Monthly Archives: março 2014

Fabricantes de cerveja retiram apoio a eventos de St. Patrick’s que proíbem gays
   15 de março de 2014   │     16:11  │  0

paradas do St. Patrick’s Day

NOVA YORK, 15 Mar (Reuters) – Duas grandes fabricantes de cervejas retiraram na sexta-feira o patrocínio a paradas do St. Patrick’s Day em Nova York e Boston, nos Estados Unidos, em um protesto contra a proibição de participantes que sejam assumidamente gays.

A Sam Adams se retirou do desfile de Boston, que acontece no domingo, e a Heineken retirou seu apoio ao desfile de Nova York, previsto para segunda-feira. Ambos os eventos permitem a participação de grupos gays, mas proíbem sinalização sobre a orientação sexual.

A Sam Adams fez o anúncio depois de ficar sob pressão do Club Cafe, um bar de Boston patrocinado pela comunidade gay. O bar ameaçou em um post no Facebook na quinta-feira parar de oferecer a Sam Adams, a menos que a empresa retirasse o patrocínio.

“Nós estávamos esperançosos de que ambos os lados desta questão seriam capazes de chegar a um acordo que permitiria a todos, independentemente da sua orientação, a participarem do desfile”, disse Jessica Paar, porta-voz da Boston Beer Company, que fabrica a Sam Adams, em um comunicado.

Ativistas de direitos gays elogiaram a decisão da Heineken.

Um representante da fabricante disse à CNBC na sexta-feira: “Acreditamos na igualdade para todos. Não somos mais um patrocinador do desfile de segunda-feira.”

Em fevereiro, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou que não iria participar do desfile deste ano em apoio a comunidade gay. O prefeito de Boston, Martin Walsh, prometeu não ir ao desfile a não ser que a comunidade gay pudesse participar abertamente.

(Por Barbara Goldberg e Mohammad Zargham)

Homofobia prejudica desenvolvimento, diz Banco Mundial
     │     0:00  │  0

São Paulo – “Excluir minorias sexuais não é só uma tragédia humana, mas também um custo econômico que as sociedades impõe para si mesmas.”

A frase é do presidente do Banco Mundial, o sul-coreano Jim Yong Kim, e serviu como ponto de partidapara o evento “O custo econômico da homofobia”, realizado hoje na sede da instituição em Washington DC, nos Estados Unidos.

Especialistas e jornalistas debateram os resultadospreliminares de um estudo que desenvolveu e testou um modelo econômico para medir quanto as sociedades perdem com a exclusão social dos homossexuais e transgêneros.

No caso da Índia, onde a Suprema Corte decidiu recentemente pela criminalização do sexo entre homossexuais, o prejuízo fica entre 0,1% e 1,7% do Produto Interno Bruto – ou algo entre US$ 1,25 e US$ 7,7 bilhões.

A estimativa varia muito porque é difícil conseguir dados sólidos sobre o real tamanho e situação das minorias sexuais: “A invisibilidade é uma estratégia de sobrevivência”, diz M.V. Lee Badgett, a professora de economia da Universidade de Massachusetts que apresentou os números.

A falta de estatísticas foi citada como um problema central por todos os participantes e foi o foco da apresentação de Qing Wu, analista econômico do Google, que apresentou formas inusitadas de medir a prevalência da homossexualidade – como os números de busca por material pornográfico gay ou de perguntas como “meu marido é gay?”.

Os efeitos econômicos da homofobia começam com o assédio na escola, que diminui o potencial da educação. Posteriormente, o preconceito no ambiente de trabalho leva a menores salários e produtividade.

De acordo com Badgett, homens gays dos Estados Unidos e da Europa ganham em média 11% menos do que homens heterossexuais, controladas todas as outras variáveis. Não está claro até que ponto isso é resultado da discriminação direta ou das expectativas mais baixas que eles próprios se colocam por causa da sociedade.

Já a pressão para se casar faz com que uma mulher lésbica tenha mais incentivos para parar de trabalhar, por exemplo. Todos esses fatores contribuem para uma menor participação na força de trabalho, o que também prejudica o crescimento econômico.

Saúde

Além de terem uma chance maior de contrair o vírus HIV, homens gays apresentam uma taxa de depressão 6 a 12 vezes maior que a da população em geral. Já a porcentagem dos que apresentam pensamentos suicidas é 7 a 14 vezes maior que a média da população nos países em desenvolvimento.

Com base nestas diferenças, o Banco Mundial concluiu que o custo econômico da homofobia no campo da saúde na Índia ficou entre US$ 712 milhões e US$ 23,1 bilhões só em 2012.

Em alguns sentidos, o impacto é global: de acordo com Luiz Loures, diretor-executivo do programa de AIDS das Nações Unidas, apenas 0,2% dos recursos contra a AIDS tem como foco homens que fazem sexo com homens, apesar deles serem os mais afetados pela epidemia.

Ele acredita que as leis recentes contra gays em países como Uganda são um desastre do ponto de vista da saúde pública:

“O risco maior é a exclusão. O medo não combina coma busca por saúde, por teste, por tratamento. Milhões de pessoas foram salvas por causa dos homossexuais e suas famílias que foram os primeiros a se mobilizarem. Quando uma dessas pessoas é obrigada a se esconder, isso afeta nossa possibilidade de lutar contra essa epidemia até o fim.”

Um empréstimo de US$ 90 milhões do Banco Mundialpara Uganda foi suspenso depois da aprovação da lei anti-gay.

Futuro

Outros impactos econômicos da homofobia são reais, mas ainda mais difíceis de medir. A receptividade de um país para homossexuais pode afetar seu potencial para o turismo ou para a atração de trabalhadores qualificados, por exemplo.

Até Jim Kim reconheceu que o tema enfrentou resistência dentro do próprio Banco Mundial, mas como lembrou Amy Lind, professora de estudos de gênero na Universidade de Cinccinati, há anos de estudos do movimento LGBT que podem contribuir para o trabalho de instituições como o Banco Mundial:

“Precisamos perceber que ainda estamos usando modelos tradicionais de família e de sexualidade nos nossos modelos de política pública para o mundo em desenvolvimento. O debate sobre a homofobia deve ser levado ao mainstream porque é uma questão do mainstream.”

Ameaças de neonazistas assustam lideres de entidade LGBT
   14 de março de 2014   │     0:00  │  0

Ataques e ameaças a ativistas de direitos humanos, sobretudo quem defende os direitos da população LGBT, são estratégias recorrentes de intimidação por parte de grupos que não admitem que minorias historicamente estigmatizadas estejam obtendo resultados com as suas lutas. Tais grupos abandonam o jogo democrático e fazem uso de procedimentos criminosos na tentativa de manter tais minorias em posição subalterna.

Essas estratégias obscuras foram utilizadas contra mim em diferentes momentos da minha atuação parlamentar nos últimos três anos: fui ameaçado de morte por defender o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo logo no início do meu primeiro ano de mandato; um blog criminoso de conteúdo racista, misógino e que fazia apologia à pedofilia também publicou um plano para me matar – e eu elaborei um dossiê e levei o caso à Polícia Federal que, após atuação com outros órgãos e milhares de denúncias de usuários, prendeu os responsáveis pelo blog na operação denominada “Intolerância”. Não bastassem as ameaças, eu, meus colegas parlamentares e demais ativistas de direitos humanos fomos vítimas de diversas campanhas difamatórias difundidas porparlamentares fascistas e fundamentalistas, que nos associavam criminalmente à defesa da pedofilia por defendermos uma educação inclusiva e para a diversidade e por defendermos a Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

Em Brasília, a psicóloga Tatiana Lionço e o professor Cristiano Lucas tiveram suas vidas pessoais prejudicadas e sofreram ameaças após suas falas durante o IX Seminário LGBT serem manipuladas em um vídeo divulgado pela internet; na Paraíba, integrantes do Movimento do Espírito Lilás (MEL) tiveram sua sede atacada, enquanto em Porto Alegre um militante do PSOL teve sua casa invadida. Agora, o novo alvo dessas baixas campanhas intimidatórias é o Grupo Matizes, organização responsável por defender os direitos LGBT no Piauí.

A coordenadora do Matizes, Marinalva Santana, vem recebendo graves ameaças de morte de um grupo neonazista que se intitula “Irmandade Homofóbica”. O grupo também ameaçou a proprietária de um salão de beleza que emprega funcionários LGBTs, através de um bilhete deixado em seu carro. As ameaças foram devidamente registradas em boletins de ocorrência.

Diante dessa nova investida, venho a público prestar minha solidariedade ao Grupo Matizes e colocar meu mandato à disposição. Em nome da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, vamos requerer reuniões com o Ministério da Justiça, a Secretaria de Direitos Humanos e a Polícia Federal para acompanhar o caso e cobrar providências.

É imprescindível e necessária a intervenção de todos os órgãos públicos para garantir a segurança dos e das ativistas vítimas de ameaça no Piauí, bem como uma rigorosa investigação sobre esses grupos criminosos.

Ameaças de neonazistas assustam lideres de entidade LGBT
     │     0:00  │  0

Ataques e ameaças a ativistas de direitos humanos, sobretudo quem defende os direitos da população LGBT, são estratégias recorrentes de intimidação por parte de grupos que não admitem que minorias historicamente estigmatizadas estejam obtendo resultados com as suas lutas. Tais grupos abandonam o jogo democrático e fazem uso de procedimentos criminosos na tentativa de manter tais minorias em posição subalterna.

Essas estratégias obscuras foram utilizadas contra mim em diferentes momentos da minha atuação parlamentar nos últimos três anos: fui ameaçado de morte por defender o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo logo no início do meu primeiro ano de mandato; um blog criminoso de conteúdo racista, misógino e que fazia apologia à pedofilia também publicou um plano para me matar – e eu elaborei um dossiê e levei o caso à Polícia Federal que, após atuação com outros órgãos e milhares de denúncias de usuários, prendeu os responsáveis pelo blog na operação denominada “Intolerância”. Não bastassem as ameaças, eu, meus colegas parlamentares e demais ativistas de direitos humanos fomos vítimas de diversas campanhas difamatórias difundidas porparlamentares fascistas e fundamentalistas, que nos associavam criminalmente à defesa da pedofilia por defendermos uma educação inclusiva e para a diversidade e por defendermos a Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

Em Brasília, a psicóloga Tatiana Lionço e o professor Cristiano Lucas tiveram suas vidas pessoais prejudicadas e sofreram ameaças após suas falas durante o IX Seminário LGBT serem manipuladas em um vídeo divulgado pela internet; na Paraíba, integrantes do Movimento do Espírito Lilás (MEL) tiveram sua sede atacada, enquanto em Porto Alegre um militante do PSOL teve sua casa invadida. Agora, o novo alvo dessas baixas campanhas intimidatórias é o Grupo Matizes, organização responsável por defender os direitos LGBT no Piauí.

A coordenadora do Matizes, Marinalva Santana, vem recebendo graves ameaças de morte de um grupo neonazista que se intitula “Irmandade Homofóbica”. O grupo também ameaçou a proprietária de um salão de beleza que emprega funcionários LGBTs, através de um bilhete deixado em seu carro. As ameaças foram devidamente registradas em boletins de ocorrência.

Diante dessa nova investida, venho a público prestar minha solidariedade ao Grupo Matizes e colocar meu mandato à disposição. Em nome da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, vamos requerer reuniões com o Ministério da Justiça, a Secretaria de Direitos Humanos e a Polícia Federal para acompanhar o caso e cobrar providências.

É imprescindível e necessária a intervenção de todos os órgãos públicos para garantir a segurança dos e das ativistas vítimas de ameaça no Piauí, bem como uma rigorosa investigação sobre esses grupos criminosos.

Vacina contra vírus HPV enfrenta resistência de evangélicos
   13 de março de 2014   │     12:00  │  0

Alguns grupos acreditam que campanha é estímulo à sexualidade precoce

Desde segunda-feira, meninas estão recebendo a primeira dose nas escolas

Iniciada nesta semana em escolas de todo o país, a campanha de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) é motivo de polêmica, especialmente entre evangélicos.
Neste ano, a vacina contra o vírus – transmitido principalmente nas relações sexuais e uma das principais causas de câncer no colo do útero – será aplicada em meninas com idade entre 11 e 13 anos.

Segundo o Ministério da Saúde, essa é uma das faixas etárias mais indicada à imunização. Para alguns grupos de evangélicos, porém, a campanha é um estímulo à sexualidade precoce. A discussão ganhou a internet, antes mesmo do início da campanha.
Para o pastor e diretor de Comunicação da Associação dos Pastores Evangélicos de Vitória, Romerito Oliveira da Encarnação, “é preciso tratar a causa e não a febre”. Ele alega que, ao oferecer uma vacina as meninas tão jovens, “o governo não trata de outras mazelas que o sexo nessa idade pode trazer”.
Pastor Encarnação afirma que é preciso diálogo entre pais e filhos sobre a prática sexual, que ele defende que seja com um único parceiro. “Se a criança for orientada, automaticamente ela construirá um caminho de segurança para assumir o sexo apenas dentro do casamento”, garante.
Escolas
Nas escolas, porém, a rejeição ainda não é sentida. Segundo o padre João Batista Gomes de Lima, presidente do Sindicato das Estabelecimentos de Ensino Particulares do Espírito Santo (Sinepe-ES), ainda não há queixas das instituições de ensino sobre a vacina. O padre lembrou que os pais que não quiserem que as filhas recebam a imunização devem assinar um termo de rejeição.
Ele afirma que campanhas educativas estão sendo realizadas para conscientizar sobre a vacinação, além de defender que a vacina não fere preceitos morais ou religiosos.
No Colégio Americano, da Rede Doctum, que pertenceu durante anos à Igreja Batista e ainda mantém grande quantidade de alunos evangélicos, também não há rejeição expressiva. “Meninas mais velhas e seus pais têm nos procurado querendo a vacina”, diz a diretora, Ormi Louzada.

Para entender

HPV

O que é
O Papilomavirus Humano (HPV) é transmitido por meio de relação sexual, por contato direto com pele ou mucosas infectadas. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.

Câncer
O vírus é uma das principais causas de câncer no colo do útero.

Vacinação

Público-alvo
Neste ano, são vacinadas meninas de 11 a 13 anos de idade, e a vacinação é aplicada nas escolas. Em 2015, de 9 a 11 anos, e a partir de 2016, as que tiverem 9 anos. Essa faixa etária é considerada a mais benéfica para a proteção.
Dose
A vacina é aplicada em três doses. A segunda é aplicada na unidade de saúde seis meses após a primeira. E a terceira, até cinco anos após.