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Quem é o turista LGBT que visita o Rio ?
   1 de fevereiro de 2017   │     16:18  │  0

Cada turista LGBT representa quase  3 turistas do segmento lazer ou seja o seu gasto é três  vezes maior.

Cada turista LGBT representa quase 3 turistas do segmento lazer ou seja o seu gasto é três vezes maior.

Hoje,quero conversar com você sobre a importância da pesquisa ,no momento da tomada de decisões estratégicas  de investimentos e nas politicas publicas de turismo.

Cada cidade receptora brasileira deveria ter seu Observatório  do Turismo,como uma fonte de informações sistematizadas sobre perfis de turistas que visitam as respectivas cidades.

Lamentavelmente,pouco se investe em pesquisa.

Por tal razão,resolveu a Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ,presidida por Claudio Castro, realizar uma serie de pesquisas ao longo do ano,sob os auspícios da Fundação Cesgranrio e do Portal Consultoria em Turismo,que foi todo reformulado.

Hoje,apresento pesquisa voltada para um nicho importante,que é o GLBT ,altamente qualitativo.

Cada turista LGBT representa quase  3 turistas do segmento lazer ou seja o seu gasto é três  vezes maior.O poder municipal deveria investir em tal segmento,com cursos de atendimento gay friendly e material especifico com informações .

Vamos conhecer a pesquisa,que foi coordenada por mim:

Quem é o turista lgbt que visita o Rio na alta estação?

O Instituto de pesquisas e estudos do Turismo do RJ,órgão da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ e a Fundação Cesgranrio realizaram uma pesquisa de 2 a 20 de janeiro,em 6 bairros do Rio de Janeiro,com 700 turistas internacionais lgbt.

Genero

75% homens

25%mulheres

Grau de Instrução

70% nível superior

20%nivel fundamental

10% nível elementar

Procedência

55% Europa

25%America do Norte

15% America do SUL

5% outros

Modo de transporte utilizado

80% aéreo

15% marítimo

5% terrestre

Organização da Viagem

76% por conta própria

24% agencia de viagens

Hospedagem

65% hotel

25% Airbnb

8% casa de amigos

2% apto de temporada

Permanência Média

1/3 dias 35%

4/7 dias-60%

Mais de 8 dias-5%

Gasto Médio por dia

90/150 USD-30%

160/300 USD-45%

Mais de 300 USD-25%

Idade

18/27 anos-30./.

28/45 anos 44%

46/65 anos-20%

Mais de 65 6%

Principais Pontos negativos

35% falta de informação para o segmento

24% segurança

17% população de rua

10% limpeza urbana

8% taxis

6%sinalização turística

Principais Pontos positivos

30%receptividade da população

25% gastronomia

20% shoppings

15./.Postos de info turísticas

10% diversidade cultural

70% diz que a cidade é gay friendly

20% dizem que não

10% não tem como opinar

Outras cidades visitadas

38% Buzios

25% % Petropolis

18

%Paraty

14% Niteroi

5% Arraial do Cabo

Pontos Turisticos visitados

35% Ipanema

25% Lapa

20% Corcovado

16%Pão de Açucar

4% Boulevard Olimpico

44% tentam aceitar um filho homossexual, diz pesquisa
   1 de setembro de 2016   │     0:00  │  0

Entre os entrevistados, 70% não se consideram homofóbicos, mas 70% consideram o Brasil um país homofóbico.

Com a discussão sobre o preconceito e a discriminação homossexual cada vez mais acentuada na sociedade, duas empresas de pesquisa se juntaram para entender o comportamento das pessoas quando o assunto é homofobia. Entre os principais dados destacados no estudo estão os que apontam que 44% das pessoas tentariam encontrar alguma forma de aceitar um filho homossexual e que 70% consideram o Brasil um país homofóbico.

O estudo, no primeiro momento, foi dividido em duas frentes. A empresa Opinion Box aplicou um questionário de pesquisa com 1.433 internautas de ambos os sexos, todas as classes sociais e regiões do país. Já a Hekima analisou 53.099 posts feitos em redes sociais a respeito do assunto. Após o cruzamento dos dados levantados, foi possível encontrar uma disparidade nas respostas obtidas.

 Entre os entrevistados, 70% não se consideram homofóbicos, mas 70% consideram o Brasil um país homofóbico. Isso significa, segundos os pesquisadores, que grande parte dos participantes do estudo aponta outras pessoas como parte da questão, mas não se incluem nela. “Nosso entendimento é de que parte desses 70% não percebem que suas atitudes e comentários são homofóbicos porque não compreendem o conceito de homofobia, ou seja, que qualquer tipo de discriminação é considerado homofobia”, avalia Felipe Schepers, executivo chefe de operações do Opinion Box.

Na pesquisa, 14% das pessoas afirmam ser homofóbicas ou extremamente homofóbicas. No entanto, ao analisar os posts em redes sociais que utilizaram as palavras monitoradas, 49% desses são homofóbicos.

A avaliação dos posts também detectou que, quando as pessoas são colocadas diante de alguma situação que as tira da zona de conforto, o comportamento se torna menos tolerante. Isso é facilmente notado em um caso que repercutiu via Facebook. No Paraná, um professor de cursinho pré-vestibular decidiu dar aulas vestido de drag queen como forma de chamar a atenção para o Dia Internacional de Combate à Homofobia, comemorado no dia 17 de maio. Mais de 90% dos comentários, na ocasião, condenavam a atitude. Os argumentos mais comuns remetiam à necessidade de “a escola se ater aos conteúdos e matérias obrigatórios” e também à Bíblia, que segundo usuários, condena a homossexualidade.

Fazendo um paralelo com o caso do professor, quando os entrevistados foram questionados como se sentiriam se descobrissem que o professor do filho é homossexual, 14% afirmaram que não ficariam nada confortáveis ou se sentiriam desconfortáveis; 23% mencionaram que seriam indiferentes e 64% disseram que se sentiriam confortáveis ou totalmente confortáveis.

“É interessante esse cruzamento de informações. Entendemos que a diferença entre os dois estudos se deve às características básicas de cada um: o questionário faz o respondente refletir sobre o assunto, o que aumenta a probabilidade de as pessoas darem respostas socialmente desejáveis, mas que vão de encontro às suas reais opiniões, enquanto as redes sociais se caracterizam por ser um ambiente em que a espontaneidade prevalece. Os estudos, portanto, se complementam e confirmam que o Brasil é um país em que parte significativa da população é homofóbica”, afirma Schepers.

A pesquisa realizada via questionário apontou ainda que mulheres e jovens tendem a ser mais tolerantes que homens e pessoas de mais idade em relação à homossexualidade. O dado é confirmado na análise das redes sociais: cerca de 55% das mulheres fizeram comentários não-homofóbicos nas redes sociais, enquanto 40% dos homens seguiram esse comportamento. Também se observa nas redes sociais que quanto mais jovens, menor é a incidência de comportamento homofóbico.

Mais recortes da pesquisa
A pesquisa do Opinion Box também questionou os entrevistados quanto à criminalização da homofobia: 59% das pessoas acham que deveria ser crime; 28% acham que não e 11% não souberam se posicionar. A adoção de crianças por casais homossexuais é aceita por 60% dos respondentes, enquanto 31% entendem que isso não deve acontecer e 9% não souberam se posicionar.

De acordo com o Relatório de Violência Homofóbica, publicado em fevereiro deste ano, ao menos cinco casos de violência homofóbica são registrados todos os dias no Brasil. Diante dessa informação, 69% dos participantes da pesquisa disseram achar a violência homofóbica um absurdo e inadmissível. Para 29%, é preciso entender o contexto em que esses crimes aconteceram para poder opiniar. E para 2% provavelmente todos eles mereceram.

Depois, os entrevistados tiveram que avaliar algumas colocações. Ao se depararem com a afirmação: “O brasileiro vem se tornando menos homofóbico nos últimos anos“, 34% das pessoas discordaram ou discordam totalmente; 42% são indiferentes e 24% concordaram ou concordam totalmente.

Diante da frase: “A homossexualidade não é uma coisa natural e deve ser combatida”, 63% disseram discordar ou discordam totalmente; 18% são indiferentes e 19% concordam ou concordam totalmente.

No caso da afirmação: “Só é família a união entre homem e mulher”, 53% discordam ou discordam totalmente; 13% são indiferentes e 33% concordam ou concordam totalmente. E diante da frase “TV não deveria exibir beijos gays e casais homoafetivos”, 43% discordam ou discordam totalmente, 18% são indiferentes e 39% concordam ou concordam totalmente.

Por fim, os entrevistados foram convidados a se colocar na situação hipotética de ter o filho ou filha revelando ser homossexual e a refletir sobre qual seria a reação de cada um: 44% tentariam encontrar uma forma de ajudar e, se não fosse possível, fariam de tudo para aceitar; 41% seriam totalmente naturais e não mudariam nada na relação com o filho (a); 10% iriam buscar ajuda médica e/ou espiritual até conseguir trazer o filho(a) de volta; 3% mencionaram que seria muito difícil aceitar e provavelmente iriam romper relações com ele/ela; e 2% disseram que seria o fim de suas vidas.

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Pesquisa mundial mostra redução de leis homofóbicas e inclusão de LGBT
   21 de maio de 2016   │     0:00  │  0

68% dos entrevistados ficariam muito preocupados se um filho ou uma filha dissessem amar alguém do mesmo sexo.

Mapa da Ilga sobre leis relacionadas à comunidade LGBT. Áreas em verde mostram países que reconhecem direitos; e em vermelho, laranja e amarelo as nações em que há criminalização, em algum nível, do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo (Divulgação/Ilga)

Mapa da Ilga sobre leis relacionadas à comunidade LGBT. Áreas em verde mostram países que reconhecem direitos; e em vermelho, laranja e amarelo as nações em que há criminalização, em algum nível, do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo (Divulgação/Ilga)

Duas pesquisas divulgadas nesta terça-feira (17/05) pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Pessoas Trans e Intersexuais (Ilga) mostram que o número de países com leis que permitem a homofobia caiu nos últimos 11 anos e que a aceitação pública de pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) está crescendo. Os dados foram divulgados por ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia. Veja a íntegra do documento.

De acordo com a entidade – que representa 1,2 mil organizações de defesa dos direitos LGBT em 125 países – em 2006, 92 nações tinham leis que consideravam crime o sexo entre pessoas do mesmo sexo. Em 2016, o número de países que têm esse tipo de lei discriminatória caiu para 75.

O estudo sobre a legislação homofóbica foi elaborado pelo professor Aengus Carroll, pesquisador da Universidade College Cork, na Irlanda. Segundo a pesquisa, 13 países integrantes da Organização das Nações Unidas preveem a pena de morte para homossexuais, entre ele o Sudão, a Arábia Saudita e o Iêmen. Em outros 14 países a punição para o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é de 15 anos de prisão à prisão perpétua. E outros estudam adotar leis semelhantes.

Mudanças

O outro levantamento divulgado pela Ilga revela que a aceitação pública das pessoas LGBT está crescendo. A pesquisa, que avaliou atitudes públicas para questões específicas relacionadas com a orientação sexual, identidade de gênero e características sexuais, consultou 96 mil pessoas em 65 países, em entrevistas online. Segundo a Ilga, é a maior investigação já realizada em todo o mundo sobre atitudes em relação às pessoas LGBT.

Os resultados mostram que 68% dos entrevistados ficariam muito preocupados se um filho ou uma filha dissessem amar alguém do mesmo sexo.

Segundo a Ilga, “um resultado surpreendente e bem-vindo foi saber se os direitos humanos devem ser aplicados a todas as pessoas, independentemente por quem se sentem atraídos, ou do sexo com o qual se identificam”.

Em média, 67% das pessoas entrevistadas concordaram com a aplicação dos direitos humanos a todos, independente da orientação sexual. O índice dos que concordam com a afirmação foi de 62% entre os entrevistados da África; 63% na Ásia; 69% nas Américas, 71% na Europa; e 73% na Oceania.

Com as pesquisas sobre leis discriminatórias e sobre a atitude da sociedade perante a comunidade LGBT, a Ilga pretende prover com informações os trabalhos da ONU sobre orientação sexual e ajudar os defensores dos direitos humanos, organizações da sociedade civil e agências governamentais com dados que possam embasar a luta contra o preconceito e a homofobia.

Os dois levantamentos, na avaliação das cossecretárias gerais da Ilga, Ruth Baldacchino e Helen Kennedy “são ferramentas de defesa poderosas para o avanço dos direitos humanos de gays, lésbicas e bissexuais”.

“Acreditamos nos atos poderosos e libertadores das informações e no conhecimento que elas possam produzir”, disse Ruth Baldacchino. “Estamos convencidos de que [essas pesquisas] continuarão a oferecer uma oportunidade para mudar as normas e as práticas que continuam a oprimir as pessoas LGBT em todo o mundo”, acrescentou Helen Kennedy.

Leis dos países
De acordo com os dados divulgados pela Ilga, 119 estados-membros das Nações Unidos consideram legais atos sexuais consentidos entre indivíduos do mesmo sexo, 75 têm leis que criminalizam a prática.

Por outro lado, em 17 nações integrantes da ONU há leis que promovem a expressão pública de pessoas do mesmo sexo, 70 países têm leis que protegem contra a discriminação no local de trabalho com base na orientação sexual e 13 nações têm, na constituição, dispositivos que protegem pessoas com base na orientação sexual. Em 40 países, leis de combate ao crime de ódio foram promulgadas recentemente.

Em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, atualmente, em apenas 22 países o direito é garantido. Em outros 24 há algum tipo de reconhecimento de parceria civil. Há também 26 nações com leis de adoção conjunta (quando um dos integrantes adota os filhos biológicos ou adotivos do cônjuge), entre eles Colômbia e Portugal, que aprovaram leis nesse sentido no último ano. Segundo a Ilga, 23 países da ONU permitem que pessoas do mesmo sexo adotem crianças.

Homofobia em Portugal

Também nesta terça-feira, a Ilga Portugal divulgou que, em 2015, o país europeu registrou 158 denúncias de crimes ou incidentes motivados pelo ódio em razão da orientação sexual e identidade de gênero. A maior parte das denúncias foi de abusos ou ameaças verbais, mas também há casos de agressões e violência sexual.

O estudo foi realizado com base em dados recebidos pelo Observatório da Discriminação. Segundo Marta Ramos, representante da Ilga Portugal, a divulgação do relatório no dia de hoje é simbólica pois, pela primeira vez, se celebra o Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia em Portugal.

Segundo a ativista, nem todas as pessoas que relataram situações de discriminação ao observatório denunciam os fatos a autoridades oficias.“Temos 66% das pessoas que não denunciaram [os atos de discriminação] a qualquer autoridade, e isso mostra bem o peso do silêncio e da insegurança. Por outro lado, 24% das pessoas já denunciaram a uma autoridade, o que é um aumento significativo face aos relatórios dos anos anteriores, o que também significa que as pessoas passaram a perceber que têm direitos e que devem exercê-los e reivindicá-los”, disse Marta.’Dependendo do tipo de situação, há várias autoridades que podem ser responsabilizadas. Em uma escola, pode ser o conselho diretivo; se for a recusa de um restaurante ou de um hotel, pode ser o livro de reclamações; se for um crime, é com a polícia”, explicou.

Segundo o relatório, as vítimas alegaram motivos como descrença nas autoridades, receio de sofrerem ainda mais e vergonha e o desconhecimento de como proceder como motivos para não terem denunciado as agressões.


Perfil das denúncias

De acordo com o documento, as denúncias foram majoritariamente registradas pelas próprias vítimas (81 casos) e por testemunhas (30 casos). Em relação à idade das vítimas, a maioria tem entre 18 e 39 anos de idade (70%). Um número expressivo (18%) possui menos de 18 anos de idade e 12% tem mais de 40 anos. Quanto ao tipo de discriminação descrita, uma parte significativa (42%) envolveu alguma forma de abuso ou ameaça verbal, oral ou escrita. O bullying aparece em segundo lugar, (cerca de 20%), seguido de tentativas de agressões físicas ou agressões concretizadas (16%).

Quanto à origem das ocorrências, elas aconteceram principalmente nas grandes cidades, especialmente em Lisboa (49% dos casos). Segundo o relatório, este cenário não traduz necessariamente uma maior ocorrência de incidentes nas metrópoles, e pode ser reflexo da maior visibilidade e sensibilização para as questões LGBT e mais acesso a serviços e informações nessas regiões.

O levantamento aponta ainda que em 34% dos casos a discriminação aconteceu uma única vez. No entanto, em cerca de 30% dos casos, as vítimas relataram mais de uma situação de constrangimento. E em outros 30% afirmaram ser acontecimentos frequentes, como é o caso em situações de bullying ou de violência doméstica.

Em relação à identidade de gênero das vítimas, mais da metade das pessoas que preencheram o questionário, cerca de 54%, identificaram-se ou foram identificadas como homens; 20% como mulheres; 10% como mulheres trans; 2% como homens trans; e uma pessoa como intersexo.

Quanto à orientação sexual, a maioria das pessoas se disse gay (44%) ou lésbica (20%); seguidos da identificação como bissexual (11%) e heterossexual (10%). Cerca de um quarto (24%) dos incidentes relatados ocorreram na rua, seguidos de situações online (15%), em casa (14%), na escola (13%), no local de trabalho (10%). Já os relatos em serviços públicos como hospitais e centros de saúde representam 7%.

Marcas da discriminação

O brasileiro Jordan Oliveira, de 28 anos, esteticista, é homossexual e morou em Portugal durante os últimos seis anos. Segundo ele, a diferença entre a discriminação sexual nos dois países é grande. “No Brasil, saí no carnaval com um grupo de pessoas e um amigo mais afeminado levou uma garrafada na cabeça. Isso faz com que muitos gays vivam escondidos, pela cobrança da sociedade. Foi um ato gratuito, era como se ele fosse uma aberração. Em Portugal nunca presenciei nada parecido. As pessoas te olham, mas são só olhares, nunca ultrapassam”, comparou.

Ainda de acordo com o relatório português, 73% das vítimas consideram que houve um impacto psicológico como depressão, baixa autoestima, ansiedade, tremuras, revolta, medo de sair de casa e tentativas de suicídio após as agressões. Um número significativo (63%) relatou forte impacto social, que levou a isolamento e dificuldade em manter laços sociais, olhares reprovadores, humilhação, inibição de demonstrações de afeto, impossibilidade de corrigir a documentação de acordo com a identidade de gênero, entre outros. E 49% das pessoas identificaram impactos físicos como ossos partidos, hematomas, atordoamento, enjôos, fadiga e aumento de peso.

Para a Ilga Portugal, a impossibilidade de registrar a homofobia como motivação para um crime dificulta a obtenção de dados sobre crimes de discriminação em Portugal. Desta forma, há um desestímulo às denúncias e um obstáculo à confiança da comunidade LGBT em relação às forças de segurança.

Além dos relatórios anuais, a associação também faz trabalhos de intervenção comunitária com pessoas de diversas áreas. “Fazemos ações de sensibilização junto aos jovens nas escolas e temos todo um conjunto de serviços disponíveis à população. Além disso, temos a única linha telefônica de apoio nacional, um serviço de aconselhamento psicológico, um departamento jurídico e um centro de documentação para investigação científica. Apesar do atual panorama legislativo, [o Observatório de Discriminação] também mostra às pessoas LGBT que a discriminação não é uma coisa aceitável e que, portanto, devem denunciá-la.”

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Existe 33% de chance do segundo filho homem nascer gay, diz estudo
   8 de maio de 2016   │     0:00  │  0

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais.

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais.

Falar sobre a sexualidade humana ainda causa muito incômodo nas pessoas, principalmente pra quem vive uma religiosidade extremista e considera pecado os diferentes arranjos amorosos. Aquele papo de que “Deus fez o Adão e Eva, e não Adão e Ivo”. Muitos acreditam que uma “opção” sexual “errada” pode ser facilmente “consertada”.

No entanto, nós sabemos que não se trata de uma escolha. Afinal, quem é que escolheria enfrentar a sociedade para poder ter direito à própria felicidade sem ninguém ficar metendo o bedelho onde não é chamado? Para nós gays e lésbicas, é claro e evidente que nascemos assim e ponto final. E é aí que a ciência fica ao nosso lado.

Graças a Deus, novos estudam apontam que existe, de fato, um gene que está relacionado à sexualidade humana. Pesquisas feitas com gêmeos homossexuais tentam elucidar como isso acontece, já que eles compartilham do mesmo DNA. Em 2014, o maior estudo desse gênero completou duas décadas, propondo que o cromossomo X e o cromossomo 8 são os responsáveis pela orientação sexual das pessoas.

Porém, nem tudo ainda está comprovado pela genética. Voltado aos gêmeos: se um dos irmãos é homossexual, existem 20% de chance de o outro também ser. E se a mulher já tem um filho homem, a chance de o próximo ser homossexual (caso seja homem) é de 33%. Pesquisas que chegaram a essas conclusões explicam que esses resultados indicam, sim, que um fator genético pode estar envolvido no desenvolvimento sexual dos indivíduos.

Além da genética

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais. Para isso, existe a epigenética, que tenda entender se certas características são passadas de pai para filho através de informações “genéticas”, mas que, de fato, não fazem parte dos genes. É como no caso dos judeus que teriam passado o trauma do Holocausto a seus filhos.

Os estudos em epigenética querem entender se existe alguma relação entre informações “escondidas” nos genes e que não fazem parte diretamente do DNA – a homossexualidade poderia ser uma dessas características. Ela explicaria como, por exemplo, existem gêmeos com DNA idêntico e comportamentos sexuais diferentes.

Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, feita com 37 pares de irmãos gêmeos em que apenas um deles era gay, analisou a estrutura molecular de seu DNA e padrões de marcas epigenéticas. Para efeito de pesquisa, 10 pares de gêmeos em que os dois são heterossexuais fizeram parte do estudo.

Depois que todos os indivíduos tiveram seu mapeamento de DNA feito, descobriu-se que cinco marcas epigenéticas apareciam com frequência muito mais alta nos homossexuais. Tanto que, depois de esses dados serem inseridos em um algoritmo de computador, era possível determinar com precisão de 67% se o indivíduo da amostra era gay ou não. Esse valor alto de acerto abriu caminhos para mais estudos na área da epigenética.

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Enquete mapeia preconceito e discriminação homo/lesbo/transfóbico e sexista no ambiente escolar
   28 de fevereiro de 2016   │     23:23  │  0

Enquetes semelhantes estão sendo realizadas em outros oito países: Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, México, Estados Unidos e Israel.

Enquetes semelhantes estão sendo realizadas em outros oito países: Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, México, Estados Unidos e Israel.

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e o Grupo Dignidade estão realizando uma enquete virtual com o objetivo de mapear a percepção de estudantes da educação básica sobre o preconceito e a discriminação no ambiente educacional relacionados a questões de gênero, orientação sexual e identidade de gênero.

O questionário pode ser acessado pelo endereço tinyurl.com/abgltpesquisa. As perguntas, voltadas principalmente a estudantes do Segundo Ciclo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, abordam questões como a ocorrência de comentários homo/lesbo/transfóbicos e sexistas, outras situações de agressão e violência, conhecimento de políticas ou regras das escola no enfrentamento das discriminações, sentimentos dos/as próprios/as estudantes que respondem à enquete em relação à instituição educacional e em relação a si mesmos no ano letivo de 2015. A participação é anônima, sigilosa e se dá integralmente pela internet.

 Enquetes semelhantes estão sendo realizadas em outros oito países: Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, México, Estados Unidos e Israel. De acordo com os organizadores da enquete no Brasil, a ação visa “reunir subsídios para fundamentar políticas públicas que possam transformar as instituições educacionais em lugares mais seguros e acolhedores para estudantes LGBT”. Ainda conforme os organizadores, a enquete deverá ser repetida a cada dois anos a fim de monitorar eventuais mudanças nas instituições educacionais.

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