Tag Archives: Homofobia

“É viado vamos matar ” gritavam agressores, afirma travesti
   27 de dezembro de 2016   │     12:37  │  0

Os dois suspeitos de espancar até a morte o vendedor ambulante na estação Dom Pedro, do metrô de São Paulo, devem se entregar hoje. Eles se chamam Alípio Rogério Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins. Delegado conta que eles beberam muito durante o natal e que um deles estava aborrecido, pois havia brigado com a mulher.

A travesti Raíssa, que aparece fugindo nas imagens do circuito de segurança da estação Pedro II do Metrô, disse que os dois homens que espancaram até a morte o vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas diziam “vamos matar e viado” enquanto a perseguiam. Ruas tentou defender a travesti e foi agredido. A polícia pediu a prisão preventiva dos dois suspeitos identificados como Alípio Rogério Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins, que são primos, segundo o Jornal Nacional.

A estação Pedro II do Metrô fica no Centro de São Paulo, junto ao bairro do Brás. As cenas gravadas pelas câmeras de segurança começam com a perseguição a uma travesti, que passa por baixo da catraca, corre, seguida por rapazes com camiseta preta e bermuda branca.

Ela conseguiu escapar. Em seguida, quem aparece fugindo dos agressores é o vendedor ambulante. Ele cai e é espancado com socos e pontapés. Luiz Carlos Ruas morreu no hospital. Ele trabalhava há mais de 20 anos na saída de uma passarela para pedestres do lado de fora da estação.

Antes da agressão, um morador de rua, que também é homossexual, disse ter sido agredido pela dupla. “Não teve nada, ele já veio me socando”, disse o carroceiro José Vieira Filho.”É triste, triste de verdade. eu só tenho isso como um grande preconceito, grande raiva ao próximo, não tem outra explicação.”

O velório do ambulante será nesta terça-feira (27) no cemitério Vale da Paz, em Diadema. O sepultamento está marcado para 16h30.

O caso aconteceu na noite deste domingo (25). Fotos tiradas dentro da estação mostram o momento em que dois homens atacam o ambulante. Após a agressão, os homens ainda voltaram até a vítima, desacordada, e um dos suspeitos deu mais um soco na cabeça.

O delegado Oswaldo Nico Gonçalves disse à Globonews que os dois homens são primos, moram perto um do outro e beberam muito no dia de Natal. O delegado contou que um deles disse que estava muito aborrecido porque teve problemas com a mulher. No mesmo dia, um dos homens teria socado a porta da vizinha na vila em que os dois moram.

A vítima ainda tentou correr até a bilheteria do Metrô, mas foi atingido por vários golpes e caiu. A Polícia Civil informou que está investigando o caso por meio de um inquérito policial.

“A polícia apura possível envolvimento de um grupo de intolerância na autoria do crime”, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).

A esposa Maria Aparecida Cavalcante, conta que conversou com o marido 20 minutos antes das agressões. Chamada por Ivani para socorrer Luis Carlos, ela afirma que encontrou o vendedor caído e machucado. “Quando eu cheguei ele já estava no chão, todo deformado”.

Luiz Carlos foi socorrido por funcionários do metrô, mas não resistiu e morreu no hospital Municipal Vergueiro. O caso foi registrado no 78º Distrito Policial como homicídio qualificado, mas será encaminhado ao 5ºDP.

Em nota, o metrô confirmou o ataque e afirmou que os primeiros socorros foram prestados pelos agentes de segurança. “O Metrô colabora com a Autoridade Policial para o esclarecimento do crime”.

Foto: TV Globo/Reprodução

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Homem defende gay e é espancado até a morte em estação do Metrô de SP
   26 de dezembro de 2016   │     15:55  │  0

Um

O crime teria acontecido por volta das 20h50.

O crime teria acontecido por volta das 20h50.

homem de 54 anos foi espancado até a morte na noite deste domingo (25) dentro da estação dom Pedro II, da linha 3-vermelha do Metrô paulista, na região central de São Paulo.

A polícia afirmou que o ambulante Luiz Carlos Ruas foi agredido por dois homens na área livre do mezanino, próximo à bilheteria da estação. O crime teria acontecido por volta das 20h50. A polícia apura um possível envolvimento de um grupo de intolerância na autoria do crime.

De acordo com testemunhas, a dupla teria ido urinar nas plantas do lado de fora da estação quando um morador de rua, que seria homossexual, reclamou. Ruas tentou defender o morador de rua e, segundo a polícia, houve desentendimento e o ambulante correu para se proteger dentro da estação, onde foi agredido com vários golpes.

O Metrô informou que os seguranças prestaram os primeiros socorros e encaminharam o vendedor ambulante para o pronto-socorro Vergueiro, onde não resistiu aos ferimentos e morreu.

A Secretaria da Segurança Pública informou que as imagens da câmera de segurança já foram solicitadas ao Metrô. O caso foi registrado no 78°DP (Jardins) como homicídio qualificado e será investigado pelo 1°DP (Sé).

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Sambou de salto alto e glitter na cara da Aeronáutica
   21 de dezembro de 2016   │     0:00  │  0

Luta contra a homofobia resiste em instituição militar e estudante faz protesto durante colação de grau em curso de Engenharia no ITA – Instituto de Tecnologia Aeronáutica.

Talles de Oliveira Farias, 24 anos, formando do curso de engenharia do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos (SP) celebra sua formatura em grande estilo: de vestido e salto alto, em protesto à instituição que durante todo o curso se mostrou homofóbica. No traje estampava a denuncia contra o ITA: Machista, racista, elitista e meritocrática.

Assista!

Em seu perfil no Facebook publicou nota comentando e falando os motivos da manifestação:

[Sobre a Manifestação que aconteceu na Colação de grau do ITA no sábado]

Desde os 12 anos, eu sempre ouvi coisas maravilhosas sobre o ITA. Sobre ser a melhor universidade do país, a possibilidade de receber dinheiro durante a graduação, a quantidade de oportunidades que se abriam ao fazer essa faculdade. O ITA era meu grande sonho. Mal sabia que seria a maior decepção de minha vida.

Durante o ensino médio estudei numa escola militar da Aeronáutica (EPCAR) e já fui para lá com muito medo que descobrissem sobre minha orientação sexual, expulsassem-me e que minha família, que na época não sabia, descobrisse que havia sido expulso devido a minha orientação sexual. Seria uma grande tragédia, já que na época sentia vergonha por ser LGBT.

Eu não conhecia nenhum regulamento da aeronáutica e não precisava para saber que era um ambiente homofóbico. Desde pequeno as pessoas nos ensinam que ser LGBT é vergonhoso e levamos muito tempo para superar essas feridas.

Senti como a homofobia acontece nas Forças Armadas através da invisibilidade, da chacota e da expulsão daqueles que ousam se abrir em relação a sua orientação sexual. Assim, se passam os anos e os homossexuais lá presentes precisam levar uma vida marginalizada e escondida para que não o descubram e o eliminem. Inviśiveis, vivem suas vidas.

Cheguei no ITA e decidi que pra mim bastava. Aceitem-me como sou ou sejam expostos pelo que vocês são. Não me aceitaram, violentaram-me, riram de mim, tentaram me tornar invisível. Que a exposição os mudem por que eu vou continuar me amando e me fazendo muito presente mundo afora.

Ainda assim é muito difícil para muitas pessoas enxergarem as Forças Armadas como uma instituição homofóbica. Para elas, vamos mostrar o seguinte tutorial sobre ser LGBT nas FFAA:

Tópico 1.A Aeronáutica não é homofóbica, mas não tinha nenhum LGBT assumido em toda a EPCAR quando entrei em 2009. Mais de 900 alunos, nenhum LGBT. Todos os meninos falavam apenas de garotas e se apaixonavam apenas por garotas.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas faziam piadas com os estudantes mais efeminados. Ser efeminado é ser viado e ser viado é ser piada. Ninguém quer ser piada, ninguém quer ser LBGT.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas em todas as escolas militares sabíamos do caso do aluno homossexual da escola da Marinha. Motivo de piadas por anos.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas um certo professor militar de um certo cursinho elitista aí é conhecido por todos os alunos por seus discursos de ódio contra LGBTs em suas aulas.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas seria o fim das FFAA quando fosse criado um coletivo LGBT na AFA (Academia da Força Aérea).

A Aeronáutica não é homofóbica, mas os intrutores e militares em posições de poder desejam boas férias com as namoradas, fazem piadas com puteiros e quando citam homossexuais é pra debochar e dizer que “chave com chave não abre porta”.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas existe professor que para explicar transistores é preciso falar que tem transitor macho e transistor fêmea e que não existe meio termo.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas “não existe elétron triste, não tem elétron com problemas psicológicos, não tem elétron gay”, disse certo professor.

A Aeronáutica não é homofóbica mas todos os meus amigos LGBTs morriam de medo que alguém os descobrisse e os desligasse.

A Aeronáutica não é homofóbica mas quando descobriram que dois amigos meus estavam namorando na EPCAR tiraram um deles do Código de Honra e começaram a perseguir o outro com punições.

A Aeronáutica não é homofóbica mas quando os alunos LGBTs foram descobertos, os discursos de ódio saíram do armário. Amigos se afastaram, viraram as costas. Esse sentimento é terrível, perder alguém que você se importa e que você achava que se importava com você por causa de sua orientação sexual.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas durante formatura militar “Vocês sabem onde está fulano (LBGT assumido)? Deve estar chupando pau por aí.” Todos riem. Denunciamos. Ninguém ouviu nada. Caso encerrado.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas faziam piadas e imitavam os trejeitos e as vozes do nosso comandante por que achavam que ele era viado.

Se era, ninguém sabia, continuaria invisível e piada, mas a aeronáutica não é homofóbica.

Heterossexual é exposto, é divertido, é público, é o decoro da classe, é a moral e são os bons costumes.

Homossexual é vergonhoso, deve ficar escondido e só ser mencionado para ser piada. Homossexual é depravado, é nojento, é desrespeitoso.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas quando os cadetes da AFA ficaram sabendo que tinha homossexual assumindo-se, prometeram desligar todos. “Vou fazer pedir pra ir embora. Aqui não tem viado. Vai pagar flexão até pedir pra ir embora.”. E isso aconteceu.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas quando homossexuais assumidos ousaram ir para a AFA, foram perseguidos por cadetes escolhidos para serem “Líderes”. Ouviram “eu sei que você é viado e vou fazer você pedir desligamento.”

A Aeronáutica não é homofóbica, mas nosso amigo, cadete mais antigo da AFA, o qual também não era assumido, prometeu que tentaria não deixar que outros cadetes perseguissem nosso amigo LGBT assumido que ousou ir pra AFA.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas pintar cabelo é coisa de mulher. Escureça esse cabelo e se apresente amanhã.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas só vamos permitir que Aspirantes deixem de ser Aspirantes no ITA quando forem viados. Ao menos, o primeiro caso.

A Aeronáutica não é homofóbica, mas usar maquiagem é coisa de mulher.

A Aeronáutica não é homofóbica mas quando você é viado, você tem que ser perfeito: voz grossa pra ser respeitado, sem trejeito, as maiores notas, o melhor físico, nunca falar de homem ou agir de forma descontraída. Nunca falar sobre sua sexualidade. Você pode ser viado desde que nunca aja como um. Pode ser viado mas tem que ser como se fosse hétero. O padrão militar é hétero, mas a Aeronáutica não é homofóbica.

Estou farto dessa hiprocria, dessa violência, dessa gente de bem que deita na cama e não tem consciência do ódio que propaga e das vidas que destroi. Estou farto das piadas, estou farto da invisibilidade, da violência, de tudo.

Agora, se você ainda acha que não havia motivos para minha manifestação e que meus motivos não são válidos, volte ao tópico 1.

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Garoto de 13 anos se suicida após anos de bullying homofóbico
   25 de novembro de 2016   │     11:37  │  0

No último dia 22 de novembro, um adolescente australiano de apenas 13 anos chamado Tyrone Unsworth, pôs fim à própria vida depois de sofrer por anos com bullying homofóbico. Sua mãe confirmou a provável causa da decisão tão trágica do garoto: “Ele era alvo de gozações por conta da própria sexualidade. Era um menino muito afeminado, adorava moda, maquiagem e os garotos viviam apontando pra ele, chamando de bicha, viado, viadinho… Isso era uma constante na vida dele desde os 5 anos de idade.”, contou ela ao jornal australiano The Courier Mail.

A maneira como ele decidiu tirar sua própria vida não foi divulgada pela família e nem pelas autoridades policiais que já investigam o caso. Um mês antes do suicídio, Tyrone havia sido hospitalizado após uma briga violenta com um outro estudante fora da escola. A mãe contou que na ocasião, seu filho tinha sido atingido na mandíbula e ficou tão aterrorizado com o acontecido que não queria mais voltar para a escola depois que saiu do hospital.

Ela ainda fez uma última homenagem ao filho em seu Facebook, onde escreveu: “Nós te amamos e sentiremos muito a sua falta, Tyrone. Vamos lutar e lutar como pudermos pra ajudar outros a não cometerem este mesmo ato e DIZER NÃO AO BULLYING.” O funeral está planejado para o dia 1º de Dezembro e sua mãe pediu que todos compareçam com roupas coloridas e brilhantes, da maneira que seu filho gostaria que fosse.

A direção da escola onde ele estudava lamentou profundamente o acontecido, mas afirmou que nunca foi procurada e nem tinha conhecimento sobre os graves casos de bullying que ocorriam na escola (será? Difícil de acreditar se tinha inclusive caso de violência física…).  Um dos líderes do Senado da Austrália, o senador Penny Wong, emitiu nota em resposta ao acontecido, dizendo: “As pessoas precisam perceber o quão terrível podem ser as consequências do bullying. Este evento é trágico e meu coração está com a família. É por isso que programas anti-bullying são necessários e por isso temos que defendê-los nos programas de ensino

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Igreja na Bahia defende publicamente o assassinato de gays
   21 de julho de 2016   │     15:21  │  0

Placa exposta na fachada da instituição diz que, “se um homem tiver relações com outro homem, os dois deverão ser mortos por causa desse ato nojento”.

Apesar da placa dizer textualmente que gays "deverão ser mortos", o responsável pela igreja, pastor Milton França, nega que a frase seja homofóbica

Apesar da placa dizer textualmente que gays “deverão ser mortos”, o responsável pela igreja, pastor Milton França, nega que a frase seja homofóbica

A Igreja Batista Bíblica Salem, de Porto Sauípe, litoral norte da Bahia, decidiu testar os limites da liberdade religiosa. A instituição prega, abertamente, que homossexuais sejam mortos. A declaração de guerra aos gays se dá por meio de uma placa afixada na fachada da instituição, de modo que todos os moradores e visitantes da região recebam o recado. A publicidade diz que “se um homem tiver relações com outro homem, os dois deverão ser mortos por causa desse ato nojento; eles serão responsáveis pela sua própria morte”. Uma outra placa, logo abaixo dessa, ameaça os homossexuais ou qualquer um que seja confundido como tal: “você é livre para fazer suas escolhas, mas não é livre para escolher as consequências”.

Apesar da placa dizer textualmente que gays “deverão ser mortos”, o responsável pela igreja, pastor Milton França, nega que a frase seja homofóbica ou que esteja defendendo a morte dos gays. “Não é a igreja que vai causar a morte dos gays, e sim seus pecados”, defende. De acordo com ele, a intenção da publicidade não é incentivar agressões aos homossexuais, mas sim demonstrar a insatisfação de Deus com a vida que estas pessoas “escolheram”. “A mídia incentiva o ‘homossexualismo’. A Globo incentiva em suas novelas e programas. É uma afronta ao todo poderoso. Então eu quero mostrar o outro lado dessa história, a opinião de Deus. Os gays não devem ser mortos, devem ser salvos, pois já estão mortos espiritualmente”, diz.

 Igreja pode ser processada

O presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB Bahia, Filipe de Campos Garbelotto, tem uma opinião diferente. Para ele, a placa é uma afronta ao exercício da liberdade religiosa. “A placa está virada para a rua. Não é liberdade religiosa e sim incentivo à violência. Está pregando a violência contra os gays”, explica. Filipe complementa que quem se sentir prejudicado com a ofensiva do pastor pode prestar queixa em uma delegacia e entrar com uma ação na justiça contra o religioso e sua instituição. No caso da ação na justiça, é possível até mesmo pedir uma indenização.

Caso foi encaminhado ao Ministério Público

O assunto já chegou ao Centro de Apoio dos Direitos Humanos do Ministério Público da Bahia. A coordenadora do Centro, Márcia Teixeira, encaminhou a denúncia para o promotor criminal responsável pela região de Porto Sauípe, que vai analisar o caso e pode determinar a abertura de inquérito policial.

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