Monthly Archives: junho 2016

Colgate lança comercial com casal gay
   12 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Campanha é a primeira na história da marca a trazer relacionamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo para protagonizar vídeo da empresa.

Campanha foi divulgada com a hashtag #SmileWithPride | Foto: Reprodução/Facebook Colgate

Campanha foi divulgada com a hashtag #SmileWithPride | Foto: Reprodução/Facebook Colgate

“Às vezes só é preciso um sorriso. E o seu sorriso só precisa de Colgate.” Até aí tudo bem. As frases separadas do comercial de TV nada chamam a atenção. Parece mais um texto publicitário como qualquer outro. Mas o texto é narrado após uma cena na qual um casal de homens gays chega ao apartamento novo e é bem-vindo pelos vizinhos, um avô com seu neto, que oferecem ajuda para carregar o sofá do rapazes.

A campanha publicitária foi divulgada no dia 3 de junho no México, cinco dias depois do encerramento da Vallarta Pride, a Parada do Orgulho LGBT por lá, realizada entre os dias 16 e 29 de maio em Puerto Vallarta. A Colgate aproveitou o momento para lançar o comercial com o nome da marca estampado. Essa é a primeira vez que a Colgate lança um comercial no qual usa um casal gay para protagonizar as cenas.

A hashtag #SmileWithPride, que significa em português “sorria com orgulho”, foi criada para divulgar a campanha publicitária da marca. O vídeo recebeu apoio e também críticas nas redes sociais por escolher um casal gay.

O presidente mexicano Enrique Peña Nieto, do PRI (Partido Revolucionário Institucional), apresentou ao parlamento do México uma proposta de emenda à Constituição que aprova o casamento homoafetivo no país. Em 15 de junho de 2015, a Suprema Corte de lá decidiu que os juízes são obrigado acolher os pedidos de homossexuais que pretendem se casar.

No Brasil a união estável homoafetiva passou a ser revertida para casamento a partir de decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2013 que obriga os cartórios a reconhecerem e celebrarem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Veja o comercial da Colgate divulgado no México:

Tags:, , , , , , ,

Peça “O Beijo no Asfalto” retratará homossexualidade e preconceito no Teatro Apolo
   11 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Retratando o caos e a hipocrisia da sociedade pós-moderna, o espetáculo O Beijo no Asfalto, escrito originalmente por Nelson Rodrigues em 1961, voltou a ser encenado na capital pernambucana, no Teatro Apolo, a partir da sexta-feira 20/05 e seguirá até 5 de junho. Horários: sextas e sábados a partir das 20h; e domingos, às 19h.

A peça dialoga com o texto original, mas se utiliza de elementos contemporâneos para traduzir melhor os nossos tempos. “A peça aborda algo que eu quero dizer e me incomoda muito: essa imprensa que manipula a opinião pública e, principalmente, o ranço preconceituoso que as pessoas mantêm até hoje. Não só na questão da homossexualidade, mas num âmbito mais geral”, comentou Claudio Lira, que assume a direção da peça.

O elenco é composto por Arthur Canavarro, Andrêzza Alves, Eduardo Japiassu, Ivo Barreto, Pascoal Filizola, Sandra Rino e Lano de Lins. Os comunicadores Gino César e Joslei Cardinot entram em cena para narrar os crimes ocorridos, remetendo à imprensa pernambucana da década de 60.

"O Beijo no Asfalto"/Fotos: Américo Nunes

“O Beijo no Asfalto”/Fotos: Américo Nunes

Testemunhas de Jeová comparam homossexualidade a objeto proibido nos aviões
   10 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Uma menina tem uma amiga com duas mães, mas logo lhe explicam que, para Jeová, a felicidade é do casal homem-mulher. E é essa a regra do paraíso. O vídeo polêmico já originou uma petição.

O caso já motivou uma petição na Change.org com o apelo “Testemunhas de Jeová, deixem de ensinar homofobia às crianças”.

O caso já motivou uma petição na Change.org com o apelo “Testemunhas de Jeová, deixem de ensinar homofobia às crianças”.

“É como andar de avião. O que é que acontecia se alguém quisesse levar algo que está proibido?”, pergunta a mãe. “Não o deixariam subir”, responde a filha. A mãe remata: “Jeová é igual. Ele quer que vamos todos para o paraíso, mas para isso temos de seguir as normas dele”. E uma das regras para entrar no paraíso, há de explicar a mãe, é que o homem deve casar-se com a mulher.

O vídeo intitula-se “Un hombre y una mujer (Caleb y sofia)” e é divulgado no site oficial das Testemunhas de Jeová. No caso das Testemunhas de Jeová do Peru, o vídeo foi posto no YouTube a 2 de maio e já conta com mais de 15 mil visualizações. A história começa num dia de escola, quando um grupo de crianças desenhou a sua família na aula. Uma menina está a observar os desenhos dos colegas e nota que, num deles, uma das suas colegas desenhou-se com duas mães. Quando chega a casa, questiona a mãe.

“A Clara tem duas mães e contou-me que estão casadas. O meu professor disse-nos que o que importa é que os casais sejam felizes”, diz a criança. Mas a mãe invoca os ensinamentos de Jeová para mostrar que o correto é os casais serem compostos por homem e mulher. “Jeová quer que sejamos felizes e sabe como fazê-lo. Por isso é que o matrimónio é entre homem e mulher”. A filha responde: “Mas eu quero que todos possam ir para o paraíso”. A mãe tranquiliza-a. “Mas Jeová também. E sabes que mais? As pessoas podem mudar”.

O caso já motivou uma petição na Change.org com o apelo “Testemunhas de Jeová, deixem de ensinar homofobia às crianças”. É o vídeo abaixo que está na origem da polêmica. Pode ser visto em português a baixo.

No canal da filial brasileira da organização ainda não há uma versão em português deste vídeo. Mas há outros: os internautas podem assistir ao “Seja generoso”, “Os filhos são uma herança de Deus” ou “Seja limpo e organizado”. As Testemunhas de Jeová de Portugal não têm canal naquela rede social.

Tags:, ,

Buenos Aires, a capital gay da America Latina
   9 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Se você acha que devido os principais pontos turísticos serem um palácio todo rosa e um obelisco que lembra um pênis de 67,5m de altura, Buenos Aires é gay?….acertou

Existem muitos motivos pra você ir correndo para Buenos Aires: são apenas três horas de vôo de São Paulo ou do Rio, não precisa visto, é barato, é considerada a mais européia da América Latina, tem uma oferta cultural ampla (http://www.cultura.gov.ar ) e a vida noturna uma ferveção, com ruas cheias de bares e boates que começam a funcionar à uma da matina ( se você chegar a meia noite corre o risco de ser o primeiro ).

Mas o quente mesmo queridinhos é que além de uma gente belíssima e elegantérrima, os argentinos são tolerantes e respeitosos, prova disso é que em 2002 foi aprovada a união legal de parceiros de mesmo sexo.

Pronto, já te convenci, não só a você, mas as bibas de quase todo mundo que somam 20% do total de turistas que visitam a cidade (isso significa 550 mil bis por mês).

Portanto, lugares gayfriendly é que não faltam. Segundo o guia gay local são quase 168 lugares entre restaurantes, hotéis, boates, saunas e por aí vai. O interessante é que diferente das outras grandes cidades mundiais, em Buenos Aires não existe um bairro gay específico, tudo está espalhado e você pode conferir vendo o mapa gay da cidade em www.bleucards.net/map/mapa_grande.htm . Mas Não se desespere ! pois as regiões de Palermo, San Telmo, Recoleta e o Centro são as preferidas pela comunidade gay.

Assim como a diversidade de lugares, existem muitas opções para se alojar e uma bem legal são os bed & breakfast ( cama e café da manhã ) exclusivamente gays. Em alguns, os banheiros são compartilhados, mas isso não significa que é um Albergue da Juventude. Também existe a opção de se alugar um apartamento durante a estadia, ou para os mais clássicos existem várias opções de hotéis, com destaque para a rede Howard Johnson, o primeiro hotel reconhecido como gay friendly e localizado no centro.

Infelizmente aqui não há espaço pra te contar com detalhes de todos os lugares gays, mas nós da FRIENDLYTUR organizamos um guia gay local resumido que você pode receber via e mail quando optar por esta viagem conosco.

Claro que além de toda ferveção você tem que reservar tempo para conhecer os principais pontos turísticos dessa maravilhosa cidade.

Uma dica é começar com um city tour que dura geralmente por volta de 03 horas te dando uma rápida noção da cidade, e depois você pode caminhar tranqüilamente nos pontos que mais lhe interessaram. Destacamos um pequeno roteiro pra quem vai passar 3 dias e depois abaixo uma descrição muito alguns pontos.

1º dia -Explore o centro pela manhã, almoce em Puerto Madero e passe a tarde na Recoleta. A noite vá a uma milonga gay:

Centro da cidade
Comece pela Plaza San Martín, onde os argentinos enfrentaram e venceram os ingleses em 1807. Ali começa o calçadão da Calle Florida (veja compras) e ande em direção ao Obelisco, na monumental Avenida 9 de Julio, ande até o Teatro Colón (www.teatrocolon.org.ar) e pegue o metrô(ou subte, como dizem os argentinos) até a Estação Catedral e você estará em plena Plaza de Mayo, o coração político de Buenos Aires. Visite o Banco de la Nación, o Museu do Cabildo (antiga sede do poder civil) e a Casa Rosada, antes de entrar na Avenida de Mayo. Na esquina com a Rua Peru, desça as escadas para ver a estação mais antiga do Subte, de 1913. Depois, continue até o Gran Café Tortoni (abaixo) e não deixe de ver o Congresso e o Palácio de las Águas Corrientes, dois outros marcos da arquitetura portenha.

Neste passeio temos dois destaques: o Obelisco da Av. 9 de Julho, cartão-postal mais conhecido de Buenos Aires. Um monumento de 68 metros que foi construído em 1936, em comemoração ao quarto centenário da cidade. Ele marca o ponto central da Av. 9 de Julho, considerada a mais larga do mundo, com 140 metros. E o magnífico Teatro Colón ( Plaza Lavalle ), um teatro para ópera com arquitetura francesa construído em estilo neoclássico, com capacidade para 3 200 pessoas, é considerado uma das melhores acústicas do planeta. Repare na marquise de ferro trabalhado e no candelabro central, de sete metros de largura. Não deixe de fazer um tour de uma hora com guia pelo teatro, você vai ver as oficinas onde são feitos os cenários e os figurinos das óperas.

Entre outros museus, destaca-se o Museu Nacional de Belas Artes ( Av. Libertador, 1473 ), que está instalado numa fábrica abandonada de tijolos e cimento, e o Museu Nacional de Arte Decorativa ( Libertador, 1902 ) instalado num suntuoso palácio da cidade. E o Malba – Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (avenida Figueroa Alcorta, 3415, tel. 4808-6500).

Puerto Madero
É um audacioso projeto urbanístico que transformou a decadente zona portuária em um dos bairros mais elegantes da cidade. Com seus prédios de tijolos vermelhos, agora está cheio de cafés, lojas e restaurantes. Em uma das pontas fica atracado um navio-cassino, o Estrella de la Fortuna. Para entrar, é preciso fazer um depósito de 300 dólares. Pode-se também conhecer o Museo Fragata Sarmiento, um barco-escola de 1897, atracado no dique 3, ou caminhar pela arborizada Avenida Costanera Sur. Almoce por lá e não deixe de saborear a cerveja Quilmes ou um café no El Mirassol del Puertover.

Bairro da Recoleta
Tudo é muito chique na Recoleta, o reduto dos milionários de Buenos Aires. Para quem curte arquitetura vai perceber que é na Recoleta onde Buenos Aires se parece mais com Paris. Aqui as opções são muitas, comece apenas passeando e admirando os diversos palácios da avenida Alvear como a Embaixada da França (Cerrito, 1390), em estilo belle époque; o Palácio Pereda que hoje abriga a residência do embaixador brasileiro (Arroyo, 1130); a Mansão Algaza Unzué, atualmente anexo do hotel Four Seasons; o Palácio Duhau no n°- 1683; o Palácio Casares, que abriga a sede do Jockey Club no n°- 1345; a Casa Nacional de Cultura no n°- 1690; e a Nunciatura Apostólica no n°- 1671. Também existem muitas praças ( nos fins de semana, visite a feira de artesanato, na Plaza Francia ), restaurantes e cafés sofisticados (ver abaixo). Não deixe de ver o complexo de cinemas Village Recoleta, ou visitar as galerias do Centro Cultural Recoleta localizado no prédio do antigo convento dos frades recoletos, do século 18, onde há exposições, apresentações interessantes e uma ótima livraria.

Para os mais afortunados é também um local de compras (ver abaixo), não se podendo deixar de citar o Buenos Aires Design Center, um shopping dedicado à decoração e que reúne desde grandes marcas nacionais até designers jovens e descolados. E caso esteja “arrependida” de algo na noite anterior, não se preocupe vá até a magnífica Igreja de Nuestra Senõra de Pilar, a segunda mais antiga da cidade, de 1732, e que contém a mais importantes amostra da arquitetura colonial portenha.

Para os admiradores de Evita passeie pelo cemitério da Recoleta para ver seu túmulo (procure pelo túmulo da família Duarte), daí você vai entender porque Madonna encarnando Evita gerou tanta polêmica? Há visitas guiadas gratuitas no último domingo de cada mês, às 14h30. Se isso ainda não for o suficiente, visite o Museu Evita ( www. )

Tango Gay
Vai preparando a cinturinha, pois é ponto obrigatório ir a uma casa de Tango. Além das clássicas casas de show de tango, as gays ganharam também aqui seu espaço, denominada La Marshall, a primeira tangueria gay do mundo (chamada também de milongas). Ali as bi se entrelaçam na pista e jogam o corpo para todos os lados ao som de clássicos como El dia que me quieras. O lugar é um enorme salão com bar e decoração que lembra uma discoteca (Avenida Córdoba, 4.185). Existem aulas, mas depois seguem as milongas livres.

Você também encontra aulas de Tango aos Sábados no Bad and breakfast chamado Lugar Gay, denominado Tango entre Muchahos – www.lugargay.com.ar/bedandbreakfast. Mas também existem as casas clássicas de show de tango, como Casablanca (Balcarce, 668, 331-4621), a Michelângelo (Balcarce, 450, 334-4321), Tango Mío (Ituzamngó, 1200, 303-0231) e Señor Tango (Av. Vieytes, 1655). São agradáveis, mas não são autênticas. O verdadeiro tango rola nos ambientes enfumaçados e decadentes como no La Media Luz (Chile, 316, 331-1872), Café Homero (J. A. Cabrera, 4946, 773-1979), Bar Sur (Balcarce e Estados Unidos, 362-6086), El Querandí (Calle Peru, 302) e La Ventana (Balcarce, 425, 331-0217). Mas, atenção: ligue antes de sair para evitar decepções. As tanguerias vivem fechando (e reabrindo) as portas.

2º dia – Passeie pelo parque de Palermo, vá até o bairro La Boca e conheça o Caminito. A noite se jogue numa das várias opções de bares e boates:

Palermo
Este bairro se divide em dois. À esquerda da linha do trem, ele é Palermo Soho. Já à direita dessa linha, ele é Palermo Hollywood, pela proximidade de uma rede local de TV e do fato de sempre ser locação de filmes de publicidade. Em Palermo Soho, geralmente em lojas não identificadas por placa, escondem-se os estilistas vanguardistas e os designers de interiores pós-pós-modernos. Já em Palermo Hollywood, se concentram os restaurantes moderníssimos. A poucos passos de Palermo Hollywood se esconde o antigo Mercado de Pulgas na Av. Dorrego, 1600. Abre das 9h às 19 h.

Parque de Palermo
Localizado no elegante Bairro de Palermo, o Parque Tres de Febrero é um paraíso, com jacarandás, pedalinhos, e um Jardim Japonês. Sinta os aromas do jardim das roseiras, confira se está havendo corrida no Hipódromo, inaugurado em 1876, ou se preferir, vá conhecer o Zoológico. Depois, explore La Imprenta, um bairro bem atrás do Hipódromo com ruas muito arborizadas, cheias de prédios charmosos. O point de La Imprenta é La Cuadra – uma vila coberta, com lojas e galerias dos dois lados e um lounge-café no meio, com música ambiente e revistas.

La Boca
É um bairro portuário formado pelos imigrantes italianos. A grande atração de La Boca é o Caminito, uma tradicional rua do bairro, que tem casas coloridas feitas de chapas de aço e com muitos artistas por todos os cantos. Também ali se encontram animadas cantinas italianas ao longo da Av. Necochea ( a maioria delas tem shows ao vivo ). Embora o Caminito seja a vedete de La Boca há muito mais para se ver pelos arredores.

Na divisa com o bairro vizinho de San Telmo, o Parque Lezama mantém o interessante Museo Histórico Nacional, no local da fundação da cidade, em 1536. Na Avenida Brasil, em frente, fica a Igreja Apostólica Ortodoxa Russa, adornada com cúpulas em forma de cebolas. Para chegar ao coração de La Boca, pegue a Avenida Almirante Brown. No cruzamento com a Avenida Don Pedro de Mendoza estão as duas pontes que ligam Buenos Aires à cidade vizinha de Avellaneda. Do alto da mais nova, você terá uma bela vista do porto. Continue então pela Don Pedro de Mendoza até Vuelta do Rocha, onde começa o Caminito. Seguindo a pé por mais alguns quarteirões, você chegará ao estádio de futebol do Boca Juniors.

3º dia – Vá a Feira de San Telmo e almoce

Feiras
A Feira de San Telmo é a mais conhecida feira permanente de Buenos Aires. Ela acontece aos domingos, das 10h às l7h, na Praça Dorrego, coração do bairro de San Telmo. É uma espécie de mercado de pulgas, com muitas antiguidades, artesanato e alguns casais de bailarinos dando shows de tango. A feira não termina antes das cinco da tarde. Ou seja, você terá tempo de explorar as outras atrações do bairro antes de chegar lá. A Manzana de las Luces, um quarteirão antigo delimitado pelas ruas Peru, Moreno, Bolivar e Alsina, é um bom ponto de partida. Veja a Igreja de San Ignácio e a Universidade de Buenos Aires. Na esquina da Alsina com a Defensa, pare no Museo de la Ciudad. Continuando pela Defensa, você verá muitos sobrados antigos. Aproveite para almoçar no La Vieja Rotisería (calle Defensa, 963) a dois quarteirões da feira de San Telmo, carnes e lingüiças são preparadas à vista de todos, por preços imbatíveis.

Outra feira de artistas acontece às sextas-feiras, a partir das 10h, na praça em frente à Igreja dos Franciscanos (Defensa com Alsina). Para comprar artigos de couro, a melhor feira é a que acontece nos finais de semana na Plaza Itália, em Palermo, que também oferece livros usados e revistas em quadrinhos.

Aqui ficam outros destaques:

Cafés
É nos cafés que Buenos Aires mais se parece com Paris. Algumas dicas: La Biela na esquina da Av. Quintana, 600 é um dos mais badalados do bairro da Recoleta, e parada obrigatória. Exatamente do outro lado da rua está o Café de La Paix, o mais francês da cidade. Mas o endereço mais tradicional da cidade é, sem dúvida, o Tortoni ( Av. de Mayo, 825 ) com seus quase 140 anos de história. O Café La Academia (Callao entre a Corrientes e o Sarmiento) segue o melhor estilo dos antigos cafés com bilhar.

Compras
A Calle Florida é ótima para as compras – tem de tudo. Mas é uma rua cara. Os locais mais baratos para roupas estão no centro, nas lojas de fábrica localizadas na esquina da Comentes com a Pueyrredón. As fábricas de couro e peles aglomeram-se no quarteirão da Suipacha com a Paraguai, e nas avenidas Santa Fé e Cabildo. Para quem quer um pouco mais de charme procure a Galerías Pacífico ( Calle Florida,750 esquina com Cordoba ), construído em 1889, foi reciclado no início desta década e seus maravilhosos afrescos seculares convivem com lojas elegantes ou o sofisticado ou o Pátio Bullrich ( Av.Libertador, 750 na Recoleta ) que tem lojas de roupas de griffe, perfumes e discos. Outras opções são os armazéns reformados de Puerto Madero, à beira do Rio da Prata e o maior shopping que é o Alto Palermo( Santa Fé, 3253 ).

Na Av. Córdoba entre a rua Lavalleja e a avenida Juan B. Justo, concentram-se os outlets de grifes concorridas, como Nike, Adidas, Levi’s, Yves Saint-Lauren e Cheeky. Vale uma olhada.

Trem de la Costa para o Delta do rio Tigre
É um trem turístico recém-reformado, que sai da estação de Borges, no bairro de Olivos, a 12 quilômetros do centro, e vai até Tigre, uma vila charmosa a uma hora de Buenos Aires. Pela janela do vagão, você vai acompanhando a encantadora paisagem à beira-rio, intercalada por antigas estações de estilo inglês. A mais famosa é a de San Isidro, onde há uma feira de artesanato, uma bonita igreja e um hipódromo. Em Tigre partem os barcos que fazem cruzeiros pelo emaranhado de ilhas e deltas do rio. Aqui se encontra também um cassino flutuante nas margens do Rio Tigre

É hora de arrumar a malinha, se despeça do bofe latino liiiiiiiiindo que você conheceu e volte sabendo que ainda vai ter que voltar pra curtir mais essa cidade maravilhosa.

Tags:, ,

Biografia de Lou Reed fala de tratamento de choque e homossexualidade
   8 de junho de 2016   │     0:00  │  0

No livro, o autor Victor Bockris narra a personalidade do cantor e compositor nova-iorquino que esteve à frente do Velvet Underground, banda que revolucionou o rock nos anos 60

Recentemente lançada no Brasil pela editora Aleph numa versão atualizada, a biografia “Transformer – A História Completa de Lou Reed” – publicada originalmente em 1994, quando Lou tinha 52 anos -, promete reacender a chama em torno de um dos artistas mais emblemáticos e controversos da história da música, morto em outubro de 2013, aos 71 anos.

O título é uma referência ao clássico disco de 1972, seu maior sucesso fonográfico produzido por David Bowie e o guitarrista Mick Ronson. “Lou Reed foi a pessoa mais doce, charmosa, inteligente, articulada e engraçada que conheci em Nova York no início dos anos 70. Ele também podia ser o inverso. Drogas e álcool tiveram muito a ver com essas mudanças”, disse em entrevista ao Metrópoles o autor Lou Ree.

Nascido na Inglaterra e criado nos Estaod Unidos, Bockris fala com a propriedade de quem vivenciou de perto a cena junkie e hedonista nova-iorquina da época. Também autor nos anos 80 da biografia sobre o Velvet Underground, ele fazia parte da trupe do artista plástico Andy Warhol, no mítico estúdio da Factory, e trombava com as criaturas mais bizarras, insanas e criativas do mundo das artes. Lou Reed foi uma delas.

“Todos os meus livros têm dois aspectos em comum: eles se dedicam a grandes oradores, pessoas que passaram suas vidas construindo por meio da arte da poesia, das canções e entrevistas”, comentou Bockris, também autor das biografias do escritor beat, William Burroughs, dos roqueiros Patti Smith e John Cale, além do dândi Andy Warhol, os dois últimos parceiros de Lou nos anos seminais do Velvet. “Andy Warhol foi o grande líder e professor daquele futuro”, observou.

Registro envolvente e às vezes pessimista de uma trajetória marcada por conflitos pessoais, mergulhos quase suicidas no vício e polêmicas profissionais, “Transformer” também surge como uma espécie de radiografia sem filtro de uma carreira cheia de metamorfoses criativas e revoluções musicais. Judeu criado no Brooklyn, Nova York, Lou sonhou um dia em ser como Bob Dylan, mas driblou a hipócrita sociedade do seu tempo saltando para o lado selvagem da vida para se tornar uma espécie de Baudelaire da Música, com letras apologéticas sobre prostituição, travestis, universo gay, drogas e sexo. Ele rompeu barreiras, mas pagou um preço alto por isso.

Os tratamentos de eletrochoques a que foi submetido pelos pais na adolescência era uma tentativa frustrada de reprimir dois dos maiores pesadelos para uma família suburbana na década de 1950: a homossexualidade e o sonho de se tornar um rock star.

“Os horríveis tratamentos de choques pelo qual Lou Reed passou, no assustador Creedmore Mental Hospital, foram a primeira coisa que ele me contou quando o entrevistei em 1974, logo após o lançamento de “Rock ‘n’ Roll Animal”, lembrou o autor Victor Bockris, referindo-se ao visceral álbum ao vivo do artista, lançado em 1975. “Em outras palavras, era parte de sua imagem. Ele desafiou o status quo, o valor da obra de Lou Reed é como um teste decisivo da moral do seu tempo”, emendou.

Reflexos brasilienses
Foi o produtor e músico britânico Brian Eno quem fez a piada, numa entrevista nos anos 80. “O primeiro álbum do Velvet Underground vendeu poucas cópias, mas todos que compraram o disco montaram uma banda”. E deve ter sido mesmo. Em Brasília, por exemplo, no início dos anos 90, um jovem entre os seus 16 e 17 anos, se deixaria enfeitiçar pela psicodelia selvagem do famoso disco da banana. “Acho que o Velvet Underground é uma das bandas que me fizeram perceber o lado mais alternativo do rock, do proto punk, o wild side”, recorda Lucq Albano, líder e letrista do Suíte Super Luxo, importante grupo de rock alternativo da cidade. “Enfim, se há uma teogonia do rock, certamente o VU constela”, resume.

Vocalista da banda brasiliense Judas, o paulistano Adalberto Rabelo Filho não tem certeza se a primeira vez que deparou com o universo denso, sujo e iconoclasta das letras de Lou Reed foi por meio da voz de Michael Stipe, do R.E.M. – via “Dead Letter Office”, o raro álbum B- Side da banda de 1987 que continha três regravações de sucessos do Velvet: “There She Goes Again”, “Femme Fatale” e “Pale Blue Eyes” –, ou por conta da hedonista, “Venus in Furs”. Mas de uma coisa ele não esquece. O dia em que comprou o primeiro disco solo do ídolo, o clássico “New York”, lançado em 1989.

“Provavelmente foi lá na Modern Sound, em Copacabana. Não sei se por sorte ou sina, a casa da minha avó ficava em frente à loja, na Barata Ribeiro”, busca na memória o artista, confessando influência total do Velvet e seu mentor em sua formação como roqueiro. “Não só pela questão da iconoclastia e no confrontamento de valores, mas também pela qualidade e diversidade dos assuntos abordados nas letras. Ele não era de suavizar nada, doesse a quem doesse”, observa.

Para a jornalista e ensaísta Ellen Willis (1941 – 2006), Lou Reed cruzou a década de 70 deixando sua marca em todos os desenvolvimentos significante do rock ‘n’ roll, escreveu ela, fazendo alusão ao flerte do artista com o glam rock e o movimento punk, do qual é considerado padrinho. Para o músico Adalberto Rabelo Filho, passados 50 anos desde quando trilhou longa jornada noite adentro, no submundo vulgar da vida, o artista continua mais atual do que nunca.

“Infelizmente não tocamos músicas dele nos shows. Mas era uma boa. Acho que “There is No Time” (do álbum “New York”) teria ressonância nos dias de hoje”, provoca.

 

Leia a conversa de Victor Bockris com o Metrópoles:

Lou Reed e John Cale, seu grande parceiro nos anos de criação no Velvet Undergroud – “Lou Reed foi influenciado por várias pessoas em diferentes fases da sua vida. Acredito que John Cale foi a maior influência sobre as músicas de Lou Reed e os dois discos do VU que gravaram juntos (“The Velvet Underground and Nico – 1967 e “White Light & White Heat” – 1968). Antes de Cale, Lou estava escrevendo canções populares urbanas. Cale as transformou em sinfonias psicodélicas para uma época.”

Andy Warhol e o Velvet Underground – “Eu acredito que Andy Warhol teve também forte influência sobre a banda, em particular, no seu primeiro álbum, que ele realmente produziu. Warhol era a maior força na tomada do registro no estúdio. O apoio de sua presença e sua insistência para que o álbum fosse gravado cru em sua linguagem é um testemunho do poder de suas visões naquele mágico ano de 1966.”

O legado de Lou Ree – “Ele desafiou o status quo. Todos os artistas fazem. (…) Lou era um fabulista, era o seu trabalho tirar alguma coisa de suas experiências e transformá-la em parte de sua mitologia. Artistas não são pessoas perfeitas e Lou tinha muitas falhas. Um dos maiores paradoxos sobre sua carreira é que ela foi construída com o sucesso de excelentes escritores que escreveram de modo inteligente sobre ele durante quarenta anos de sua vida.”

Tags:, , , , ,