Monthly Archives: julho 2014

Tomorrowland Brasil 2015 CONFIRMADO!
   20 de julho de 2014   │     19:48  │  0

Durante transmissão ao vivo do evento no Youtube, David Guetta anuncia a edição do festival no Brasil em 2015.

As especulações sobre a vinda da Tomorrowland para Brasil cresceram absurdamente nos últimos dias. Tudo porque a radio Jovem Pan publicou um artigo confirmando o evento, dando data e local. Mas depois de 30 minutos a mesma veio a apagar a publicação que já tinha se alastrado o suficiente para causar um grande impacto na rede de internet nacional. Sites como Omelete, UOL e R7 publicaram artigos confirmando o festival no Brasil em mai de 2015. E não só isso. rapidamente a noticia já estava em sites como Dancing Astronaut, Your EDM, Dj Mag e Billboard.

Com isso a especulações aumentaram mais ainda, vários eventos no Facebook foram criados. Mas pelo fato de a fonte primaria da noticia ter sido retira do site da radio Jovem Pan, gerou um sentimento de duvida no publico brasileiro. Eis que durante a transmissão do evento para uma massa global, o Top Dj David Guetta em meio sua apresentação no festival – que acontece nesse fim de semana na Bélgica – confirma oTomorrowland no Brasil  em 2015. Logo depois do anuncio a transmissão do festival é trocada pra uma tramissão do evento que estava sendo realizado no interior de São Paulo hoje. No mesmo um dos organizadores do evento confirma o festival no país em Maio de 2015 para cerca de 10 mil pessoas ali presentes, que entram em profunda euforia com a noticia.

O evento desembarcará em terras brasileiras nos dias 1, 2 e 3 de Maio em Itu, interior de São Paulo. Você pode se registrar no site do evento para mais informações nesse link. A venda de ingressos está prevista para 06 de Setembro a parti das 14hs, pre-venda a parti das 12hs. Os preços variam entre 299,00 e 899,00. Os pacotes de viagem serão vendidos pela Global Journey.

A venda de ingressos está prevista para 06 de Setembro a parti das 14hs, pre-venda a parti das 12hs. Os preços variam entre 299,00 e 899,00. Os pacotes de viagem serão vendidos pela Global Journey.

 

No estágio de barbárie que ainda nos encontramos
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Artigo
Por: Luiz Flávio Gomes – Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas
No estágio de barbárie que ainda nos encontramos, alguns humanos concedem a si mesmos licença para matar pessoas (quase sempre impunemente, porque a polícia brasileira somente apura 8% dos homicídios no Brasil). Ainda assassinamos pessoas como se matam baratas. Isso ocorre de diversas maneiras: execuções sumárias (normalmente praticadas por agentes do Estado ou contra eles), grupos de extermínio, linchamentos, esquadrões da morte, justiceiros, jagunços, milícias, falsos super-heróis, limpeza social, tribunais do crime organizado etc.
O linchamento constitui uma nefasta licença para matar, sendo manifestação típica das massas (composta de todas as classes sociais; prova disso é que todas elas estão agora surfando na moda dos justiçamentos com as próprias mãos). O linchamento constitui uma evidência do nível de rebelião das massas desorientadas (precisamente pela carência, no país, de lideranças confiáveis). Este fenômeno veicula duas possíveis direções (veja Ortega y Gasset 2013: 142): (a) pode ser o trânsito para uma nova e inusitada organização da sociedade e da humanidade ou (b) uma catástrofe no destino humano. Não existe razão para negar a realidade do progresso (diz o autor citado); “porém, é preciso corrigir a noção que acredita garantido esse progresso. Mais congruente com os fatos é pensar que não existe nenhum progresso seguro, nenhuma evolução sem ameaça de involução e retrocesso. Tudo, tudo é possível na história (tanto o progresso triunfal e indefinido como a periódica regressão). Porque a vida, individual ou coletiva, pessoal ou histórica, é a única entidade do universo cuja substância é o perigo. Ela se compõe de peripécias. É, rigorosamente falando, um drama”. No Brasil esse drama tem coloridos distintos porque aqui a vida vale muito pouco.
Mais de 50 linchamentos ocorreram no Brasil no primeiro semestre de 2014 (veja Rosanne D’Agostino, no G1:http://g1.globo.com/política/dias-de-intolerancia/platb/). Um professor de história, em SP (André Luiz Ribeiro, 27), só se salvou da brutalidade macabra depois de (a pedido dos policiais) mostrar conhecimento (dar uma “aula”) sobre a Revolução Francesa. A onda massiva começou com aquele adolescente negro acorrentado no RJ. Naquele mesmo dia setores da mídia (completamente sem noção) começaram a apoiar o justiçamento das pessoas com as próprias mãos. A intolerância e a animalidade das massas (de todas as classes sociais) culminaram em vários assassinatos, inclusive de pessoas completamente inocentes (como Fabiane de Jesus, no Guarujá, SP). “Foi algo surreal (disse o professor). Só acreditamos quando chega próximo de nós. Aí você vê que é muito real mesmo, esse ódio das pessoas. Essa brutalidade do ser humano.”
“As pessoas que queriam me bater sabiam que não era eu, mas como meu irmão não era homem suficiente para estar ali, eu ia apanhar no lugar dele” (Mauro Muniz, 37, Araraquara-SP). A prática de assassinatos por multidões era comum na antiguidade, no tempo do estado de natureza (Hobbes), onde não havia lei nem autoridades locais. Na época da colônia, no Brasil, foram inúmeros os massacres (sobretudo de índios e negros). Tudo com a garantia da absoluta impunidade. A queima de bruxas, nos séculos XV-XVIII, foi o maior “linchamento” promovido pela Igreja (tratou-se da guerra contra o Satanás que, segundo a crença então corrente, copulava com as mulheres, transformando-as em bruxas). A origem da palavra linchamento (veja reportagem do G1) é atribuída a Charles Lynch, fazendeiro da Virgínia, nos Estados Unidos, que punia criminosos durante a Guerra da Independência em 1782; e ao capitão William Lynch, que teria mantido um comitê para manutenção da ordem no mesmo período. Em 1837, surge a Lei de Lynch (bater com pau), baseada nos atos do fazendeiro, usada para pregar o ódio racial contra negros e índios.

Na matéria do G1 são mostrados os inúmeros linchamentos de 1980 a 2006 (por exemplo: 1980, 31; 1984, 70; 1987, 75; 1991, 148; 1993, 69; 1999, 58; 2002, 25; 2005, 12 etc.). São incontáveis os motivos que levam algumas pessoas a massacrarem coletivamente outras: insegurança, caça às bruxas, homofobia, regime totalitário, divergências ou intolerâncias religiosas, racismo, corrupção, defesa da honra ou da família etc. A descrença no funcionamento das instituições sempre está na base dos linchamentos.

A era da homofobia e do machismo incontestados
   19 de julho de 2014   │     0:00  │  0

Estamos no século 21. Achava que era 2014? Nahhh… acho que não. Ou me recuso a pensar que, já tão avançados no tempo, ainda sigamos presenciando coisas do século 19.

Pois bem, a verdade é que as duas cenas abaixo foram presenciadas no espaço de dois dias. Ou seja, devem ocorrer aos montes todas as horas. E nos fazem pensar que, depois da era do racismo incontestado, em que um branco se levantava de um banco de ônibus quando o negro se sentava ao lado, hoje vivemos a era da homofobia — e do velho machismo — incontestados. Tão incontestados que as próprias vítimas ou dão de ombros ou reforçam o problema.

Vejam só:

CENA DE HOMOFOBIA

Eu estava no cinema, no último domingo. Fazia muito tempo que não ia ao cinema. Por isso, animada, cheguei antes de todos e fiquei comendo minha pipoquinha, e observando as pessoas que se sentavam depois.

A umas cinco fileiras de mim, à minha frente, havia um casal heterossexual. Uma mulher, mais perto do canto da fileira, e o homem, mais centralizado. Eis que surge outro casal, agora homossexual. Eles param pouco antes da mulher para conferir os números de suas cadeiras. Descobrem que são aquelas ao lado do homem, e dirigem-se para lá.

Passados menos de dois segundos de os dois terem se acomodado, o homem do casal hétero pede para trocar com sua mulher de lugar. Como se tivesse levado um choque: um gay se senta ao seu lado e ele já salta imediatamente do lugar. Pior: sua namorada concorda sem contestar. Os dois trocam de posições, sob os olhares constrangidos de quem assistia à cena — no caso, eu. Os gays, provavelmente calejados com esse tipo de sinal de desprezo, dão de ombros.

CENA DE MACHISMO – esta foi presenciada pela socióloga Neuza Lima, que escreveu o surpreendente relato abaixo:

“Eu estava num bar e, numa mesa próxima à minha, um grupo de amigos estavam bebericando. Na mesa, algumas mulheres e apenas dois homens. Um deles, totalmente alterado pelo álcool, começou a querer beijar todas as mulheres na boca. Uma delas se recusa, e ele a chama de vagabunda. Ela retruca: ‘Vagabunda é sua mãe!’

Ao ouvir isso, ele a agride fisicamente, dando-lhe um tapão nas costas com as duas mãos. Tão forte, que ela caiu na mesa.

E ele sai correndo, ileso.

Ela, aos prantos, começa a se culpar (!). Diz: ‘Isto aconteceu porque eu sou uma mulher sem homem, mulher sem homem não pode sair de casa, pois é vista como mulher de todo mundo, todos podem tirar uma casquinha, independente de sua vontade!'”

Levamos anos para que o racismo começasse a ser contestado. Hoje, qualquer cena de racismo explícita é brutalmente criticada, existem campanhas, processos judiciais etc. E, mesmo assim, o problema ainda está longe de ser eliminado, infelizmente. No caso da homofobia e do machismo, em que a contestação ainda é muito pequena e que as próprias mulheres contribuem para reforçar e retransmitir a parte que as afeta, quanto tempo será que levaremos para nos ver livres desses problemas? Um chute: nunca.

Por: Cristina Moreno de Castro

Direitos humanos e diversidade sexual
   18 de julho de 2014   │     10:55  │  0

Artigo

Por: Luiz Mott: Doutor em Antropologia, professor da Universidade Federal da Bahia (FBA) e fundador do Grupo Gay da Bahia.

Nos últimos quatro mil anos da história humana, o Ocidente repetiu nas igrejas, escolas e dentro do lar que o amor entre pessoas do mesmo sexo era o maior de todos os pecados e que, por causa dessa “abominação”, Deus castigava a humanidade com pestes, inundações, terremotos etc.  Ainda hoje, cristãos e muçulmanos fundamentalistas atribuem o flagelo da Aids ao castigo divino contra a revolução sexual e o movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), comprovando o quão arraigadas ficaram, nas trevas da ignorância coletiva, as supostas condenações bíblicas, reforçadas pela intolerância incendiária da Santa Inquisição, que condenava à morte os amantes do mesmo sexo. Só em 1830 que nosso primeiro Código Penal descriminalizou a homossexualidade, mas os delegados de polícia passaram a reprimir esses infelizes a que chamavam de “pederastas”, sob alegação de atentado ao pudor e aos bons costumes.

Como magistralmente disse a  psicóloga Evelyn Hooker, em vez de neutralidade científica, os médicos – e eu acrescentaria os advogados, juristas e juízes – passaram à vil condição de “cães de guarda da moral dominante”, substituindo os inquisidores na repressão aos amantes do mesmo sexo.  Foi nesta mesma linha repressora que outros pseudocientistas inventaram as abomináveis teorias racistas que serviram de base política para o nazismo, postulando a inferioridade natural dos negros, judeus, índios, mulheres e outras populações, assim como a existência de criminosos natos e do  “terceiro sexo”: mais de 300 mil homossexuais foram presos nos campos de concentração nazistas.

Há décadas, modernas e sólidas pesquisas multidisciplinares internacionais garantem que “a homossexualidade não constitui doença, distúrbio ou perversão”. Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou da homossexualidade a condição de “desvio e transtorno sexual”. Em 1999, nosso Conselho Federal de Psicologia promulgou portaria confirmando a normalidade da homossexualidade, em tempo que condenou as teorias e terapias homofóbicas, opondo-se radicalmente ao absurdo projeto de “cura gay”, defendido pelo deputado e pastor Feliciano.

Ser LGBT não é doença, crime, nem pecado. Lastimavelmente, a homofobia, esse ódio irracional contra os homossexuais, é um câncer igual ao racismo. Todos têm de batalhar para que seja erradicada de nossa sociedade: o Brasil é o campeão mundial de assassinatos de LGBT, um “homocídio” a cada 26 horas, concentrando 44% de todos os crimes homofóbicos do mundo.

Pais e mães ainda repetem esse absurdo: “prefiro ter um filho ladrão a um filho gay”. Homossexuais são espancados em plena Avenida Paulista, sofrembullying nas escolas. A própria presidenta da República vetou um kit anti-homofobia, aprovado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que deveria ter capacitado mais de seis milhões de jovens para respeitar a diversidade sexual.

Por que tanta intolerância e ignorância? Homofobia! Pesquisas revelaram que 79% dos brasileiros ficariam tristes se tivessem um filho ou filha homossexual; 56% mudariam sua conduta com o colega se soubessem que é gay; 56% não concordam que um candidato homossexual seja eleito presidente da república; 37% dos estudantes secundaristas não gostariam de ter colega LGBT e número ainda maior de pais e mães não aceitariam que seus filhos convivessem com colegas homoafetivos.

Para que gays, lésbicas e transgêneros brasileiros tenham sua plena cidadania respeitada, o movimento LGBT considera vital e urgente a adoção destas  medidas:

(1) descriminalizar de vez a homossexualidade no que se refere ao trato que a polícia e a justiça dão às minorias sexuais, aprovando-se leis que condenem a discriminação sexual com o mesmo rigor que o crime de racismo;

(2) desconstruir os tabus religiosos que demonizam o amor entre pessoas do mesmo sexo, promovendo-se pastorais específicas voltadas para as minorias sexuais;

(3) superar a homofobia individual e coletiva – que impede a sociedade heteronormativa reconhecer os direitos humanos e a diversidade das minorias sexuais -, criando sentimentos de tolerância dentro das famílias para que respeitem a livre orientação de seus filhos e parentes homossexuais;

(4) divulgar informações corretas e positivas a respeito da homossexualidade e transexualidade, desmascarando as falsas teorias que a definem como  patologia;

(5) exigir que os órgãos governamentais efetivem políticas públicas visando ao desenvolvimento da autoestima, consciência e saúde integral dos LGBT através de campanhas específicas de prevenção de DST/Aids e de garantia de sua segurança e cidadania plena;

(6) estimular a população LGBT assumir publicamente sua identidade existencial, lutando pela construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária, onde todos possam ter reconhecidos seus direitos humanos e cidadania integral.Direitos humanos são universais – não podem excluir nenhuma pessoa ou comunidade. Os LGBT também são seres humanos e devem se beneficiar da plena cidadania como todos os demais brasileiros. Direitos iguais: nem menos, nem mais!

A igreja e os gays
   17 de julho de 2014   │     0:00  │  0

Artigo
 
 
Por:  Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto. É um escritor e religioso dominicano brasileiro, filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Maria Stella LibanioFrei Betto, Escritor, autor de “O que a vida me ensinou” (Saraiva), entre outros livros.
 
 
 Desde o início do século XX, com o advento das teorias de Freud, tenta-se quebrar o tabu que impede a Igreja Católica de debater a sexualidade. No Concílio Vaticano II, vários bispos propuseram o tema. Os cardeais conservadores se opuseram.
 
       Mesmo bispos admitem que são anacrônicas as posições oficiais da Igreja quanto a certas questões, como a proibição do uso de preservativos e de relações sexuais que não tenham por finalidade a procriação etc.
 
       Frente à disseminação da aids, o cardeal emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, defendeu o uso de preservativos em entrevista à Folha de S. Paulo, a 16/04/95. E meu professor de teologia moral dizia que o casal só ter relações para procriar “não é teológico, é zoológico”. Hoje, sabemos que mesmo entre animais há sexualidade como expressão do afeto, bem como relações entre espécies do mesmo sexo. A homossexualidade não é, portanto, um “desvio” da natureza.
 
       Em maio de 2011, publiquei em O GLOBO o artigo “Os gays e a Bíblia”, para demonstrar que os evangelhos não são homofóbicos. Entre aprovações, fui alvo de ataques ofensivos. Um movimento católico ultramontano chegou a promover um abaixo-assinado pedindo a minha expulsão da Igreja.
 
       Agora, a 26/06, o Vaticano divulgou o “Instrumentum laboris” (Instrumento de trabalho), documento preparatório ao Sínodo da Família, em outubro próximo, em Roma, no qual flexibiliza a posição oficial católica em relação à homossexualidade. E sinaliza que a Igreja deve buscar equilíbrio entre seus ensinamentos tradicionais sobre a família “e uma atitude respeitosa, sem juízos de valor, em relação às pessoas que vivem em tais uniões” (recasados e casais gays).
 
       O documento resulta de uma iniciativa democrática introduzida pelo papa Francisco em uma instituição estruturalmente autoritária: em 2013, Roma encaminhou a todas as dioceses do mundo questionário com 39 perguntas, a ser respondido por leigos católicos, e não apenas por bispos e padres. O Vaticano queria saber o que pensam os fiéis a respeito da família e dos temas a ela concernentes (divórcio, recasamento, uso de preservativo, relações de gênero, homossexualidade etc).
 
       “A Igreja deve julgar menos e ser mais acolhedora com os fiéis que vivem em situações contrárias à sua doutrina, sejam os casais homossexuais ou os divorciados que voltam a casar”, prega o documento divulgado.
 
       O “julgar menos” é um golpe no farisaísmo que durante séculos predominou na Igreja Católica. Quantos divorciados e recasados se julgam impedidos de acesso aos sacramentos, sob o peso de uma culpa que não é deles!
 
       Ano passado, o papa advertiu que a Igreja deve ser mais tolerante com casais que contraem segundas núpcias. Afirmou que a Igreja deve agir como mãe que acolhe com zelo seus filhos, e não excluí-los.
 
       O questionário demonstra que a maioria dos católicos não se sente confortável ao ver que fiéis separados, divorciados ou pais e mães solteiros não são bem-vindos em algumas paróquias.
 
       “Se uma pessoa procura Deus de boa vontade e é gay, quem sou eu para julgá-la?”, disse Francisco, no voo que o levou de volta a Roma, após a Jornada Mundial da Juventude, no Rio.
 
       Se no passado o Vaticano considerou a homossexualidade “intrinsecamente desordenada”, agora considera que “os atos homossexuais são pecaminosos, mas não as tendências homossexuais.”
 
       Os filhos de casais gays devem ser acolhidos ao batismo e demais sacramentos com a mesma dignidade com que são admitidos os filhos de casais heterossexuais.
 
       O cristianismo não é um catálogo de proibições, no qual predominariam culpas, medos e condenações. É uma Boa Nova.
       A quem se interessa em aprofundar o tema da homossexualidade e doutrina católica recomendo os livros de J. Alison, “Uma fé além do ressentimento” (São Paulo, É Realizações, 2010), com prefácio de J.B. Libanio; e de John Boswell, The marriage of likeness: Same-sex unions in pre-modern Europe – As bodas da semelhança:  uniões do mesmo sexo na Europa pré-moderna (New York: Villard, 1994) (Nova York, Villard Books, 1994).