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Como acessar o SUS para questões de Transição?
   18 de março de 2021   │     19:33  │  0

Por: Bruna Benevides – Segunda-Sargenta da Marinha do Brasil, e há 21 anos ingressou na carreira militar.  Uma trajetória comum, mas cercada pela transfobia. Militante e defensora dos direitos humanos da população LGBTI, em especial das pessoas trans e travestis, ela também é coordenadora e articuladora do Instituto Brasileiro Trans de Educação e presidenta do Conselho LGBT de Niterói.    Dentre outras atividades, Bruna também é vice-presidente da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBT.

 


Constante são as procuras sobre as dúvidas em relação para acesso ao processo transexualizador do SUS e sobre quais procedimentos temos garantido o direito, além do funcionamento e fluxo de atendimento.

Organizamos algumas informações, mas é imprescindível que todas as pessoas possam ler e acessar a Politica Nacional de Saúde Integral LGBTI do Ministério da Saúde e a própria portaria que instituiu o processo Transexualizador do SUS.

Em 2006, o SUS introduziu, por meio da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, o direito ao uso do nome social, pelo qual travestis e transexuais se identificam e escolhem ser chamados socialmente – e não apenas nos serviços especializados que já os acolhem, mas em qualquer outro da rede pública de saúde. O Processo Transexualizador foi instituído em 2008, passando a permitir o acesso a procedimentos com hormonização, cirurgias de modificação corporal e genital, assim como acompanhamento multiprofissional. O programa foi redefinido e ampliado pela Portaria 2803/2013, passando a incorporar como usuários do processo transexualizador do SUS os homens trans e as travestis, tendo em vista que até então apenas as mulheres trans eram assistidas pelo serviço.

Não utilizamos o termos Afirmação de Gênero, pois partimos de uma ideia onde nenhuma modificação corporal (ou a ausência dela), apesar de serem importantes, definem nossa transgeneridade e que nosso gênero já está muito bem estabelecido quando optamos por qualquer mudança. Portanto, utilizamos o termo cirurgias de modificações corporais quando nos referirmos aos procedimentos cirúrgicos.

A criação do processo transexualizador do SUS sinaliza-se como importante avanço na universalização desta à população trans brasileira e uma grande conquista dos movimentos sociais. Contudo, a efetivação desse programa ainda coloca alguns desafios para gestores e trabalhadores do SUS. Mas especialmente pela população Trans, visto que ainda são poucos serviços e há questões que limitam o acesso a maior parte de nossa população.

O cuidado com a população trans é estruturado por dois componentes: a Atenção Básica e a Atenção Especializada. A Básica refere-se à rede responsável pelo primeiro contato com o sistema de saúde, pelas avaliações médicas e encaminhamentos para tratamentos e áreas médicas mais específicas e individualizadas.

A Especializada é dividida em duas modalidades: a ambulatorial (acompanhamento psicoterápico e hormonização) e a hospitalar (realização de cirurgias de modificação corporal e acompanhamento pré e pós-operatório).

Para todas as pessoas, a idade mínima para procedimentos ambulatoriais é de 18 anos. Para os hospitalares, ela aumenta para 21 anos. Qualquer indivíduo pode procurar o sistema de saúde público e é seu direito receber atendimento humanizado, acolhedor e livre de discriminação.

Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, os únicos hospitais que podem realizar cirurgias de transgenitalização no Brasil pelo SUS são o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, o HC da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, o HC da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, o HC da Universidade de São Paulo e o Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro. Apenas três unidades fazem acompanhamento preventivo, com foco em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Uma das unidades está na capital de São Paulo; outra, em Campinas; e a terceira, em Porto Alegre.

Para ter acesso aos serviços do processo transexualizador do SUS, é preciso solicitar encaminhamento na unidade básica de saúde mais próxima da sua residência. Os procedimentos mais procurados são a hormonização, seguidos de implantes de próteses mamárias e cirurgia genital em travestis e mulheres trans, assim como a mastecomia e histerectomia no caso dos homens trans. A faloplastia ainda é feita em caráter experimental no Brasil.

Importante atentar para as filas de acesso – que hoje variam em mais de 10 anos para a redesignação sexual, e buscar informações sobre os procedimentos necessários para acesso a tratamento fora de domicílio (TFD) pelo SUS, para aquelas pessoas que moram em cidades onde não hajam serviços especializados.

Requisitos básicos para acesso ao processo Transexualizador:

  • Maior de 18 anos para iniciar processo terapêutico e realizar hormonização;
  • Maior de 21 anos para cirurgias de redesignação sexual, com indicação médica; e
  • Necessidade de avaliações psicológicas e psiquiátricas durante um período de 2 anos, com acompanhamentos e diagnóstico final que pode encaminhar ou não a paciente para a cirurgia tão aguardada.

IMPORTANTE: A cirurgia plástico-reconstrutiva da genitália externa, interna e caracteres sexuais secundários não constitui crime de mutilação previsto no artigo 129 do código penal brasileiro, haja vista que tem o propósito terapêutico (RESOLUÇÃO CFM nº 1.652/2002)

Desde junho deste 2019, a transexualidade não está mais na lista de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a entidade, a transexualidade passa a integrar como “incongruência de gênero” a categoria denominada “condições relativas à saúde sexual”.

Principais alterações na Resolução 2265/2019 do Conselho Federal de Medicina, que dispõe sobre o cuidado específico à pessoa transgênera:

• A adoção da nomenclatura médica da transexualidade como “incongruência de gênero” nos termos da atualização da CID feita pela OMS em junho de 2018;
• A previsão do Projeto Terapêutica Singular (PTS) que servirá para elaborar o conjunto de propostas terapêuticas articuladas do paciente, que deve ser objeto de discussão coletiva da equipe multiprofissional e interdisciplinar com participação de cada indivíduo e de seus responsáveis legais; .
• Para crianças e adolescentes na pré-puberdade: previsão somente do acolhimento e do acompanhamento por equipe multiprofissional e interdisciplinar; .
• Para crianças e adolescentes em puberdade: previsão da possibilidade de bloqueio hormonal que consiste na interrupção da produção de hormônios sexuais, impedindo o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários do sexo biológico. Prática condicionada à anuência da equipe multiprofissional e do responsável legal do paciente;
• Para adolescentes a partir dos 16 anos: previsão da possibilidade da hormonoterapia cruzada que é a reposição hormonal na qual os hormônios sexuais e outros medicamentos são administrados nas pessoas trans para desenvolverem a feminização ou masculinização de acordo com a sua identidade de gênero. Prática condicionada à anuência da equipe multiprofissional e do responsável legal do paciente; • Previsão de realização de procedimento cirúrgico somente a partir dos 18 anos e com acompanhamento prévio mínimo de 01 ano por equipe multiprofissional e interdisciplinar; e .
• Avanço na cirurgia de metoidoplastia para homens trans que deixa de ter caráter experimental.

Contudo a portaria do SUS ainda não foi atualizada, onde os requisitos permanecem os mesmos da Portaria vigente. 

Lembramos ainda sobre a necessidade de seguir atentas junto ao ministério da saúde, pois é lá que as recomendações precisam de fato ser homologadas para entrar em prática, e o cenário que temos naquele ministério é o pior possível. Visto os desmontes que temos acompanhado desde a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, que congelou o investimento nas políticas de saúde, alem dos retrocessos e constantes ataques ao SUS.

Desta forma seguiremos na luta pela despatologização das identidades Trans, e o contra o ato médico sobre nossos corpos. Sempre em busca da garantia do respeito a autonomia do sujeito, sua autodeterminação e o acesso à saúde sem um viés biologizante ou genitalista.

Lista de unidades de saúde no Brasil<img class=”i-amphtml-intrinsic-sizer” style=”max-width: 100%; display: block !important;” src=”data:;base64,” alt=”” />

  • Centros de referência com atendimento ambulatorial e hospitalar (cirúrgico):
Hospital Cidade
UFG – Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás Goiânia/GO
UFRGS – Hospital de Clínicas de Porto Alegre Porto Alegre/RS
UFP – Hospital das Clínicas Recife/PE
UERJ – Hospital Universitário Pedro Ernesto Rio de Janeiro/RJ
FMUSP – Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina São Paulo/SP

 

  • Ambulatórios do SUS:
Ambulatório Cidade
CPATT – Centro de Pesquisa e Apoio a Travestis e Transexuais Curitiba/PR
Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Rio de Janeiro/RJ
Hospital Universitário Professor Edgard Santos Salvador/BA
Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS São Paulo/SP
Ambulatório do Hospital das Clínicas de Uberlândia Uberlândia/MG
Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes Vitória/ES

 

  •  Ambulatórios das redes de saúde estaduais:
Ambulatório Cidade
Ambulatório Transexualizador da Unidade Especializada em Doenças Infectoparasitárias e Especiais Belém/PA
Ambulatório de atenção especializada no Processo Transexualizador do Hospital Eduardo de Menezes Belo Horizonte/MG
Ambulatório Trans do Hospital Dia Brasília/DF
Ambulatório LGBT Darlen Gasparelli Camaragibe/PE
Ambulatório de Saúde de Travestis e Transexuais do Hospital Universitário Maria Pedrossian Campo Grande/MS
Centro de Saúde Campeche Florianópolis/SC
Centro de Saúde Estreito Florianópolis/SC
Centro de Saúde Saco Grande Florianópolis/SC
Ambulatório de Saúde Trans do Hospital de Saúde Mental Frota Pinto Fortaleza/CE
Ambulatório de Transexualidade do Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi Goiânia/GO
Ambulatório para travestis e transexuais do Hospital Clementino Fraga João Pessoa/PB
Ambulatório de Saúde Integral Trans do Hospital Universitário da Federal de Sergipe Lagarto/SE
Ambulatório LGBT Patrícia Gomes, Policlínica Lessa de Andrade Recife/PE
UPE, Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros Recife/PE
Ambulatório LBT do Hospital da Mulher Recife/PE
Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana do HC Ribeirão Preto/SP
Ambulatório do Centro Estadual de Diagnóstico, Assistência e Pesquisa Salvador/BA
Ambulatório trans do Hospital Guilherme Álvaro Santos/SP
Ambulatório Municipal de Saúde Integral de Travestis e Transexuais São José do Rio Preto/SP
Ambulatório AMTIGOS do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas São Paulo/SP
Ambulatório Roberto Farina, UNIFESP São Paulo/SP
UBS Santa Cecília São Paulo/SP
Ambulátorio de Saúde Integral de Travestis e Transexuais João W. Nery Niterói/RJ

Por Bruna Benevides

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Brinquedo sexual masculino assusta por parecer triturador de alimentos
   17 de março de 2021   │     16:52  │  0

Brinquedos sexuais são cada vez mais comuns entre as mulheres, mas a ala masculina do mercado ainda é incipiente, com poucos produtos disponíveis. Contudo, os rapazes que estão dispostos a aposentar a mão e investir em algo mais high-tech tomaram um susto ao ver o vídeo de um masturbador masculino que viralizou nas últimas semanas.

O vídeo foi compartilhado pelo Sex Shop colombiano “Caputxeta Sex” no último dia 14 e já foi visto mais de 9 milhões de vezes. O produto não possui um nome, sendo chamado apenas de “masturbador masculino”.

A dinâmica dele é simples: o homem coloca o pênis em um tubo com algumas cerdas. O produto, então, faz alguns movimentos de “pra cima e pra baixo” e circulares. Há alguns níveis de velocidade, desde um mais tranquilo até outro que parece um triturador de alimentos – e justamente que assustou os homens.

O produto já recebeu alguns apelidos como “liquidificador” e “moedor”. São poucos os corajosos que se mostraram dispostos a encará-lo. Auron Play, um famoso streamer da Espanha, ironizou o triturador.

“Sinto muito, amigos. Não farei stream durante alguns dias pois estou no hospiral. Logo logo contarei mais detalhes”, disse ele, que também compartilhou o brinquedo perigoso.

O produto é vendido na Colômbia com um preço equivalente a R$ 1 mil, o que pode afastar até mesmo os corajosos.

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Novo Capitão América dos quadrinhos será gay e protetor dos desabrigados
   16 de março de 2021   │     15:20  │  0

Marvel anunciou nesta terça-feira (16) uma nova versão do personagem Capitão América. A série de quadrinhos The United States of Captain America, criada para celebrar os 80 anos do personagem, introduzirá Aaron Fisher, um jovem gay que protege a população em situação de rua.

Batizado de “Capitão América das Ferrovias” (nos Estados Unidos, é comum que pessoas desabrigadas ocupem trilhos abandonados), foi criado pelo roteirista Josh Trujillo, que é gay, e pela artista Jan Bazaldua, uma mulher transgênero.

“Aaron é inspirado nos heróis da comunidade queer: ativistas, líderes, e pessoas comuns que estão lutando por uma vida melhor. Ele protege os oprimidos e os esquecidos. Eu espero que sua história de estreia ressoe com os leitores, e ajude a inspirar a próxima geração de heróis”, comentou o roteirista no anúncio da Marvel.

The United States of Captain America terá um total de cinco edições, cada uma introduzindo uma nova versão do super-herói. Na trama, os titulares anteriores do título de Capitão América, Steve Rogers, Sam Wilson, Bucky Barnes e John Walker partem em uma viagem para procurar o escudo do personagem, que sumiu misteriosamente. No caminho, eles conhecem pessoas comuns que decidiram assumir o manto do herói para defender suas comunidades — caso de Aaron Fisher.

A primeira edição da HQ está programada para ser lançada no dia 2 de junho nos Estados Unidos.

 

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Mitos e verdades sobre ser assexual
   15 de março de 2021   │     18:39  │  0

Percebi que era assexual na mesma época em que meus colegas pareciam perceber que eles não eram. Assim que os hormônios entraram em ação, o mesmo aconteceu com o interesse quase universal por sexo para aqueles ao meu redor. Achava o sexo intrigante, mas nunca a ponto de querer expressar minha sexualidade com outra pessoa. Não tinha desejo sexual por outras pessoas, não sentia atração sexual e isso não mudou.

Não soube que havia uma palavra para minha sexualidade até os 15 anos, depois de ser interrogada pela milionésima vez na escola sobre minha orientação, ou a falta dela. Depois de pesquisar no Google assim que cheguei em casa, percebi pela primeira vez na vida que poderia não estar quebrada, que não estava sozinha em minha experiência e que não era um defeito que eu tivesse causado a mim mesma. Passei toda a minha vida adolescente tentando responder às perguntas invasivas das pessoas sem ter a linguagem apropriada para explicar que eu era apenas uma garota assexual.

Mas mesmo depois de eu encontrar as denominações, resolvi apenas metade do problema. Somos ensinados na escola primária que nos tornaremos sexualmente atraidos por outras pessoas, mas nunca que não ter atração sexual é uma opção. Como não somos ensinados sobre isso, ninguém mais sabia do que eu estava falando quando tentei assumir para eles que eu era assexual.

Muitos não acreditam que a assexualidade seja real, e isso torna a experiência de navegar em nossa sociedade heteronormativa e hiper-sexualizada como uma pessoa assexual ainda mais difícil. Passei minha vida lutando contra concepções errôneas sobre isso, assim como muitas outras pessoas também o fizeram. Agora, tento usar meu trabalho como modelo e ativista para aumentar a conscientização e mudar a forma como nossa sociedade percebe a assexualidade.

Agora, vamos separar o fato da ficção:

Mito: pessoas assexuadas não possuem sexualidade ✘

Verdade: Assexualidade é considerada sexualidade, assim como bissexualidade, heterossexualidade e homossexualidade. Costumo dizer que é uma orientação sexual em que sua sexualidade não é orientada a lugar nenhum – porque na verdade não é o mesmo que não ter sexualidade ou sentimentos sexuais. Pessoas assexuadas têm hormônios como qualquer outra pessoa. Não é incomum para pessoas assexuadas se masturbarem e há pessoas assexuadas que ainda fazem sexo por vários motivos e obtêm prazer com isso. Algumas pessoas assexuadas são romanticamente atraídas por outras, mas não sexualmente atraídas. Visto que a assexualidade é um espectro, as maneiras pelas quais a assexualidade é vivenciada podem variar de maneiras diferentes.

Mito: Assexualidade é uma escolha de estilo de vida ✘

Verdade: Este equívoco origina-se da ideia de que a assexualidade é uma escolha e não uma orientação sexual legítima. Assexualidade costuma ser confundida com celibato ou abstinência, provavelmente porque podem se manifestar de maneiras semelhantes. Na sociedade contemporânea, o celibato é frequentemente definido como abstinência sexual, muitas vezes por motivos religiosos. Claro, para muitos assexuais, sua assexualidade significa que eles não estão interessados ​​em fazer sexo com outras pessoas, mas isso é o resultado de sua orientação, não de suas crenças sobre o comportamento sexual. O celibato é uma escolha de estilo de vida, a assexualidade não. Assexualidade também não deve ser confundida com ser um incel. As pessoas não decidem se tornar assexuadas porque não conseguem encontrar parceiros sexuais ou por qualquer outra circunstância. Não é um estado de espírito quando você está passando por um “período de seca”, e nem é uma escolha, assim como ser gay ou hetero também não é. É assim que somos.

Mito: Assexualidade é uma doença ✘

Verdade: A afirmação de que a assexualidade é um transtorno mental ou físico é incrivelmente prejudicial para as pessoas assexuadas e tem levado a diagnósticos falsos, medicamentos desnecessários e tentativas de converter pessoas assexuadas. Por exemplo, o Transtorno da Excitação / Interesse Sexual Feminino e o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo – que são caracterizados por desejo sexual baixo ou ausente – estão no DSM-5 e foram considerados um diagnóstico médico para assexualidade. Mas a diferença é que as pessoas que têm HSDD se incomodam com sua falta de impulso sexual, enquanto os assexuais não. Mas mesmo a inclusão de HSDD como um diagnóstico é controversa – alguns argumentam que as pessoas assexuadas podem sentir angústia por sua falta de desejo sexual por causa da falta de aceitação na sociedade. Assexualidade não é o resultado de uma deficiência hormonal, ou de uma síndrome, ou de uma doença física ou psicológica. A pesquisa disse isso. Não precisamos ser tratados ou consertados.

Mito: pessoas assexuadas têm atitudes anti-sexo ✘

Verdade: Existem pessoas assexuadas que sentem repulsa pela ideia de sexo ou pela ideia de fazer sexo. Eu entro na última categoria. No entanto, esse sentimento não se estende necessariamente ao que outras pessoas estão fazendo. O equívoco de que as pessoas assexuadas são contra que outras pessoas expressem sua sexualidade, e que nem todas as pessoas assexuadas podem tolerar conversas sobre sexo, é bastante alienante. Isso faz com que pessoas assexuadas sejam deixadas de fora de discussões importantes sobre sexualidade. É totalmente possível e incrivelmente comum ter atitudes sexualmente positivas e ser assexuado

Mito: Quase não existem pessoas assexuadas ✘

Verdade: não se deixe enganar por nossa falta de visibilidade e representação. Existem muitas pessoas assexuadas por aí, mas muitos de nós não estão inteiramente por fora, e alguns não perceberam que há uma palavra para o que estão experimentando devido à falta de visibilidade. Embora faltem pesquisas sobre a população assexuada, estima-se que cerca de 1% da população seja assexuada – mas isso é baseado em estudos em que os participantes provavelmente sabiam o que era assexualidade e sabiam o que era isso. É provável que haja mais pessoas assexuadas do que sabemos, mas mesmo que representássemos apenas 1% da população, ainda seriam dezenas de milhões de assexuados.

Mito: as pessoas assexuadas ainda não encontraram a pessoa certa ✘

Verdade: A ideia de que as pessoas assexuadas precisam apenas encontrar a ‘pessoa certa’ que irá desbloquear seu desejo sexual e ‘consertar’ sua assexualidade é algo que sempre achei bastante perplexo. É um argumento que parece ser aplicado à assexualidade mais do que outras orientações. Você não diria a um cara hetero que ele simplesmente “não conheceu o homem certo ainda” como uma explicação de por que ele se sente atraído por mulheres. Eu gostaria de pensar que a maioria não diria a um homem gay que “não conheceu ainda a mulher certa ”. Isso sugere que nossa sexualidade reflete nosso ego, que ninguém que vimos ou encontramos atendeu aos nossos padrões e, portanto, não experimentamos atração sexual na medida em que o termo ‘assexual’ poderia ser aplicado.

Essa suposição ignora e invalida todas as pessoas assexuadas que encontraram a pessoa “certa” – as pessoas assexuadas em relacionamentos felizes, gratificantes e amorosos ou que já os tiveram no passado. Porque, sim, pessoas assexuadas ainda podem ter relacionamentos românticos, ou qualquer outro tipo de relacionamento. A validade de um relacionamento não é e não deve ser baseada em quão sexualmente atraído você se sente por essa pessoa. Esta declaração também joga com a noção de que as pessoas assexuadas estão “perdendo” algo e não descobriram verdadeiramente os seus ‘eu’s’ por completo,ou  que somos incompletos por causa de nossas características inatas ou nossas experiências de vida. Isso também não é verdade.

Mito: Existe uma demografia assexuada ✘

Verdade: Embora a maioria das pessoas não saiba muito sobre assexualidade, elas ainda têm uma ideia bastante específica sobre como são as pessoas assexuadas. Já ouvi muitas vezes que, como mulher negra e modelo, não pareço assexuada. Somos estereotipados como crianças brancas desajeitadas que passam muito tempo nas redes sociais e provavelmente não são atraentes o suficiente para encontrar um parceiro sexual se quiséssemos. E se formos atraentes o suficiente, devemos diminuir o tom para não “dar sinais confusos”. Mas não existe uma maneira assexuada de se vestir ou parecer. Pessoas assexuadas têm idades, origens, interesses, aparências e experiências variadas, exatamente como aqueles pertencentes a qualquer outra orientação sexual. Portanto, não use o termo “assexual” como adjetivo para descrever alguém que você acha que não é sexualmente atraente ou como um insulto, porque isso apenas perpetua esse estereótipo prejudicial.

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Lista aponta 72 países do mundo perigosos para ser gay; veja quais
   13 de março de 2021   │     17:55  │  0

No Brasil, a LGBTfobia, criminalizada recentemente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda é responsável por muita violência ,  assassinatos e  constrangimentos de pessoas da comunidade LGBTQIA+ . A situação é muito ruim, mas em outros 71 países do mundo é ainda pior: a homossexualidade é considerada crime. A gravidade de tal infração é tão alta que, em 13 países, pode condenar gays e lésbicas à pena de morte, em muitos dos outros pode levar à prisão.

A informação é de um relatório da Associação Internacional de Gays e Lésbicas, atualizado até 2016.

Somente na África é possível ser preso em 31 nações por ser lésbica ou gay. São elas: Argélia, Botsuana, Burundi, Camarões, Comores, Eritreia, Etiópia, Gâmbia, Gana, Guiné, Quênia, Libéria, Líbia, Malauí, Mauritânia, Maurício, Marrocos, Namíbia, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Suazilândia, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. Recentemente, a Angola descriminalizou a homossexualidade .

Na Ásia há outros 23 países em que a detenção pode ocorrer apenas por parecer ser homossexual: Afeganistão, Bangladesh, Butão, Brunei, Gaza (no território palestino ocupado), Índia, Sumatra Meridional e Achém (na Indonésia), Iraque, Irã, Kuwait, Líbano, Malásia, Maldivas, Mianmar, Omã, Paquistão, Catar, Arábia Saudita, Singapura, Sri Lanka, Síria, Turcomenistão, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão e Iêmen.

Nas três Américas o relatório totaliza 11 nações: Antígua e Barbuda, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadina e Trinidad e Tobago. Já na Oceania, mais seis países: Ilhas Cook (associadas à Nova Zelândia), Kiribati, Papua Nova Guiné, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga e Tuvalu.

Entre os 72 países, 13 localizados na África e na Ásia, com destaque para a região do Oriente Médio, se destacam por permitirem a aplicação de pena de morte para o crime de ser homossexual. São os países mais perigosos do mundo para ser gay:

1) Sudão
2) Irã
3) Arábia Saudita
4) Iêmen
5) Mauritânia
6) Afeganistão
7) Paquistão
8) Catar
9) Emirados Árabes Unidos
12) Iraque
11) Síria (em algumas partes)
12) Nigéria (em algumas partes)
13) Somália (em algumas partes)

 

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