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Ambulatório Trans do HU/AL comemora 1 ano de abertura
   2 de dezembro de 2022   │     13:38  │  0

Conforme o artigo 196 da Constituição Federal brasileira, que estabelece ainda que não deve haver privilégio algum no momento do atendimento médico, a  saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.

Desta forma ,  a equipe multiprofissional do espaço trans do HUPAA promoverá o I Encontro do Espaço Trans/UFAL: Desafios e Potencialidades em um ano de atuação. Como o tema já indica, é momento para socializar e dar visibilidade sobre o trabalho desenvolvido, visando sempre a melhoria da oferta de serviços e atendimentos prestados. O evento comemora 1 ano de atuação do espaço.

Iniciado  em agosto de 2021, o Ambulatorio trans do hospital Universitário Professor Alberto Antunes – HU, conta com uma equipe técnica composta por 1 assistente Social, 1 psicóloga, 1 Enfermeira , 1 endocrinologista, 2 residentes de Psiquiatria, 01 técnica em enfermagem (que inclusive é uma mulher trans) e 2 estagiárias de Psicologia. Essa grande ferramenta de desenvolvimento de politicas de saide na vida de pessoas trans, ja atendeu desde a sua abertura ,
66 pacientes.

Veja as informações abaixo e saiba como participar.

PROGRAMAÇÃO:
7h30 às 8h: Credenciamento
8h às 9h: Mesa de abertura
“Um ano do espaço: como chegamos até aqui?”
9h às 9h15: intervalo
9h15 às 9h45: Apresentação artística
9h45 às 12h: Mesa Redonda “Disforia de Gênero e saúde mental das pessoas trans”

12h: ENCERRAMENTO

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Drag queen é questão de gênero?
   5 de novembro de 2022   │     14:00  │  0

Apesar de ligada à comunidade LGBTQ, a arte não tem nada a ver com gênero ou sexualidade.

Homens vestidos de mulher, com maquiagens exageradas, salto alto, linguagem própria. Drag queens são a exacerbação do lado feminino de homens que encontraram na arte uma forma de expressão e até de aceitação.

Mas frequentemente as queens causam dúvidas: é o mesmo que transgênero? Toda drag queen é homossexual?

 “As pessoas confundem muito drag com gênero, que não tem nada a ver”, diz Ikaro Kadoshi, drag queen há 17 anos. A cantora Gloria Groove é perguntada com frequência sobre o que é ser drag: “Chega todo tipo de reação. Tem gente que não entende: é uma mulher, um cara, uma travesti, uma transexual, uma drag queen? Eu ouço muito essa pergunta, ‘eu te chamo de ele, te chamo de ela’?”.

Gloria (o nome artístico de Daniel Garcia) é um homem que se identifica com seu gênero e é gay. O que significa que ele não tem problemas com o corpo em que nasceu e que sente atração por outros homens.

'Eu sinto que me montei para ser apresentável, assim como as cantoras que eu gosto se montam para serem apresentáveis', diz Gloria Groove — Foto: César Fonseca/Divulgação
‘Eu sinto que me montei para ser apresentável, assim como as cantoras que eu gosto se montam para serem apresentáveis’, diz Gloria Groove — Foto: César Fonseca/Divulgação

Já Pabllo Vittar (o nome artístico de Phabullo Rodrigues) é avesso aos rótulos, mas se considera genderfluid. Ou seja, se identifica tanto com o sexo masculino que nasceu, quanto com o sexo feminino. No seu dia a dia, Pabllo se expressa navegando pelos dois gêneros no que ele chama de “afeminado”, mas ele se sente atraído por homens.

“Sou homem, gay, gender fluid, drag, não gosto de me rotular. Nunca me considerei trans. Se não entendem, eu explico, não faço a louca não”, disse em entrevista à revista “Billboard”.

Lorelay Fox, drag youtuber e consultora do programa “Amor e Sexo”, explica: “Drag queen não é uma expressão de gênero. Quando a gente fala de expressão de gênero, a gente fala de uma coisa que vive no nosso dia a dia, as drags não vivem de drags no seu dia a dia. É um personagem e gênero não é personagem. Eu me monto assim para performances artísticas”.

Por isso, apesar de socialmente associada à comunidade gay, a arte drag não tem a ver com gênero ou sexualidade. Um homem hétero pode se montar para fins artísticos e mulheres, gays ou não, também. A vertente drag king é o oposto: geralmente mulheres vestidas de homens exagerando o lado masculino.

Lady Gaga brincou com isso quando apresentou ao mundo seu alter-ego masculino Jo Calderone em 2011.

Transgênero é a mesma coisa que drag queen?

Outra confusão comum envolvendo as drag queens é sobre ser transgênero. Como geralmente são homens vestido de mulher, há quem acredite que as queens são pessoas que não se identificam com seu gênero de nascimento e por isso sintam a necessidade de se vestir como o gênero oposto.

Porém, estar em drag é uma forma de expressão, uma forma de arte. A pessoa transgênero é alguém que não se identifica com o gênero atribuído no nascimento, como a personagem Ivana da novela “A força do querer”. Ivana, vivida pela atriz Carol Duarte, se identifica como homem e começa a recorrer a tratamentos médicos para se adequar a sua identidade de gênero, que é a percepção que a pessoa tem de si mesma.

Existem alguns casos de mulheres transgêneros que se descobriram depois de começar a se montar como drags. Carmem Carrera, uma das participantes do reality show RuPaul’s Drag Race, é exemplo disso. Só a “montação” de drag não resolvia seu conflito interno de ser uma mulher que não se identificava com o corpo de homem em que nasceu.

Travesti e transformista

No Brasil, existem ainda outras designações, como travesti e transformista. Este último já foi usado como sinônimo de drag queen, um homem que se vestia de mulher para fins artísticos. Apesar de um termo americano, drag queen passou a se diferenciar do transformista também pelo caráter social, identificando as queens como historicamente ligadas às questões LGBTQ.

Jo Fagner, professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e pesquisador sobre relações de gênero, culturas e políticas da sexualidade explica: “O nome transformista, por exemplo, surgiu no Brasil para diferenciar os atores que se vestiam de mulher apenas para trabalhos artísticos daquelas que assumiam a condição de mulher ’24 horas por dia’, que eram as travestis”.

O termo travesti representa uma questão de identidade de gênero. A travesti não se identifica com seu gênero de nascimento assim como a mulher trans, mas o termo traz implicações sociais.

“Nasceu com pênis e transita na transgeneridade. As travestis estão dentro do território do feminino, tem muitas coisas que são parecidas nesta identidade com a identidade da mulher trans. O que difere são apenas alguns pontos sociais, as diferenças estão ligadas a fatores de um imaginário social e até econômicos. Um é um termo médico, de certa forma mais asséptico, “limpo”, e outro termo mais marginalizado. A travesti não tem emprego porque não é aceita nos empregos formais, porque é expulsa de casa, é renegada, rejeitada pela sociedade”, explicou a rapper Linn da Quebrada no programa “Amor e Sexo”.

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‘As travestis estão dentro do território do feminino, tem muitas coisas que são parecidas nesta identidade com a identidade da mulher trans. O que difere são apenas alguns pontos sociais, as diferenças estão ligadas a fatores de um imaginário social e até econômicos.’, diz MC Linn — Foto: Vivi Bacco/Divulgação

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26ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo está prevista para o dia 19 de Junho de 2022
   7 de abril de 2022   │     12:56  │  0

A APOLGBT SP, ONG que realiza a maior Parada LGBT+ do mundo, enfatiza que a 26º edição ocorrerá no final do primeiro semestre de forma presencial caso a pandemia esteja controlada e seja seguro para todas as pessoas participantes do evento.

Desde o início da pandemia por causa da Covid-19 todos os eventos, festas e manifestações presenciais foram proibidas para evitar aglomerações e contágios do vírus que paralisou o mundo. Foram lockdowns, medidas preventivas, aberturas e fechamentos de comércios, eventos feitos de forma online (inclusive tivemos duas edições da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo feitas de forma virtual) entre outras atitudes extremamente necessárias para conter a proliferação do vírus.

Entretanto, a tão esperada vacina saiu e, felizmente, vários países do mundo já possuem grande parte da sua população vacinada e as coisas, aos poucos, estão voltando aos seus devidos lugares. Tanto que a cidade de São Paulo hoje já é conhecida como a “capital da vacinação no país”, atingindo no final do ano de 2021 mais de 92% do esquema completo de vacinação em adultos. Exemplo seguido de outros estados brasileiros como Mato Grosso (com 90,12%), Paraná (81,97%), Rio Grande Do Sul (81,42%) e Santa Catarina (80,28%). Estes são alguns exemplos com dados baseados no último censo populacional do IBGE e nos dados de vacinação divulgados recentemente pelas secretarias estaduais de Saúde.

Com base nestes dados, e na diminuição da média móvel de casos, a tendência é que tudo melhore ainda mais nos próximos meses. Exceto pelas variantes do vírus que, até o momento, embora sejam mais transmissíveis, não são mais letais segundo estudos. O que reforça o nosso apoio a ciência e a importância de incentivar pessoas não vacinadas a se vacinarem o quanto antes.

Neste sentido, caso a situação do combate a pandemia melhore realmente a cada dia, a ONG APOLGBT SP – Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, responsável pela maior Parada do Orgulho LGBT+ do mundo e outros eventos culturais e de militância LGBT+, vem a público informar que a realização presencial da 26ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo está prevista para acontecer no dia 19 de Junho de 2022. Assim como a Feira Cultural LGBT e outros eventos da ONG que são realizados na Semana do Orgulho LGBT+.

Se, por força maior, não for possível novamente a realização presencial, e ela só ocorrerá com a garantia de segurança de todas as pessoas envolvidas no evento, a edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo poderá ser reagendada para o final do ano de 2022 ou ainda acontecer, mais uma vez, de forma virtual. Com toda a luta da comunidade LGBT+ e sua diversidade de cores. Por isso a ONG pede para que as pessoas façam essa “pré-programação” e fiquem ligadas no website www.paradasp.org.br e nas redes sociais. Pois toda a comunicação sobre o evento é dada por ela e por sua assessoria de imprensa (www.paradasp.org.br/imprensa)

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Nota de pesar

É com extremo pesar e tristeza que o Grupo Gay de Alagoas – GGAL lamenta e comunica o falecimento do ativista e militante da causa LGBTI+, Márcio Marins, por volta de 1 hora da manhã de hoje (24/04), no Hospital de Clínicas em Curitiba, onde estava à vários meses interno e tinha sido diagnosticado com neuropatia periférica, insuficiência renal e um quadro de anemia que não regredia. Marcio também havia contraído uma bactéria conhecida por AVI 1 e estava há uns dias num CTI.

 

O GGAL, por meio de sua diretoria lamenta intensamente o ocorrido e neste momento de perda e dor, transmite os mais profundos pesares e sentimentos aos familiares, amigos e colegas.

 

Márcio Marins era natural da cidade do Rio de Janeiro e há 30 anos atrás já militava no Grupo Atobá naquela cidade, um dos mais antigos grupos do Brasil à época. Em 2005 se mudou para Curitiba e passou a integrar a Associação Paranaense da Parada da Diversidade, estando desde então sempre à frente da organização da Parada na cidade de Curitiba.

 

Também fundou o Dom da Terra AfroLGBTI e foi integrante do Fórum de Religiões de Matrizes Africanas de Curitiba e Região Metropolitana. Também foi carnavalesco premiado na cidade de Curitiba.

 

Márcio também atuava na Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos. Estava afiliado à Partido Comunista do Brasil e já concorreu como candidato nas eleições estaduais do Paraná de 2018. Exercia um papel muito atuante no Conselho Permanente dos Direitos Humanos do Estado do Paraná.

 

Deixamos aqui também nosso calento e conforto a todos que fazem o movimento de lésbicas, gays bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e mais do Paraná, em especial aos que compõe a
Associação Paranaense da Parada da Diversidade,
Dom da Terra AfroLGBTI,
Grupo Dignidade e Centro Paranaense da Cidadania, grupos aos quais Marins militava e atuava.

 

Att,

Nildo Correia – presidente do Grupo Gay de Alagoas

O que fascina na travesti ?
   30 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Artigo

Por: Flávio Gikovate  – Médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor brasileiro. Formado pela USP em 1966, desde 1967 trabalha como psicoterapeuta, dedicando-se principalmente às técnicas breves de psicoterapia.

A travesti é um personagem intrigante que interessa principalmente a um bom número de homens heterossexuais. Nascidos meninos, desde cedo se identificam com o gênero feminino e, ao crescer, transformam seu corpo (afora os genitais) com o intuito de parecerem mulheres. São extravagantes no vestir, despertando o desejo visual masculino com uma ousadia que falta à grande maioria das mulheres. Diferem das transexuais que querem efetivamente assumir a condição feminina. A travesti quer parecer mulher mas não quer ser.

É constrangedor para a maioria dos homens sentir desejo por eles (elas?) – mas sentem; muitos se iludem dizendo que não perceberam a diferença. Sentir desejo por um homem é ser homossexual e este “fantasma” continua a espantar a quase todos. O constrangimento se atenua porque a travesti desperta o desejo justamente por suas características femininas (adquiridas de forma artificial e bastante trabalhosa), de modo que algumas se atrevem a chegar perto deles.

Pode parecer inesperado mas o fato é que um bom número de homens se aproxima dos travestis justamente por serem “falsas mulheres”, por possuírem o pênis. No início assumem o papel ativo no ato sexual mas aos poucos vão ganhando coragem de se aproximar do pênis e mesmo de serem penetrados. O prazer experimentado leva muitos a um estado de alarme, pois este tipo de gozo é interditado aos heterossexuais: onde já se viu sentir excitação táctil por força da estimulação anal? Que dizer então da penetração anal?

A verdade é que as sensações masculinas relacionadas com a região anal parecem ser mais fortes do que aquelas sentidas pelas mulheres. Arrisco aqui uma hipótese para explicar o gosto pelas travestis: a vergonha, a culpa e os temores da homossexualidade se atenuam muito porque eles estão se relacionando não com homens de verdade mas com “quase mulheres” que despertam neles forte desejo visual (típico do contexto heterossexual).

O tema é complexo.

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