Brasil ganhará o seu primeiro canal de TV LGBT
   1 de fevereiro de 2014   │     0:00  │  0

Canal We aposta em conteúdo LGBT – Novo canal da programadora Box Brazil terá a diversidade como foco de sua programação

O Brasil ganhará seu primeiro canal de televisão com a programação voltada para o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), o We. O canal de entretenimento inaugura o segmento no país e promete desempenhar um papel importante na luta a favor da igualdade.

Idealizado pela programadora independente Box Brazil – responsável pelos canais Prime Box Brazil, Music Box Brazil e FashionTV Brasil –, o We terá em sua programação inicial séries, talk-show, telejornal e filmes.

“Nossa ideia é fazer um canal de entretenimento que priorize discussões em torno da diversidade e que envolvam todos os aspectos pertinentes a esse assunto. Queremos também mostrar de maneira ampla temas mais sérios, como direitos humanos e análogos, aos quais a grande parte dos veículos ainda não dá a devida importância”, afirma o diretor da Box Brazil, Cícero Aragon.
“Dessa forma, estaremos preenchendo uma lacuna da TV brasileira”, completa.

Outra característica da emissora ressaltada pelo diretor é o foco que seguirá. Segundo ele, o canal tem um conteúdo definido, mas público não. “Teremos programas que estimulam a reflexão das pessoas que vivem em sociedade, independente da orientação sexual, religiosa, política. No final, queremos que todas as pessoas assistam a tudo”, diz.

Um dos programas previstos para a grade do canal que pretende dialogar com essa intenção é o noticiário semanal, que transmitirá notícias regionais e mundiais. “Com o jornal, pretendemos mostrar as conquistas relacionadas à diversidade sexual, além de fatos que contestem abusos ou denunciem exageros e distorções sobre qualquer processo de discriminação”, revela Aragon.

Dessa forma, o We quer tornar-se um instrumento de conscientização social. “Acredito, sem dúvida alguma, que nosso canal terá um importante papel social. Nosso slogan é ‘somos iguais e diferentes’, e acreditamos que ao expor essas diferenças estamos contribuindo para defender os direitos que todos têm de ser tratados como iguais, independentemente de sua orientação sexual”, afirma o diretor.

O primeiro trunfo do We são os seriados. A ideia é transmitir séries já consagradas no universo homo como “The L World”, mas também outras desconhecidas do público brasileiro, como “Verbotene Liebe”, da Alemanha, “Exes & Ohs”, do Canadá, e “Shinsekai Yori”, do Japão. “Ainda estamos em processo de licenciamento da maioria das séries. Mas teremos, com certeza, séries vindas de outros países e algumas originadas primeiramente na internet”, adianta.

Outros programas que farão parte do canal, segundo Aragon, são os shows e um talk-show. Entre os espetáculos musicais estão confirmados a exibição de shows de Madonna, Coldplay, U2 e Katy Perry. “Queremos unir não apenas ídolos diretos do público LGBT, mas bandas que façam diferença na luta contra o preconceito, como o U2”, diz o diretor.

Desafio. Em fase de finalização da programação, o We enfrenta as adversidades de um novo canal pago: é preciso que as operadoras (Net, Oi TV, Vivo TV e afins) queiram tê-lo em suas grades. Nesse processo, os pedidos dos assinantes podem ajudar muito. “A primeira coisa que fizemos foi anunciar para o mercado e utilizar as redes sociais para que o público já conheça e veja do que se trata o canal”, diz Aragon.

A estratégia, diferente da empregada pelos outros canais da produtora Box Brazil, visa à interatividade. “Optamos por seguir um caminho em que as pessoas possam contribuir com a estrutura do programa por meio das redes sociais, por exemplo. Assim, nossa chance de acertar é maior”, afirma Aragon.

O receio faz sentido. Depois de uma intensa pesquisa feita pela Box Brazil, os idealizadores do canal concluíram que canais estrangeiros do mesmo ramo não se estabilizaram por terem se distanciado muito do público.

“Verificamos que a maioria dos canais já existentes erra e acerta, ao mesmo tempo. Existe um em particular que começou muito bem, mas focou a programação apenas no público LGBT nos últimos tempos. Parecia que era feita por pessoas extremistas e, como consequência, o público se afastou”, diz Aragon, que questionado sobre de que canal se trata, responde: “Não acho ético dizer”

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