Monthly Archives: janeiro 2013

Haddad assina portaria e confirma apoio da Prefeitura à Parada de São Paulo
   16 de janeiro de 2013   │     0:00  │  0

Prefeito de São Paulo documenta a realização da 17ª Parada na Avenida Paulista e garante apoio logístico e de infraestrutura do município para a manifestação.

Na foto, o presidente da APOGLBT, Fernando Quaresma e o prefeito de SP Fernando Haddad

Ao completar seu décimo dia de mandato na prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad assinou na última sexta-feira (11) a portaria que garante a realização da 17ª Parada do Orgulho LGBT na Avenida Paulista. O ato ocorreu durante a cerimônia de posso do novo Secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili.
A portaria, além de liberar a principal via da cidade para a realização da manifestação no dia 2 de junho deste ano, também institui a Comissão Organizadora que, no âmbito da Prefeitura, atuará através de subgrupos temáticos com o objetivo de assegurar todo o apoio logístico e de infraestrutura que o governo municipal prestará à atividade.
Para Julian Rodrigues, coordenador Geral de Assuntos da Diversidade Sexual da prefeitura, o ato de hoje assinala o compromisso do prefeito Fernando Haddad e do Secretário Rogério Sottili com a Parada LGBT e com o enfrentamento à homofobia em São Paulo. “Foi um compromisso de campanha de Haddad dar todas as condições para a realização segura e tranquila das Paradas do Orgulho LGBT, que já são símbolo de São Paulo e de sua diversidade”.   Aproximação e diálogo.
Às vésperas da 16ª Parada – que ocorreu no dia 10 de junho de 2012 – o então pré-candidato a prefeito procurou a APOGLBT para uma fazer uma visita à sua sede. Na ocasião, Haddad foi recebido pela direção e coordenadores da entidade que apresentaram o trabalho de organização do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo, falaram sobre a relação entre a prefeitura e a Associação e sobre as demandas do movimento.
“Vim aqui para desejar sucesso ao evento e ouvir as reivindicações do grupo”, disse Haddad à imprensa durante o encontro em 6 de junho passado, no qual se comprometeu, caso fosse eleito, viabilizar uma maior aproximação e diálogo aberto entre o Executivo Municipal e a APOGLBT, assim como seguir disponibilizando a infraestrutura e a concessão dos espaços públicos para a realização das atividades.

O combate à homofobia, a valorização da cidadania LGBT e a conquista de direitos para essa população também foram pauta da reunião.

Ativistas do Femen ficam seminuas para protestar durante oração do Papa Bento XVI
   15 de janeiro de 2013   │     0:00  │  4

 

As militantes exibiam no peito a expressão “Cale a boca” e nas costas ‘In gay we trust’, alusão a ‘In god we trust’ (Em Deus confiamos, lema oficial dos Estados Unidos)

Enquanto o papa Bento XVI realizava a tradicional benção dominical da oração de Ângelus da janela de seu apartamento neste ultimo domingo, 13, no Vaticano, ativista do grupo feminista Femen protestaram seminuas na Praça de São Pedro.As mulheres exibiam cartazes e frases no corpo em defesa dos gays. De acordo com informações da AFP, quatro mulheres se posicionaram ao lado da Árvore de Natal na praça, diante da Basílica de São Pedro, e  quando o pontífice apareceu em sua janela para o Ângelus, elas começaram a se despir, e em segundos mostraram os seios no meio dos fiéis.

Ainda de acordo com a publicação, as militantes exibiam no peito a expressão “Cale a boca” e nas costas ‘In gay we trust’, alusão a ‘In god we trust’ (Em Deus confiamos, lema oficial dos Estados Unidos) e algumas exibiam cartazes nos quais estava escrito em letras garrafais “Cale a boca”. A ação durou apenas alguns minutos e elas foram imediatamente detidas.

O Femen é conhecido desde 2010 por suas ações de ‘topless’, principalmente em Rússia, Ucrânia e Inglaterra. Em setembro, elas criaram em Paris “o primeiro centro de treinamento” do “novo feminismo”. Essas feministas defendem também a democracia e o combate à corrupção.

IV Papel no Varal erótico-carnavalesco é realizado em Maceió
   14 de janeiro de 2013   │     1:36  │  1

No próximo sábado, 26, o Instituto Lumeeiro promove o seu quarto Papel no Varal erótico-carnavalesco, no pátio externo do museu Théo Brandão, no boêmio bairro do Jaraguá. Fazendo parte das prévias carnavalescas de Maceió, o evento trará, além do já tradicional varal com 100 poemas, performances e uma exposição de arte naífe erótica com a curadoria de Luiz Carlos Figueiredo, tudo isso ao som do samba do grupo Caí Dentro, liderado por Bruno Palagani.O público do sarau Erótico-Carnavalesco é o mais diverso possível: da velha guarda à nova geração, tem espaço para todos, desde que sejam maiores de 18 anos. Entre os autores que a plateia encontrará pendurados no varal, estão clássicos da literatura erótica, como Hilda Hilst e Bocage, até contemporâneos e conterrâneos, como Arnaldo Antunes e Marcos de Farias Costa. Segundo o idealizador do projeto, Ricardo Cabús, a expectativa é tão grande quanto os desafios. “Chegamos ao quarto sarau erótico-carnavalesco com o desafio do amadurecimento, tanto na produção quanto na direção artística. Esperamos uma noite poética, com espaço para a transgressão e a alegria. Boas surpresas devem irromper no palco do Theo Brandão”, conclui.

O evento tem vagas limitadas e os interessados podem adquirir o ingresso nas farmácias Ao Pharmacêutico a partir desta quinta-feira, 17. Os ingressos individuais (pista) são gratuitos (antecipados) e 10 reais (no dia) já as mesas custam 60 reais (antecipadas) e 100 reais (no dia).

O Papel no Varal

Ricardo Cabús é poeta, tradutor, compositor e professor universitário

O projeto, iniciado em 2009, leva a poesia ao grande público. Num varal de sisal, 100 poemas de autores de todos os tempos e de todos os cantos são dispostos para que as pessoas escolham e leiam. Duas orientações devem ser seguidas: não trazer de casa, nem ler o próprio poema. A curadoria fica por conta de Ricardo Cabús e a pré-seleção passa pelo conselho editorial do Instituto Lumeeiro. O Papel no Varal acontece no formato sarau eclético e nos temáticos como o erótico-carnavalesco (para adultos), o Papelzinho no Varal (para crianças), mulher, água, flor, entre outras ações.Grupo Caí Dentro é liderado por Bruno Palagani (cavaquinho) e tem agora uma nova roupagem, com diversas participações especiais. No repertório do grupo, composições clássicas de mestres como Noel Rosa, Cartola, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho e Chico Buarque. Para esse sarau, o grupo também trará um repertório repleto de clássicos do carnaval imortalizados, dentre outros, por Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e pelas escolas de samba.

Luiz Carlos Figueiredo é natural de Araraquara. Quando jornalista, escreveu para as editoras mais importantes do país, como a Bloch, Larousse, Abril, Correio Brasiliense e Diário de SP. É autor de 11 livros sobre história do Brasil e Portugal coeditados com Janaína Amado, com quem é casado há 41 anos. Hoje se define como “Aposentado vadio”.

 

Set Happy New Year 2013 – Dj Sugom – SP
   11 de janeiro de 2013   │     20:00  │  0

Dj Sugom/SP

DJ Sugom – Sullivan Gomes – de São Paulo Capital, formado na DJ Escola, com 7 anos de carreira,em 2011 se destacou na cidade de São Paulo como Dj Oficial da 11ª Feira Cultural LGBT, hoje é o dj oficial da maior parada LGBT do mundo, SP, realiza as terça-feiras o programa METRO TECH na Web Rádio Fervo Mix. Em 2012 recebeu o título na capital de São Paulo como Dj Revelação 2011, em junho 2012 recebeu em São Paulo o titulo de Dj oficial da maior parada LGBT do mundo, tornando o Dj pride 2012.Realizou vários trabalhos em grandes boates no Nordeste,Sudeste e Sul do Brasil. Tem como estilo o Tribal House, Dutch House onde se destacam grandes vocais e batidas fortes. Seu novo set Happy New Year  2013, trás o que toca de melhor na noite paulistana.

E ai vai perder se joga e grita. “Sou menina & sou mulher”

Clic aqui para baixar o set Happy New Year 2013

Alagoas é o estado mais perigoso para homossexuais em termos relativos, diz relatório do Grupo Gay da Bahia
   10 de janeiro de 2013   │     17:09  │  1

Alagoas registrou em 2012 22 homocídios e cerca de 50 agressões físicas morais

O Grupo Gay da Bahia (GGB) divulga mais um Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT) relativo a  2012. Foram documentados 338 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, incluindo duas transexuais brasileiras mortas na Itália. Um assassinato a cada 26 horas!  Um aumento de 21% em relação ao ano passado (266 mortes) crescimento de 177% nos últimos sete anos.Os gays lideram os “homocídios”:  188 (56%), seguidos de 128 travestis (37%), 19 lésbicas (5%) e 2 bissexuais (1%). Em 2012 também foi assassinado brutalmente um jovem heterossexual na Bahia, confundido com gay, por estar abraçado com seu irmão gêmeo. O Brasil confirma sua posição de primeiro lugar no ranking  mundial de assassinatos homofóbicos, concentrando 44% do total de execuções de todo o planeta. Nos Estados Unidos, com 100 milhões a mais de habitantes que nosso país, foram registrados 15 assassinatos de travestis em 2011, enquanto no Brasil, foram executadas 128 “trans”.

O risco, portanto, de uma trans ser assassinada no Brasil é 1.280% maior do que nos Estados Unidos.O GGB, que há mais três décadas coleta informações sobre homofobia no Brasil denuncia a irresponsabilidade dos governos federal e estadual em garantir a segurança da comunidade LGBT: a cada 26 horas um homossexual brasileiro foi barbaramente assassinado em 2012, vítima da homofobia. Nunca antes na história desse país foram assassinados e cometidos tantos crimes homofóbicos. A falta de políticas públicas dirigidas às minorias sexuais mancha de sangue as mãos de nossas autoridades.

Crimes por região, estado e capital. Apesar de São Paulo ser o estado onde mais LGBT foram assassinados,  45 vítimas, Alagoas com 21 homicídios é o estado mais perigoso para homossexuais em termos relativos, com um índice de 5,6 assassinatos por cada milhão de habitantes, sendo que para toda a população brasileira, o índice é 1,7 vítimas LGBT por milhão de brasileiros.  Paraíba ocupa o segundo lugar, com 19 assassinatos e 4,9 crimes por milhão, seguido do Piauí com 15 mortes, 4,7 por milhão de habitantes. No outro extremo, os estados onde registraram-se menos  homicídios de LGBT foram o Acre – aparentemente nenhuma morte nos últimos dois anos, seguido de Minas Gerais, cujas 13 ocorrências representam 0,6 mortes para cada milhão de habitantes, Rio Grande do Sul e  Maranhão com 0,7, Rio de Janeiro com 0,8 e São Paulo, 1,07 mortes por cada milhão de habitantes.Como nos anos anteriores, o Nordeste confirma ser a região mais homofóbica do Brasil, pois abrigando 28% da população brasileira, aí concentraram-se 45% das mortes, seguido de 33% no Sudeste e Sul , 22% no Norte e Centro Oeste. Embora Manaus tenha sido a capital onde foi registrado o maior número de assassinatos, 14, numero altíssimo se comparado com os 12 de  São Paulo, em termos relativos, Teresina é a capital mais homofóbica do Brasil, com 15,6 homicídios para pouco mais de 800 mil habitantes, seguida de Joao Pessoa, com 13,4 mortes para 700 mil. Maceió ocupa o terceiro lugar, com 10,4 assassinatos para pouco mais de 900 mil habitantes, enquanto S.Paulo  teve 12 mortes de lgbt, o que representa 1,05 para mais de 11 milhões de moradores.Não se observou correlação evidente entre desenvolvimento econômico regional, escolaridade, religião,  raça, partido político do governador e maior índice de homofobia letal.

A pesquisa. Segundo o coordenador desta  pesquisa,  o Prof. Luiz Mott, antropólogo da Universidade Federal da Bahia, “a subnotificação destes crimes é notória, indicando que tais números representam apenas a ponta de um iceberg de violência e sangue, já que nosso banco de dados é construído a partir de notícias de jornal, internet e informações enviadas pelas Ongs LGBT, e a realidade deve certamente ultrapassar em muito tais estimativas.  Dos 338 casos, somente em 89 foram identificados os assassinos, sendo que em 73%  não há informação sobre a captura dos criminosos, prova do alto índice de impunidade nesses crimes de ódio e gravíssima homofobia institucional/policial que não investiga em profundidade tais homicídios. Impunidade observada não apenas  no pobre e homofóbico Nordeste, como no Rio Grande do Norte, com 9 dentre 10 crimes impunes, mas também no rico e civilizado Sul, como no Paraná, que dos 19 homocídios, 15 permanecem impunes. Para o Presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, “o mau exemplo vem da própria  Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Mick, que declarou recentemente que ‘não existem no Brasil crimes com conotação homofóbica’, ignorando a crueldade da homofobia cultural que estigmatiza e empurra as travestis para a marginalidade, assim como o efeito pernicioso dos sermões dos fundamentalistas ao demonizar os gays,  acirrando sobretudo entre os jovens o ódio anti-homossexual.”

Perfil das vítimas: Quanto a idade, 7% dos LGBT tinham menos de 18 anos ao serem  assassinados, sendo o mais jovem um adolescente  gay  paulista de 13 anos que se suicidou por não aguentar o bullying que vinha sofrendo em casa e na escola.  Suicidas homossexuais  também são considerados vítimas da homofobia. 44% desses mortos tinham menos de 30 anos e 8% mais de 50.  A faixa etária que apresenta maior risco de assassinato, 57%, situa-se entre 20-40 anos. A vítima mais velha tinha 77 anos, Wilson Brandão de Castro, proprietário de uma sauna em Belo Horizonte, assassinado com 7 tiros.

Quanto à composição racial, chama a atenção o desinteresse dos jornalistas e policiais em registrar a cor dos LGBT assassinados, apenas 42% das vítimas são identificadas e dentre estas, há pequena superioridade de pardos e pretos, 53% para 47% de brancos. Os/as pretos são o menor grupo vítima da homofobia letal, 7,5%, estando ausentes no segmento das lésbicas.

Os homossexuais assassinados exerciam 48 diferentes profissões, confirmando a presença do “amor que não ousava dizer o nome” em todas as ocupações e estratos sociais. Predominam as travestis profissionais do sexo, 72 das vítimas (45%), seguidas de 19 comerciantes, 16 professores, 9 cabeleireiros e empresários, 7 pais de santo, 2 políticos e jornalistas, etc.

Quanto à causa mortis, repete-se a mesma tendência dos anos anteriores, confirmando pela violência extremada, tratar-se efetivamente tais mortes do que a Vitimologia chama de crimes de ódio: 115 dos assassinatos foram praticados com armas de fogo, 88 com arma branca (faca, punhal, canivete, foice, machado, tesoura), 50 espancamentos (paulada, pedrada, marretada), 8 foram queimados. Constam ainda afogamentos, atropelamentos, enforcamentos, degolamentos,asfixia, empalamentos e violência sexual, tortura.  Oito das vítimas levaram mais de uma dezena de golpes ou projéteis: José Pedro do Santos, de Ibititá, Ba, morreu com mais de 30 facadas; Dimitri Cabral,  gay de 20 anos de Campina Grande, PB, foi morto com 19 tiros.

O padrão predominante é o gay ser assassinado dentro de sua residência, com armas brancas ou objetos domésticos, enquanto as travestis e transexuais são mortas na pista, a tiros. Um dos crimes mais chocantes ocorreu em fevereiro de  2012:  gay Wilys Vitoriano, negro, 26 anos, foi encontrado morto, dentro da casa em que morava,  no centro de Vila Velha, ES:  “o cenário na casa era de horror. Havia manchas de sangue em várias partes da residência. A vítima estava apenas de sunga e apresentava 68 perfurações no corpo, causadas por diferentes objetos cortantes e na parede da casa de um dos vizinhos, apareceu uma pichação com os dizeres: VIADOS”.

Em Alagoas, no município sertanejo de Olivença, 10 mil habitantes, a travesti Soraia, 39 anos,  foi amordaçada, teve pedaços de madeira introduzidos no ânus e o pênis queimado com álcool. Sobreviveu alguns dias, com muitas dores, exalando odor de podridão, até que foi operada, sendo retirado do intestino grosso um pedaço de madeira de  15 cm,  morrendo logo a seguir com infecção generalizada.

Em abril, outro crime bárbaro chocou a cidade de Bequimão, no Maranhão. Um adolescente de 14 anos foi assassinado pelo padrasto de 25 anos porque não aceitava que o enteado fosse gay assumido. A vítima foi encontrada enterrada em um terreno nas proximidades de onde morava e segundo a polícia, havia indícios que o garoto teria sido enterrado vivo pelo padrasto, que conseguiu fugir.

2012 fica marcado como o ano em que mais lésbicas foram assassinadas em toda história do Brasil: 19, sendo que nos anos anteriores oscilaram os crimes lesbofóbicos entre 1 a 10 casos anuais. Durante os mandatos de FHC foram assassinadas 27 lésbicas, enquanto no governo Lula/Dilma mataram 44, um aumento de 63% nos últimos 9 anos. Na Bahia, em agosto último, duas  lésbicas de 22 e 25 anos, vivendo juntas com a aprovação de suas famílias,  foram covardemente assassinadas a tiros quando andavam de mãos dadas no centro comercial de Camaçari. Em Salvador, após uma discussão, um vizinho invadiu a casa de outro casal de lésbicas de 19 e 22 anos, esfaqueando-as, causando a morte da mais jovem. Dentro do segmento LGBT, as travestis e transexuais são as mais vulneráveis face aos crimes letais: contando com uma população estimada em 1 milhão de pessoas, o risco de uma trans ser assassinada é 9.354% maior do que a soma das demais categorias, gays/lésbicas/bissexuais, que juntas devem representar por volta de 19 milhões de pessoas, ou seja, 10% da população brasileira, tomando como referência  o Relatório Kinsey.

Assassinos: Quanto aos autores destes crimes homofóbicos, a mídia é extremamente lacunosa, já que apenas 1/4 dos homicidas foram identificados nos inquéritos policiais. Destes, 17% tinham menos de 18 anos, demonstrando o altíssimo índice de homofobia entre os jovens, 85%  abaixo de 30 anos. 21% desses crimes foram praticados por 2 a 4 homens, aumentando ainda mais a vulnerabilidade da vítima. Predominam entre estes criminosos,  seguranças particulares, rapazes de programa e ocupações de baixa remuneração, muitos destes crápulas já com passagem pela polícia e uso de revólver, já que 44% das mortes foram praticadas com arma de fogo.

Crimes Homofóbicos. Seriam todos esses 338 assassinatos crimes homofóbicos? O Prof.Luiz Mott é categórico: “99% destes homocídios contra LGBT têm como agravante seja a homofobia individual, quando o assassino tem mal resolvida sua própria sexualidade e quer lavar com o sangue seu desejo reprimido; seja a homofobia cultural, que pratica bullying  e expulsa as travestis para as margens da sociedade onde a violência é endêmica; seja a homofobia institucional, quando o Governo não garante a segurança dos espaços freqüentados pela comunidade lgbt ou como fez a Presidente Dilma, vetou  o kit anti-homofobia, que deveria ter capacitado mais de 6milhões de jovens  no respeito aos direitos humanos dos homossexuais.” Para o analista de sistemas Dudu Michels,  “quando o Movimento Negro, os Índios ou as Feministas divulgam suas estatísticas, não se questiona se o motivo de todas as mortes foi racismo ou machismo, porque exigir só do movimento LGBT atestado de homofobia nestes crimes hediondos? Ser travesti já é um agravante de periculosidade dentro da intolerância  machista dominante em nossa sociedade, e mesmo quando um gay é morto devido à violência doméstica ou latrocínio, é vítima do mesmo machismo que leva as mulheres a serem espancadas e perder a vida pelas mãos de seus companheiros, como diz o ditado, ‘viado é mulher tem mais é que morrer!”

Um crime emblemático. Na avaliação dos responsáveis  pela manutenção deste Banco de Dados, dentre os 338 assassinatos de LGBT documentados em 2012, o mais emblemático é o caso de Lucas Fortuna, 28 anos, jornalista de Goiânia, destacado ativista gay, morto aos 19-11-2012 por dois assaltantes numa praia na região metropolitana de Recife. Seu corpo com o rosto desfigurado foi encontrado com profundas marcas de espancamento. Irresponsavelmente o Departamento de Homicídios de  Pernambuco declarou tratar-se de latrocínio, descartando ódio homofóbico. Presos os dois assassinos confessaram ter na mesma noite assaltado quatro indivíduos, limitando-se a roubar-lhes o celular. No caso de Lucas, espancaram-no, saltaram encima de seu corpo e jogaram-no ao mar de um penhasco de dez metros. Porque mataram com tanto ódio apenas o gay? Homofobia! A imprensa considerou Lucas Fortuna o “Herzog dos gays”!

O Grupo Gay da Bahia disponibiliza em seu site http://homofobiamata.wordpress.com/  o banco de dados completo com  todas as notícias de jornal, vídeos, tabelas e gráficos sobre todos os 338 assassinatos de LGBT de 2012, assim como o manual “Gay vivo não dorme com o inimigo” como estratégia para erradicar esse “homocausto”.

Solução contra crimes homofóbicos. Para o Presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, “há quatro soluções emergenciais para a erradicação dos crimes homofóbicos: educação sexual para ensinar à população a respeitar os direitos humanos dos homossexuais; aprovação de  leis afirmativas que garantam a cidadania plena da população LGBT, equiparando a homofobia ao crime de racismo; exigir que a Polícia e Justiça investiguem e  punam com toda severidade os crimes homo/transfóbicos  e finalmente,  que os próprios gays, lésbicas e trans  evitem situações de risco, não levando desconhecidos para casa e acertando previamente todos os detalhes da relação. A certeza da impunidade e o estereótipo do gay como fraco, indefeso, estimulam a ação dos assassinos.”