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Parada do Orgulho LGBT de São Paulo acontece amanhã
   28 de maio de 2016   │     21:42  │  1

Parada do Orgulho LGBT de SP lança a hashtag #ChegaDeTransfobia nas redes sociais (Campanha “Marque-se”)

Parada do Orgulho LGBT de SP lança a hashtag #ChegaDeTransfobia nas redes sociais (Campanha “Marque-se”)

A 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo acontece amanhã (domingo, 29 de Maio), com concentração a partir das 10h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista. O movimento é organizado pela Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo (APOGLBT) com apoio da Four X Entertainment.

Para esta edição, o tema será “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! – Todas as pessoas juntas contra a Transfobia!”, em favor do segmento T: mulheres transexuais, homens trans e travestis. Para dar voz à reivindicação, todos os 17 trios do segmento LGBT e que compõem a Parada levantarão a bandeira T. Todos os trios trarão a bandeira T e frases que representam cada um dos segmentos. A ideia é fazer uma grande mobilização para que a “Lei de Identidade de Gênero”, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, seja aprovada e que todos assumam a luta pelo fim da transfobia no Brasil.

Na segunda coletiva de imprensa realizada ontem, o Prefeito Haddad assinou um decreto que torna a maior manifestação LGBT do mundo parte do calendário oficial da cidade.

“Hoje, com a assinatura do decreto que coloca a maior Parada do mundo no calendário oficial de eventos da cidade de São Paulo, a APOGLBT SP consegue mais um avanço na garantia de direitos do segmento LGBT. É mais uma conquista por todos esses anos de lutas em prol do segmento” conta Fernando Quaresma, presidente da APOGLBT.

Para garantir a estrutura da manifestação e das ações do Mês do Orgulho LGBT e captação de recursos, a APOGLBT contratou este ano a Four X Entertainment, produtora de eventos, que ficará responsável pela produção da Parada e ações do Mês do Orgulho, que incluem: 15º Ciclo de Debates, 16º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, 16º Feira Cultural LGBT e a 20ª Parada do Orgulho LGBT. A Four X atuará em parceria com outras duas empresas, a Groupe 360, empresa de Live Marketing e a OCP, empresa de eventos.

Como resultado desta nova estrutura entre a APOGLBT, Four X e seus parceiros – Groupe 360 e OCP, pela primeira vez, a Skol será a marca oficial da Parada do Orgulho LGBT. Presente com diversas ativações, a começar por um trio elétrico do Respeito Is ON, pedindo que todos respeitem a diversidade e a liberdade de escolha. No trio, shows de diversos artistas, entre eles Jaloo, Omulu, DJ Gorky e Pabllo Vittar. Skol estará em toda a extensão da parada com ativações, mensagens de respeito e cerveja gelada, incentivando os consumidores a viverem intensamente cada momento da vida – Claro, sempre com muita responsabilidade.

“Diversidade é o espírito do nosso tempo. É o que nos torna únicos, humanos e autênticos. A diversidade deve ser respeitada. Por isso, queremos engajar nossos consumidores a tomarem uma nova atitude: apertar o botão do respeito. Acreditamos que o respeito é o primeiro passo de uma longa caminhada para construir novos valores e esquecer velhas certezas. Respeitar todas as diferenças, respeitar ao próximo e incentivar que toda experiência tem que ser livre de preconceitos é um caminho que vamos abraçar”, afirma Fábio Baracho, diretor de marketing de Skol.

O respeito pela diversidade é o principal motivo para Skol entrar nessa parceria. “Vamos celebrar na melhor ocasião, junto das pessoas que têm tanto a nos ensinar sobre respeito. Vamos lutar para propagar essa onda de respeito a todos. Skol apoia o respeito porque a marca mais redonda do Brasil, não pode ser quadrada“, completa Baracho.

“Estamos felizes com a chegada de empresas que respeitam a diversidade e que se unem a nós nesta grande manifestação. É a maior Parada do Mundo e queremos torná-la a melhor”, explica Líbia Miranda, diretora da Four X.

Além de Skol, a 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT tem a parceria de Bob´s, Caixa e Prefeitura de São Paulo, que destinou R$ 1,5 milhão em estrutura para a Parada (divididos entre manifestação e show de encerramento).

Programação da 20ª Parada do Orgulho LGBT

Com apresentação da Drag Queen Tchaka, a 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT terá início às 10 horas e saída do primeiro trio às 13 horas. O trajeto dos trios será entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação. O último trio chega à Rua da Consolação às 18 horas. Ao final da Parada, no Vale do Anhangabaú, acontecerá a partir das 18 horas o Show de Encerramento da manifestação do orgulho LGBT.

A ordem dos trios e as respectivas atrações (algumas ainda estão sendo confirmadas) da Parada do Orgulho LGBT é a seguinte:

1- Trio de Abertura
(após a passagem deste trio será aberta uma bandeira com as cores do segmento T de 20 metros).
Algumas das atrações confirmadas: DJ DIEGO DUP e DIMMY SOLER

2- Trio Visibilidade Trans
Algumas das atrações confirmadas: LEDA BRIACHO, DJ MIDORE AMORIM e DJ SHINE

3- Trio Mães pela Diversidade
Algumas das atrações confirmadas: FESTA MEL COM LUANA HANSENE AD FERRERA e GLAMOUR GARCIA E ARIEL NOBRE

4- Trio da Prefeitura
Algumas das atrações confirmadas: DJ TAMAS, DJ ANDERSON POOH e DJ ZANBIANCO

5 – Trio da Prefeitura
Algumas das atrações confirmadas: DJ PATRICK SANDIN, DJ VLAD b2b MORAIS e DJ PATRICK SANDIN

6- Trio da Prefeitura
Algumas das atrações confirmadas: DJ ALESSANDRO SANTOS, DJ PAULO AGULHARI e DJ DIEGO DUP

7- Trio Apeosp
Algumas das atrações confirmadas:  DJ GUSTAVO VIANNA, DJ DENIS e DJ FERNANDO MORENO

8 – Trio Visibilidade Lésbica e Bissexuais
Algumas das atrações confirmadas:  DJ NATALIA LOPES, DJ ANA SERRONI e DJ MARA BORGES

9 – Trio Militância LGBT
(após a passagem deste trio será aberta a tradicional bandeira com as cores do movimento LGBT de 20 metros).
Algumas das atrações confirmadas:  COLETIVO REVOLTA DA LAMPADA – DJS GUSTAVO BONFIGLIOLI, NETO LUIZ, LEANDRO CUNHA, ONG ADBCD’s – DJS JULLUOS ALMEIDA, JORDAN BENNASSE

10 – Trio 10 – Apoio

11- Trio Lei 10.948
Algumas das atrações confirmadas:  DJ MARI CASAGRANDE, DJ ROGERIO E TJ CAMPOS + CANTORA e DJ RAFAEL ALMEIDA

12 – Trio Comerciários
Algumas das atrações confirmadas:  DJ MARY & JANIES e FABIO CODATO

13 – Trio Visibilidade Jovem
Algumas das atrações confirmadas: CYBER, ERIK VILAR, NALAYA, PAULO PRINGLES e NALAYA

14 – Trio Visibilidade Gay e Bissexuais
Algumas das atrações confirmadas: DJ ANDRE POMBA, DJ SERJO, DJ THIAGO RIBEIRO e DJ GABS

15 – Trio Artistas LGBT
Algumas das atrações confirmadas: MARCIO (DANGER) e DJ HARRY LOUIS

16 – Trio Skol
Algumas das atrações confirmadas: DJ GORSKY, PABLO VITTAR, JALOO e HOMULU

17 – Trio da Paz
Algumas das atrações confirmadas: ALINNE ROSA + CHA DA ALICE

O primeiro trio sairá da Av. Paulista às 12 horas e o último trio às 16 horas. O encerramento será às 18 horas em frente à Praça Roosvelt, na Consolação.

Cada trio percorrerá o trajeto da Parada entre a Av.Paulista e Rua da Consolação com tempo estimado de 2h a 2h45.

Bloqueio Av.Paulista

A Av. Paulista estará bloqueada para carros a partir das 8 horas do dia 29 de maio. A liberação da avenida acontecerá após a limpeza da via urbano no domingo. A Rua da Consolação ficará bloqueada para carros entre 12 e 18 horas.

Atrações Trios
Serão mais de 30 DJs, além das cantoras Analaia, Alinne Rosa (que virá no último trio da Paz), Pepê & Neném, Denis DJ (Apeosp), entre outras surpresas.

Alimentação
A parte de alimentação durante a 20ª ficará a cargo do Bob´s. A comercialização dos produtos será feita por 400 ambulantes credenciados pelo Bob´s. No dia serão vendidos sanduíches e milk shake, além de snacks Pepsico.
Durante a Parada do Orgulho LGBT, quatro postos de abastecimento funcionarão para suporte aos ambulantes que comercializarão bebidas e alimentos.

Segurança e Atendimento Saúde
Haverá uma estrutura na região cedida pela Prefeitura composta por oito ambulâncias de UTI, oito ambulâncias de remoção, quatro postos médicos, 30 brigadistas, 200 seguranças, 180 cordeiros e 780 banheiros químicos. Além da estrutura oferecida pelo órgão municipal, policiais militares, e policiais da delegacia de polícia de repressão aos crimes raciais e delitos de intolerância (Decradi), bombeiros civis, cordeiros para os trios; além de seguranças que completam a estrutura de apoio ao público. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ficará responsável pelas interdições das vias no entorno.

SERVIÇO:

20ª Edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
– Tema: “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! – Todas as pessoas juntas contra a transfobia”
– Horário: das 10h às 18h
– Concentração: Em frente ao Masp, na Avenida Paulista – São Paulo/SP
– Realização: APOGLBT
– Produção: FourX em parceria com a Groupe 360º e OCP
– Apoio: Prefeitura de São Paulo
– Site da APOGLBT: http://www.paradasp.org.br

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Conheça a história de Malva, a travesti mais velha do mundo 
   23 de maio de 2016   │     14:42  │  0

De origem chilena com 17 anos de idade, cruzou a Cordilheira dos Andes a pé até chegar  a Argentina, enfrentando a perseguição das travestis e transexuais praticada por vários governos.

Malva era chilena e faleceu em julho do ano passadona, aos 99 anos.

Malva era chilena e faleceu em julho do ano passado aos 99 anos.

Pesquisando sobre as políticas das mulheres T no mundo na atualidade sem querer me esbarro com essa vovózinha T, essa lindeza o nome dela é Malva a travesti mais velha do mundo, ela foi colunista no suplemento do jornal Página/12,  que pertence a equipe de O Weave, a primeira revista trans na América Latina. Sem saber usar computador, ela escrevia tudo em um caderno e em seguida em uma maquina de datilografia.

Minhas mãos estão cansadas mais “Minhas idéias, meus pensamentos estão muito coordenados. Coordeno bem”. dizia sempre Malva.
Malva sempre soube de sua identidade de gênero, era algo genético que não haveria como escapar, cruzou a Cordilheira do Andes a pé para encontrar a liberdade sexual, foi presa varias vezes pelos governos peronistas, pois não se encaixava no sistema moral, trabalhou como garçom, chefe de cozinha, nos melhores restaurantes de Buenos Aires, já mais assumida foi costureira e figurinista de grandes estrelas do teatro de revista em Corrientes, e pasmem a linda até viajou para cá no Rio de Janeiro onde trabalhou montando os figurinos de escolas de samba. 
Ela adora conversar, tanto que às vezes preferia ficar em silêncio por dias. Quando saia para comprar pão ou tomar o ônibus, as pessoas a chamavam de avó, relatava com muito orgulho.  
Ela dizia que “hoje é tudo maravilhoso, a presidente Cristina Kirchner, me deu o que eu sempre queria na minha vida , a Liberdade, tive o prazer de entrar na Casa Rosada como uma travesti, e a nossa presidente fez a lei de forma igual, isso nunca havia acontecido desde inicio da história desse país’. disse ela em lágrimas durante uma entrevista. 

Infelizmente Malva faleceu em julho do ano passado (2015), aos 99 anos, Malva, chilena que aos 17 anos cruzou a Cordilheira dos Andes para viver na Argentina em busca de liberdade. Ela manteve-se bem humorada em seus últimos dias de vida.

Enfim chegou ao final a vida de Malva, uma referência a mim, que como um cidadão que luta e defende a cidadania das Travesti, tenho na história dela, algo que gostaria que fosse semelhante na trajetória de vida também travestis e Transexuais, ter o direito de viver por muitos anos, morrer por idade e não em consequência da falta de direitos que a população de Travestis e Transexuais sofrem no Brasil e em muitas partes do mundo, principalmente nos países da America Latina.

A sua saúde se agravou durante a temporada de inverno, na casa de repouso na qual escolheu para viver voluntariamente. Malva estava sentindo muita solidão e a falta de familiares e amigos. “Como é triste relatar essa parte da história de Malva” As dores se tornaram mais fortes pelos sinais do tempo. Malva estava internada, em consequência de uma pneumonia, em um quarto da ala masculina, onde sua identidade de gênero não foi respeitada, o hospital alegou que o motivo foi que Malva não alterou a sua documentação para o gênero feminino, mas essa situação foi revertida a pedido de Carina Sama, que trabalhou com ela no documentário sobre a sua vida e que na época estava em fase de produção.

Malva em vida fez a doação de seu corpo à Faculdade de Medicina da UBA, para ser utilizado para fins científicos.

Sua voz e imagem agora permanecem para o Mundo T como uma testemunha e exemplo para a Luta das Travestis e Transexuais, na inclusão na sociedade e democracia.

Até um dia Malva, exemplo para tod@s Nós!

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Pesquisa mundial mostra redução de leis homofóbicas e inclusão de LGBT
   21 de maio de 2016   │     0:00  │  0

68% dos entrevistados ficariam muito preocupados se um filho ou uma filha dissessem amar alguém do mesmo sexo.

Mapa da Ilga sobre leis relacionadas à comunidade LGBT. Áreas em verde mostram países que reconhecem direitos; e em vermelho, laranja e amarelo as nações em que há criminalização, em algum nível, do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo (Divulgação/Ilga)

Mapa da Ilga sobre leis relacionadas à comunidade LGBT. Áreas em verde mostram países que reconhecem direitos; e em vermelho, laranja e amarelo as nações em que há criminalização, em algum nível, do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo (Divulgação/Ilga)

Duas pesquisas divulgadas nesta terça-feira (17/05) pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Pessoas Trans e Intersexuais (Ilga) mostram que o número de países com leis que permitem a homofobia caiu nos últimos 11 anos e que a aceitação pública de pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) está crescendo. Os dados foram divulgados por ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia. Veja a íntegra do documento.

De acordo com a entidade – que representa 1,2 mil organizações de defesa dos direitos LGBT em 125 países – em 2006, 92 nações tinham leis que consideravam crime o sexo entre pessoas do mesmo sexo. Em 2016, o número de países que têm esse tipo de lei discriminatória caiu para 75.

O estudo sobre a legislação homofóbica foi elaborado pelo professor Aengus Carroll, pesquisador da Universidade College Cork, na Irlanda. Segundo a pesquisa, 13 países integrantes da Organização das Nações Unidas preveem a pena de morte para homossexuais, entre ele o Sudão, a Arábia Saudita e o Iêmen. Em outros 14 países a punição para o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é de 15 anos de prisão à prisão perpétua. E outros estudam adotar leis semelhantes.

Mudanças

O outro levantamento divulgado pela Ilga revela que a aceitação pública das pessoas LGBT está crescendo. A pesquisa, que avaliou atitudes públicas para questões específicas relacionadas com a orientação sexual, identidade de gênero e características sexuais, consultou 96 mil pessoas em 65 países, em entrevistas online. Segundo a Ilga, é a maior investigação já realizada em todo o mundo sobre atitudes em relação às pessoas LGBT.

Os resultados mostram que 68% dos entrevistados ficariam muito preocupados se um filho ou uma filha dissessem amar alguém do mesmo sexo.

Segundo a Ilga, “um resultado surpreendente e bem-vindo foi saber se os direitos humanos devem ser aplicados a todas as pessoas, independentemente por quem se sentem atraídos, ou do sexo com o qual se identificam”.

Em média, 67% das pessoas entrevistadas concordaram com a aplicação dos direitos humanos a todos, independente da orientação sexual. O índice dos que concordam com a afirmação foi de 62% entre os entrevistados da África; 63% na Ásia; 69% nas Américas, 71% na Europa; e 73% na Oceania.

Com as pesquisas sobre leis discriminatórias e sobre a atitude da sociedade perante a comunidade LGBT, a Ilga pretende prover com informações os trabalhos da ONU sobre orientação sexual e ajudar os defensores dos direitos humanos, organizações da sociedade civil e agências governamentais com dados que possam embasar a luta contra o preconceito e a homofobia.

Os dois levantamentos, na avaliação das cossecretárias gerais da Ilga, Ruth Baldacchino e Helen Kennedy “são ferramentas de defesa poderosas para o avanço dos direitos humanos de gays, lésbicas e bissexuais”.

“Acreditamos nos atos poderosos e libertadores das informações e no conhecimento que elas possam produzir”, disse Ruth Baldacchino. “Estamos convencidos de que [essas pesquisas] continuarão a oferecer uma oportunidade para mudar as normas e as práticas que continuam a oprimir as pessoas LGBT em todo o mundo”, acrescentou Helen Kennedy.

Leis dos países
De acordo com os dados divulgados pela Ilga, 119 estados-membros das Nações Unidos consideram legais atos sexuais consentidos entre indivíduos do mesmo sexo, 75 têm leis que criminalizam a prática.

Por outro lado, em 17 nações integrantes da ONU há leis que promovem a expressão pública de pessoas do mesmo sexo, 70 países têm leis que protegem contra a discriminação no local de trabalho com base na orientação sexual e 13 nações têm, na constituição, dispositivos que protegem pessoas com base na orientação sexual. Em 40 países, leis de combate ao crime de ódio foram promulgadas recentemente.

Em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, atualmente, em apenas 22 países o direito é garantido. Em outros 24 há algum tipo de reconhecimento de parceria civil. Há também 26 nações com leis de adoção conjunta (quando um dos integrantes adota os filhos biológicos ou adotivos do cônjuge), entre eles Colômbia e Portugal, que aprovaram leis nesse sentido no último ano. Segundo a Ilga, 23 países da ONU permitem que pessoas do mesmo sexo adotem crianças.

Homofobia em Portugal

Também nesta terça-feira, a Ilga Portugal divulgou que, em 2015, o país europeu registrou 158 denúncias de crimes ou incidentes motivados pelo ódio em razão da orientação sexual e identidade de gênero. A maior parte das denúncias foi de abusos ou ameaças verbais, mas também há casos de agressões e violência sexual.

O estudo foi realizado com base em dados recebidos pelo Observatório da Discriminação. Segundo Marta Ramos, representante da Ilga Portugal, a divulgação do relatório no dia de hoje é simbólica pois, pela primeira vez, se celebra o Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia em Portugal.

Segundo a ativista, nem todas as pessoas que relataram situações de discriminação ao observatório denunciam os fatos a autoridades oficias.“Temos 66% das pessoas que não denunciaram [os atos de discriminação] a qualquer autoridade, e isso mostra bem o peso do silêncio e da insegurança. Por outro lado, 24% das pessoas já denunciaram a uma autoridade, o que é um aumento significativo face aos relatórios dos anos anteriores, o que também significa que as pessoas passaram a perceber que têm direitos e que devem exercê-los e reivindicá-los”, disse Marta.’Dependendo do tipo de situação, há várias autoridades que podem ser responsabilizadas. Em uma escola, pode ser o conselho diretivo; se for a recusa de um restaurante ou de um hotel, pode ser o livro de reclamações; se for um crime, é com a polícia”, explicou.

Segundo o relatório, as vítimas alegaram motivos como descrença nas autoridades, receio de sofrerem ainda mais e vergonha e o desconhecimento de como proceder como motivos para não terem denunciado as agressões.


Perfil das denúncias

De acordo com o documento, as denúncias foram majoritariamente registradas pelas próprias vítimas (81 casos) e por testemunhas (30 casos). Em relação à idade das vítimas, a maioria tem entre 18 e 39 anos de idade (70%). Um número expressivo (18%) possui menos de 18 anos de idade e 12% tem mais de 40 anos. Quanto ao tipo de discriminação descrita, uma parte significativa (42%) envolveu alguma forma de abuso ou ameaça verbal, oral ou escrita. O bullying aparece em segundo lugar, (cerca de 20%), seguido de tentativas de agressões físicas ou agressões concretizadas (16%).

Quanto à origem das ocorrências, elas aconteceram principalmente nas grandes cidades, especialmente em Lisboa (49% dos casos). Segundo o relatório, este cenário não traduz necessariamente uma maior ocorrência de incidentes nas metrópoles, e pode ser reflexo da maior visibilidade e sensibilização para as questões LGBT e mais acesso a serviços e informações nessas regiões.

O levantamento aponta ainda que em 34% dos casos a discriminação aconteceu uma única vez. No entanto, em cerca de 30% dos casos, as vítimas relataram mais de uma situação de constrangimento. E em outros 30% afirmaram ser acontecimentos frequentes, como é o caso em situações de bullying ou de violência doméstica.

Em relação à identidade de gênero das vítimas, mais da metade das pessoas que preencheram o questionário, cerca de 54%, identificaram-se ou foram identificadas como homens; 20% como mulheres; 10% como mulheres trans; 2% como homens trans; e uma pessoa como intersexo.

Quanto à orientação sexual, a maioria das pessoas se disse gay (44%) ou lésbica (20%); seguidos da identificação como bissexual (11%) e heterossexual (10%). Cerca de um quarto (24%) dos incidentes relatados ocorreram na rua, seguidos de situações online (15%), em casa (14%), na escola (13%), no local de trabalho (10%). Já os relatos em serviços públicos como hospitais e centros de saúde representam 7%.

Marcas da discriminação

O brasileiro Jordan Oliveira, de 28 anos, esteticista, é homossexual e morou em Portugal durante os últimos seis anos. Segundo ele, a diferença entre a discriminação sexual nos dois países é grande. “No Brasil, saí no carnaval com um grupo de pessoas e um amigo mais afeminado levou uma garrafada na cabeça. Isso faz com que muitos gays vivam escondidos, pela cobrança da sociedade. Foi um ato gratuito, era como se ele fosse uma aberração. Em Portugal nunca presenciei nada parecido. As pessoas te olham, mas são só olhares, nunca ultrapassam”, comparou.

Ainda de acordo com o relatório português, 73% das vítimas consideram que houve um impacto psicológico como depressão, baixa autoestima, ansiedade, tremuras, revolta, medo de sair de casa e tentativas de suicídio após as agressões. Um número significativo (63%) relatou forte impacto social, que levou a isolamento e dificuldade em manter laços sociais, olhares reprovadores, humilhação, inibição de demonstrações de afeto, impossibilidade de corrigir a documentação de acordo com a identidade de gênero, entre outros. E 49% das pessoas identificaram impactos físicos como ossos partidos, hematomas, atordoamento, enjôos, fadiga e aumento de peso.

Para a Ilga Portugal, a impossibilidade de registrar a homofobia como motivação para um crime dificulta a obtenção de dados sobre crimes de discriminação em Portugal. Desta forma, há um desestímulo às denúncias e um obstáculo à confiança da comunidade LGBT em relação às forças de segurança.

Além dos relatórios anuais, a associação também faz trabalhos de intervenção comunitária com pessoas de diversas áreas. “Fazemos ações de sensibilização junto aos jovens nas escolas e temos todo um conjunto de serviços disponíveis à população. Além disso, temos a única linha telefônica de apoio nacional, um serviço de aconselhamento psicológico, um departamento jurídico e um centro de documentação para investigação científica. Apesar do atual panorama legislativo, [o Observatório de Discriminação] também mostra às pessoas LGBT que a discriminação não é uma coisa aceitável e que, portanto, devem denunciá-la.”

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Brasil pouco avançou em políticas públicas para LGBT, diz Jean Wyllys
   20 de maio de 2016   │     0:00  │  0

Embora tenha havido avanços no reconhecimento da luta de lésbiscas, gays e transsexuais contra homofobia e por inserção social nos governos dos últimos três presidentes do país, pouco se avançou no Brasil em termos de políticas públicas voltadas a essa parcela da população, disse o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), em entrevista ao programa Espaço Público, da TV Brasil.
Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)  diz que políticas públicas LGBT avançaram pouco no país Aquivo/Antônio Cruz/Agência Brasil

Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) diz que políticas públicas LGBT avançaram pouco no país Aquivo/Antônio Cruz/Agência Brasil

Para o deputado, apesar de os governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta afastada Dilma Rousseff terem avançado na abertura do diálogo com a comunidade LGBT, essa aproximação não resultou em uma atuação efetiva.

“Efetivamente pouco se avançou em termos de políticas públicas, porque eram governos de coalizão, compostos por forças muito conservadoras”, disse Wyllys durante a entrevista, que foi ao ar na noite de ontem (17), Dia Internacional de Combate à LGBTfobia.

“Nenhuma democracia pode se considerar uma democracia se direitos de gays, lésbicas e transsexuais não forem observados e promovidos de alguma maneira, se houver discriminação jurídica, se as leis não protegrerem os direitos desses cidadãos”, afirmou o deputado.

Wyllys destacou que, no Brasil, a homofobia se apresenta de diversas formas. “Tem muita gente que acha que homofobia só existe quando se mata um homossexual. A homofobia tem muitas expressões. A mais comum delas é a homofobia social, aquela que é praticada por quase todo mundo. Aquela praticada pelo pai ou pela mãe quando diz que não quer ter um filho gay, que prefere ter um filho bandido do que ter um filho gay, aquela praticada pelo patrão quando demite o empregado quando ele assume sua homossexualidade, ou praticado pelas escolas, por exemplo, em relação aos alunos. E não é porque ela não se expressa como uma violencia dura, ela não ofende, não ofende”, disse.

Para Wyllys, que foi um dos mais ferrenhos opositores ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o governo do presidente interino Michel Temer tampouco sinaliza progressos em relação ao tema da diversidade sexual. Ele citou como exemplo o fato de o atual ministro da Saúde, Ricardo Barros, há poucos dias no cargo, ter se reunido com a psicóloga Marisa Lobo, que defende que homossexuais recebam tratamento para se “curar”.

Na avaliação de Wyllys, “o atual governo é contrário à agenda da diversidade sexual, não tem apreço por essa agenda e as figuras contrárias à agenda LGBT se encontram empoderadas agora”.

Comunicação

Wyllys disse acreditar que os partidos de esquerda no Brasil precisam dialogar mais para que não voltem a sofrer reveses como os observados nos últimos tempos. Ele criticou o que chamou de “política de conciliação” do PT com esferas mais conservadoras da sociedade, o que, segundo o deputado, teria sido desvantajoso ao campo progressista. Como exemplo, o deputado citou a democratização da comunicação.

“O PT não tocou uma agenda que é cara para nós que é a agenda da democratização da comunicação e da informação. O PT continuou colocando, através de anúncios publicitários das estatais e de isenções, colocando muita grana nessa mída. E essa mídia não agiu com isenção, com a honestidade intelectual que se espera de uma mídia democrática de verdade.”

Fonte: Agência Brasil

MP/PE retira desclassificação das pessoas transexuais do edital do concurso da Polícia Militar
   19 de maio de 2016   │     0:12  │  0

De acordo com o MPPE, a pasta se comprometeu a apresentar, no prazo de 15 dias, a comprovação da efetiva publicação das mudanças referentes ao item 10.12, no que se refere à exclusão do transexualismo.

As alterações teriam partido de questionamentos feitos pelo Centro Estadual de Combate à Homofobia

As alterações teriam partido de questionamentos feitos pelo Centro Estadual de Combate à Homofobia.

coordenadora do GT Racismo da PM

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) conseguiu retirar a previsão de desclassificação das pessoas transexuais do edital do concurso da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). O órgão também determinou que o exame de avaliação física seja realizado de acordo com as condições biológicas de cada candidato. As medidas são fruto de uma audiência convocada pelo promotor de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos da Capital, Maxwell Vignoli, diante da polêmica envolvendo o item 10.12 do edital do concurso, que se refere ao transexualismo como causa de desclassificação.

A reunião contou com a presença de representantes das Secretarias de Defesa Social (SDS) e de Administração, da Polícia Militar, do Instituto Brasileiro de Transmasculinidade, do Centro Municipal de Referência em Cidadania LGBT e do Centro Estadual de Combate à Homofobia. Na ocasião, o representante do Centro Estadual de Combate à Homofobia, Hugo Felipe da Silva, destacou que a questão foi levantada durante a III Conferência Estadual LGBT, onde foi feita uma moção de repúdio. Ele também queixou-se de falta diálogo entre a população LGBT e as Secretarias de Defesa Social (SDS) e de Administração (SAD).

Já o representante da SDS destacou que não houve a intenção de excluir a participação de qualquer pessoa LGBT e concordou com a retirada do ponto que prevê essa proibição no edital, com nova publicação em até 15 dias. Também foi garantido que serão estudadas formas de melhor adequar a situação dos testes físicos. Representando a Polícia Militar de Pernambuco, Murilo Accioly, disse que o edital foi formulado tomando como base editais antigos de outras instituições, e não teria sido percebida a possibilidade de transfobia. Accioly assegurou que, ao ser percebida a discriminação, a SDS entendeu a necessidade de discutir o assunto na audiência com o MPPE.

A coordenadora do GT Racismo da PM, capitã Lúcia Helena Salgueiro, sugeriu que o teste de aptidão física seja feito de acordo com as regras dispostas no Comitê Olímpico Internacional, que dispõe que a pessoa será examinada de acordo com as características físicas que mais se aproximam a um dos sexos binários, garantindo maior justiça na avaliação. Já a identificação das pessoas trans, esta seria feita por meio de laudo médico, antes da realização do exame físico.

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