Category Archives: Orgulho Gay

Índia, dos tempos passados, a criminalização e reconhecimento da homossexualidade
   21 de dezembro de 2018   │     11:58  │  0

Em setembro desse ano, a Suprema Corte da Índia determinou que relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo não é mais uma ofensa criminal e que a discriminação baseada na orientação sexual é uma violação fundamental dos direitos humanos. Essas notícias foram celebradas ao redor do mundo e marcaram um marco na história do país, e para os direitos LGBT em geral – a maior e mais populosa democracia do mundo está permitindo que os seus cidadãos amem quem eles quiserem.

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Participants get ready as they attend a gay pride parade promoting gay, lesbian, bisexual and transgender rights in Mumbai

Enquanto o mundo estava celebrando, eu tive alguns amigos britânicos me enviando mensagens dizendo “Finalmente! A Índia alcançou os dias de hoje! Isso é incrível! Parabéns!”. Essas mensagens foram genuinamente enviadas como uma celebração da decisão indiana em retirar a proibição, e como essas mensagens foram enviadas por amigos próximos eu não fiquei ofendido. Porém, eu tive que lembrar eles de que a relação que a Índia tem com as identidades de gênero, fluidez e sexualidade tem sido, historicamente, muito mais avançada que a do ocidente. Na realidade, eu lembrei aos meus amigos, que foi somente quando a Índia foi colonizada pelos britânicos que regras de identidade de gênero foram introduzidas e a homossexualidade foi banida, fazendo com que o país se alinhasse com os valores da Inglaterra vitoriana.

Os ingleses viam a abordagem relaxada da Índia sobre a sexualidade e o gênero como anormais, imorais e não-cristãos, e assim que conseguiram tomar o poder das políticas do país, eles forçaram as suas crenças de que somente existem dois gêneros e que as relações sexuais e o casamento deveriam somente existir entre um homem e uma mulher.

Esse então é um lembrete para muitos que a Índia teve uma abordagem aberta e liberal da sexualidade e gênero, e de alguma maneira “alcançava os tempos de hoje”, antes mesmo do ocidente. Retirar a proibição sobre relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo se tornou um passo no processo de descolonização da Índia, e a rejeição do legado homofóbico do império britânico. Isso é realmente o que nós deveríamos estar celebrando e lembrando as pessoas.

Antes do Raj britânico, a intimidade homoafetiva na Índia era simplesmente parte da vida, e as linhas entre homem e mulher e heterossexual e homossexual nos tempos antigos indianos eram borrados.

Abaixo alguns exemplos:

REI BHANGASVANA

indra_dikpalaBhīṣma narra a história do Rei Bhangasvana, que, depois de ter cem filhos foi transformado em uma mulher pelo deus Indra durante uma caça. Agora como mulher, ela retorna para o seu reino, relata a história, entrega o seu reino para o seu filho e se aposenta na floresta para ser a esposa de um eremita, dando a luz para outros cem filhos, agora como a mãe. Depois de um tempo, Indra oferece transformar ele de volta em um homem, mas ela se recusa. O sexo deu muito mais prazer para ela como mulher do que como homem, e ela se sentia mais confortável como uma mulher, e por isso ela resolveu permanecer com esse novo gênero.

AGNI

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Agni, o deus do fogo, riqueza energia criativa, teve relações sexuais com outros homens envolvendo receber o sêmen de outros deuses. Apesar de ser casado com a deusa Svaha, Agni também é representado como par romântico de Soma, o deus da lua. Agni toma um papel interessante nesse relacionamento, aceitando o sêmen de Soma com a sua boca, criando paralelos do papel de Agni em aceitar sacrifícios da Terra pelos Céus.

 

KRITTIVASI RAMAYANA

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Algumas versões do texto Bengali Krittivasi Ramayana contêm a estória de duas rainhas que tiveram uma criança juntas. Quando o famoso rei da dinastia Sun, Maharaja Dilipa, morreu, os semi-deuses ficaram preocupados que ele não teria ninguém para suceder o trono. Shiva apareceu para as duas rainhas viúvas e disse, “Vocês duas devem fazer amor e através da minha benção vocês irão conceber um belo filho”. As duas rainhas executaram a ordem de Shiva e uma delas deu a luz a uma criança.

 

KAMA SUTRA

O Kama Sutra é o mais antigo e notável texto clássico Hindu sobre o comportamento sexual humano da literatura sânscrita. Ele se apresenta como um guia para uma vida virtuosa e graciosa que discute a natureza do amor, vida familiar, e outros aspectos para as características orientadas pelo prazer da vida humana. Esse é outro exemplo da abertura que a Índia tinha ao abordar o comportamento e preferências sexuais, oferecendo conselhos sobre posições sexuais tanto para casais heterossexuais como homossexuais.

O MAHABHARATA

Na estória do Mahabharata (o poema época mais longo da Índia), Arjuna (o filho de Indra) é enviado para o exílio, onde ele decide viver a sua vida como uma pessoa trans nomeada Brihannala. Ela até performa a tradicional dança indiana de kathak e abraça as suas características femininas em seu máximo.

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SOMVAT E SUMEDHA

Outro épico hindu é o Somvat e Sumedha, dois amigos de infância que decidem se casar apesar de serem homens.

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OUTROS EXEMPLOS

Outros exemplos da antiga abordagem indiana sobre sexualidade e gênero a de incluem Awadh, hoje conhecido como o município de Lucknow, que tinha um governador que vivia como o gênero oposto em algumas situações, e mudava de parceiros sexuais nessas situações. Novelas bengali do final do século XIX, como os de Indira, descrevem relações lésbicas, e textos de muçulmanos sufistas do leste indiano explicitamente mencionam o romance homossexual entre homens sem nenhum tipo de vergonha ou culpa. Essas novelas e textos surgem das crenças metafísicas indianas de que existe mais do que o binarismo homem/mulher, mas também um homem com o coração de uma mulher e uma mulher com o coração de um homem. Indianos aplicam masculinidade e feminilidade para os corpos físicos e para as almas. O Bhagavad Gita nos ensina que não existe nada inatural na natureza e todas as maneiras de ser são manifestações do divino.

AS IMPOSIÇÕES DO IMPÉRIO BRITÂNICO

Essa abordagem aberta e fluida de gênero e sexualidade colidiam com as ideias da coroa britânica de como a sociedade deveria ser. Na época, a Inglaterra era ditada pela religião cristã e crenças sociais vitorianas conhecidos por serem pudicos e puritanos, e qualquer forma de intimidade que não tinha como objetivo a procriação era considerável inaceitável. Atos homossexuais eram vistos como os piores de todos.

O Império Britânico implementou a seção 377 do Código Penal Indiano em 1861, o que tornou uma ofensa criminal qualquer tipo de relacionamento que demonstre um “desejo carnal inaceitável”, a punição para tal era a cadeia, multas pesadas, ou ambos. A lei também foi implementada na Austrália, e nas colônias britânicas do Sudeste Asiático e da África.

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O Raj britânico também fez um esforço consciente para alienar e marginalizar comunidades não-binárias, tais como as Hijras – uma identidade de gênero de pessoas intersexo ou designadas homens ao nascer que se apresentam como mulheres. Hoje, Hijras são reconhecidas e protegidas pelas leis da Índia, Paquistão e Bangladesh.

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O QUE LEMBRAR

Então, o que estamos celebrando? Esse movimento louvável da Suprema Corte, embora um pouco atrasado, não é uma questão da Índia estar entrando de acordo com o mundo moderno ou tentando “chegar nos dias de hoje”. Enquanto a Inglaterra foi mais rápida em jogar fora os preconceitos e a discriminação de seu passado, é importante lembrar que foi a Inglaterra que jogou esse peso nos ombros da Índia. E por isso a Índia não precisa “alcançar” o resto do mundo; ela está na realidade celebrando a fluidez de gênero e as relações homoafetivas que existiam há séculos. A Índia está se livrando dos quadros legais do seu passado imperial e abraçando parte da sua cultura e história que tinham sido enterrados pelo peso do colonialismo.

Bradesco traz casal gay e trilha com Gloria Groove em campanha de fim de ano
   18 de dezembro de 2018   │     12:35  │  0

Todas empresas fazem suas campanhas de fim de ano afim de investir na marca e desejar boas festas aos seus clientes.

Chamou atenção a campanha recente do banco Bradesco, veiculada na TV e Internet, que inclui um casal gay  em sua animação.

texto da campanha inclusive ressalta a importância da diversidade: “Cada pessoa é única, tem seu próprio brilho e todas as diferenças são importantes. Juntos, podemos brilhar ainda mais. Um vagalume no campo vai desbravar a cidade em busca de seu sonho, mas se vê diante de um mundo disperso e pouco acolhedor”.

Além disso, a trilha, que é música Beautiful da Christina Aguilera – uma letra de empoderamento e que fala sobre a beleza singular de cada um – é cantada por ninguém menos que a drag queen Gloria Groove.

Assista:

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GGAL realiza Esquenta da Parada de Maceió 2018 neste próximo domingo na orla de Jatiúca
   27 de setembro de 2018   │     17:56  │  0

Domingo agora, 30 de setembro, a partir das 8 horas da manhã , acontece no Posto Sete, na orla de Jatiúca, o Esquenta da Parada do Orgulho LGBTI+ de Maceió 2018.

A ação concentra uma série de atividades ao longo do dia, Torneios de futebol de praia feminino e queimado (Gaymado), entrega de preservativo e gel lubrificante, Varal com fotos de LGBTI+ vítimas de suicídios ou assassinados em todo o país, apresentação de grupos de dança urbana, Escolha da Drag Oficial da Parada de Maceió 2018, e um Ato Público.

O objetivo da ação, além de propor atividades esportivas e culturais ao público presente, é também chamar atenção da opinião pública em relação aos altos números de casos de suicídios e mortes da população LGBTI+ em todo o país, só este ano, segundo o levantamento feito pelo grupo Gay da Bahia, em parceria com outras instituições, a exemplo do Grupo Gay de Alagoas – GGAL, já são  394 assassinatos, e 70 suicídios, desses números, em Alagoas foram mortos 15 LGBTs, e 4 seifaram suas vidas.

Lembramos que as ações irá das 8 às 20 horas, neste domingo, e todas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

Inscrições nos campeonatos de futebol e queimado através dos contatos de WhatsApp abaixo:

Queimado – Otávio: 98805-754

Futebol Feminino – Laís e Adriana: 98896-5258 / 98896-1143

Fonte: ASCOM/GGAL

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Os 10 casais LGBT mais poderosos de Hollywood
   24 de fevereiro de 2018   │     14:12  │  0

É sempre bom celebrar casais homossexuais que conseguem se colocar em posições de poder – é exatamente isso que faremos aqui, listando casais gays e lésbicos que ajudam a dar forma à Hollywood.

Confira:

10. JODIE FOSTER & ALEXANDRA HEDISON | Entre 1993 e 2008, Foster, vencedora de dois Oscar, viveu com a produtora Cydney Bernard, mas a relação acabou se desmanchando antes da aprovação do casamento gay nos EUA – assim, foi com a namorada seguinte, a fotógrafa, atriz e cineasta Alexandra Hedison, que Foster acabou se casando. Hedison é bastante conhecida pelo papel de Dylan em The L Word.

9. SARA GILBERT & LINDA PERRY| Impossível escapar do hit “What’s Up”, da banda 4 Non Blondes, na qual Perry atuava como vocalista e compositora durante os anos 1990. Hoje em dia, ela escreve sucessos para gente como Christina Aguilera e Gwen Stefani. Já Gilbert é conhecida pelo papel na lendária sitcom Roseanne (1988-1997), que vai retornar em breve para as TVs americanas.

Neil Patrick Harris e sua família

8. NEIL PATRICK HARRIS & DAVID BURTKA | Queridinho do público americano desde a infância, Neil Patrick Harris se tornou um dos mais destacados e importantes nomes LGBT da indústria ao se casar com o parceiro David Burtka, conhecidíssimo do público da Broadway. Pouco depois do casamento, Burtka largou a atuação para se tornar um chef profissional – casal multitalentoso!

7. ZACHARY QUINTO & MILES MCMILLAN | Spock em Star Trek e Sylar em Heroes, Zachary Quintoé um dos maiores astros LGBT de Hollywood na atualidade – e ele namora outro famoso, o modelo Miles McMillan, também um dos mais requisitados de sua área. Juntos, os dois dominam fácil duas áreas do entretenimento.

6. ELTON JOHN & DAVID FURNISH | O lendário cantor e pianista britânico se vê no melhor momento de sua vida, aos 70 anos de idade, ao lado do marido Furnish e dos filhos. O maridão de John é um produtor cinematográfico e escritor, que ajudou a levar Gnomeu e Julieta para os cinemas e assina uma coluna regular para a revista GQ.

5. SARAH PAULSON & HOLLAND TAYLOR | Isso que é um casal talentoso! Você conhece Paulson pelos papeis em American Horror Story, American Crime Story, Feud e, no cinema, Carol e 12 Anos de Escravidão. Agora, você sabia que ela namora Holland Taylor, a atriz vencedora do Emmy que é mais conhecida como a Evelyn de Two and a Half Men? Poderosíssimas!

4. LILY TOMLIN & JANE WAGNER | Você conhece Tomlin como a Frankie de Grace and Frankie, sitcom da Netflix em que divide a cena com a velha amiga Jane Fonda – mas você sabia que Tomlin foi uma das primeiras grandes estrelas a se assumir lésbica, ainda nos anos 1970? Tomlin diz que “nunca fez uma entrevista de sair do armário ou uma coletiva de imprensa”, mas nunca escondeu que vivia com Wagner, uma roteirista premiada com três Emmys por seu trabalho em especiais de comédia ao lado da agora esposa (as duas se casaram em 2013).

3. MATT BOMER & SIMON HALLS | Astro vencedor do Globo de Ouro que pode ser visto em Magic Mike, American Horror Story e, entre 2008 e 2014, na série White Collar, Bomer se casou com um dos publicitários mais poderosos de Hollywood, Simon Halls. Halls ajudou muitos filmes a verem a luz do dia, como Animais Noturnos e O Albergue.

2. JIM PARSONS & TODD SPIEWAK |O homem que transformou “Bazinga!” em uma frase de efeito difundida largamente na cultura pop, Jim Parsons é casado com o publicitário e designer gráfico Spiewak. Juntos, eles criaram uma produtora chamada Wonderful, através da qual já fizeram comerciais internacionais para a Pepsi, entre outros clientes.

1. ELLEN DEGENERES & PORTIA DE ROSSI | Impossível pensar em power couple LGBT sem pensar em Ellen & Portia, que por anos tem sido o casal mais visível e celebrado da mídia americana. Ellen, que após se assumir durante os anos 1990 viu sua carreira de comediante em apuros, se recuperou com o talk show mais popular da TV estadunidense. Portia, por sua vez, segue mais conhecida por papéis em Arrested Development e Scandal.

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Divulgada programação das atividades que antecederão a 16ª Parada LGBTI+ de Maceió

A 16ª Parada do Orgulho LGBTI+ de Maceió/AL, mesmo com todas as dificuldades vividas este ano para sair as ruas, chegará a orla marítima central com todas as honrarias de uma grande rainha,  e contará com um ciclo de atividades que ocorrerá em paralelo com o evento principal,  e serão realizadas nos dias 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17 de dezembro, contemplando os mais diversos eixos de direitos humanos.

O eixo central da Parada este ano é o desenvolvimento do Turismo LGBTI+ em Alagoas, e tem como tema: “Turismo LGBTI+ Pela Cidadania e Desenvolvimento Económico de Alagoas”, fortalecendo assim,  a imagem gayfrendlly de nosso estado, que se destaca no cenário nacional pelas belas praias, artesanato, gastronomia e um povo arretado de tão acolhedor.

Todo o movimento do Ciclo terá inicio no dia 11 de dezembro, com a Cerimônia de abertura oficial do 16º ciclo de ativismo LGBTI+ de Alagoas, e ocorrerá no espaço cultural Linda Mascarenhas – Farol, a partir  as 14:00, na sequência será cedida uma coletiva de impressa aos veículos de comunicação do estado, onde serão divulgadas todas as demais atações da Parada, apoiadores, patrocinadores, atividades do Ciclo, e encerrando o primeiro dia de atividade, com a realização da segunda edição do Casamento Coletivo LGBTI+ do Estado, que já contabiliza mais de 40 casais inscritos.

É claro claro que o badalo não iria ficar de fora, e as mais diversas festas que ocorrerão na cidade,   organizadas pelos  clubes noturnos LGBTI+ de nosso estado, ao longo dos 15 dias de Ciclo, estão vindo para lá de eletrizante.

Já o evento macro do Ciclo, a Parada do Orgulho LGBTI+ de Maceió, ocupará a orla de Ponta Verde e Pajuçara com uma mega estrutura de som, luz, cor e muitas manifestações politica pedindo o fim da violência HOMOLÉSBOTRANSFOBICA, que infelizmente mata muitos LGBTI+ em todo país, em Alagoas não é diferente, até o presente momento 19 LGBTI já foram assassinados no estado, somos o quinto em números, e o primeiro em proporção em todo o país.

Mesmo com toda violência contra a população LGBTI+ em Alagoas, e as dificuldades que assombram a realização do evento, os organizadores seguem confiantes, e acreditam que cerca de mais de 70 mil pessoas ocupem a orla de Maceió no dia 17 de dezembro, ao som de três ou quarto trios eléctricos carreta, dois palcos, manifestações culturais, muito entretenimento musical aos som de varias bandas locais e deejays.

Você não vai ficar de fora desse momento ímpar politico social não é ?  Então vem espiar com a gente toda a programação do 16º Ciclo de Ativismo LGBTI+ de Alagoas:

Fonte:  Ítalo Pereira – ASCOM da Parada LGBTI+ de Maceió/AL