Artigo
Por: Terry Marcos Dourado – Fundador e presidente da ACDHRios Brasil Central e da Rede LGBT-GO, Conselheiro LGBT Estadual de Goiáis, Secretário Nacional de Comunicação da ABGLT
Tags:Tery Marcos Dourado
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Por: Terry Marcos Dourado – Fundador e presidente da ACDHRios Brasil Central e da Rede LGBT-GO, Conselheiro LGBT Estadual de Goiáis, Secretário Nacional de Comunicação da ABGLT
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Dados de uma pesquisa realizada pela Internet com 5779 homens que fazem sexo com homens (HSH) em 165 países mostram que a homofobia e o preconceito são os principais entraves para que esta população consiga acessar os serviços de saúde. Entre os participantes, 18% afirmaram estar infectados pelo HIV e 17% desconhecem sua sorologia para o vírus da aids.
Os dados integram um estudo realizado no ano passado pelo Fórum Mundial sobre HSH e HIV, organização não governamental com base nos Estados Unidos.
Segundo o estudo, uma baixa porcentagem dos participantes informou que os insumos de prevenção, como preservativos (35%), lubrificantes (21%), testes (36%) e tratamento do HIV (42%) são de fácil acesso. Os países com maior renda apresentaram taxas mais elevadas, mas o melhor índice, que se referia ao acesso à testagem, não passou dos 54%.
Uma parte da pesquisa foi qualitativa e feita em conjunto com organizações da África do Sul, Quênia e Nigéria, que coletaram informações de 71 HSHs que participaram de debates sobre acesso à saúde nestes países.
Eles citaram como principais problemas a criminalização da homossexualidade, o preconceito, a homofobia nos serviços médicos e a pobreza. Estas barreiras podem criar um ambiente onde se permite a violência e a discriminação dos HSH, que, para se protegerem, escondem suas orientações sexuais até dos médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde.
Já as organizações em comunidade se mostraram ambientes seguros e onde poderiam celebrar sua verdadeira identidade e receber atenção médica com respeito.
Vários HSH informaram ainda dificuldade em acessar os sistemas de educação e emprego, o que contribui para o abuso de substâncias ilícitas e o trabalho sexual.
Brasil
Ativistas pelos direitos da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) identificaram na pesquisa internacional problemas e desafios que também são comuns no Brasil.
Para eles, vários pontos precisam ser melhorados no País, especialmente no combate ao fundamentalismo religioso no poder legislativo.
Toni Reis, secretário de Educação da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), acredita que há um “bom acesso” por parte desta população aos serviços de saúde no País, mas “atraso” em relação aos diretos em geral, sobretudo, por ainda não existir uma lei que criminalize a homofobia.
“Nos espaços de saúde, nós em geral temos bom acesso e um respeito à diversidade, pesar de ainda encontramos dificuldades. Não é 100%. Mas no plano individual, nossa comunidade ainda enfrenta muita homofobia internalizada, causada especialmente pela família e pela religião”.
Para ele, o Brasil está em um “meio termo”: com muito a avançar, mas já com conquistas importantes.
O ativista Beto de Jesus vê dificuldades no acesso aos serviços de saúde não só pela homofobia e preconceito, mas também por fatores como seu horário de funcionamento, que em sua opinião deveriam ser mais acessíveis.
Beto é um dos responsáveis pelo projeto “Quero Fazer”, que leva aconselhamento e testagem para o HIV para grupos considerados mais vulneráveis à infecção. Segundo ele, a motivação para o projeto se relaciona a essa dificuldade de acesso, também relatada no Brasil.
“Temos uma população vulnerável e que sofre muito com o preconceito, com horários inacessíveis, etc. Se um é maltratado nos serviços de saúde, vai contar para outro e isso vira uma bola de neve. O Quero Fazer foi desenhado para ser uma forma de desenvolver este tipo de atividade fora do espaço público, garantindo o acesso da população”.
Beto diz que o serviço público deveria ter estratégias para diminuir este problema. “Nossos serviços não estão preparados para trabalhar com essa população”, comentou. “Ficarmos subjugados ao que a bancada evangélica diz que se pode fazer com os gays é um crime. Os dados mostram que os jovens gays são os que mais estão se infectando, então eles precisam de ações específicas”, finalizou.
Literatura erótica e canções de ritmos variados resultaram nas mais recentes obras da artista Natalhinha Marinho. Há 07 anos tocando na noite de Maceió e participando de vários projetos culturais, Natalhinha lança, pela internet, seu primeiro álbum, intitulado “Um sentimento por segundo”, acompanhado do livro “Recortes”, composto por 11 contos.
Segundo a revista “Time Out London” de 60% das mulheres de Londres e 23% dos homens da capital do Reino Unido, ou teve ou teria uma experiência homossexual. Isso significa que quase 42% da população da cidade é homossexual ou bissexual.
É a figura rosa choque que esta saindo de um casulo ? A Time Out pesquisa também revela que 80% dos londrinos se dizem e pensam que são melhores do que a média na cama, os demais 20% dormiria com seu melhor amigo na mesma cama.
Entre outras estatísticas, que também revelou que os gays estavam tendo relação sexual muito mais do que os heterorrexias.
Muitos dos entrevistados relatam ter tido ter tido mais de 100 parceiros sexuais, numa media de 30 anos de vida. Apenas um em cada cem homens heterossexuais, disse o mesmo e apenas uma pequena quantidade de 0,006% das mulheres.
A média de parceiros por pessoa é de 13 para homens heterossexuais e 60 para os homens gays. Mas se isso faz parecer que a capital britânica é uma utopia sexual, não se deixe enganar.
Por: Luciano Freitas Filho – Assessor Pedagógico da Secretaria de Educação de Pernambuco, formou-se e fez mestrado em educação na Universidade Federal de Pernambuco.
A notícia da renúncia do Papa Bento XVI, a ser oficializada no próximo dia 28 de fevereiro, é de causar estranheza e nos pega de surpresa em plena folia com o Rei Momo, com os Pierrots e as Colombinas. Essa “saída de cena” intriga e provoca reflexões não somente nos católicos, mas também em todas as pessoas ao redor. Sejam quais forem os reais motivos que levaram o líder máximo da Igreja Católica a abdicar do Pontificado, essa renúncia implica em novas possibilidades para as sociedades que, embora laicas, se movem em torno dos preceitos e costumes do Catolicismo.
Justiça seja feita, por mais que tenha certa antipatia e discorde quase que plenamente dos valores difundidos nos discursos e práticas do atual Papa, tiro meu chapéu e aplaudo sua atitude em deixar a vaidade de lado e abdicar do poder. Abrir mão de poder é algo que é fácil no discurso, mas difícil na prática para qualquer que seja a pessoa e sua classe social. Reconhecer a hora de sair e abrir mão do poder tem um gosto amargo de fel .
Por outro lado, mesmo o aplaudindo, considero essa saída um alívio para a Diversidade e os Direitos Humanos, tendo em vista que o Bento XVI é uma liderança polêmica, pouco simpática à emancipação da mulher, ao ser e estar dos LGBT, do atuar firmemente na defesa da recuperação dos países africanos ou no combate à exploração dos trabalhadores. Eis um líder que se afasta bastante de uma evangelização progressista que prima pela liberdade das pessoas de serem e estarem enquanto diferentes, do olhar para as pessoas para além do julgar, mas primordialmente colaborar com elas na perspectiva de seu bem-estar e uma vida no e para o amor. Não há como evitar estabelecer um paralelo entre o referido líder e demais líderes Católicos, a ver como exemplo o Papa João Paulo II, Dom Helder Câmara, entre outros. O Bento XVI de longe é um evangelizador carismático como os supracitados, líderes que entoaram o coro de um Catolicismo da libertação.
A notícia em questão nos traz certa esperança de que aquele que estar por vir, o sucessor deste, traga aos Cristãos discursos que provoquem reais mudanças sociais. Para além de cultos e discursos “iluminados”, é preciso que o Vaticano mova seus fieis em prol das práticas que agreguem, que consigam ir além do julgar o certo e o errado, o moral e o imoral, porém que apontem uma ética que guie para a felicidade e o amor ao próximo, como é recorrente nas práticas de muitos setores da própria Igreja Católica, de muitos líderes e fieis cristãos. De nada adianta o Conclave quebrar padrões ao eleger uma Papa negro, latino ou oriental, se as práticas e os discursos do próximo eleito persistirem conservadoras, opressoras ou estimulando preconceitos. Desse modo, mudaremos o corpo, mas o espírito de longe será santo.
O que se espera dos Cardeais é o enxergar dos novos caminhos e desafios apresentados pelo Século XXI para a evangelização , um pregar que motive e desperte nas pessoas razões para crer na Palavra com uma fé inabalável, uma fé que se materialize na prática e cotidiano dessas pessoas. É preciso eleger um Papa que seja o porta-voz de propostas e caminhos igualmente para aqueles Ateus ou não Católicos, para que esses passem a não somente respeitar a Igreja Católica, mas também a concordar e simpatizar com ela, colaborar, mesmo que de fora, cooperar com um discurso que garanta a liberdade, a igualdade e uma real fraternidade.