com profundo pesar que o Grupo Gay de Alagoas-GGAL, entidade percusora do movimento LGBTQIA+ no estado, lamenta o falecimento do Professor José Acioli da Silva Filho.

Acioli era Professor-Assistente do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes – ICHCA, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, passou por inúmeras esferas no estado a exemplo da administração do Museu Théo Brandão e Reitoria da UFAL.

Dr. Acioli também foi um militante incansável contra a LGBTQIAFOBIA em Alagoas, que a ferro e fogo defendia a liberdade sexual , igualdade e identidade de gênero.

Quem teve a dádiva de conhecer Acioli sabe a pessoa amiga que ele foi, levará nas lembranças todos os momentos vividos à presença de Acioli., por isso amigo, dedicamos os trechos da música de Milton abaixo a você.

Amigo é coisa pra se guardarguardarDebaixo. Debaixo de sete chaves. Dentro do coração. Assim falava a canção que na América ouvi.

Mas quem cantava chorou. Ao ver o seu amigo partir. Mas quem ficou, no pensamento voou. Com seu canto que o outro lembrou. E quem voou, no pensamento ficou. Com a lembrança que o outro cantoucantou.

Em nome de toda a comunidade LGBTQIA+ alagoana, o GGAL se solidariza com familiares e amigos e externa o agradecimento pelos relevantes serviços prestados pelo professor, por mais de 4 décadas, a comunidade de Lesbicas, Gays, Bissexuais,Travestis, Transexuais, Intersexuais e Mais alagoana.

Ovacionamos também o professor-Dr Acioli Filho pelos relevantes serviços em prol da cultura e educação em Alagoas, ao mesmo tempo em que afirmamos o nosso compromisso em busca por justiça pela morte de Acioli.

Att,

Nildo Correia-pres. do Grupo Gay de Alagoas – GGAL

“Já tinha começado meu tratamento hormonal na minha última cena”, diz ex-atriz pornô
   11 de setembro de 2021   │     11:46  │  0

Embora já soubesse aos 6 anos que não era como os outros meninos, Sarah começou a transição um pouco mais tarde do que gostaria. Hoje mais focada em outra carreira, ela ganhou notoriedade no mercado adulto nacional por filmes gravados na produtora MeninosOnline. A empresa, inclusive, lançou no começo do mês uma das cenas deixadas por Ella Sarah antes de parar de gravar.

Em entrevista exclusiva para o Dentro Do Meio, Ella revelou que não se sente desconfortável em ver fotos de antes da transição. O assunto é delicado para boa parte da população trans, que muitas vezes prefere excluir e não divulgar determinado período da vida, mas para a cabeleireira faz parte de todo processo e por isso ela mantem todas as fotos nas redes sociais.

Confira agora as respostas de Ella sobre a nova fase da vida, como a transição foi recepcionada por quem acompanhava a carreira no pornô e o que mudou agora que ela é uma mulher.

Dentro Do Meio: Como e quando começou sua carreira no mercado adulto?
Sarah: Comecei aos 19 anos através de uma casa prive que abrigava meninos e meninas trans. Meu último trabalho foi antes da pandemia e eu havia começado meu tratamento hormonal.

Dentro Do Meio: Quando você se entendeu como uma pessoa trans?
Sarah: Aos 6 anos de idade, no pré-escolar, eu já sabia que não me parecia com um menino. Aos 18 quase virei travesti, pois na época não se falava mulher trans. As faltas de oportunidade na época e as mudanças radicais no corpo me assustaram [e acabei desistindo]. Outubro de 2018 entendi que sou trans, mas segurei até carnaval de 2019 para me assumir para todos.

Dentro Do Meio: Recebeu convites para continuar gravando?
Sarah: Não. Até hoje não recebi nenhum convite para gravar depois da transição e acho que não me encaixo mais no perfil. Desde que me entendi trans tudo mudou. Sou uma pessoa totalmente diferente agora, não só fisicamente mas também a forma como lido com a sexualidade. A forma como lido com meu corpo não é mais a mesma. Estou me redescobrindo sexualmente e me incomoda o fato de nós, trans e travestis, sermos tachadas como um objeto de fetiche. Sou muito mais que um órgão genial. Órgão esse que não faz parte do corpo que idealizo como mulher. [Se fosse convidada] jamais aceitaria. Não faz mais parte da personalidade que tenho hoje. Meus valores e objetivos são outros.

Dentro Do Meio: Mas ainda têm contato com os antigos colegas? Foi apoiada na transição?
Sarah: Sim, ainda tenho contato com algumas pessoas, mas acabei fazendo outros amigos fora do pornô.

Dentro Do Meio: Como foi a recepção de quem te acompanhava seus filmes?
Sarah: Houve uma certe estranheza. Hoje mesmo um internauta me disse que estava confuso, pois tinha acabado de ver o lançamento de um filme meu de menino e com o cabelo raspado. Mas discriminação direta ainda não rolou. Alguns lamentaram, outros aplaudiram minha coragem e me incentivam.

 

Dentro Do Meio: Você sente que era mais discriminada no pornô ou como mulher trans?
Sarah: Sinceramente, na nossa comunidade, me senti discriminada nos dois.

Dentro Do Meio: Hoje, embora use a #blogger, seu perfil no Instagram é privado. Pq escolheu bloqueá-lo para quem não te segue?
Sarah: Comecei a usar a #blogger porque queria falar da transição e autoestima, mas depois fui aconselhada a bloquear por medo de alguma retaliação ou que alguém pudesse me expor de forma negativa.

Dentro Do Meio: Infelizmente, o Brasil é o país que mais mata trans no mundo. Você mudou sua rotina ou se sente mais insegura agora que se entende como mulher?
Sarah: Sinceramente, não mudei em nada. Sei que moramos em um país violento, mas não alimento esse medo pois seria como continuar a viver em uma prisão. Já vivi assim antes de me assumir. Mantenho minha cabeça erguida e confiante em Deus. Sou feliz com quem sou hoje. Isso me dá força para andar livre e sem medo.

Dentro Do Meio: Você trabalha com beleza há bastante tempo. Quais são suas ambições profissionais nessa nova fase da sua vida?
Sarah: Na verdade foi isso que mudou. Sou cabeleireira desde meus 20 anos, mas hoje formada em colorometria e estou em sociedade em um salão pequeno. Meus objetivos são ampliar o salão, me especializar em outras áreas da beleza como podologia, designer de sobrancelhas e crescer ainda mais na profissão que me encontrei.

Campanha “TODO MUNDO CHORA” marcará o mês setembro amarelo com foco na população LGBTQIA+
   8 de setembro de 2021   │     14:20  │  0

A iniciativa busca conscientizar sobre o perigo da pandemia de suicídios principalmente entre os jovens agravada com o isolamento social. Serão apresentados debates e um curta espetáculo estrelado pela drag queen performer Ruby Nox

O suicídio é uma questão que preocupa os profissionais de saúde mental no mundo. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o “Setembro Amarelo”. Nesta sexta-feira, dia 10 é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano. A web TV7BRASIL, no Youtube se sensibilizou e traz ao longo deste dia debates, curta espetáculo e durante o mês de setembro depoimentos de profissionais no seu Instagram – @tv7brasil.

O diretor da TV7BRASIL Marcone Felix criou a campanha “Todo Mundo Chora” e produziu um debate que será exibido sexta-feira (10), às 19h, mediado pela psicanalista Shyrley Araújo, coordenadora do Instituto Lótus de Psicanalise e a participação das psicólogas Maria do Céu, Presidente do Instituto Boa Vista, representante da Aliança Nacional LGBTQIA+ Pernambuco, Iris Maria, representante do Conselho Regional de Psicologia, além do psicanalista Bruno Filizola, Coordenador do Projeto Escutatória e o SOS Preces.

A conversa entre os profissionais gira em torno do constante crescimento nos índices de suicídio no Brasil.  A influência da era ‘pós-moderna’ nessa tomada de decisão. Também questões centrais das realidades da população LGBTQIA+, seus pontos de angústia específicos e outros temas curiosos discutidos em um debate cheio de informações.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde somente em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio o que representa uma pessoa a cada 100 mortes. Quando falamos de pessoas LGBTQIA+ o ato fica mais alarmante. As pesquisas apontam que jovens LGBTQIA+ pensam três vezes mais em suicídio que jovens CIS heterossexuais e tem cinco vezes mais chances de tentar de fato o suicídio. Os números são preocupantes, e refletem o stress crônico de se esconder e todo preconceito envolvido na sociedade.

Também outro dado   importante é que cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar é a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens.

CURTA ESPETÁCULO – Para levar a realidade às telas a TV7BRASIL ousou. O diretor Marcone Felix, foi mais longe e produziu o espetáculo “Todo Mundo Chora” de forte teor emocional, mas real. A personagem do ato cênico é estrelada pela drag queen performer Ruby Nox, que encarna uma jovem LGBTQIA+ em estágio depressivo e que tenta desistir da vida com citações da escritora Clarice Lispector.. Na primeira vez desiste. Na segunda sobe em um arranha-céu e dos seus 150 metros acima do mar encontra a libertação driblando os seus medos durante a dublagem da música tema da campanha “Everbody Hurts”, na voz da cantora australiana Tina Arena. A canção é triste e melancólica, porém reflexiva foi composta por Michael Stipe, da banda R.E.M, no início dos anos 90 em reação à epidemia de suicídios entre pessoas jovens.

“Me sinto honrada pelo convite e incorporar este personagem de forte dramatização. Me preparei psicologicamente para discutir o tema e levar o melhor da minha arte”, revela Ruby Nox, que figura no teatro de Pernambuco pela sua participação como Elis Regina, em 2021, no Teatro do Parque, no espetáculo “O Botequim de Elizeth Cardoso”, produção da AMOTRANS no projeto Janeiro de Grandes Espetáculos.

Outro destaque do curta espetáculo é o vestido amarelo usado por Ruby Nox e produzido em filó de armação com mangas bufantes, um corpete e uma calda de 5,5 metros. A estilista pernambucana Bethania Borges é quem assina o figurino. O curta espetáculo será exibido na sexta-feira (10), às 22h, no canal da TV7BRASIL, no Youtube. Emocionante…

A MARCA TODO MUNDO CHORA –  A marca na sua grafia há digitais anônimas quis remeter, de uma forma sutil, as vidas perdidas por este ato de tristeza que nos faz refletir.

O desenho do jovem é assinado por Joana Velozo, grandiosa ilustradora e designer pernambucana radicada desde 2017 em Barcelona, na Espanha. Para o seu processo de criação, a artista expressou em linhas um personagem envolto a uma atmosfera de desamparo, abandono e isolamento social.

Forte, mas de uma sutileza que toca o coração, que nos faça a ter uma leitura da vulnerabilidade de muitos. É uma obra de incentivo a humanidade para estender a mão e resgatar uma VIDA!

“Para este trabalho, além de ter como referência uma obra minha anterior, juntou-se o fato de que tenho uma tendência a simplificar, busco comunicar uma ideia ou sentimento da maneira mais direta e sem rodeios possível”, disse Joana Velozo.

Todo Mundo Chora tem o apoio do Conselho Regional de Psicologia; Instituto Lótus; Projeto Escutatória; SOS Preces; CVV; Rio Ave Corporate Center; Empresarial Charles Darwin; Espaço da Criança – A.R.H; Amotrans e Instituto Boa Vista.

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