É verdade que lésbicas não pegam infecções sexualmente transmissíveis ?
   19 de agosto de 2023   │     13:34  │  0

Há pouquíssimos estudos sobre a prevalência de ISTs comparando mulheres de diferentes orientações sexuais.

Existe um mito de que as lésbicas estão imunes a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Essa crença, no entanto, não é verdadeira. Mulheres que fazem sexo com outras mulheres podem, sim, contrair uma série de infecções.

Há pouquíssimos estudos sobre a prevalência de ISTs comparando mulheres de diferentes orientações sexuais. O assunto também é pouco abordado nos consultórios dos ginecologistas, onde os profissionais presumem que as pacientes sejam heterossexuais.

De acordo com a ginecologista Iara Moreno Linhares, membro da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas da Febrasgo, a contaminação de ISTs entre mulheres que fazem sexo com outras mulheres é um tema oculto.

“Esse problema deve ser visto com seriedade. As mulheres têm o direito de requerer cuidados bem adequados para sua saúde. Há pouco material disponível na literatura e o assunto não é conversado, mas as consequências existem”, afirma.

A principal infecção transmitida entre mulheres

As práticas sexuais frequentes entre lésbicas são sexo oral, penetração vaginal usando os dedos ou objetos e atrito de vagina com vagina, segundo a médica. Com menos preferência, há penetração anal. Em todos os casos existe um ambiente propício para a transferência de bactérias e vírus.

“As infecções que ficam na vagina e no colo do útero podem ser transmitidas de uma pessoa para outra. Mas entre mulheres que fazem sexo com mulheres não há dúvida de uma prevalência maior da vaginose bacteriana”, diz a ginecologista da Febrasgo.

Trata-se de uma doença causada pela perda dos lactobacilos protetores da vagina. Em determinadas situações, as bactérias que vivem na região, principalmente a Gardnerella vaginalis, se proliferam e liberam um odor desagradável que lembra o de peixe.

Segundo a médica, muitas mulheres têm a moléstia e não sabem, porque nem sempre os sintomas são tão evidentes. Sem tratamento, a doença pode sair da vagina, invadir o colo do útero e facilitar a doença inflamatória pélvica.

Outras doenças que passam entre lésbicas

Os poucos estudos existentes apontam também uma prevalência maior de HPV e tricomoníase entre as lésbicas, de acordo com a médica.

O HPV, sigla em inglês para papilomavírus humano, é um vírus que infecta pele ou mucosas, provocando verrugas na região genital e no ânus, além de câncer do colo do útero.

“Quando há verrugas, o contágio não é tão comum, porque as mulheres normalmente olham os genitais da parceira e detectam a anormalidade. No entanto, o HPV intravaginal, aquele que causa alterações no Papanicolau, pode ser transmitido”, avisa a ginecologista, que também é professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Já a tricomoníase é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Trata-se da IST mais comum do mundo, que infecta 156 milhões de pessoas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Menos comuns entre lésbicas, mas também perigosas, são a gonorreia e a clamídia. Quando a mulher está infectada, as bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis vivem no colo do útero e podem estar presentes na secreção vaginal. O contato com outra vagina facilita a transmissão das doenças.

A probabilidade de contágio é menor do que nas relações heterossexuais, quando há um microtraumatismo causado pelo atrito com o pênis.

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O complexo envelhecer das travestis
   12 de agosto de 2023   │     19:03  │  0

“Há padrões estabelecidos que respondem a uma determinada forma de organização econômica e social. O que nos importa é saber qual é o impacto que as normas de gênero têm sobre as travestis que atravessam a vida e atingem a velhice”, esta é a frase que abre a finalização da Dissertação de Mestrado (PUC/SP) “Travestis envelhecem?” de Pedro Paulo Sammarco Antunes.

Refletindo sobre a afirmação do autor, é fundamental que lembremos que sempre estivemos e sempre estaremos submetidos a regras de conduta, independente de nossa condição sexual. É claro, que para “alguns” ou “muitos”, os padrões estabelecidos podem se tornar cruéis e até desumanos.

Para Antunes, “Seus corpos foram apropriados pelos saberes religiosos, jurídicos e científicos determinando como eles deveriam se comportar. Ao invés de viver o que pode um corpo, são pressionadas a viver o que “deve” um corpo (…)”.

Mas será que apenas as travestis vivem de imposições, julgamentos e deveres alheios? Se perguntarmos a qualquer pessoa o quanto ela se sente invadida, vigiada, restrita a um determinado espaço, a resposta será, com certeza, surpreendente. Não queremos dizer com isso que, para certos grupos, a vida é pior ou melhor que para outros, apenas diferente, o que exige, talvez, mais consciência e aceitação sobre sua própria condição.

“Desde pequenas, começam a perceber que não estão em um bom encontro em relação ao que é estabelecido. (…) exclusão da travesti já começa na família, justamente por não se adequarem as regras sociais. Podem até mesmo sofrer violência por parte de seus familiares”, afirma Antunes.

Todo ponto fora da curva foge ao esperado, ao padrão pré-estabelecido daquilo que julgamos

“correto e aceitável”. Não há como evitar essa reação geral. Talvez a família seja a primeira a se defrontar com uma “condição diferente”, a primeira a julgar, a primeira a condenar e a primeira a representar os muitos carrascos que surgirão pela vida afora, numa trajetória marcada por constantes enfrentamentos, sucessos e derrotas.

Na escala do envelhecimento, “o próximo desafio vem na escola”, alerta Antunes. E os “diferentes” aparecem como imensos transgressores: “O nome social que elas desejam usar combinado com a aparência são ele­mentos para que sejam rechaçadas na escola, tanto pelos colegas como professores e demais funcionários. Muitas relatam que por causa disso, não conseguem terminar os estudos”.

Não ter as mesmas oportunidades dos ditos seres “padronizados”, é a mais ultrajante forma de punição; covarde e desrespeitosa. Mas como evitar que tal exclusão não ocorra? É como lutar contra um batalhão de Titãs?

No filme “Ma vie em rose” de 1997, um menino bastante retraído decide se vestir apenas como menina, causando um grande furor na pequena cidade onde mora. Sua família deve então viver com a possibilidade de que ele seja “gay” ou “diferente” e deve superar todos os transtornos que a situação gera, na escola, na família e no social.

Antunes continua a trajetória: “Ao mesmo tempo, saem de casa ou são expulsas, encontrando nas travestis mais velhas a referência para construir seu modo próprio de ser. Travestis mais experientes terão um papel importante na vida das mais novas. Ajudarão a construir os novos corpos, estilos de vestir e formas de ser das novas travestis”.

“A condição de seres patológicos que são colocadas facilita que a sociedade não as veja como humanas e sim como seres abjetas. Em sua maioria, são consideradas aberrações, sujeitas a tratamento, punição ou até mesmo extermínio. Desde cedo seu drama como não humanas já começa e se arrasta até quando conseguirem sobreviver”.

Viver pode ser considerada uma tarefa das mais complexas, mas para esses “seres” julgados e constantemente ameaçados, ousamos afirmar que a luta é das mais sangrentas e corajosas. Para quem assistiu ao fantástico “Albert Nobbs”, na majestosa e, ao mesmo tempo, sincera e discreta interpretação de Glenn Close, entende o verdadeiro significado do termo “ser abjeto”.

Mas há que sobreviver, mesmo enfrentando Monstros “Humanos”, Titãs e afins. Antunes explica: “As que conseguiram driblar os riscos inerentes ao con­texto existencial de marginalidade, precisam adotar estratégias. Para isso, seguem um estilo próprio de exis­tir. Não há como generalizar sua forma de lidar com as adversidades da vida. Cada uma terá seu jeito próprio. Além de ter sobrevivido, chegar à velhice é também sinônimo de referência, exemplo e alerta para as mais jovens”.

A experiência adquirida através das “mais velhas” serve como uma espécie de guia para a vida. A isso acrescenta-se a forma individual que cada uma vê, compreende e enfrenta as adversidades impostas pelo meio e por ela mesma. O resultado será próprio, sofrido e em muitos ou alguns casos, vitorioso.

Travestis de hoje, de ontem…

Numa reflexão sobre o que foi ser uma travesti antes e o que significa e representa ser uma travesti hoje, Antunes recorre à história: “Ser travesti na atualidade não é o mesmo que ter sido travesti antes da década de 1960. Se um homem saísse na rua vestido de mulher, geralmente era preso. Não havia hormônios nem silicone. Porém, mesmo assim, muitas podiam ser travestis durante os bailes de carnaval. Outras se tornavam artistas, o que possibilitava que pudessem ser mais travestis em um contexto de artes cênicas. As prostituições eram veladas e sutis, conforme acompanhamos nos relatos de vida de duas de nossas entrevistadas”.

“Após as revoluções sexuais ocorridas no final do século XX no mundo, os conceitos de família e gênero sofreram profundas transformações. A travesti passou a ter mais espaço. Saiu da clandestinidade e começou a se prostituir nas ruas dos grandes centros urbanos. Assim como os jogadores de futebol, muitas saíram de contextos socioeconômicos mais humildes. Como prostitutas, galgaram espaço nos grandes centros até chegarem ao exterior. Lá, precisavam ganhar muito dinheiro em curto espaço de tempo, para que pudessem ter um futuro”.

“Quando não pudessem mais viver do corpo, já seriam consideradas velhas. Para as travestis o conceito de velhice está vinculado ao trabalho que desempenham como prostitutas. Enquanto trabalham são úteis, produtivas e, portanto jovens”.

Quantas vezes ainda teremos que pensar em produtividade relacionada a juventude? Ou viver sob a tirania da juventude eterna?

Será que estamos próximos de uma condição diferente da que vivemos atualmente? Será possível, um dia, nos vermos como iguais, como pontos próximos da curva da vida?

“Conhecer suas trajetórias de vida possibilita identifi­car quais são os pontos mais críticos onde não há qualquer amparo existencial. Elas são grandes improvisadoras, visto que não são reconhecidas como pessoas humanas. Precisam inventar suas vidas de forma original. Como não “existem” perante a lei, estão sujeitas a todo tipo de violência e aniquilamento. Quem as defenderá?”

 

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Marcha do Orgulho Gay encheu as ruas de Berlim
   22 de julho de 2023   │     20:00  │  0

Cerca de meio milhão de pessoas participaram na edição de 2023 da marcha do Orgulho Gay, em Berlim.     As ruas de Berlim encheram-se para a celebração do Christopher Street Day, aquilo que é comumente chamado desfile ou marcha do orgulho gay.

Os organizadores do encontro da capital alemã quiseram deixar claro que não vêem o evento como um desfile, mas como uma manifestação de homenagem aos tumultos de 1969 em Nova Iorque, quando a polícia invadiu violentamente um bar gay na Cristopher Street, em Manhathan.

A homossexualidade era ilegal na maior parte dos Estados Unidos na época.    Um ano depois, no aniversário dos tumultos, ocorreu a primeira marcha do Orgulho. A revolta é vista como o início do moderno movimento de libertação queer.

Com os direitos queer ainda sob ataque em muitas partes do mundo, o Christopher Street Day de Berlim homenageia esse legado.   Estima-se que meio milhão de pessoas tenha marcado presença na edição de 2023.

 

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Pesquisa aponta que 45% dos héteros já pensaram em ter uma relação gay
   29 de junho de 2023   │     12:18  │  0

Uma pesquisa feita pelo Gleeden, aplicativo de encontros extraconjugais, revelou que 45% dos heterossexuais já pensaram em ter um relacionamento homossexual. De acordo com o levantamento, 20% das pessoas que se declaram hétero afirmaram já ter transado com alguém do mesmo sexo, mas apenas 18% delas apostaram na relação homoafetiva.

Embora os números sejam significativos, apenas 10% das pessoas inscritas no aplicativo se declaram bissexuais e 1% homossexual. Mas não é só, os dados também mostraram que 70% dos participantes da pesquisa acreditam que todas as pessoas poderiam ser bissexuais. Para eles, o que impede isso são as condições morais, culturais e religiosas.

“Há vários motivos que explicam a tendência ascendente da bissexualidade. Um deles se deve à identificação da própria sexualidade e outro por curiosidade e necessidade de experiências de sexos mais diversos”, afirma Laia Cadens, psicóloga clínica especializada em sexologia e conselheira do Gleeden. Ela ressalta que 96% dos usuários que participaram do estudo concordam com a bissexualidade e não a condenam.

A amostra também destaca que mulheres costumam tender mais para o lado da bissexualidade do que homens. Laia explica que “as mulheres, muitas por insatisfação ou tédio, viram novas oportunidades se abrirem e satisfazerem suas necessidades sexuais”.

Além disso, destaca que muitos homens passam pela bissexualidade quando estão em dúvida sobre a orientação sexual. “Muitos deles afirmam que a ideia de fazer sexo com homens está na cabeça deles e fantasiam com isso, mas do pensar à execução há um processo.”

 

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Homens trans devem ir ao urologista ? E mulheres trans, ao ginecologista ?

Por: Dr. Marcelo Magalhães – Médico graduado pela Universidade de Brasília. Tenho especialização em Cirurgia Geral pelo Hospital de Base do Distrito Federal e Urologia 

Artigo

Vivendo em uma sociedade onde a genitália “define” seu gênero, estamos cansados de ver as dificuldades que pessoas trans e travestis passam em seu dia a dia. Isto não é diferente quando precisam acessar serviços de saúde, em especial áreas como a urologia e ginecologia, especialidades que se acredita tratar apenas da genitália do indivíduo.

Se já é difícil um homem trans (com ovários, útero e vagina) conseguir um atendimento digno em ginecologia ou uma mulher trans (com próstata, pênis e testículos) em urologia, imagina o contrário? É escancarada a falta de informação e violência quando vemos notícias e relatos do tipo: “Homens trans não sabem quando ir ao urologista” ou “Ginecologista recusa atendimento a mulher trans alegando não atender homens”. Gostaria de deixar alguns pontos claros a este respeito aqui.

Para mulheres trans/ travestis/ pessoas que nasceram com pênis

Estes são alguns dos motivos para elas frequentarem o consultório urológico:

  • Aquelas que não realizaram ou não desejam a cirurgia de afirmação de gênero devem manter uma rotina com o urologista enquanto tiverem vida sexual ativa. Além dos cuidados com os genitais em si, também tratamos de questões sexuais como libido, ereção e ejaculação;
  • Quem deseja a cirurgia de redesignação sexual deve ser avaliada, entre outros especialistas, pelo urologista e cirurgião plástico especializados neste tipo de procedimento. Todo o processo e acompanhamento cirúrgicos devem ser feitos com estes cirurgiões de forma regular, para cuidados com a uretra e neovagina, por exemplo;
  • Independente de ter feito cirurgia ou não, pessoas que nasceram com pênis devem manter a rotina habitual de rastreamento para o câncer de próstata. É importante saber que a próstata não é removida durante a cirurgia de redesignação. Todas necessitam realizar exame de PSA e toque prostático a partir dos 50 anos, exceto quem possui histórico familiar da doença, quando a idade é adiantada para os 45 anos.

E, afinal, mulheres trans devem ir ao ginecologista também? Sem dúvida.

  • Embora as chances de desenvolver câncer de mama sejam menores em comparação às mulheres cis, este risco é pelo menos 50 vezes maior comparado a homens cis quando mulheres trans/ travestis estão em hormonioterapia. Este já é motivo o bastante para visitas regulares ao ginecologista e realizar palpação de mamas e mamografia. A partir dos 50 anos ou aquelas há mais de 10 anos em hormonização já precisam realizar este check-up a cada 2 anos (critério idade) e 4 anos (critério tempo de hormonização);
  • Além disto, ginecologistas podem ajudar no tratamento de condições como alterações da libido, anorgasmia, dores durante o sexo e cuidados com a neovagina;
  • É importante também não subestimar o significado que pode ter para uma mulher trans a visita ao profissional desta área – uma forma de reconhecer e afirmar seu gênero – e que deveria ser feito de forma natural e acolhedora.

Para homens trans/ pessoas que nasceram com vagina

Homens trans certamente devem frequentar o consultório ginecológico:

  • Mesmo aqueles que foram submetidos à mastectomia (e apresentam menores chances de evoluir com câncer de mama), devem seguir um programa de rastreamento. Isto porque nem todo o tecido glandular é 100% removido durante a cirurgia. Uma mamografia não sendo mais possível, pode ser substituída por exames de ultrassom ou ressonância magnética;
  • Não tendo realizado cirurgias genitais, o homem trans deve seguir também com os cuidados referentes à saúde do colo do útero, coletando o preventivo a cada 1-2 anos, e exames do endométrio e ovários. Mesmo homens trans submetidos à hormonização com testosterona devem manter tais cuidados pois este hormônio não altera o risco de doenças nestes órgãos;
  • Outro papel fundamental do profissional aqui é quando há o desejo de o paciente engravidar. Todo o processo de fertilização, gestação e parto devem ser feitos junto a uma equipe multiprofissional capacitada e da forma mais acolhedora possível,Quanto à urologia, existe espaço para atuar junto a homens trans? Sem dúvida também garantindo a humanização de todo o processo.

Quanto à urologia, existe espaço para atuar junto a homens trans? Sem dúvida também.

  • Preciso lembrar que a especialidade trata também de condições relacionadas aos rins, bexiga e canais urinários, comuns a qualquer indivíduo. Pessoas com vagina, por exemplo, apresentam chances maiores de infecções urinárias durante toda a vida – o constrangimento que uma pessoa trans pode passar ao usar banheiros coletivos agrava ainda mais este cenário. Outras situações comuns incluem: incontinência urinária, cálculos renais e tumores nestes órgãos;
  • Ainda, de forma semelhante, a urologia e cirurgia plástica também estão envolvidas com cirurgias genitais para afirmação de gênero em homens trans. Os procedimentos são: metoidioplastia (criação de um falo usando apenas tecidos genitais locais) e faloplastia (criação de um falo usando tecidos de áreas doadoras, próteses testiculares e eréteis). O acompanhamento e tratamento de possíveis complicações devem também fazer parte da rotina urológica nestes pacientes.

Infelizmente a população LGBTQIAP+ ainda sofre com uma assistência à saúde que não enxerga suas necessidades. Talvez a sigla ‘trans’ sinta isto ainda mais na pele, pelo simples despreparo nosso, cuidadores da saúde. Seja no desconforto e falta de naturalidade ao lidar com a pessoa trans, desconhecimento técnico específico, até agressões verbais e morais, especialmente em torno de assuntos relacionados ao trato geniturinário, quem sai perdendo somos todos nós.