Category Archives: Transfóbia

Transexual é vítima de atentado na Bahia e fica tetraplégica
   5 de maio de 2017   │     1:33  │  0

Bárbara Trindade, 22 anos, foi atingida por dois tiros e está internada em estado grave

A Bahia registrou mais um caso de violência contra transexuais. A militante do PSOL, da cidade de Presidente Dutra, no Centro Norte baiano, Bárbara Trindade, 22 anos, foi vítima de uma tentativa de homicídio no dia 3 de abril.

De acordo com Rubi Santos, que integra o movimento LGBTQI, graças a influência do principal suspeito na cidade de ter cometido o crime contra Bárbara, o caso permaneceu oculto por quase um mês. “O crime foi abafado porque a família do suspeito é influente em Presidente Dutra. Quando o coletivo e o PSOL ficaram sabendo, entramos em contato com a vítima para apurar o que houve”, disse Rubi em entrevista ao CORREIO.

O principal suspeito de ter atirado em Bárbara é Domingo Mendes, morador do município com quem a transexual mantinha um relacionamento. Familiares disseram que após os boatos do envolvimento sexual terem repercutido entre os moradores da cidade e nas redes sociais, Mendes convidou Babi, como é conhecida a vítima, para um encontro próximo a Câmara de Vereadores da cidade e atirou duas vezes contra ela. As balas atingiram o maxilar e a coluna vertebral da transexual. Mendes está preso na Delegacia de Presidente Dutra, mas já deu entrada em um pedido de habeas corpus.

Estado grave

Babi está internada na semi UTI do Hospital Regional de Irecê, em estado grave, aguardando a realização de uma cirurgia para retirar a bala que ficou alojada nas costas. Em contato com o CORREIO nesta terça-feira (2), Rubi, que acompanha Bárbara na unidade de saúde, informou que Babi está com uma leve infecção hospitalar e precisou ser traqueostomizada.

No momento, ela está sem nenhuma movimentação do pescoço para baixo, mas após a cirurgia deverá recuperar os movimentos dos braços. O procedimento deverá ser feito em um hospital em Salvador. “Estamos aguardando ela melhorar da infecção e surgir uma vaga para poder fazer a transferência para a capital”, disse Rubi.

A família de Bárbara e o coletivo LGBTQI começou uma campanha de arrecadação de fundos e mantimentos para auxiliar no tratamento da transexual. Segundo Rubi, a família de Bárbara é muito carente e precisa de todo o apoio possível.

“Estamos arrecadando fraldas geriátricas, outros mantimentos e dinheiro para ajudar a família no transporte para Salvador”, disse. As doações em dinheiro podem ser feitas na Agência: 0780; Operação: 013; Conta: 00074700-2; em nome de Renata Silva Ferreira; Banco: Caixa Econômica Federal

Ação no Ministério Público

O PSOL irá entrar com uma ação no Ministério Público e na Procuradoria Geral para solicitar, em caráter de urgência, as medidas jurídicas cabíveis. De acordo com o presidente estadual do partido, Ronaldo Santos, a tentativa de homicídio que ocorreu com Babi representa mais um crime de homofobia.

“Infelizmente, esse não é um caso isolado! Todos os dias centenas de companheiras sofrem ataques físicos, psicolóicos e emocionais. O PSOL vai judicializar o fato para que Domingo Mendes seja punido de acordo com a Legislação em vigor no país!”, garante.

Segundo um levantamento do Grupo Gay da Bahia, em 2016 houve um aumento de 22% no número de mortes de travestis e transexuais no Brasil, em relação ao ano de 2015. Na Bahia, foram registradas nove mortes.

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Travesti é espancada até a morte e tem sua execução filmada
   4 de março de 2017   │     0:58  │  0

Dandara dos Santos foi agredida com socos e chutes até morrer. O crime foi registrado em vídeo e publicado na internet.

Depois de vários chutes e agressões, ela foi colocada sobre o carrinho de mão, enquanto a pessoa que gravava afirmava em tom de deboche: “Eles vão matar o v...”.

Depois de vários chutes e agressões, ela foi colocada sobre o carrinho de mão, enquanto a pessoa que gravava afirmava em tom de deboche: “Eles vão matar o v…”.

A agressão que resultou no óbito de Dandara dos Santos (42) foi filmada e publicada nas redes sociais. O crime aconteceu no último dia 15 de fevereiro, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, mas o vídeo só viralizou esta semana na internet. No chão de uma rua, a travesti foi chutada e agredida com chinelos e pedaços de madeira, enquanto é xingada e obrigada a entrar em um carrinho de mão,  mas devido às agressões, não consegue ficar em pé.

Dandara apresentava marcas de violência em todo o corpo. Depois de vários chutes e agressões, ela foi colocada sobre o carrinho de mão, enquanto a pessoa que gravava afirmava em tom de deboche: “Eles vão matar o v…”. 

Em nota, a Polícia Civil do Ceará informou que um inquérito policial foi aberto no 32º Distrito Policial, no bairro Bom Jardim, em Fortaleza. “O caso foi registrado no último dia 15 de fevereiro, no bairro Bom Jardim, na Área Integrada de Segurança 2 (AIS 2). A Polícia informa ainda que as investigações estão bem adiantadas, porém não é possível repassar detalhes para não comprometer o trabalho policial”. 

Para Thina Rodrigues, presidente da Associação de Travestis do Ceará (ATRAC), a morte de Dandara é um reflexo da transfobia. “Precisamos de políticas públicas afirmativas para que acabem isso”, disse.

O jornalista Neto Lucon que possui um site com notícias relacionadas ao público LGBT, publicou que os seis envolvidos já foram identificados. “Liguei para 32ºDP, conversei com o investigador, eles já tinham e já identificaram os assassinos: dois maiores de idade e quatro menores. Agora é pressionar que eles sejam presos”, comentou.

No mês de fevereiro, uma travesti identificada como Hérika Izidoro (24) foi espancada e jogada de um viaduto na avenida José Bastos, em Fortaleza. Desde então, segue internada no Instituto Dr. José Frota (IJF). Segundo Thina Rodrigues, que acompanha o caso, a vítima segue em coma.

Um levantamento realizado pela Rede Nacional de Pessoas Trans no Brasil (Rede Trans), mostra que este ano, 14 travestis foram mortas em todo o Brasil. No Ceará, foram registrados dois óbitos. Além de Dandara, uma travesti foi morta em Russas, 165 km de Fortaleza. Porém, segundo Thina, o número de casos no Ceará é superior ao que o levantamento mostra. “Este ano já são sete assassinatos no Ceará”, garantiu.

 

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O ataque terrorista homofóbico que abalou o mundo
   14 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Comoção, o mundo chora e lamenta a morte dos jovens mortos e dos feridos em Orlando, Florida – EUA.
O ataque nos Estados Unidos gerou comoção mundial e muitos líderes internacionais se solidarizaram com as quase 100 vítimas LGBT entre mostos e feridos.

O presidente francês, François Hollande, disse que ficou “horrorizado” com a notícia e que os Estados Unidos poderiam contar com todo o apoio da França. No Canadá, o primeiro-ministro, Justin Trudeau, afirmou que está “profundamente chocado e abalado” pelo que aconteceu. “Nós prestamos solidariedade a Orlando e a toda a comunidade LGBT. Estamos em luto com nossos amigos dos Estados Unidos e da Flórida e oferecemos toda a ajuda que estiver ao nosso alcance.”

No Twitter, a hashtag #‎LoveIsLove‬ (Amor é Amor) figurou o dia todo como uma das mais compartilhadas mundialmente na rede social em apoio às vítimas do ataque.

Quem também se manifestou sobre o tiroteio foram os pré-candidatos à Presidência, Hillary Clinton, dos Democratas, e Donald Trump, dos Republicanos. Precisamos ser duros”, disse Trump. “Para a comunidade LGBT: por favor, sei que vocês tem milhões de aliados em todo o nosso país. Eu sou um deles, continuaremos lutando por seu direito de viver livremente, abertamente e sem medo. O ódio não tem absolutamente nenhum lugar na América”, disse Clinton, que assim como Obama, chamou o tiroteio de “ato de terror” e endossou o discurso dele sobre a questão das armas.

A Torre Eiffel foi iluminada com as cores do arco-íris e cidades como Londres (Inglaterra) e Sydney (Austrália) organizaram concentrações nesta segunda-feira (13) em solidariedade para com os homossexuais um dia depois do ataque em um clube gay na Flórida.

“Queremos mostrar nossa resolução de não ficarmos calados, de viver e de lutar contra os obscurantistas e o terrorismo”, explicou.

O mesmo sentimento tomou conta de Londres, Hong Kong (China), Bangcoc (Tailândia) e Seul (Coreia do Sul), onde serão realizadas manifestações em homenagem às vítimas do pior ataque do gênero na história dos Estados Unidos.

Em solidariedade para com a comunidade homossexual, a ponte do porto de Sydney foi adornada com as cores do arco-íris, enquanto que a prefeitura da cidade se vestiu de rosa. Centenas de pessoas se concentraram com velas na mão para pedir, em especial, o fim das discriminações.

De maneira espontânea, pequenas concentrações ocorreram desde domingo em Paris, Madri, Guadalajara e também em Orlando, onde cerca de 300 pessoas rezaram e cantaram em memória das vítimas.

Nesta segunda (13), alemães e turistas depositaram flores ante o portal de Brandenburgo, em Berlim, e em Washington as bandeiras estavam a meio mastro.

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Conheça a história de Malva, a travesti mais velha do mundo 
   23 de maio de 2016   │     14:42  │  0

De origem chilena com 17 anos de idade, cruzou a Cordilheira dos Andes a pé até chegar  a Argentina, enfrentando a perseguição das travestis e transexuais praticada por vários governos.

Malva era chilena e faleceu em julho do ano passadona, aos 99 anos.

Malva era chilena e faleceu em julho do ano passado aos 99 anos.

Pesquisando sobre as políticas das mulheres T no mundo na atualidade sem querer me esbarro com essa vovózinha T, essa lindeza o nome dela é Malva a travesti mais velha do mundo, ela foi colunista no suplemento do jornal Página/12,  que pertence a equipe de O Weave, a primeira revista trans na América Latina. Sem saber usar computador, ela escrevia tudo em um caderno e em seguida em uma maquina de datilografia.

Minhas mãos estão cansadas mais “Minhas idéias, meus pensamentos estão muito coordenados. Coordeno bem”. dizia sempre Malva.
Malva sempre soube de sua identidade de gênero, era algo genético que não haveria como escapar, cruzou a Cordilheira do Andes a pé para encontrar a liberdade sexual, foi presa varias vezes pelos governos peronistas, pois não se encaixava no sistema moral, trabalhou como garçom, chefe de cozinha, nos melhores restaurantes de Buenos Aires, já mais assumida foi costureira e figurinista de grandes estrelas do teatro de revista em Corrientes, e pasmem a linda até viajou para cá no Rio de Janeiro onde trabalhou montando os figurinos de escolas de samba. 
Ela adora conversar, tanto que às vezes preferia ficar em silêncio por dias. Quando saia para comprar pão ou tomar o ônibus, as pessoas a chamavam de avó, relatava com muito orgulho.  
Ela dizia que “hoje é tudo maravilhoso, a presidente Cristina Kirchner, me deu o que eu sempre queria na minha vida , a Liberdade, tive o prazer de entrar na Casa Rosada como uma travesti, e a nossa presidente fez a lei de forma igual, isso nunca havia acontecido desde inicio da história desse país’. disse ela em lágrimas durante uma entrevista. 

Infelizmente Malva faleceu em julho do ano passado (2015), aos 99 anos, Malva, chilena que aos 17 anos cruzou a Cordilheira dos Andes para viver na Argentina em busca de liberdade. Ela manteve-se bem humorada em seus últimos dias de vida.

Enfim chegou ao final a vida de Malva, uma referência a mim, que como um cidadão que luta e defende a cidadania das Travesti, tenho na história dela, algo que gostaria que fosse semelhante na trajetória de vida também travestis e Transexuais, ter o direito de viver por muitos anos, morrer por idade e não em consequência da falta de direitos que a população de Travestis e Transexuais sofrem no Brasil e em muitas partes do mundo, principalmente nos países da America Latina.

A sua saúde se agravou durante a temporada de inverno, na casa de repouso na qual escolheu para viver voluntariamente. Malva estava sentindo muita solidão e a falta de familiares e amigos. “Como é triste relatar essa parte da história de Malva” As dores se tornaram mais fortes pelos sinais do tempo. Malva estava internada, em consequência de uma pneumonia, em um quarto da ala masculina, onde sua identidade de gênero não foi respeitada, o hospital alegou que o motivo foi que Malva não alterou a sua documentação para o gênero feminino, mas essa situação foi revertida a pedido de Carina Sama, que trabalhou com ela no documentário sobre a sua vida e que na época estava em fase de produção.

Malva em vida fez a doação de seu corpo à Faculdade de Medicina da UBA, para ser utilizado para fins científicos.

Sua voz e imagem agora permanecem para o Mundo T como uma testemunha e exemplo para a Luta das Travestis e Transexuais, na inclusão na sociedade e democracia.

Até um dia Malva, exemplo para tod@s Nós!

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Hoje é 17 de Maio ! Você sabe o que significa o dia de hoje ?
   17 de maio de 2016   │     0:00  │  0

Dia Internacional contra a Homolésbotransfobia. 

Dia Internacional contra a Homolésbotransfobia.

Transviado. Pervertido. Anormal. Doente. Estes termos utilizados contra os homossexuais já tiveram suporte da medicina, com direito a “tratamentos” que incluíam castração, hipnose, choques elétricos e lobotomia, mas deixaram de fazer sentido há 25 anos. Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou o homossexualismo de seu rol de distúrbios mentais, deixando de considerar essa tendência como um desvio e, ao mesmo tempo, abolindo o termo (já que, na área de saúde, o sufixo “ismo” caracteriza uma condição patológica). Assim, dizer que a homossexualidade é vício, tara ou algo doença a ser curada passou oficialmente à categoria de ignorância e preconceito. E, por isso, 17 de maio foi declarado o Dia Internacional de Combate à Homofobia, quando pessoas de todo o mundo se mobilizam para falar de diversidade e tolerância.

“O fato de tirar esta experiência humana da condição de doença é algo que ainda merece ser comemorado”, afirma Benedito Medrado-Dantas, doutor em psicologia social, que pesquisa sexualidade e masculinidades na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para Benedito, contudo, não se pode olhar só para as conquistas ocorridas desde então. “Este é um marco importante, que só ocorreu pela pressão de um movimento forte. Porém, as pessoas tendem a achar que não há mais problemas, que não é necessário discutir o assunto. O fato é que vivemos no Brasil um momento de retrocesso. Às vezes é mais fácil lidar com a homofobia explícita, do que quando ela acontece de forma cortês”, alerta.

Conheça alguns países que ainda criminalizam a população LGBT

Conheça alguns países que ainda criminalizam a população LGBT

A legislação brasileira não considera a homossexualidade como um crime desde 1830 (ao contrário do que ainda acontece em diversos países, como pode ser visto no gráfico abaixo), mas a iolência e o preconceito são pautas centrais do movimento LGBT. Segundo especialistas, ainda há uma espécie de “pena de morte” não-oficial imputada a muitas destas pessoas, que sofrem com a falta de amparo familiar e governamental e com dificuldades de inserção no mercado de trabalho.

Entre 2011 e 2012, Roberto Efrem, que é professor de sociologia da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizou a pesquisa “Corpos Brutalizados”, levantando crimes ligados ao ódio contra homossexuais na Paraíba e em Pernambuco. Ele destaca que ambos estão entre os cinco Estados brasileiros onde mais se mata por homofobia. “As políticas públicas para o segmento são muito precárias e, em especial, os crimes contra travestis e transexuais impressionam pela brutalidade. É como se tivessem que ser exterminados da sociedade. Uma das vítimas levou mais de 30 facadas”, relata o pesquisador.

A situação dos transexuais e travestis é atualmente um paradoxo dentro da realidade do movimento LGBT brasileiro, por ainda serem considerados portadores de um “desvio” de personalidade. “A decisão da OMS desestigmatizou toda uma população ao declarar que a homossexualidade não é doença, mas essa questão ainda é discutida no que diz respeito aos transexuais”, conta Roberto Efrem. A batalha deste segmento, que é visto de forma estereotipada e enfrenta maior rejeição do público heteronormativo, ainda tem muito o que avançar. Ao contrário do que acontece em outros países, no Brasil eles precisam se declarar “doentes” para obter tratamento médico e adequação para seu “transtorno”.

Por outro lado, em 2013 foi arquivado um polêmico projeto na Câmara dos Deputados, que com apoio da bancada religiosa tentava suprimir uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e assim permitir tratamentos de “reversão” e “cura”. A proposta gerou protestos e foi vista como retrocesso por psicólogos e outros profissionais da área de saúde, que temiam que os pacientes, por pressão da família ou de setores religiosos, se submetessem a tratamentos sem base científica. A tendência do CFP, aliás, é encarar a homofobia e não a homossexualidade como doença, especialmente nos casos que envolvem medo, repulsa, violência e empobrecimento da vida e do comportamento social.

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