Category Archives: Sexualidade e Gênero

Cis, Trans, Travesti: o que significa?
   5 de julho de 2016   │     0:00  │  0

Esqueçam o dicionário, as roupas e a anatomia para falarem de identidade de gênero.

 Pouco interessa se o dicionário diz que travesti é homem que usa roupas femininas, ou que travesti é substantivo masculino e assim devem ser tratadas.

 O dicionário não é dono da identidade das pessoas, outrossim, trata-se apenas de um registro do léxico em determinado momento histórico. O dicionário precisa ao longo do tempo ser atualizado para conter os novos usos das palavras, seus reusos, seus usos, seus desusos e as novas palavras.

 Se a gente for estudar um pouco sociolinguística, descobriremos que nem a gramática normativa e nem o dicionário são donos da língua, que é um organismo vivo, em constante mutação. A língua pertence aos seus falantes e não a um instantâneo escrito.

Não é o dicionário que vai ditar para as travestis quem elas são e como devem ser tratadas, mas seu inverso, é o coletivo de travestis que dizem quem são, como querem ser tratadas e o dicionário é que precisa ser modificado para conter isso. E se não está contendo, vamos nos perguntar quem é que detem o poder hegemônico acadêmico nesse país que está escrevendo e normatizando dicionários.

 Pois bem, eu sou mulher independente de qualquer roupa que eu coloque, assim como se dá com a mulher cis. Se uma mulher cis passar a usar terno e gravata e sapatos Vulcabrás, ela continua sendo mulher.

 Cis é prefixo latino, abreviação para cisgênero, significa ‘do mesmo lado’. A pessoa cis é aquela que reivindica ter o mesmo gênero que o que lhe registraram quando ela nasceu.

 Sendo assim, a mulher cis é aquela pessoa que nasceu e foi registrada mulher e se reivindica mulher. O homem cis é aquela pessoa que nasceu e foi registrado homem e se reivindica homem. Veja que em nenhum momento eu falei sobre genital, sobre anatomia ou sobre roupas. Há pessoas intersexos que nascem com as duas gônadas, são registradas por exemplo homens e podem se reconhecer homens, logo, um homem cis; ainda que intersexo. Dado que nem a cisgeneridade e tampouco a transgeneridade, transexualidade e travestilidade são da ordem da morfo-anatomia.

 Ao passo que a pessoa trans é aquela que se reivindica com um gênero diferente do que lhe registraram – há também quem diga que nesse grupo abarca-se as pessoas com papel de gênero divergente do imposto de acordo com sua identidade de gênero. Trans também é prefixo do latim e significa ‘além de’, também é usado por muitas pessoas como abreviação para transexual e por outras para transgênero.

 A mulher trans ou transexual é aquela pessoa que nasceu e foi registrada homem porém se reconhece mulher. Apenas isso. Veja que não tem nada a ver com cirurgias e roupas. Ninguém vira mulher trans quando se cirurgia, pois cirurgia não muda identidade das pessoas. Não aparece fada madrinha terminada a anestesia geral e muda minha identidade.

 Minha identidade de gênero não está instalada no meu genital. Aliás, se gênero estivesse instalado no genital das pessoas, quando um homem cis tivesse seu pênis amputado em um acidente, ou por conta de diabetes ou câncer, ele deixaria de ser homem.

 O gênero que reafirmamos ser o nosso, diz respeito a uma certeza advinda de processos mentais, logo e mais precisamente, estamos falando do cérebro.

 Inclusive por que, no Brasil, para se submeter a uma cirurgia de mudança de genital, é preciso antes passar por rigoroso processo multidisciplinar por no mínimo 2 anos, com no final doutos especialistas cisgêneros que nunca viveram a transexualidade mas dizem saber sobre transexualidade melhor que eu que sou trans, atestando se eu sou ou não mulher transexual.

 Se eles não atestarem que sou mulher transexual, não tenho direito à cirurgia. Então perceba que para ter direito à cirurgia, antes eu provo que sou mulher transexual. Inclusive há mulheres trans que nem podem se cirurgiar, por conta de problemas de saúde por exemplo, outras que não conseguem, já que não tem o exorbitante valor das cirurgias à mão e outras que não querem.

 Pois bem, no caso das travestis, não estamos falando de roupas também. A travesti de terno e gravata continua sendo travesti, pois não são as roupas que possuem identidade de gênero.

 E as travestis geralmente vão dizer que não são nem homens e nem mulheres, mas um terceiro gênero, um não gênero, uma mistura de ambos os gêneros: homem e mulher, ou simplesmente travesti. Mas o papel de gênero das travestis continua sendo feminino, ou seja, elas geralmente vão continuar se apresentando e querendo ser tratadas no feminino, ou de acordo com aquilo que a sociedade considera feminino. O que não é uma regra escrita na pedra, pois em se tratando de identidades humanas, nada é fixo.

 Não importa quantas cirurgias fez ou deixou de fazer a mulher trans, ela continua sendo mulher trans.

 Não importa quantas cirurgias fez ou deixou de fazer a travesti, ela continua sendo travesti.

 E quem é capaz de dizer com muita propriedade quem é travesti e quem é mulher trans? Ora, a própria pessoa. Só a própria pessoa está legitimada a se identificar com bastante propriedade.

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Orange is the New Black e a persistência de opressões e privilégios
   3 de julho de 2016   │     0:00  │  0

A quarta temporada é escancaradamente politizada e captura bem o esprit du temps feminista.

O protagonismo desta série é indiscutivelmente das mulheres

O protagonismo desta série é indiscutivelmente das mulheres

Já faz alguns anos que o que acontece de mais interessante e socialmente relevante no universo das produções audiovisuais se concentra em seriados – tanto os veiculados na TV quanto os que consumimos sequiosamente via Netflix.

Desde Família Sopranos, série da HBO sobre uma família mafiosa que veiculou de 1999 a 2007, parece ser consenso entre a crítica especializada que o formato, hoje mais que o Cinema, captura e expressa o zeitgeist.

As aclamadas séries Breaking Bad e Mad Men, juntamente com Sopranos, são costumeiramente tratadas como a santíssima trindade desta era de produções televisivas que, com técnicas cinematográficas e roteiros astutos, primam por qualidade narrativa e se distanciam do modelo ordinário dos tradicionais enlatados.

Séries de TV costumavam ser vistas como puro entretenimento, mas hoje o modelo desempenha funções um pouco mais intelectuais, e uma das características mais marcantes desta fase dos programas seriados é a inclusão – em muitos deles – do pensamento e do discurso feminista.

Mad Men, sobre a indústria de publicidade na Nova York dos anos 1960, se sobressai por escolher expor as consequências negativas da cultura patriarcal nas vidas de todas as personagens do show. A série fornece tantos exemplos de situações em que o que chamamos de privilégio masculino e branco se revela, que ela chega a facilitar a compreensão do conceito para leigos.

O feminismo em Mad Men não é declarado, até porque na época em que a narrativa se dá, a dita segunda onda ainda não tinha estourado propriamente, e é apenas em um dos últimos episódios que um nome feminista aparece (o de Betty Friedan, que lançara A Mística Feminina em 1963).

Mas o pensamento feminista está embutido no processo criativo, e isso fica bastante evidente no desenrolar dos arcos das protagonistas – é impossível não reparar que os sucessos e fracassos profissionais de Joan Holloway, Peggy Olsen e Betty Draper estão indelevelmente imbricados nas relações de poder que informam suas relações com homens, no trabalho e em casa.

Mas se Mad Men se destaca, esta não é a única série a demonstrar como é possível inserir questões feministas em sua produção. Os seriados baseados nos quadrinhos da Marvel vêm representando mulheres de formas bem diferentes do papel feminino clássico das narrativas sobre super-heróis: saem as belas coadjuvantes que precisam ser salvas, entram protagonistas complexas e repletas de humanidade.

A relação entre Jessica Jones, super-heroína do seriado homônimo, e Kilgrave, seu algoz e arqui-inimigo na primeira temporada, é uma metáfora sublime para relacionamentos abusivos e a força necessária para sair deles.

Muitas outras séries lançadas nos últimos dez anos incorporam questões árduas de gênero em seus roteiros, e críticas feministas agudas podem ser encontradas também em produções de fora dos EUA, além de nos costumeiros enlatados de lá. Da sagaz mente de Tina Fey veio Unbreakable Kimmy Schimidt, comédia situacional que satiriza a vida comezinha da Nova York atual com personagens femininas hilariantes e completamente falhas.

A neozelandesa Jane Campion denuncia o patriarcado através da cultura do estupro no drama Top of The Lake, onde a facilidade com que feminismo vira culto também é abordada. E foi a série britânica The Fall que nos presenteou com Stella Gibson, quiçá a personagem escrita da forma mais competentemente feminista que se tem registro.

Mas talvez a série que mais explicitamente aborde questões sobre mulheres – e com uma honestidade brutal, tanto nas cenas dramáticas quanto nos momentos mais cômicos – seja mesmo Orange Is The New Black.

Para a espectadora novata, num primeiro momento pode até parecer que Orange Is The New Black seja sobre Piper Chapman, uma mulher branca e narcisista condenada por transportar dinheiro para sua namorada traficante, e que entra no complexo prisional via Penitenciária Litchfield, onde se desenrola a história.

Todavia logo fica evidente que a série na verdade é uma saga tragicômica sobre interações entre mulheres que vivem às margens da sociedade, lidando com a persistência de opressões e privilégios institucionais relacionados a gênero, etnia e classe social.

Esta descrição se aplica às três primeiras temporadas, e na mais recente – mais abertamente politizada do que as anteriores, e disponível na Netflix desde sexta-feira 17 de junho – questões de identidade cultural e tensões referentes a racismo e alteridade são testadas num novo e carregado contexto: superlotação, corporativismo selvagem, e a ascensão de um fascismo militarista no presídio recém-privatizado.

O show se manteve tocante, mas as fortes emoções que ele já costuma engendrar foram intensificadas nesta temporada, que está ainda mais sombria e bufa. A combinação entre a privatização do presídio e a enxurrada de novas prisioneiras foi perfeitamente utilizada pela série para evidenciar não somente a falta de ética que perpassa certas decisões corporativas, mas também para explorar as motivações por trás da violência que permeia a vida de pessoas sem privilégio social.

A inserção de novas detentas e da nova equipe correcional na narrativa dá continuidade ao hábito das criadoras da série de utilizar personagens como símbolos de estruturas sociais. Desde a primeira temporada, os papéis masculinos em especial são usados como arquétipos, estereótipos ou protótipos de grupos, instituições e posições de poder e privilégio patriarcais.

O diretor do cárcere, Joe Caputo, personifica bem esta simbologia, e é perceptível o quanto seu poder oscila de acordo com a situação: perante as detentas Caputo se faz de durão, mas diante de seus superiores ele geralmente encarna o executivo bobalhão.

Caputo é um ser humano complexo, mas o show deixa claro: ele é um homem em posição de autoridade, e apesar de sofrer para conciliar seu desejo genuíno de conferir bem estar às prisioneiras e a preocupação legítima em relação aos rumos de sua carreira, ele conta com um sistema social que vai validar ou mesmo glorificar suas ações e decisões mais egoístas.

O mais novo papel masculino, o do guarda prisional Desi Piscatella, concentra em si homossexualidades misóginas e personalidades com inclinações totalitárias, e é precisamente a sordidez deste fascista gay que inspira uma coalizão inesperada entre as detentas – reforçando assim o simbolismo da complexidade dos feminismos pós-modernos que a série parece pretender projetar.

As histórias das detentas sempre foram contadas através de suas interações na prisão e com flashbacks de suas vidas antes do cárcere, que escavam suas psiques e as conferem um caráter mais humano e menos institucional – o que avigora que o protagonismo desta série é indiscutivelmente das mulheres.

Uma detenta que foi introduzida nesta temporada, no entanto, personifica alguns sistemas sociais. Judy King, personagem que emula Martha Stewart (uma Ana Maria Braga estadunidense, que foi sentenciada a cinco meses de prisão, em 2004, por envolvimento em um escândalo no mercado de ações) simboliza o poder que reside nas – e emana das – mãos de celebridades.

King é racista e egocêntrica, abusa do domínio que sua fama impõe até mesmo sobre os funcionários da cadeia, e assim encapsula a cegueira e a inclinação dominante que são inseparáveis do privilégio branco e rico.

Orange Is The New Black não tem medo de problematizar questões espinhosas, e as roteiristas chegam a exagerar na adição de camadas que conferem complexidade às já polêmicas situações.

Os argumentos sobre semântica religiosa que aconteceram na quarta temporada entre a judia convertida Cindy Hayes e sua nova companheira de cela, que é muçulmana, dissipam dúvidas com as quais gentios sempre questionam os dois dogmas, mas como o diálogo se dá entre duas mulheres negras, o sentido pesado da histórica inimizade é completamente deslocado, e é o humor surreal da cena o que facilita a abordagem de tema tão denso.

Fantasias românticas também são desconstruídas, especialmente através do idealismo ilusório de Lorna Morello, que agora está casada com um marido que mal vê, mas cuja cena da visitação – particularmente vívida e carregada de tensão sexual, emoção e vergonha alheia – nos leva a ter empatia com os devaneios amorosos oriundos de sua solidão.

Sexualidade e romances interraciais também compõem o pacote de tópicos abordados nesta temporada, e confesso que ao assistir a breve altercação entre Big Boo e o casal Poussey Washington e Brook Soso imaginei que Judith Butler ficaria feliz com o tensionamento entre gênero, sexualidade e raça que a cena faz.

A asiática Soso diz se apaixonar por pessoas e não gêneros, e namora Poussey, negra e declaradamente lésbica; enquanto ensaiam um jogo informal de basquete, as duas são interpeladas por Boo, a sapatona mais dyke da série, que é branca, e que pede que a “gracinha de sexualidade fluída” saia da quadra para que os “homens de verdade” possam jogar.

Nos poucos minutos em que a cena se dá, a série ratifica o que a teoria de gênero propõe: questões de sexualidade e identidade são melhormente compreendidas na seara do social do que em função de biologia.

O fato de que todas as participantes da cena eram mulheres, e de que a orientação sexual de todas era lésbica, não impediu que um atrito esportivo fosse retoricamente pautado pela sexualidade e identidade de gênero das participantes. A vida é complexa, e onde há relações de gênero, há relações de poder…

Sofia Burset, a presidiária trans da série que fez de sua atriz – a também transexual Laverne Cox – uma pop star internacional, terminou a terceira temporada na solitária, e é lá que ela passa a maior parte da quarta.

Sua relativa ausência pode ser compreendida como analogia para o apagamento social de pessoas trans, e a pichação na parede das alas comuns, onde se lê que “Burset tem um pau”, corrobora com essa interpretação: nesta temporada, o pouco tempo de cena de Sofia reflete a baixa recepção social para subjetividades trans, que quando não são aniquiladas, tendem a ser invisibilizadas ou forçosamente reconfiguradas por causa de sua fisiologia.

Saúde mental também foi um tópico bastante explorado, e se Suzanne “Crazy Eyes” Warren foi o papel que personificou instabilidades psíquicas ao longo das três primeiras temporadas, nesta última as questões de sanidade foram bem exploradas em outras personagens.

A aproximação entre a detenta Lolly Hill e o oficial prisional Sam Healy, que se dá em função de os dois compartilharem histórico de psicoses, resgata a humanidade de ambos e relembra a audiência de que loucura não é crime.

Mas o tema central desta mais recente temporada são relações raciais e étnicas. Tendo a campanha #BlackLivesMatter como pano de fundo, a série não desperdiçou a oportunidade de demonstrar a velocidade com que argumentos anti-racistas são resignificados – e diante das tensões que se acumulam no presídio lotado, não demora para que um grupo neonazista se forme por ali, trazendo retrocesso até mesmo para os confins do já ultrapassado sistema penal.

O aumento no número de detentas também significou que as latinas agora formam a maioria, mas isso não se traduz para supremacia: os flashbacks de Maria Ruiz, Maritza Ramos e Blanca Flores, bem como seus empreendimentos financeiros no cárcere e os xingamentos trocados entre elas (que se referem às cubanas como “Bacardi Bitches”), explicitam muitas das tensões entre linhagens latinas que vemos acontecer com as detentas.

A série – que pode e deve ser vista de uma só vez, pois já está inteiramente disponível – aborda questões difíceis sem torná-las desagradáveis, e consegue fazer piada de absolutamente todos os cuidados politicamente corretos que costumamos tomar.

Um dos diálogos envolvendo a sensacional cozinheira russa Galina “Red” Reznikov, resume este espírito: ao transformar a marcação à ferro de uma suástica, feita em uma das detentas, em um quadrado contendo uma cruz, ela diz: “Quando Deus te dá uma suástica, ele abre uma janela. Daí você lembra: Deus não existe”.

Mas a Deusa sim. E ela adora Orange Is The New Black.

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Parada do Orgulho LGBT de São Paulo acontece amanhã
   28 de maio de 2016   │     21:42  │  1

Parada do Orgulho LGBT de SP lança a hashtag #ChegaDeTransfobia nas redes sociais (Campanha “Marque-se”)

Parada do Orgulho LGBT de SP lança a hashtag #ChegaDeTransfobia nas redes sociais (Campanha “Marque-se”)

A 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo acontece amanhã (domingo, 29 de Maio), com concentração a partir das 10h, em frente ao MASP, na Avenida Paulista. O movimento é organizado pela Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo (APOGLBT) com apoio da Four X Entertainment.

Para esta edição, o tema será “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! – Todas as pessoas juntas contra a Transfobia!”, em favor do segmento T: mulheres transexuais, homens trans e travestis. Para dar voz à reivindicação, todos os 17 trios do segmento LGBT e que compõem a Parada levantarão a bandeira T. Todos os trios trarão a bandeira T e frases que representam cada um dos segmentos. A ideia é fazer uma grande mobilização para que a “Lei de Identidade de Gênero”, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, seja aprovada e que todos assumam a luta pelo fim da transfobia no Brasil.

Na segunda coletiva de imprensa realizada ontem, o Prefeito Haddad assinou um decreto que torna a maior manifestação LGBT do mundo parte do calendário oficial da cidade.

“Hoje, com a assinatura do decreto que coloca a maior Parada do mundo no calendário oficial de eventos da cidade de São Paulo, a APOGLBT SP consegue mais um avanço na garantia de direitos do segmento LGBT. É mais uma conquista por todos esses anos de lutas em prol do segmento” conta Fernando Quaresma, presidente da APOGLBT.

Para garantir a estrutura da manifestação e das ações do Mês do Orgulho LGBT e captação de recursos, a APOGLBT contratou este ano a Four X Entertainment, produtora de eventos, que ficará responsável pela produção da Parada e ações do Mês do Orgulho, que incluem: 15º Ciclo de Debates, 16º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, 16º Feira Cultural LGBT e a 20ª Parada do Orgulho LGBT. A Four X atuará em parceria com outras duas empresas, a Groupe 360, empresa de Live Marketing e a OCP, empresa de eventos.

Como resultado desta nova estrutura entre a APOGLBT, Four X e seus parceiros – Groupe 360 e OCP, pela primeira vez, a Skol será a marca oficial da Parada do Orgulho LGBT. Presente com diversas ativações, a começar por um trio elétrico do Respeito Is ON, pedindo que todos respeitem a diversidade e a liberdade de escolha. No trio, shows de diversos artistas, entre eles Jaloo, Omulu, DJ Gorky e Pabllo Vittar. Skol estará em toda a extensão da parada com ativações, mensagens de respeito e cerveja gelada, incentivando os consumidores a viverem intensamente cada momento da vida – Claro, sempre com muita responsabilidade.

“Diversidade é o espírito do nosso tempo. É o que nos torna únicos, humanos e autênticos. A diversidade deve ser respeitada. Por isso, queremos engajar nossos consumidores a tomarem uma nova atitude: apertar o botão do respeito. Acreditamos que o respeito é o primeiro passo de uma longa caminhada para construir novos valores e esquecer velhas certezas. Respeitar todas as diferenças, respeitar ao próximo e incentivar que toda experiência tem que ser livre de preconceitos é um caminho que vamos abraçar”, afirma Fábio Baracho, diretor de marketing de Skol.

O respeito pela diversidade é o principal motivo para Skol entrar nessa parceria. “Vamos celebrar na melhor ocasião, junto das pessoas que têm tanto a nos ensinar sobre respeito. Vamos lutar para propagar essa onda de respeito a todos. Skol apoia o respeito porque a marca mais redonda do Brasil, não pode ser quadrada“, completa Baracho.

“Estamos felizes com a chegada de empresas que respeitam a diversidade e que se unem a nós nesta grande manifestação. É a maior Parada do Mundo e queremos torná-la a melhor”, explica Líbia Miranda, diretora da Four X.

Além de Skol, a 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT tem a parceria de Bob´s, Caixa e Prefeitura de São Paulo, que destinou R$ 1,5 milhão em estrutura para a Parada (divididos entre manifestação e show de encerramento).

Programação da 20ª Parada do Orgulho LGBT

Com apresentação da Drag Queen Tchaka, a 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT terá início às 10 horas e saída do primeiro trio às 13 horas. O trajeto dos trios será entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação. O último trio chega à Rua da Consolação às 18 horas. Ao final da Parada, no Vale do Anhangabaú, acontecerá a partir das 18 horas o Show de Encerramento da manifestação do orgulho LGBT.

A ordem dos trios e as respectivas atrações (algumas ainda estão sendo confirmadas) da Parada do Orgulho LGBT é a seguinte:

1- Trio de Abertura
(após a passagem deste trio será aberta uma bandeira com as cores do segmento T de 20 metros).
Algumas das atrações confirmadas: DJ DIEGO DUP e DIMMY SOLER

2- Trio Visibilidade Trans
Algumas das atrações confirmadas: LEDA BRIACHO, DJ MIDORE AMORIM e DJ SHINE

3- Trio Mães pela Diversidade
Algumas das atrações confirmadas: FESTA MEL COM LUANA HANSENE AD FERRERA e GLAMOUR GARCIA E ARIEL NOBRE

4- Trio da Prefeitura
Algumas das atrações confirmadas: DJ TAMAS, DJ ANDERSON POOH e DJ ZANBIANCO

5 – Trio da Prefeitura
Algumas das atrações confirmadas: DJ PATRICK SANDIN, DJ VLAD b2b MORAIS e DJ PATRICK SANDIN

6- Trio da Prefeitura
Algumas das atrações confirmadas: DJ ALESSANDRO SANTOS, DJ PAULO AGULHARI e DJ DIEGO DUP

7- Trio Apeosp
Algumas das atrações confirmadas:  DJ GUSTAVO VIANNA, DJ DENIS e DJ FERNANDO MORENO

8 – Trio Visibilidade Lésbica e Bissexuais
Algumas das atrações confirmadas:  DJ NATALIA LOPES, DJ ANA SERRONI e DJ MARA BORGES

9 – Trio Militância LGBT
(após a passagem deste trio será aberta a tradicional bandeira com as cores do movimento LGBT de 20 metros).
Algumas das atrações confirmadas:  COLETIVO REVOLTA DA LAMPADA – DJS GUSTAVO BONFIGLIOLI, NETO LUIZ, LEANDRO CUNHA, ONG ADBCD’s – DJS JULLUOS ALMEIDA, JORDAN BENNASSE

10 – Trio 10 – Apoio

11- Trio Lei 10.948
Algumas das atrações confirmadas:  DJ MARI CASAGRANDE, DJ ROGERIO E TJ CAMPOS + CANTORA e DJ RAFAEL ALMEIDA

12 – Trio Comerciários
Algumas das atrações confirmadas:  DJ MARY & JANIES e FABIO CODATO

13 – Trio Visibilidade Jovem
Algumas das atrações confirmadas: CYBER, ERIK VILAR, NALAYA, PAULO PRINGLES e NALAYA

14 – Trio Visibilidade Gay e Bissexuais
Algumas das atrações confirmadas: DJ ANDRE POMBA, DJ SERJO, DJ THIAGO RIBEIRO e DJ GABS

15 – Trio Artistas LGBT
Algumas das atrações confirmadas: MARCIO (DANGER) e DJ HARRY LOUIS

16 – Trio Skol
Algumas das atrações confirmadas: DJ GORSKY, PABLO VITTAR, JALOO e HOMULU

17 – Trio da Paz
Algumas das atrações confirmadas: ALINNE ROSA + CHA DA ALICE

O primeiro trio sairá da Av. Paulista às 12 horas e o último trio às 16 horas. O encerramento será às 18 horas em frente à Praça Roosvelt, na Consolação.

Cada trio percorrerá o trajeto da Parada entre a Av.Paulista e Rua da Consolação com tempo estimado de 2h a 2h45.

Bloqueio Av.Paulista

A Av. Paulista estará bloqueada para carros a partir das 8 horas do dia 29 de maio. A liberação da avenida acontecerá após a limpeza da via urbano no domingo. A Rua da Consolação ficará bloqueada para carros entre 12 e 18 horas.

Atrações Trios
Serão mais de 30 DJs, além das cantoras Analaia, Alinne Rosa (que virá no último trio da Paz), Pepê & Neném, Denis DJ (Apeosp), entre outras surpresas.

Alimentação
A parte de alimentação durante a 20ª ficará a cargo do Bob´s. A comercialização dos produtos será feita por 400 ambulantes credenciados pelo Bob´s. No dia serão vendidos sanduíches e milk shake, além de snacks Pepsico.
Durante a Parada do Orgulho LGBT, quatro postos de abastecimento funcionarão para suporte aos ambulantes que comercializarão bebidas e alimentos.

Segurança e Atendimento Saúde
Haverá uma estrutura na região cedida pela Prefeitura composta por oito ambulâncias de UTI, oito ambulâncias de remoção, quatro postos médicos, 30 brigadistas, 200 seguranças, 180 cordeiros e 780 banheiros químicos. Além da estrutura oferecida pelo órgão municipal, policiais militares, e policiais da delegacia de polícia de repressão aos crimes raciais e delitos de intolerância (Decradi), bombeiros civis, cordeiros para os trios; além de seguranças que completam a estrutura de apoio ao público. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ficará responsável pelas interdições das vias no entorno.

SERVIÇO:

20ª Edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
– Tema: “LEI DE IDENTIDADE DE GÊNERO, JÁ! – Todas as pessoas juntas contra a transfobia”
– Horário: das 10h às 18h
– Concentração: Em frente ao Masp, na Avenida Paulista – São Paulo/SP
– Realização: APOGLBT
– Produção: FourX em parceria com a Groupe 360º e OCP
– Apoio: Prefeitura de São Paulo
– Site da APOGLBT: http://www.paradasp.org.br

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Conheça a história de Malva, a travesti mais velha do mundo 
   23 de maio de 2016   │     14:42  │  0

De origem chilena com 17 anos de idade, cruzou a Cordilheira dos Andes a pé até chegar  a Argentina, enfrentando a perseguição das travestis e transexuais praticada por vários governos.

Malva era chilena e faleceu em julho do ano passadona, aos 99 anos.

Malva era chilena e faleceu em julho do ano passado aos 99 anos.

Pesquisando sobre as políticas das mulheres T no mundo na atualidade sem querer me esbarro com essa vovózinha T, essa lindeza o nome dela é Malva a travesti mais velha do mundo, ela foi colunista no suplemento do jornal Página/12,  que pertence a equipe de O Weave, a primeira revista trans na América Latina. Sem saber usar computador, ela escrevia tudo em um caderno e em seguida em uma maquina de datilografia.

Minhas mãos estão cansadas mais “Minhas idéias, meus pensamentos estão muito coordenados. Coordeno bem”. dizia sempre Malva.
Malva sempre soube de sua identidade de gênero, era algo genético que não haveria como escapar, cruzou a Cordilheira do Andes a pé para encontrar a liberdade sexual, foi presa varias vezes pelos governos peronistas, pois não se encaixava no sistema moral, trabalhou como garçom, chefe de cozinha, nos melhores restaurantes de Buenos Aires, já mais assumida foi costureira e figurinista de grandes estrelas do teatro de revista em Corrientes, e pasmem a linda até viajou para cá no Rio de Janeiro onde trabalhou montando os figurinos de escolas de samba. 
Ela adora conversar, tanto que às vezes preferia ficar em silêncio por dias. Quando saia para comprar pão ou tomar o ônibus, as pessoas a chamavam de avó, relatava com muito orgulho.  
Ela dizia que “hoje é tudo maravilhoso, a presidente Cristina Kirchner, me deu o que eu sempre queria na minha vida , a Liberdade, tive o prazer de entrar na Casa Rosada como uma travesti, e a nossa presidente fez a lei de forma igual, isso nunca havia acontecido desde inicio da história desse país’. disse ela em lágrimas durante uma entrevista. 

Infelizmente Malva faleceu em julho do ano passado (2015), aos 99 anos, Malva, chilena que aos 17 anos cruzou a Cordilheira dos Andes para viver na Argentina em busca de liberdade. Ela manteve-se bem humorada em seus últimos dias de vida.

Enfim chegou ao final a vida de Malva, uma referência a mim, que como um cidadão que luta e defende a cidadania das Travesti, tenho na história dela, algo que gostaria que fosse semelhante na trajetória de vida também travestis e Transexuais, ter o direito de viver por muitos anos, morrer por idade e não em consequência da falta de direitos que a população de Travestis e Transexuais sofrem no Brasil e em muitas partes do mundo, principalmente nos países da America Latina.

A sua saúde se agravou durante a temporada de inverno, na casa de repouso na qual escolheu para viver voluntariamente. Malva estava sentindo muita solidão e a falta de familiares e amigos. “Como é triste relatar essa parte da história de Malva” As dores se tornaram mais fortes pelos sinais do tempo. Malva estava internada, em consequência de uma pneumonia, em um quarto da ala masculina, onde sua identidade de gênero não foi respeitada, o hospital alegou que o motivo foi que Malva não alterou a sua documentação para o gênero feminino, mas essa situação foi revertida a pedido de Carina Sama, que trabalhou com ela no documentário sobre a sua vida e que na época estava em fase de produção.

Malva em vida fez a doação de seu corpo à Faculdade de Medicina da UBA, para ser utilizado para fins científicos.

Sua voz e imagem agora permanecem para o Mundo T como uma testemunha e exemplo para a Luta das Travestis e Transexuais, na inclusão na sociedade e democracia.

Até um dia Malva, exemplo para tod@s Nós!

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Existe 33% de chance do segundo filho homem nascer gay, diz estudo
   8 de maio de 2016   │     0:00  │  0

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais.

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais.

Falar sobre a sexualidade humana ainda causa muito incômodo nas pessoas, principalmente pra quem vive uma religiosidade extremista e considera pecado os diferentes arranjos amorosos. Aquele papo de que “Deus fez o Adão e Eva, e não Adão e Ivo”. Muitos acreditam que uma “opção” sexual “errada” pode ser facilmente “consertada”.

No entanto, nós sabemos que não se trata de uma escolha. Afinal, quem é que escolheria enfrentar a sociedade para poder ter direito à própria felicidade sem ninguém ficar metendo o bedelho onde não é chamado? Para nós gays e lésbicas, é claro e evidente que nascemos assim e ponto final. E é aí que a ciência fica ao nosso lado.

Graças a Deus, novos estudam apontam que existe, de fato, um gene que está relacionado à sexualidade humana. Pesquisas feitas com gêmeos homossexuais tentam elucidar como isso acontece, já que eles compartilham do mesmo DNA. Em 2014, o maior estudo desse gênero completou duas décadas, propondo que o cromossomo X e o cromossomo 8 são os responsáveis pela orientação sexual das pessoas.

Porém, nem tudo ainda está comprovado pela genética. Voltado aos gêmeos: se um dos irmãos é homossexual, existem 20% de chance de o outro também ser. E se a mulher já tem um filho homem, a chance de o próximo ser homossexual (caso seja homem) é de 33%. Pesquisas que chegaram a essas conclusões explicam que esses resultados indicam, sim, que um fator genético pode estar envolvido no desenvolvimento sexual dos indivíduos.

Além da genética

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais. Para isso, existe a epigenética, que tenda entender se certas características são passadas de pai para filho através de informações “genéticas”, mas que, de fato, não fazem parte dos genes. É como no caso dos judeus que teriam passado o trauma do Holocausto a seus filhos.

Os estudos em epigenética querem entender se existe alguma relação entre informações “escondidas” nos genes e que não fazem parte diretamente do DNA – a homossexualidade poderia ser uma dessas características. Ela explicaria como, por exemplo, existem gêmeos com DNA idêntico e comportamentos sexuais diferentes.

Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, feita com 37 pares de irmãos gêmeos em que apenas um deles era gay, analisou a estrutura molecular de seu DNA e padrões de marcas epigenéticas. Para efeito de pesquisa, 10 pares de gêmeos em que os dois são heterossexuais fizeram parte do estudo.

Depois que todos os indivíduos tiveram seu mapeamento de DNA feito, descobriu-se que cinco marcas epigenéticas apareciam com frequência muito mais alta nos homossexuais. Tanto que, depois de esses dados serem inseridos em um algoritmo de computador, era possível determinar com precisão de 67% se o indivíduo da amostra era gay ou não. Esse valor alto de acerto abriu caminhos para mais estudos na área da epigenética.

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