Monthly Archives: julho 2014
Infecções por HIV caem no mundo, mas crescem no Brasil, diz ONU
Programa de Dilma irrita gays ao falar em ‘opção sexual’
15 de julho de 2014
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O texto do programa de governo da candidata Dilma Rousseff (PT) protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) causou manifestações de descontentamento na comunidade gay. O motivo está na página 20 do documento, que trata da questão dos direitos humanos.
O texto utiliza a expressão “opção sexual” ao se referir a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. A expressão utilizada em organizações internacionais de direitos humanos é “orientação sexual”. Quem ainda recorre ao termo “opção” são sobretudo fundamentalistas religiosos, defensores da chamada “cura gay”.
O Setorial Nacional LGBT do Partido dos Trabalhadores emitiu nota oficial sobre a questão e cobrou mudança. Afirma que foi “surpreendido” pelo texto e observa: “Há décadas o movimento LGBT internacional e nacional – e o próprio PT – tem usado o termo orientação sexual, para destacar que no terreno da sexualidade não se fazem ‘opções’, como escolher entre cores de roupa ou itens de um cardápio. A sexualidade humana é complexa, absolutamente diversa, plural e ‘determinada’ por inúmeros fatores sociais, culturais, históricos e individuais.”
Assim que recebeu a nota do setorial, a equipe responsável pelo programa tratou de corrigir o erro no documento reproduzido no site da campanha de Dilma. O texto encaminhado ao TSE, porém, ainda não foi alterado. De acordo com informações da presidente do Setorial Nacional, Janaína Oliveira, a equipe admitiu logo foi um equívoco e prometeram fazer as alterações.
O programa da candidata petista trata a questão dos homossexuais de forma breve, quase de passagem, num parágrafo sobre direitos humanos. O trecho polêmico diz: “Ainda no elenco de desafios institucionais, a luta pelos DIREITOS HUMANOS se mantém, sempre, como prioridade, até que não existam mais brasileiros tratados de forma vil ou degradante, ou discriminados por raça, cor, credo, sexo ou opção sexual”.
Com a mudança, a parte final do parágrafo ficou assim: “…até que não existam mais brasileiros tratados de forma vil ou degradante, ou discriminados por raça, cor, credo, orientação sexual ou identidade de gênero.”
Essa não foi a primeira vez que o governo utilizou “opção” no lugar de “orientação sexual”. Em 2011, ao vetar a distribuição de material educativo Escola Sem Homofobia, preparado por entidades não governamentais e que ficou mais conhecido como kit gay, o governo alegou que não faria “propaganda de opção sexual”.
A comunidade LGBT também reagiu, mas na ocasião não houve nenhuma retratação e o kit continua vetado. Segundo a nota do Setorial, o assunto deve ser tratado com mais atenção: “O momento é de avanço do conservadorismo e do fundamentalismo religioso, com sérias ameaças à laicidade do Estado. O PT é o Partido que historicamente mais fez pela cidadania LGBT. Nas políticas públicas houve inúmeros avanços nos últimos 12 anos de governo Lula e Dilma. Não podemos ter nenhum retrocesso na pauta dos Direitos Humanos.”
Pastor exige R$ 500 mil por homofobia de igreja em MT
14 de julho de 2014
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A juíza da 14ª Vara Cível de Cuiabá, Ana Paula Carlota Miranda, marcou para o dia 27 de novembro às 14h uma audiência de instrução e julgamento na qual o pastor evangélico Rafael Alves Pereira, requer R$ 500 mil a título de indenização por dano moral e material da Igreja Mundial do Poder de Deus, em Cuiabá. Conforme narrado à Justiça, Rafael Alves Pereira afirma que ingressou em março de 2009 nos quadros de ministros da Igreja Mundial do Poder de Deus como pastor auxiliar.
Em dezembro do mesmo ano, alega que estava dormindo nas dependências da Igreja Mundial quando foi acordado a socos e pontapés pelo pastor identificado apenas por Jademir. A agressão, conforme Rafael, seria resultado de uma discriminação e intolerância do colega que não aceitava o fato dele ter mantido experiências homossexuais antes de entrar para a Igreja Mundial do Poder de Deus e hoje ser considerado um “ex-gay” após se converter a religião.
Por conta disso, registrou boletim de ocorrência e submeteu-se a exames de corpo e delito no IML (Instituto Médico Legal) para comprovar a existência de hematomas após as agressões. Após o episódio, Rafael alega que sofreu constrangimento, pois, foi expulso da Igreja Mundial do Poder de Deus sem apresentar a sua versão dos fatos a respeito da agressão sofrida, o que lhe gerou muita indignação.
Em sua avaliação, essa é uma prova de que os dirigentes evangélicos não aceitam o fato dele ter sido homossexual e logo depois se converter a religião. Rafael Ferreira também relatou que após o episódio da agressão, ainda conviveu em ouvir comentários maldosos do pastor Jademir, acusado de cometer a agressão. “Ele ainda andou dizendo que o Ibama fez uma visita a ele, porque teria batido em um ‘veado’”, contou na ação.
A Igreja Mundial do Poder de Deus foi formada por conta de uma dissidência na Igreja Universal do Reino de Deus. Nacionalmente, é comandada pelo pastor Valdomiro Santiago, investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) de enriquecimento ilícito e fraude contra o sistema financeiro.
Sob o seu comando, foram adquiridas a Fazenda Santo Antônio do Itiquira, localizada no município mato-grossense de Santo Antônio do Leverger. Com 11.054 hectares a fazenda está avaliada em R$ 33 milhões. Em sua infra-estrutura estão incluídos um campo de futebol iluminado e duas piscinas. A igreja ainda é dona da Fazenda Formosa, com 15.080 hectares, que é localizada na mesma região.