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28 de junho: A Batalha de StoneWall, marco do movimento LGBT
   28 de junho de 2016   │     2:12  │  0

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Os acontecimentos de Stonewall se transformaram no marco fundador do movimento da diversidade sexual. Naquela época, os atos homossexuais eram ilegais em todos os Estados, exceto Illinois. Greenwich Village, bairro de Nova York onde se encontrava Stonewall, era o destino das pessoas LGBTI que fugiam de suas casas ou sofriam o despejo.

A sociedade daquele tempo então se encontrava fortemente moldada pela propaganda estatal conservadora sobre a família e a sexualidade. Este discurso sobre a moral e os bons costumes, arraigadas na heterossexualidade como norma, era impulsionado pelos governos americanos como o de McCarthy e instituições como a Igreja. A propaganda maccartista (referente ao senador McCarthy, conhecido pela perseguição aos direitos civis nos EUA) também era dirigida contra os comunistas ou anarquistas que eram considerados um risco. Por outro lado, a perseguição e o assédio policial eram constantes. Esta situação levava a que a vida das pessoas LGBTI fosse em grande medida clandestina, reduzida a lugares específicos como bairros das grandes cidades e a bares clandestinos geridos pela máfia, como o caso de Stonewall.

Ares de liberdade

Em 28 de junho de 1969 uma vez mais a polícia se fez presente para levar adiante um novo enfrentamento. Os agentes estavam acostumados a revistar aos clientes, às travestis as revistavam nos banheiros “para comprovar seu sexo” e eram diretamente detidas, vestir mais de duas peças de roupas do “sexo oposto” era ilegal.

O cansaço frente à impunidade policial essa noite estourou, começando pelas trans que se negaram a ser detidas, seguidas pelos demais que se negaram a entregar suas identificações, até que ecoou o grito de uma lésbica invadindo aos presentes: “Alguém vai fazer algo?”. A multidão estava inquieta, enojada e muito decidido, a revolta havia começado.

Um dos presentes Michael Fader relatava o fato assim: “Todos tínhamos um sentimento coletivo de que havíamos suportado o suficiente desta merda. Não era nada concreto que alguém tinha dito a outro, era algo como se tudo o que havia ocorrido durante anos tinha se acumulado nessa noite específica e nesse lugar específico, e não foi uma manifestação organizada… Todos na multidão sentimos que nunca íamos voltar. Era como se fosse a última gota. Era hora de retomar algo que sempre nos tomaram!

Os distúrbios dessa noite se estenderam durante dois dias mais, com barricadas, corridas e enfrentamento corpo a corpo com a polícia. Com este acontecimento, que ganhou notoriedade pública nos jornais, surgiu o movimento da diversidade sexual na batalha contra a repressão e o assédio das forças repressivas e o Estado.

Stonewall foi parte de uma época onde a efervescência juvenil se traduziu no movimento hippie, nas experiências lisérgicas e inovações musicais e artísticas, o ressurgimento do feminismo e grandes acontecimentos históricos como o repúdio à guerra imperialista contra Vietnã e a tomada das ruas de Paris no Maio Francês pelas mãos de estudantes e trabalhadores. O caso da Argentina esteve atravessado pelo processo de insurgência operária-estudantil conhecido como o Cordobazo (ascenso operário-estudantil em 1969, em Córdoba, uma das cidades industriais mais importantes da Argentina) dando espaço à formação em 1971 da “Frente de Libertação Homossexual” (FLH) com ativistas e intelectuais do porte de Nestor Perlongher (sociólogo e ativista, foi professor da Unicamp) e Manuel Puig, (escritor argentino), entre outros.

 

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Google cria vídeos em 360º de Paradas do Orgulho Gay do mundo inteiro para comemorar o dia 28 de junho
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O Google lançou  no dia 23 de junho um projeto para levar as Paradas do Orgulho LGBTT do mundo todo a pessoas que não podem participar delas fisicamente. Chamado de #prideforeveryone (#orgulhoparatodos), o projeto disponibiliza registros em 360 graus das Paradas do Orgulho LGBTT de diversos locais do mundo, incluindo Estados Unidos, Canadá, Brasil, Colômbia, Índia, China, Japão, Austrália, Reino Unido, Irlanda e Itália.

Segundo a empresa, o objetivo do projeto é que “trazer o senso de empolgação e de união [das Paradas a pessoas que normalmente não poderiam estar presentes”, como também comemorar o dia 28 de junho, data esta que se comemora o Dia Internacional do Orgulho Gay em todo mundo. Conforme o Engadget aponta, muitas pessoas no mundo deixam de ir a esses eventos por conta de leis anti-LGBTTs de alguns países, ou por medo de ser discriminado por suas famílias ou conhecidos. O vídeo abaixo apresenta o projeto:

De acordo com uma pesquisa citada pelo próprio Google, mesmo nos Estados Unidos, 52% da população LGBTT nunca foi a uma dessas paradas. Isso apesar do fato de os Estados Unidos não ser um dos mais de 70 países em que pertencer a essa comunidade é um crime.

Em entrevista ao USA Today, Arjan Dijk, vice-presidente de marketing disse acreditar que a mensagem do projeto é ainda mais iportante após o massacre homofóbico que aconteceu em Orlando no dia 12 de junho. Dijk também é patrocinador executivo dos Gayglers, o grupo dos funcionários LGBTT que trabalham no Google. “Acho que depois de Orlando, essa mensagem é ainda mais importante, que as pessoas devem ter orgulho de quem elas são e de quem elas amam”, disse.

De acordo com o site do projeto, funcionários do Google e seus parentes e amigos participaram da 20ª Parada do Orgulho LGBTT em São Paulo e registraram o evento em vídeo 360º. Com mais de 2 milhões de participantes, a Parada de São Paulo é uma das maiores do mundo. No ramo de tecnologia, não foi só o Google que apoiou o evento: a Microsoft também incentivou seus funcionários a participar.

28 de junho é o Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex), data celebrada e lembrada mundialmente, que marca um episódio ocorrido em Nova Iorque, em 1969. Naquele dia, as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn, até hoje um local de frequência de gays, lésbicas e trans, reagiram a uma série de batidas policiais que eram realizadas ali com frequência.

O levante contra a perseguição da polícia às pessoas LGBTI durou mais duas noites e, no ano seguinte, resultou na organização na 1° parada do orgulho LGBT, realizada no dia 1° de julho de 1970, para lembrar o episódio. Hoje, as Paradas do Orgulho LGBT acontecem em quase todos os países do mundo e em muitas cidades do Brasil ao longo do ano.

Infelizmente, a perseguição, discriminação e as violências contra pessoas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero – real ou percebida – não acabou. No relatório ”Making love a crime”, a Anistia Internacional mostra que em 38 países da África, a homossexualidade é criminalizada por lei, e ao longo da última década houve diversas tentativas de tornar estas leis ainda mais severas.

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