Monthly Archives: janeiro 2014

“Amor à Vida”, Globo regrava cena de beijo e casamento gay entre Félix e Niko
   31 de janeiro de 2014   │     16:58  │  0

Casamento e beijo gay poderá ir ao ar hoje ao termino da novela Amor a vida da Rede Globo

novela global “Amor à Vida” pode entrar para a história da teledramaturgia como a primeira a ter um beijo gay entre dois homens exibido. As informações são do site Notícias da TV.  Na tarde desta sexta-feira, a emissora regravou no Projac a cena em que Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) se beijam. A primeira cena gravada precisou ser refeita para que a parte da cúpula da emissora acompanhasse os bastidores.

Um dos dirigentes da Globo chegou a dizer que a cena é “mais que um simples selinhos e menos que um beijo de língua”. Os poderosos da Globo são favoráveis ao “beijo gay” na trama uma vez que a novela discutiu a homofobia.  Corre também rumores que a novela fechará sua história com a realização do primeiro casamento civil gay na TV brasileira.

Entretanto esta não é a primeira vez que a Globo grava uma cena com um beijo gay. Em 2005, a emissora gravou uma cena entre dois homossexuais na novela “América”, mas a imagem não foi exibida.

Para o deputado federal Jean Wyllys é impossível não reconhecer que personagens de diferentes autores de telenovela contribuíram para elevar a autoestima de gays e lésbicas e mostrá-los tão diferentes e humanos quanto qualquer outra pessoa. Contudo, a novela do horário nobre nos deve um beijo gay e cheio de amor. De todas as nossas invenções, o amor é a melhor delas.
As cenas de afeto entre Félix e Niko já são uma vitória, é certo, mas falta o beijo. É preciso exibi-lo no último capítulo. Do contrário, a oportunidade cairá de maduro e a Globo terá perdido o trem da história.

Por isso, faço, desse meu novo post no Ig, “Amor à Coerência”, também uma campanha: #BeijaFelix . Se você concorda com ela, passe-a adiante e compartilhe!

 

Malafaia perde ação contra Toni Reis ex-presidente da ABGLT na segunda instância
     │     14:35  │  0

Em julgamento realizado no dia 29.01.2014, o Colégio Recursal do Rio de Janeiro negou provimento ao recurso de Silas Malafaia em processo movido contra Toni Reis, ex-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT.

Malafaia havia movido queixa-crime contra Toni Reis por ter se considerado “ofendido” em razão do ofício que a ABGLT enviou ao Ministério Público Federal solicitando que este averiguasse se era cabível a aplicação de eventual pena contra Malafaia em razão deste ter dito no programa de TV “Vitória em Cristo” que era para a Igreja Católica “entrar de pau” e “baixar o porrete” nos “caras da parada gay” de São Paulo por ele ter considerado que eles teriam “ridicularizado” os santos católicos.

Na audiência realizada no dia 29/01, em seus cinco minutos de sustentação oral o advogado Paulo Iotti destacou que não pode ser considerado como criminoso o exercício regular de direito de denúncia, afirmando que a ABGLT, representada por Toni Reis, se limitou a solicitar que o Ministério Público (MP) estudasse o caso para ver se ele, MP, entendia como ilícita a fala de Malafaia no referido programa de TV, especialmente como formador de opinião no lamentável e notório contexto de violência contra pessoas LGBT da atualidade.

Iotti afirmou, ainda, que Malafaia não conseguiu demonstrar obviamente como o exercício regular do direito de denúncia poderia ser considerado “criminoso” e, assim, correta a sentença de 1º grau. Demonstrou preocupação, ainda, com o fato de alguns críticos do Movimento LGBT estarem “partindo para o ataque” com a propositura de processos, como este de Malafaia contra Toni Reis ou a recente denúncia de Marco Feliciano contra o grupo de humor “Porta dos Fundos”, entendendo que o Judiciário não pode dar razão a tais ataques.

Nas contrarrazões ao recurso de Malafaia, demonstrou-se ainda que este não havia contextualizado a situação, não explicando que se tratava de uma campanha de prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) nominada “Nem Santo Te Protege. Use Camisinha” e que os santos católicos, estilizados como belos homens (mas não em posturas eróticas), visavam justamente demonstrar que a fé não protegerá a pessoa de DSTs se ela não fizer sexo seguro.

Em sua decisão, o Colégio Recursal do Rio de Janeiro manteve a sentença por seus próprios fundamentos, o que significa obviamente que afirmou que Malafaia não demonstrou o caráter criminoso da denúncia da ABGLT, como defendido pela defesa de Toni Reis. A íntegra da decisão ainda será disponibilizada pela Justiça (estimamos que em aproximadamente um mês).

Segundo Carlos Magno atual presidente da ABGLT, esse é mais um dos processos que a ABGLT tem sofrido, pois tem sido alvo constantes de ataque de homofobicos, principalmente de setores fundamentalistas.

Festa da Espuma acontecerá neste próximo domingo 26/01
   22 de janeiro de 2014   │     15:00  │  0

O evento iniciará a partir das 10 da manhã e os organizadores esperam a participação de cerca de 500 jovens

Pela primeira vez em Maceió/AL, uma versão de uma das festas mais bombada de Ibiza na Espanha e sul do Brasil, estou falando da FOAM PARTY- Festa da Espuma, que acontecerá, no próximo dia 26, domingo, a partir das 10 da manhã, na Mansão verde, localizada na rua Santo Antônio, 440, “por trás da 96 FM”, no bairro do Jacintinho, Maceió/AL.

O evento é uma replica das festas de espuma de Ibiza na Espanha, mas que no Brasil, muitos estados já ocorrem, a exemplo do Rio Grande do Sul, no nordeste o fervor é nas cidades de Porto de Galinhas/PE e Porto Seguro na Bahia, onde as party´s lotam clubes e ate boates.

Serão mais de 12 horas de festa, com 4 horas de muita espuma e duas rodadas de cerveja grátis. Os ingressos estão à venda á preço de primeiro lote, ate sábado, “véspera da festa” e custam R$ 15 reais, no local o valor sofrerá alterações e ficará em torno de 30 reais.

No espaço se apresentará duas bandas que será o fervor do verão de MCZ e esquentarão a FOAM PARTY “Groov Way e a participação da Oz Biquetez”, já o comando da pista ficará por conta dos Dj´s “John Dayvison, Jean Pierre, Dêniel Barros, Mr. Theo e a participação de Luck Chagas”.

LINE UPE DA FOAM PARTY  – Festa da Espuma

10:h. – Dj Mr. Theo

12:h. – Dj Dêniel Barros

14:h. – Deejay Luck Chagas  “participação”

16:h – Top Dj John 

18:30h. – Groov Way

20:00h – Oz Biquetez  “participação”

20:30h. – Dj Jean Pierre

 

Informações adicionais do evento

Pagina do evento: https://www.facebook.com/TitaniumSensation

Informações pelo fone: 082 8800-1048 / 88880-5300

Compra de ingressos no primeiro lote há venda com os vendedores credenciados citados a baixo.

Clic Films – Rua da Praia – Centro da cidade: 8862-5256

João Roberto: 8843-8880
Dêniel Barros : 8727-1936
Jean Pierre : 8865-0305
Maria Santos : 8852-6646

Laís Bezerra: 8896-5258

 

Com a participação especial de Deejay Luck Chagas e a Banda Oz Biquetez

 

‘A contravenção sustenta a história da sexualidade’
   21 de janeiro de 2014   │     0:00  │  0

 Artigo 

 

Por: Breno Rosostolato: Psicólogo e terapeuta sexual, natural do Rio de Janeiro mais reside em São Paulo

 

 

A concepção do sexo na humanidade sempre foi muito controversa. As práticas sexuais e a manifestação do desejo foram alvos de todos os ataques possíveis.

Muito embora a sexualidade se moldasse a cada época, e continua, nos tempos atuais, sofrendo transformações devido à cultura e ao momento histórico em que vive a sociedade.

O sexo sempre será controverso e inesgotavelmente fascinante, não só pelo prazer implícito à sua prática, mas também porque a humanidade se edificou através dele. A contravenção sustenta a história da sexualidade.

As doutrinas religiosas, entre elas o catolicismo, instituição que era predominante na vida moral e religiosa da sociedade, buscava manipular a vida das pessoas com o propósito de obter o controle da sexualidade. Sempre usou discurso condenatório, recorrendo à desaprovação de Deus, ou seja, a ideia de “danação divina”.

Mal necessário

O sexo era um mal necessário, porque a reprodução da sociedade é a continuidade do rebanho de Deus, assegurada, pela cópula. Mas, ao mesmo tempo, apodrecia a alma das pessoas desde que o prazer fosse consagrado.

É neste contexto que o casamento passa a ter a importância de certificar o controle desta sexualidade. O ascetismo religioso prega a aniquilação do prazer, considerando o corpo perdição ao pecado.

Mas, se por um lado a repressão da sexualidade foi a tônica em épocas medievais e na Idade Média, a mentalidade de alguns se mantém contrária às imposições religiosas e contrariam as regras sociais.

Daí o conceito contraventor, muito bem apropriado para aqueles que praticam o amor, cultivam o prazer e fazem da sedução o propósito de suas existências. Mais do que isso, os libertinos, se por um lado são classificados como promíscuos e de posturas morais questionáveis, por outro lado, ressignificaram as regras arbitrárias sobre o sexo rompendo com elas e dando vazão aos desejos.

Sade

Marques de Sade (1740-1814), escritor francês (foto) e a quem se atribui o termo sadismo, autor de livros polêmicos e considerados obscenos como A Filosofia na Alcova (1795), Justine (1791) e 120 dias de Sodoma (1785), elevou o libertino ao patamar de contraventor, um criminoso que corrompe as leis em prol das virtudes dos prazeres. Suas obras de caráter antirreligioso são carregadas com sarcasmo e ironia, satirizando os valores da sociedade de então.

O laicismo, crítica quanto à influência da religião na organização política, econômica e social nas sociedades, de (Nicolau) Maquiavel e (Francesco) Guicciardini, além dos personagens de (Giovanni) Boccaccio de Decamerão, escrito entre 1348 e 1353, davam a tônica da insatisfação com a repressão sexual em detrimento às arbitrariedades religiosas.

Revelavam a hipocrisia de uma sociedade que escondia suas intenções e perversões. A devassidão com embasamentos políticos, juízo moral e críticas sociais, fez dos libertinos aqueles que iniciaram, de fato, a revolução sexual.

Desejo

Sade defendia que o desejo é uma imposição da natureza, e o homem é um ser natural. Portanto, nada pode se sobrepor ao prazer. Mas o libertino vai muito além de fornicações. Todo o diálogo consistia em confrontar as escolhas diante da razão, esta voltada para a liberdade de opiniões.

O libertino se comportava de maneira livre, e os comportamentos libidinosos iam de encontro aos prazeres da carne, entendida por muitos como algo imoral. Fato. Mas no caso, a imoralidade foi a contrariedade a uma arbitrariedade religiosa, portanto, coexistente à moral.

A libertinagem não pode ser associada é à amoral. Partindo do pressuposto que moral são regras estabelecidas pela cultura, da educação e tradição, logo, a libertinagem é uma construção social.

Não confundir liberdade com libertinagem é uma afirmação enfadonha, partindo do princípio que não existe um limite para a liberdade. O limite é da pessoa, do indivíduo e a medida é muito particular. Os libertinos mostraram que a libertinagem é uma expressão contrária à opressão moral e religiosa.

Gosto ou desgosto

John Wilmot, Visconde de Roschester (1647-1680) e conhecido libertino inglês, já avisara em seu prólogo: “Não vão gostar de mim […], e não espero que gostem”.

Talvez seja difícil admitir que a libertinagem seja apenas uma consequência natural da liberdade, e que será, inevitavelmente, extrapolada. Talvez o mesmo raciocínio se aplique ao livre arbítrio, que é consagrado diante da proibição ao fruto proibido.

À medida que se reprime, também se incita à desabrochar. E assim caminhará o sexo e tudo que o cerca, o bem e com muita satisfação, e põe satisfação nisso, o mal necessário para uma sociedade ditatorial e preconceituosa.

Homossexualidade na visão espírita
   20 de janeiro de 2014   │     12:00  │  0

PERGUNTA: — A tendência de buscar uma comunhão afetiva com outra criatura do mesmo sexo, conhecida por homossexualidade, implica em conduta culposa perante as leis Espirituais?
RAMATÍS: — Considerando-se que o “reino de Deus” está também no homem, e que ele foi feito à imagem de Deus, evidentemente, o pecado, o mal, o crime e o vício são censuráveis, quando praticados após o espírito humano alcançar frequências muito superiores ao estágio de infantilidade.
Os aprendizados vividos que promovem o animal a homem e o homem a anjo, são ensinamentos aplicáveis a todos os seres. A virtude, portanto, é a prática daquilo que beneficia o sei; nos degraus da imensa escala evolutiva.
O pecado, a culpa, são justamente, o ônus proveniente de a criatura ainda praticar ou cultuar o que já lhe foi lícito usar e serviu para um determinado momento de sua evolução.
A homossexualidade, portanto, de modo algum pode ofender as leis espirituais, porquanto, em nada, a atividade humana fere os mestres espirituais, assim como a estultícia do aluno primário não pode causar ressentimentos no professor ciente das atitudes próprias dos alunos imaturos.
Pecados e virtudes em nada ofendem ou louvam o Senhor, porém, definem o que é “melhor” ou pior para o próprio ser, buscando a sua felicidade, ainda que por caminhos intrincados dos mundos materiais, sem estabilidade angélica. A homossexualidade não é uma conduta dolosa perante a moral maior, mas diante da falsa moral humana, porque, os legisladores, psicólogos, e mesmo cientistas do mundo, ainda não puderam definir o problema complexo dos motivos da homossexualidade, entretanto, muitos o consideram mais de ordem moral do que técnica, científica, genética ou endócrina.PERGUNTA: — Que dizeis da homossexualidade à luz da doutrina espírita?
RAMATÍS: — Quem responde a tal problema são os próprios espíritos, no tema “Sexo nos Espíritos”, capítulo IV, da “Pluralidade das Existências”, item 200 a 202, do “Livro dos Espíritos” que assim respondem: 200 — Têm sexo os Espíritos? R. — “Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas, baseados na concordância de sentimentos”. 201 — Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o corpo de uma mulher e vice-versa? R. —”Decerto: são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres”. 202. — Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?
R.— “Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar”.PERGUNTA: — Sob a opinião vigente, parece tratar-se de um fenômeno anormal. Que dizeis?
RAMATÍS: — Tal afirmação é verdadeira quando interpretada estatisticamente, por ser a maioria significativa das pessoas heterossexuais, porém, ao interpretarmos sob o prisma das leis da evolução espiritual, o problema não pode ser solucionado de forma geral, pois, é peculiar a cada individualidade, em sua luta redentora anímica.
No decorrer do tempo, a humanidade terrícola há de compreender melhor os conceitos de normalidade e anormalidade, verificando não se ajustarem de maneira coerente, ao tratar-se simplesmente de gestos, condutas externas, incapazes de mostrarem o íntimo das almas. O próprio corpo carnal traz, às vezes, alguns traços da anormalidade ou normalidade do espírito, porquanto, é, tão somente, o agente de manifestações configuradas na herança biológica, determinada pela hereditariedade espiritual.
O problema, é realmente, de afinidades eletivas no campo da espiritualidade, porquanto, homem e mulher carnais são, apenas, expressões da mesma essência espiritual, diferenciada pela maior ou menor passividade, atividade, sentimento e razão. Através de milênios, o espírito ora encarna-se num organismo feminino, ora masculino, despertando, desenvolvendo e aprimorando as qualidades inerentes e necessárias das expressões sexuais.
O homem e a mulher têm, simultaneamente, predicados algo femininos ou masculinos, que se acentuam dando características peculiares em cada reencarnação, sem que isso possa definir uma separação absoluta, capaz de classificar como anomalias os reflexos femininos na entidade masculina e vice-versa.PERGUNTA: — Afirmam alguns estudiosos dos problemas de homossexualidade que se trata de consequência glandular. Que dizeis?
RAMATÍS:— São palpites e confundem o “efeito” com a “causa”, porquanto, as alterações endócrinas, apenas, ativam ou reduzem o metabolismo glandular, resultante da tensão psíquica intensa ou reduzida sobre as estruturas cerebrais, entre elas o hipotálamo e o eixo hipotalâmico, com a ação reflexiva sobre a hipófise, a qual ativa as demais glândulas endócrinas.PERGUNTA: — Poderíeis explicar-nos, de modo mais compreensível para nós, as particularidades desse assunto?
RAMATÍS: — O espírito que, por exemplo, numa dezena de encarnações nasceu sempre mulher, a fim de desenvolver sentimentos numa sequência de vidas passivas na atividade doméstica, mas, por força evolutiva, precisa desenvolver o intelecto, a razão, atitudes de liderança e criatividade mental enverga um organismo masculino e, consequentemente, os caracteres sexuais de homem; entretanto, ele revive do perispírito suas reminiscências de natureza feminina. Depois de várias encarnações femininas e, subitamente, renascendo para uma existência masculina, raramente, predominam, no primeiro ensaio biológico, os valores masculinos recém-despertos, porque sente, fortemente, as lembranças psíquicas ou o condicionamento orgânico feminino.
Em consequência, renasce e se desenvolve, no ambiente físico terreno, uma entidade com todas as características sexuais masculinas e, contudo, apresentando um comportamento predominantemente feminino. Assim, eclode a luta psicofísica na intimidade do ser, em que os antecedentes femininos conflitam com as características masculinas, ocasionando conflito dos valores afetivos, que oscilam, indeterminadamente, entre a atração feminina ou masculina.
É o homossexual indefinido quanto à sua afeição, pelas exigências conservadoras e tradicionais da sua comunidade, para a qual ele é um “homem” anatomofisiologicamente, mas, no âmago da alma, tem sentimentos e emoções de mulher, recém-ingressa no casulo orgânico masculino. Apresentando todas as características da biologia humana do tipo masculino é, no campo de sua afeição e emotividade, uma criatura afeminada, malgrado os exames bioquímicos feitos serem característicos do sexo masculino.PERGUNTA: — Poderíamos supor que tal fenômeno pode acontecer, também, num sentido inverso, quando o espírito demasiadamente masculinizado em vidas anteriores, traz essas características ao renascer mulher?
RAMATÍS: — No caso, ocorre o mesmo processo ventilado. O Espírito que viveu uma dezena de existências masculinas, situado em atividades extra lar, desenvolvendo, mais propriamente, os princípios ativos, o intelecto, a razão e a iniciativa criadora, mais comandando e menos obedecendo, mais impondo e menos acatando, desenvolve uma individualidade algo prepotente e, às vezes, tirânica. Obviamente, ele precisa modificar o seu psiquismo agressivo ou violento pelas constantes atividades de lutador, guerreiro, onde a razão não permite qualquer prurido sentimental e, reconhecendo a necessidade de desenvolver o sentimento, é aconselhado a envergar um organismo carnal feminino, em algumas reencarnações reeducadoras. Nesse caso, é muito difícil expressar, de início, as características delicadas, temas e gentis da mulher.
A tensão perispiritual despótica, impulsiva e demasiadamente racional atua fortemente no novo corpo projetado para o sexo feminino e, por repercussão extracorpórea, ativa em demasia o cérebro, predispondo à ação da masculinidade sobre as características delicadas feminis. Daí, a conceituação da “mulher-macho”, com a voz, gestos e decisões que lembram mais o homem.
Não se pode comprovar serem essas características provenientes de alguma alteração genética; realmente, imprimem na criatura a característica psicológica do sexo, a qual se sobrepõe à fisiologia e singeleza dos órgãos reprodutores. Sexo masculino é atividade mental, sexo feminino é atividade sentimental, enquanto, a diferença orgânica entre o homem e a mulher é apenas resultante das irradiações eletromagnéticas do perispírito na vida física.
Em verdade, importa fundamentalmente ao espírito imortal desenvolver a razão para melhor compreender e agir no mundo e, simultaneamente, o sentimento para sentir o ambiente e, aí, efetuar realizações criadoras. Daí, o motivo por que a angelologia faz da figura do anjo um ser duplamente alado, cuja asa direita simboliza a razão e a esquerda o sentimento, comprovando a necessidade de o espírito humano só se liberar para o trânsito definitivo ao universo divino, em sua ascese espiritual, depois da completa evolução da razão e do sentimento.
É do conhecimento espiritual que, no desenvolvimento da individualidade do espírito eterno, a passagem da experiência feminina para a masculina ou vice-versa, no renascimento num corpo físico com certa marca sexual, de início predominam sempre os traços da feminilidade ou da masculinidade anterior, malgrado as diferenças da figura sexual do corpo.
No incessante intercâmbio do espírito, manifestando-se ora pela organização carnal feminina, ora pela masculina, ele desperta valores novos comuns a determinada experiência humana como homem, ou como mulher. Ademais, nesse renascimento através do binômio homem-mulher, além do desenvolvimento do intelecto ou da razão, conforme o estágio masculino ou feminino, ‘corrige e salda os débitos dos abusos pecaminosos desta ou daquela condição, feminina ou masculina.
Insistimos em dizer-vos: o homem que abusa de suas faculdades sexuais no excesso da lascívia e somente para a satisfação erótica, culminando por arruinar a vivência de outras pessoas, chegando a ocasionar desuniões conjugais, provocar a discórdia, a aflição e o desespero e desonras em lares diversos, ou lançando na vida a infeliz moça com o filho no desamparo de mãe solteira, ou que descamba por desespero e fraqueza na prostituição, há de corrigir-se do seu desregramento pelo renascimento físico num corpo feminino e, sob a coação doméstica do esposo tirânico, resgatar e indenizar todos os males produzidos ao próximo.
Igualmente, a mulher que não cultiva os valores sadios da função digna e amorosa de esposa, poderia sofrer nova encarnação feminina dolorosa, ou terá de se reajustar, na condição física, num corpo masculino, capaz de lhe proporcionar todas as ilusões, descasos e fuga dos deveres conjugais com uma companheira tão fútil, pérfida e irresponsável quanto também foi no passado, saturando assim o desejo, em vez de sublimá-lo. Ambas as posições, feminina e masculina, no mundo físico, proporcionam ensejos válidos e simultaneamente corretivos para garantir ao espírito aflito pela redenção, alcançar, o mais breve possível, a frequência angélica, independente de sexo e estágios carcerários na carne.PERGUNTA: — Afora os espíritas ou reencarnacionismo esclarecidos, é muito difícil encontrar-se mentalidades humanas crentes dessa possibilidade de o espírito renascer homem, ou de retornar como mulher. Talvez, exista nisso uma reação inconsciente do homem, ao se considerar frustrado ou ferido em sua masculinidade, pelo fato de poder vir a ser mulher, como um objeto de sensualidade passiva?
RAMATÍS:— Causa certa surpresa a descrença na possibilidade de o mesmo espírito de homem retomar à Terra na figura de mulher, quando a própria imprensa terrena é pródiga de notícias nas quais a intervenção cirúrgica e a terapêutica hormonal adequada transforma homens em mulheres, e vice-versa. Considerando-se que é bem mais difícil ao homem se transformar em mulher, depois de caracterizada a sua masculinidade na existência física, é bem mais fácil o espírito decidir-se pelo sexo, antes de renascer.PERGUNTA: — Que dizeis desse estigma de homossexualidade, quando as opiniões se dividem, taxando tal fenômeno de imoral, e outros de enfermidade?
RAMATÍS: — Sob a égide da severa advertência do Cristo, em que “não julgueis para não serdes julgados”, quem julgar a situação da criatura homossexual de modo anti-fraterno e mesmo insultuoso, não há dúvida de que. a Lei, em breve, há de situá-lo na mesma condição desairosa, na próxima encarnação, pois, também é de Lei “ser dado a cada um segundo a sua obra”.
Considerando-se nada existir com propósito nocivo, fescenino, imoral ou anormal, as tendências homossexuais são resultantes da técnica da própria atividade do espírito imortal, através da matéria educativa. Elas situam o ser numa faixa de prova ou de novas experiências, para despertar-lhe e desenvolver-lhe novos ensinamentos sobre a finalidade gloriosa e a felicidade da individualidade eterna. Não se trata de um equívoco da criação, porquanto, não há erro nela, apenas experimento, obrigando a novas aquisições, melhores para as manifestações da vida.
Assim, o companheiro atribulado, ou de tendência homossexual, precisa mais do amparo educativo, da instrução espiritual correta referente ao entendimento dos acontecimentos reencarnatórios e da fenomenologia de provas cármicas. Os erros e acertos da alma, principalmente no campo do amor e do sexo, sejam quais forem as linhas de força dirigentes nessa ou naquela direção, são problemas que recebem a mesma análise e solução justa por parte da Lei, seja qual for a procedência, correta ou equivocada. São assuntos da consciência de todos os homens, pois, de acordo com a Justiça e a Sabedoria, quem ainda não passou por provas semelhantes e condena ou insulta o próximo há de enfrentá-las dia mais ou dia menos, a fim de sentir, na própria carne, não o erro do próximo, mas o remorso do mau julgamento espiritual.PERGUNTA: — Que dizeis de a homossexualidade ser um acontecimento imoral?
RAMATÍS: — É de senso comum ser a moral humana produto das tradições, costumes, preconceitos, convenções sociais, as quais têm por objetivo a segurança, a sobrevivência e a proteção da sociedade. É enfim, parte da ética, que trata dos costumes, dos deveres e do modo de proceder dos homens para com os outros homens, segundo o senso de justiça e de equidade natural. No entanto, se deveres, obrigações e bons costumes definem a boa moral humana, verificamos que, acima da moral transitória e evolutiva das relações entre pessoas, existe a moral eterna, incluindo todos os seres do Universo, não apenas um povo, um planeta. Não é difícil observar que a mais avançada ou aparente sadia moral humana pode, muito bem, conflitar com os fundamentos preceituais da verdadeira moral e, consequentemente, nem sempre o que é moral aos homens, em certa cultura, seria em outra etnia e muito menos, para a moral universal.
Enquanto a moral humana é um recurso de equilíbrio, sobrevivência pacífica e disciplina entre os cidadãos, tendo por apanágio o acatamento às leis, costumes, preceitos sociais, respeito à propriedade alheia, vivência regrada sem licenciosidade pelos bons hábitos considerados os melhores no momento, a Moral Universal é fundamentada, exclusivamente, no Amor. Imoral, portanto, é todo cidadão encarnado que falta com o preceito fundamental da vida espiritual superior — o Amor. Se a homossexualidade é imoral, pelos conceitos passageiros da moral humana, também são imorais os cidadãos que julgam seus irmãos, incorrendo culposamente na falta de Amor.PERGUNTA: — Há fundamento em que a homossexualidade é mais propriamente, fruto de enfermidade psíquica?
RAMATÍS: — Considerando-se ser o amor saúde espiritual e o ódio, enfermidade, toda transgressão da Lei do amor pode ser enquadrada na terminologia patológica, ora de menos ou de mais gravidade, neste ou naquele setor. Embora saibamos ser a doença fruto fundamental do desequilíbrio físico, ou psíquico, ou de ambos, de qualquer forma, a enfermidade sempre decorre da negligência espiritual do homem para com as leis superiores no campo da virtude e do vício.
Assim, tanto pode ser apontada por enfermidade a tendência homossexual quanto a hipocrisia, a maledicência, a avareza, a inveja, a luxúria, a ira, a preguiça e a própria gula, assim classificadas pela espiritualidade. Em consequência, o problema da homossexualidade não é quanto à sua classificação legal ou científica, mas o de amparo afetuoso por todos, que se julgam sadios na sua heterossexualidade.PERGUNTA: — E quanto a se enquadrar o homossexualismo na categoria de perversão?
RAMATÍS: — Caso o homossexualismo seja perversão passível de terapêutica ou de penas legais, cabe às leis da natureza a culpa fundamental disso, pelo fato de elas não saberem desenvolver as características específicas da personalidade, ditadas pelas influências do espírito humano, acostumado por um punhado de existências exclusivamente femininas ou masculinas. Na nova encarnação, pela ação da forte sexualidade do passado, essas influências modificam as reações psicológicas do espírito renascido mulher ou homem, contrariando as peculiaridades orgânicas. O homossexual pode ser fruto de dificuldades da técnica sideral em conseguir o psiquismo adequado ao organismo humano, em atenuar a feminilidade total em nova encarnação masculina, ou vice-versa; ou, é óbvio que também pode ser a prova cármica para quem, realmente, abusou de suas faculdades eróticas, ocasionando prejuízos a outros, no campo da própria sexualidade, com repercussões sociais.
Ademais, em muitos casos, espíritos de liderança, cultos, hipersensíveis, virtuoses da música, gênios da pintura ou renomados escultores da matéria e da vivência espiritual, no intuito de concluir tarefas de elevação nos agrupamentos humanos e melhoria de si próprios, podem solicitar a mudança urgente da personalidade definida transitoriamente na carne, assumindo um organismo sexualmente oposto ao ultimamente habitual. Daí, a influência fortemente feminil na organização carnal de sexo masculino, ou a força dominante de masculinidade no arcabouço físico feminino, num visível desequilíbrio entre o psicológico e o orgânico.
Além disso, se o vosso orbe terrícola, planeta de evolução primária, lentamente se transformando para estados mais avançados, até atingir o objetivo de evolucionar para uma valiosa escola espiritual superior, fosse habitado exclusivamente por espíritos puros ou superiores, não existiriam problemas de “perversões” ou “prostituições”, porquanto, tais problemas não são específicos de entidades malignas, porém, decorrentes da inferioridade e dos defeitos de todos os homens terrenos. Os próprios “marginais” e “delinquentes” terrenos são produtos indiretos da falta de assistência, educação, saúde, lar, carinho e amor da sociedade que se julga impoluta, quando é hipócrita e mistificadora. Para qualquer deslize, inversão sexual, delinquência, crime, pilhagem, subversão, vício ou perversão, culpa-se toda a humanidade, onde cada cidadão é responsável por determinada cota de negligência, egotismo, comodidade, bem-estar, prazer egocêntrico, pusilanimidade, especulação lucrativa extorsiva, fanatismo religioso, mentalidade obscena, fácil irascibilidade, adultério, avareza ou excesso de bens, roubados à maioria. Ainda nesse caso, tudo lembra a frase de Jesus: “Aquele que não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Em verdade, surgiu na Terra uma criatura absolutamente hígida em espírito, isenta de qualquer desequilíbrio emotivo ou criação mental negativa.
Ele era harmônico e sadio quanto às suas emoções, justo e absolutamente amoroso em suas ações, irradiando bondade, perdão e amor e, acima de tudo, sem qualquer sombra de “perversão” ou “prostituição”, pelo seu caráter ilibado e conduta honesta. Mas, os homens mesquinhos pregaram-no na cruz, por ser Jesus, o Cristo vivo, um látego da nova moral sobre os pretensos impolutos defensores e participantes da sociedade humana deteriorada.
Mesmo assim, traído, insultado, zombado, ferido e crucificado, Ele estendeu seu majestoso e sublime olhar à multidão acicatada pelas paixões inferiores e sua voz vibrou amorosamente para toda eternidade: “Pai, perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem”.PERGUNTA: — Sob vossa opinião, é sempre censurável o fato de alguém condenar homossexuais?
RAMATÍS: — Sob qualquer conceituação que os julgardes, seja distúrbio endocrínico, enfermidade, perversão, prostituição ou vício, trata-se de almas companheiras de vossa jornada terrena, merecendo a compreensão, pois, talvez, ainda tereis de passar por semelhante problema, ou já o tivestes antes. Como não há privilégios, preferências religiosas ou injustiças da Lei, nenhum espírito ou filho de Deus passará incólume da animalidade para o estado humano, e de homem para anjo, sem passar por problemas, insuficiências, defeitos, pecados e vícios de toda a humanidade. Alhures, já vos dissemos que o próprio Jesus não evoluiu em “linha reta”, porém, fez o curso integral da vida física como qualquer outro homem já o fez ou terá de fazê-lo. Distingue-se Jesus de Nazaré dos demais homens atuais porque, tendo alcançado o clímax de sua evolução planetária, sacrificado na cruz, e sepultado, ressuscitou pela emancipação espiritual na figura do “Irmão Maior” e é, na atualidade, o “Caminho, a Verdade e a Vida”, pois, quem não praticar os seus ensinamentos, adquiridos em suas vidas, em incontáveis milênios de aperfeiçoamento, não alcançará o reino dos Céus.
Consequentemente, o principal problema não é de interpretação científica, patológica ou moral, no tocante aos portadores de homossexualidade, num julgamento simplista ou leviano, mas o de ajuda, compreensão e interesse de fazer ao irmão réprobo social o mesmo que desejaria a si mesmo, caso se defrontasse com semelhante problema. Ainda aqui, recomendamos o Cristo, na sua advertência incomum: “Vedes o argueiro no olho do vizinho, e não reconheceis a trave no vosso olho?”
Na verdade, a maioria das criaturas homossexuais não sabe bem o que lhes acontece e, assim, não pode ser culpada de uma situação cuja causa desconhece conscientemente. Daí, a necessidade de ajuda por outros que podem examinar, analisar e concluir de modo mais exato quanto às providencias favoráveis ou, pelo menos, maior compreensão e tolerância. O homossexual, em geral, é uma alma confusa, sujeita a impulsos ocultos, não tendo a percepção das causas ou dos motivos que o levam à erotização pelo mesmo sexo. É de conceito comum, mesmo entre as pessoas sem conhecimento psicológico, ser o sexo uma força poderosa e atuante no ser humano, capaz de conduzi-lo às piores perversões, delinquência e até crimes, pela satisfação animal imediata.
O desejo sexual pode cegar o homem mais culto, mais sábio e mesmo o líder religioso, o sacerdote impoluto, pois, a história é pródiga de exemplos de mentalidades de poderosa criatividade deixarem se dominar por ele e rebaixarem-se, até degradarem-se por uma paixão incomum, pela avidez da satisfação sexual. Entretanto, é doloroso notar serem tais desregramentos sexuais mais frequentes entre as criaturas heterossexuais, ou sejam, as que são julgadas normais e sadias. Portanto, como julgar a manifestação dessa energia poderosa canalizada para o homossexualismo, gerando contradições inexplicáveis?
Logo, a mais correta e louvável atitude espiritual ainda é “ajudar” e não julgar as almas estigmatizadas socialmente pelos desvios da sexualidade.PERGUNTA: — Considerando-se terem os heterossexuais uma opinião formada dos homossexuais, pelo direito peculiar às criaturas humanas de pensar, qual deveria ser a opinião deles a esse respeito?
RAMATÍS: — Embora considerando existir em, realmente, homossexuais cuja alma de mau caráter os leva a uma perversão na prática sexual, alguns de repulsivo cinismo e ostensivamente obscenos, a maioria dos homossexuais, geralmente, é de almas afetivas e gentis, espíritos simpáticos à arte, à música e à literatura romântica, porque dispõem de grande capacidade artística e estética, eletivos à harmonia, dotados de forte amor humano, quase sempre buscando realizações filantrópicas e serviços de benefício ao próximo e à humanidade. Os homossexuais masculinos trazem a sensibilidade feminina, de gentileza, candura e afetividade, e as mulheres, traços de masculinidade; às vezes, o despotismo, a agressividade, a rigidez e o gosto por trabalhos e esportes mais próprios do homem.
Aliás, as estatísticas do mundo demonstram que o índice de criminalidade entre os homossexuais é muito reduzido, talvez, porque são mais tolerantes e pouco inclinados à violência física, afora alguns casos excepcionais, quando há violência e conflitos, comuns também entre os heterossexuais. O mundo dos homossexuais é algo tranquilo, e sua maior conturbação é resultado das frustrações de relacionamento humano.
Mas o homossexual não pode ser considerado um delinquente, um excluído social, porque exerce um trabalho, é capaz de amar, de servir, integrando-se à comunidade. Sem dúvida, há espanto, preconceito e opróbrio por parte dos heterossexuais, ante a sua impossibilidade de compreender a capacidade ou a desventura de uma pessoa amar outra do seu próprio sexo.
No entanto, aqueles que entendem e reconhecem as minúcias do mecanismo e da motivação reencarnatória entendem, facilmente, que o afeto espiritual transcende as transitórias formas das personalidades físicas, embora, o acontecimento incomum de um ser amar o outro do mesmo sexo possa provocar estranheza e até repugnância.PERGUNTA: — Se vos fosse razoável emitir uma conceituação generalizada sobre a diferença da criatura homossexual e a heterossexual, qual seria a vossa conclusão?
RAMATIS:— Demonstramos serem as diferenças da atividade sexual resultado das necessidades reencanatórias de cada espírito e, portanto não nos cabe criticar, estigmatizar, porém, simplesmente, tolerar, ajudar e ver, em cada pessoa, um irmão, o que realmente somos diante da natureza.PERGUNTA: — Que dizeis de certos acontecimentos provocados pelo ciúme, conflitos e até homicídios entre homossexuais, nos quais podemos identificar, como causas, o cinismo e a perversão?
RAMATÍS: — O cinismo, a obscenidade, o conflito, o ciúme e o crime não são acontecimentos específicos dos homossexuais, porém, próprios das almas delinquentes, espíritos primários, ainda imperfeitos e dominados pela linhagem inferior da animalidade. Já vos dissemos que as estatísticas do mundo provam existir, proporcionalmente, menos delitos e crimes entre os homossexuais do que entre os heterossexuais, confirmando as nossas asserções acima.
Não se pode, por um punhado de criaturas delinquentes, a darem vazão a seus recalques, ao mau caráter, a escândalos provindos de sentimentos e paixões inferiores, atribuir um estigma a todos os homossexuais do mundo, porque tais atos pertencem ao homem universal.PERGUNTA: — Tratando-se a homossexualidade de uma perturbação `psicofísica”, quando a psique feminina se manifesta numa organização masculina, ou vice-versa, não produzindo deterioração da mente, ou mesmo do equilíbrio mental, é evidente que o homossexual pode enriquecer os setores culturais, artísticos, científicos do mundo como qualquer outro heterossexual?
RAMATIS: — Ademais, não existe uma linha definida, categórica, separando nitidamente o caráter homossexual do heterossexual, a não ser quanto à erotização; e, muitas criaturas convencidas de sua heterossexualidade absoluta mostram reações, emoções e atos identificados como traços de homossexualismo. Aliás, há mesmo a crença de que em cada homem há um pouco de feminilidade e, em cada mulher um pouco de masculinidade, mostrando as necessidades evolutivas da alma, no cultivo da razão e do sentimento.
Obviamente, o senso artístico, desde a poesia, a pintura, a música e a literatura tem recebido notável contribuição de inúmeros homossexuais. Quando puderam extravasar sua sensibilidade através das letras, da rima, dos sons e das tintas, equilibraram grande parte do seu drama interior, gerado pela oscilante personalidade indefinida organicamente. O certo é que as leis delinearam o homem e a mulher, proporcionando-lhes uma gama de estados espirituais, partindo dos assexuais, passando pelo hermafrodita, até a heterossexualidade, os quais são úteis ao desenvolvimento de sentimentos e de intelectualidade, estágios esses que não devem estigmatizar, mas, liberar o ser.