Category Archives: Análise Política

Homofobia prejudica desenvolvimento, diz Banco Mundial
   15 de março de 2014   │     0:00  │  0

São Paulo – “Excluir minorias sexuais não é só uma tragédia humana, mas também um custo econômico que as sociedades impõe para si mesmas.”

A frase é do presidente do Banco Mundial, o sul-coreano Jim Yong Kim, e serviu como ponto de partidapara o evento “O custo econômico da homofobia”, realizado hoje na sede da instituição em Washington DC, nos Estados Unidos.

Especialistas e jornalistas debateram os resultadospreliminares de um estudo que desenvolveu e testou um modelo econômico para medir quanto as sociedades perdem com a exclusão social dos homossexuais e transgêneros.

No caso da Índia, onde a Suprema Corte decidiu recentemente pela criminalização do sexo entre homossexuais, o prejuízo fica entre 0,1% e 1,7% do Produto Interno Bruto – ou algo entre US$ 1,25 e US$ 7,7 bilhões.

A estimativa varia muito porque é difícil conseguir dados sólidos sobre o real tamanho e situação das minorias sexuais: “A invisibilidade é uma estratégia de sobrevivência”, diz M.V. Lee Badgett, a professora de economia da Universidade de Massachusetts que apresentou os números.

A falta de estatísticas foi citada como um problema central por todos os participantes e foi o foco da apresentação de Qing Wu, analista econômico do Google, que apresentou formas inusitadas de medir a prevalência da homossexualidade – como os números de busca por material pornográfico gay ou de perguntas como “meu marido é gay?”.

Os efeitos econômicos da homofobia começam com o assédio na escola, que diminui o potencial da educação. Posteriormente, o preconceito no ambiente de trabalho leva a menores salários e produtividade.

De acordo com Badgett, homens gays dos Estados Unidos e da Europa ganham em média 11% menos do que homens heterossexuais, controladas todas as outras variáveis. Não está claro até que ponto isso é resultado da discriminação direta ou das expectativas mais baixas que eles próprios se colocam por causa da sociedade.

Já a pressão para se casar faz com que uma mulher lésbica tenha mais incentivos para parar de trabalhar, por exemplo. Todos esses fatores contribuem para uma menor participação na força de trabalho, o que também prejudica o crescimento econômico.

Saúde

Além de terem uma chance maior de contrair o vírus HIV, homens gays apresentam uma taxa de depressão 6 a 12 vezes maior que a da população em geral. Já a porcentagem dos que apresentam pensamentos suicidas é 7 a 14 vezes maior que a média da população nos países em desenvolvimento.

Com base nestas diferenças, o Banco Mundial concluiu que o custo econômico da homofobia no campo da saúde na Índia ficou entre US$ 712 milhões e US$ 23,1 bilhões só em 2012.

Em alguns sentidos, o impacto é global: de acordo com Luiz Loures, diretor-executivo do programa de AIDS das Nações Unidas, apenas 0,2% dos recursos contra a AIDS tem como foco homens que fazem sexo com homens, apesar deles serem os mais afetados pela epidemia.

Ele acredita que as leis recentes contra gays em países como Uganda são um desastre do ponto de vista da saúde pública:

“O risco maior é a exclusão. O medo não combina coma busca por saúde, por teste, por tratamento. Milhões de pessoas foram salvas por causa dos homossexuais e suas famílias que foram os primeiros a se mobilizarem. Quando uma dessas pessoas é obrigada a se esconder, isso afeta nossa possibilidade de lutar contra essa epidemia até o fim.”

Um empréstimo de US$ 90 milhões do Banco Mundialpara Uganda foi suspenso depois da aprovação da lei anti-gay.

Futuro

Outros impactos econômicos da homofobia são reais, mas ainda mais difíceis de medir. A receptividade de um país para homossexuais pode afetar seu potencial para o turismo ou para a atração de trabalhadores qualificados, por exemplo.

Até Jim Kim reconheceu que o tema enfrentou resistência dentro do próprio Banco Mundial, mas como lembrou Amy Lind, professora de estudos de gênero na Universidade de Cinccinati, há anos de estudos do movimento LGBT que podem contribuir para o trabalho de instituições como o Banco Mundial:

“Precisamos perceber que ainda estamos usando modelos tradicionais de família e de sexualidade nos nossos modelos de política pública para o mundo em desenvolvimento. O debate sobre a homofobia deve ser levado ao mainstream porque é uma questão do mainstream.”

O silêncio revive a homofobia na Espanha
   4 de fevereiro de 2014   │     0:00  │  0

A falta de poder de fogo contra a homofóbia teme um retrocesso para uma sociedade intolerante.

Analise Politico

A crise econômica e suas consequências concentra todos os esforços das autoridades. Não há tempo para outras coisas , a priori, pode parecer secundário, como a igualdade, a reconciliação, respeito … “Mas é um erro, porque a maioria silenciosa de questões importantes , como a acima, pode levar a uma sociedade intolerante. Enquanto falamos de desemprego, afalta de alimentos eventos, o desespero das famílias de classe média estão ocorrendo dando sem rodeios ser condenado e não é “, diz José Ignacio Pichardo, professor de Antropologia Social Universidade Complutense de Madrid. É o que está acontecendo, dizem os especialistas, com a aparente apatia das autoridades, e parte da sociedade, para as atitudes e  declarações homofóbicas  que por certos setores.

 

Nos últimos dias, lembre-se, os membros da hierarquia a igreja voltou a se referir aos homossexuais como pessoas que precisam de tratamento a considerar doente, enquanto o catalão Valencia investigando um possível caso de  homofobia  em um instituto e professor de Gandia denunciou a equipe da escola para o disparo de gestão, como ele por seu estado gay.E o caso mais difícil, as circunstâncias em que foram produzidas, a resposta ao anúncio de grupos ultras vereador socialista Pedro Zerolo que tem câncer: ‘Ele pediu para que ela seja queer “é a frase mais suave do que em alguns meios de comunicação social e Twitter foram lançados contra Zerolo estes dias. Nada a ver essa reação ao recebido por outros políticos, de qualquer sinal, anunciaram a sua doença, Esperanza Aguirre, Josep Antoni Duran, Maria San Gil ou barcos Urxue, entre outros.

 

Fonte: Site In Out

Tradução: Blog Diversidade

Quanta conversa fiada a serviço da hipocrisia
   30 de dezembro de 2013   │     0:00  │  2

As declarações de Casimiro López estão a causar polémica. O bispo considera que o casamento homossexual fomenta um clima violento na família e dá origem a filhos com “graves perturbações de personalidade”

Na sua mais recente carta, que dirige aos fiéis todas as as sexta-feiras, o bispo de Segorbe-Castellón não poupa palavras para criticar as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Para o prelado, entre os “efeitos” do casamento gay estão “entre outros, a debilitação do amor duradouro entre os cônjuges, do amor materno e paterno, do amor filiar, o aumento notável de filhos com graves perturbações da sua personalidade e desenvolvimento de um clima que termina com frequência em violência”.

Na missiva, citada pelo El Pais, o bispo defende o matrimônio como união “única e indissolúvel de um homem e uma mulher”, alegando que esse é “o projeto de Deus, obscurecido pela nossa dureza de coração”.

 

Analise politico : Por que a Igreja se opõe à adoção por casais gays?

A pressão exercida pelo Magistério da Igreja sobre parlamentos contra leis favorecendo o reconhecimento dos direitos das pessoas GLBTT, há elementos importantes também para reflexão sobre adoção por casais gays.

A questão específica da adoção é uma das mais polêmicas e por meio da qual se pode perceber de forma muito clara o preconceito contra os gays. Inclusive aquele presente entre eles mesmos. É comum ver alguns homossexuais se posicionando contra a adoção.

Antes de discutir a validade da adoção por casais homossexuais, é importante frisar que esta já é uma realidade no Brasil. Há muitosfilhos e filhas de homossexuais. Na imensa maioria das vezes, ainda que não se esconda a opção sexual, quem adota o faz como solteiro. Mas já há casos de adoção realizadas legalmente por casais. Destacamos o caso da menina Teodora, adotada por um casal gay no interior de São Paulo, e que consta como filha de seus dois pais na certidão.

Ou seja, uma lei de adoção por parte de gays, ponto polêmico no Congresso, que nem entrou no projeto da então Deputada Marta Suplicy, viria somente dar respaldo legal a situação já existente.

A oposição à adoção gay é um bom termômetro em relação à homofobia. Quem defende ser prejudicial à criança, muitas vezes o faz baseado em argumentos que se apóiam em bases falsas sobre a homossexualidade. Por exemplo, a idéia que um casal gay não possuiria estabilidade suficiente para educar alguém porque os relacionamentos gays seriam efêmeros, rápidos, não perdurariam.

Pesquisa feita nos Estados Unidos (infelizmente não há similar no Brasil) comparou a duração de relações homoafetivas com de heterossexuais e concluiu não haver diferenças significativas.

Lésbica tem vagina, sim !
   29 de agosto de 2013   │     0:00  │  1

Parabéns a todas as lésbicas do mundo, por seu dia. 29 de Agosto, dia Mundial da Visibilidades lésbica.

Mulher sempre carregou às costas o fardo do ser-mulher. Fardo este que, com o fluir da história, tornava-se mais pesado a cada embate social fundamentado em divergências sexistas. A mulher gay, por sua vez, viu-se diante da coerção de suportar carga duas vezes mais exaustiva. Lamentável era admitir que tal peso se tratava do ato desmoralizador de transformá-las em seres borrados – às lésbicas, sobrou o dever de serem transparentes. Até advir o importante dia em que mulheres gays uniram-se para gritar basta à transparência que lhes era imposta.

No Brasil, este dia foi 29 de agosto, quando, há 17 anos, ocorreu no Rio de Janeiro o I Seminário Nacional de Lésbicas. E eis que o corpo antes transparente ganha massa, cor e voz. Não somente por isso o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica precisa ser celebrado. Este dia tem de ser reconhecido por também denotar o momento em que a sociedade recebeu mais formato, conteúdo e consciência.

Ser lésbica é ser alguém igual em direitos e afazeres e, somente com tal admissão, podemos perpetuar a visibilidade necessária ao sobreviver em sociedade. Felizmente, hoje mais pessoas consideram que a homossexualidade feminina é natural e não pode sofrer detrimento social. Não obstante, representou um excelente convite ao exercício de humanidade o anúncio do casamento da cantora Daniela Mercury e sua companheira, a jornalista Malu Verçosa, em 3 de abril deste ano.

Evidente, há pessoas preconceituosas, intolerantes e desinformadas que mantém como sua opção social o ato da violência.

Assim, lésbicas são submetidas a chacotas públicas como agressores a proferirem que lésbica, na realidade, não é lésbica: é bissexual (o que pode ser menos abrasivo aos olhos heteronormativos da maioria). Ou a distorção da ideia da orientação sexual presente na alegação de que a lésbica é a mulher que (ainda, talvez) não se deleitou de forma correta com um pênis ou três. Ou que lesbianismo é só mais um mal viral em tempos modernos, de homossexualidade facilmente adquirida pela internet. Ou, ainda, a homossexualidade feminina ser brincadeira entre amigas, uma vez que mulheres abraçadas, de mãos dadas ou em trocas de selinhos nada mais parecem do que… amigas carinhosas.

Prejuízo moral tão desrespeitoso quanto – e paradoxal – reside no fato de homens heterossexuais utilizarem a imagem do fazer sexo e/ou do beijo lésbicos como partes de seus próprios deleites de libido de homem heterossexual, por adjetivarem de excitante e sexualmente lucrativo, a eles, duas ou mais mulheres como meros objetos sexuais em interação homossexual.

O preconceito necessita aprender que lésbica tem vagina. E que sente prazer, namora, chora, trai, cultiva os cabelos curtos, não cultiva os cabelos curtos, deixa ou não buço por querer, depila-se ou não por querer, tem ou não um seio maior que outro, ouve ou não Ana Carolina e Maria Gadú, masturba-se ou não pensando em Clarice Falcão, usa ou não salto quinze e unhas vermelhas, pilota motos ou não, cozinha ou não, planeja ser mãe ou não – e tantas outras normalidades rotineiras.

Não se deve cobrir o que é visivelmente belo e bom.

O que você faria, leitor(a), se você fosse hoje, 29 de agosto de 2013, uma garota lésbica de 17 anos de idade completamente bombardeada de informações acerca do seu viver, de dúvidas sobre o seu amar e de preconceitos contra o seu ser? Convoco-os, então, à luta diária por direitos humanos, consciência coletiva e nada mais. Assistamos à lésbica ter o direito de ser lésbica. Desta forma, podemos nos tornar, juntos, mais visivelmente humanos.

Por: Rodrigo Mergulhão- Bacharel em Letras e Militante da FALGBT

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Lésbica tem vagina, sim !
     │     0:00  │  1

Parabéns a todas as lésbicas do mundo, por seu dia. 29 de Agosto, dia Mundial da Visibilidades lésbica.

Mulher sempre carregou às costas o fardo do ser-mulher. Fardo este que, com o fluir da história, tornava-se mais pesado a cada embate social fundamentado em divergências sexistas. A mulher gay, por sua vez, viu-se diante da coerção de suportar carga duas vezes mais exaustiva. Lamentável era admitir que tal peso se tratava do ato desmoralizador de transformá-las em seres borrados – às lésbicas, sobrou o dever de serem transparentes. Até advir o importante dia em que mulheres gays uniram-se para gritar basta à transparência que lhes era imposta.

No Brasil, este dia foi 29 de agosto, quando, há 17 anos, ocorreu no Rio de Janeiro o I Seminário Nacional de Lésbicas. E eis que o corpo antes transparente ganha massa, cor e voz. Não somente por isso o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica precisa ser celebrado. Este dia tem de ser reconhecido por também denotar o momento em que a sociedade recebeu mais formato, conteúdo e consciência.

Ser lésbica é ser alguém igual em direitos e afazeres e, somente com tal admissão, podemos perpetuar a visibilidade necessária ao sobreviver em sociedade. Felizmente, hoje mais pessoas consideram que a homossexualidade feminina é natural e não pode sofrer detrimento social. Não obstante, representou um excelente convite ao exercício de humanidade o anúncio do casamento da cantora Daniela Mercury e sua companheira, a jornalista Malu Verçosa, em 3 de abril deste ano.

Evidente, há pessoas preconceituosas, intolerantes e desinformadas que mantém como sua opção social o ato da violência.

Assim, lésbicas são submetidas a chacotas públicas como agressores a proferirem que lésbica, na realidade, não é lésbica: é bissexual (o que pode ser menos abrasivo aos olhos heteronormativos da maioria). Ou a distorção da ideia da orientação sexual presente na alegação de que a lésbica é a mulher que (ainda, talvez) não se deleitou de forma correta com um pênis ou três. Ou que lesbianismo é só mais um mal viral em tempos modernos, de homossexualidade facilmente adquirida pela internet. Ou, ainda, a homossexualidade feminina ser brincadeira entre amigas, uma vez que mulheres abraçadas, de mãos dadas ou em trocas de selinhos nada mais parecem do que… amigas carinhosas.

Prejuízo moral tão desrespeitoso quanto – e paradoxal – reside no fato de homens heterossexuais utilizarem a imagem do fazer sexo e/ou do beijo lésbicos como partes de seus próprios deleites de libido de homem heterossexual, por adjetivarem de excitante e sexualmente lucrativo, a eles, duas ou mais mulheres como meros objetos sexuais em interação homossexual.

O preconceito necessita aprender que lésbica tem vagina. E que sente prazer, namora, chora, trai, cultiva os cabelos curtos, não cultiva os cabelos curtos, deixa ou não buço por querer, depila-se ou não por querer, tem ou não um seio maior que outro, ouve ou não Ana Carolina e Maria Gadú, masturba-se ou não pensando em Clarice Falcão, usa ou não salto quinze e unhas vermelhas, pilota motos ou não, cozinha ou não, planeja ser mãe ou não – e tantas outras normalidades rotineiras.

Não se deve cobrir o que é visivelmente belo e bom.

O que você faria, leitor(a), se você fosse hoje, 29 de agosto de 2013, uma garota lésbica de 17 anos de idade completamente bombardeada de informações acerca do seu viver, de dúvidas sobre o seu amar e de preconceitos contra o seu ser? Convoco-os, então, à luta diária por direitos humanos, consciência coletiva e nada mais. Assistamos à lésbica ter o direito de ser lésbica. Desta forma, podemos nos tornar, juntos, mais visivelmente humanos.

Por: Rodrigo Mergulhão- Bacharel em Letras e Militante da FALGBT

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