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Papa Francisco: ‘Homossexualidade não é crime’
   26 de janeiro de 2023   │     0:24  │  0

Papa Francisco criticou as leis que criminalizam a homossexualidade como “injustas”, dizendo que Deus ama todos os seus filhos assim como eles são e pediu aos bispos católicos que apoiam as leis contrárias a isso que recebam pessoas LGBTQ na igreja.

“Ser homossexual não é crime”, disse Francis durante uma entrevista nesta terça-feira (24) à Associated Press.

Francisco reconheceu que os bispos católicos em algumas partes do mundo apoiam leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a comunidade LGBTQ, e ele mesmo se referiu à questão em termos de “pecado”. Mas ele atribuiu tais atitudes a origens culturais e disse que os bispos em particular precisam passar por um processo de mudança para reconhecer a dignidade de todos.

“Estes bispos têm que ter um processo de conversão”, disse, acrescentando que devem aplicar “ternura, por favor, como Deus tem por cada um de nós”.

<img class="i-amphtml-blurry-placeholder" src="data:;base64,Papa Francisco durante entrevista exclusiva para a Associated Press de dentro do Vaticano em 24 de janeiro de 2023 — Foto: Domenico Stinellis/AP
Papa Francisco durante entrevista exclusiva para a Associated Press de dentro do Vaticano em 24 de janeiro de 2023 — Foto: Domenico Stinellis/AP

Cerca de 67 países ou jurisdições em todo o mundo criminalizam a atividade sexual consensual entre pessoas do mesmo sexo, 11 dos quais podem ou impõem a pena de morte, de acordo com o The Human Dignity Trust, que trabalha para acabar com essas leis. Especialistas dizem que mesmo onde as leis não são aplicadas, elas contribuem para o assédio, estigmatização e violência contra pessoas LGBTQ.

Nos EUA, mais de uma dúzia de estados ainda têm leis anti-sodomia nos livros, apesar de uma decisão da Suprema Corte de 2003 declarando-as inconstitucionais. Os defensores dos direitos dos homossexuais dizem que as leis antiquadas são usadas para assediar os homossexuais e apontam para a nova legislação, como a lei “Não diga gay” na Flórida, que proíbe a instrução sobre orientação sexual e identidade de gênero do jardim de infância até a terceira série, como evidência de esforços contínuos para marginalizar as pessoas LGBTQ.

As Nações Unidas pediram repetidamente o fim das leis que criminalizam a homossexualidade, dizendo que elas violam os direitos à privacidade e à liberdade de discriminação e são uma violação das obrigações dos países sob o direito internacional de proteger os direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual. ou identidade de gênero.

 

Declarando tais leis “injustas”, Francisco disse que a Igreja Católica pode e deve trabalhar para acabar com elas. “Deve fazer isso. Deve fazer isso ”, disse ele.

Francisco citou o Catecismo da Igreja Católica ao dizer que os gays devem ser bem-vindos e respeitados, e não devem ser marginalizados ou discriminados.

“Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade”, disse Francisco, falando à AP no hotel do Vaticano onde mora.

Essas leis são comuns na África e no Oriente Médio e datam da época colonial britânica ou são inspiradas na lei islâmica. Alguns bispos católicos os apoiaram fortemente como consistentes com o ensinamento do Vaticano que considera a atividade homossexual “intrinsecamente desordenada”, enquanto outros pediram que fossem anulados como uma violação da dignidade humana básica.

Em 2019, esperava-se que Francisco fizesse uma declaração se opondo à criminalização da homossexualidade durante uma reunião com grupos de direitos humanos que realizaram pesquisas sobre os efeitos de tais leis e das chamadas “terapias de conversão”.

Na terça-feira, Francisco disse que precisava haver uma distinção entre crime e pecado em relação à homossexualidade.

 

“Ser homossexual não é crime”, disse ele. “Não é crime. Sim, mas é pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime.”

 

“Também é pecado faltar à caridade uns com os outros”, acrescentou.

 

O ensinamento católico sustenta que, embora os gays devam ser tratados com respeito, os atos homossexuais são “intrinsecamente desordenados”. Francisco não mudou esse ensinamento, mas fez do alcance da comunidade LGBTQ uma marca registrada de seu papado.

Começando com sua famosa declaração de 2013, “Quem sou eu para julgar?” quando foi questionado sobre um padre supostamente gay, Francisco passou a ministrar repetidamente e publicamente à comunidade gay e trans. Como arcebispo de Buenos Aires, ele favoreceu a concessão de proteção legal a casais do mesmo sexo como alternativa ao endosso ao casamento gay, que a doutrina católica proíbe.

Apesar de tal alcance, Francisco foi criticado pela comunidade católica LGBTQ por um decreto de 2021 do escritório de doutrina do Vaticano de que a Igreja não pode abençoar uniões do mesmo sexo “porque Deus não pode abençoar o pecado”.

Fonte: G1

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Porque São Sebastião é considerado padroeiro dos gays
   20 de janeiro de 2017   │     13:56  │  0

  O santo protetor dos homossexuais nasceu no Império Romano durante o governo dos imperadores Dioclesiano e Maximiano, no séc III. Era um garoto cristão que trilhou com sucesso sua carreia no exército romano, até então pagão. Ele escondia a sua fé, para evitar ser considerado inapto à patente que carregava. A vida dupla em muito lembra a vida de gays que escondem a sua sexualidade, por causa do preconceito.Um dia, conseguiu ser chefe da guarda pretoriana, chefe da guarda imperial. Porém, a sua fé diferente foi descoberta e ele foi condenado a ser amarrado em uma árvore e morto a flechadas. Conseguiu sobreviver, algo considerado milagre na época, e foi novamente levado para ser morto. Teve seu corpo posto em pedaços que foram espalhados pelos esgotos de Roma. A idéia era que ele não virasse um mártir da crescente comunidade cristã. No século IV, quando Constantino oficializou o cristianismo como fé do império, São Sebastião já era considerado santo.

Ao longo da história, o santo foi representado com imagens afeminadas, delicadas e diversas histórias surgiram em torno da sua sexualidade. Uma versão diz que ele negou-se a praticar atos sexuais com o imperador, por isso foi assassinado. Alguns historiadores contam que há fortes indícios também que Sebastião era amante do imperador Diocleciano.

Outras dizem que ele arrumou um amante e foi descoberto. Hoje, ele é considerado também o santo das grandes epidemias, na idade média era o santo protetor da lepra, depois tornou-se da aids, pois conseguiu escapar da morte certa quando tentaram eliminá-lo da primeira vez.

Já virou peças de teatro, uma inclusive encenada em Curitiba, onde se destacou uma versão homoerótica. É também o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro. O dia de São Sebastião é comemorado em 20 de janeiro.

De uma coisa eu tenho certeza, a história de morte de São Sebastião é parecida e tão Sangrenta , injusta e dolorosa do que a seifação da vida de muitos LGBT por todo os anais da história em todo o mundo.

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Um Ateu Gay em uma família evangélica
   7 de novembro de 2016   │     0:00  │  0

“Um ateu gay numa família evangélica e o aprendizado diário de se conviver com as diferenças”, um relato pessoal.

Quem sabe o dia que LGBTs derem mais holofote para os cristãos que pregam a inclusão do que para os que pregam a segregação a gente possa virar esse jogo

Quem sabe o dia que LGBTs derem mais holofote para os cristãos que pregam a inclusão do que para os que pregam a segregação a gente possa virar esse jogo

Eu vejo alguns LGBTs que criticam gays religiosos, os que querem ser aceitos nas suas instituições religiosas e que lutam por esta aceitação, como a Diversidade Católica.
Alguns costumam chama-los de “idiotas”, que “parecem que não leram a “bíblia homofóbica” e que deveriam era deixar a igreja, ao invés de buscar serem aceitos por quem os discrimina.

Eu, particularmente, admiro e apoio LGBTs que lutam para serem aceitos dentro das suas religiões/instituições por três motivos:

1. Liberdade de crença é para todos, inclusive para LGBTs, e deve ser respeitada.

2. Instituições religiosas fazem parte da sociedade. As pessoas que absorvem os preconceitos que são pregados na maioria das vezes dentro destas instituições não deixam seus preconceitos lá dentro, elas trazem pra sociedade. Logo, a luta pelo fim da discriminação LGBT passa pelo fim da discriminação LGBT dentro dessas instituições e para isso a mudança tem que ocorrer lá dentro e tem que ter pessoas dispostas a lutarem por essa mudança interna.

3. Sou de família evangélica e fui teísta até pouco depois de sair do armário, quando me aproximei do ateísmo. Eu escolhi lutar “daqui de fora”, daí minha admiração por quem luta “lá de dentro” por uma mesma luta: a luta por igualdade e pelo fim da discriminação.

Quem sabe o dia que LGBTs derem mais holofote para os cristãos que pregam a inclusão do que para os que pregam a segregação a gente possa virar esse jogo.

Às vezes tenho a triste sensação de que alguns homossexuais precisam alimentar essa falsa guerra para sobreviver, que não é de interesse dos próprios criar um ambiente pacífico porque daí, estes que tanto dedicaram seu tempo para a guerra, não saberão como viver num ambiente de paz.

Meu maior exemplo de cristão inclusivo por qual tenho um profundo respeito e admiração é meu vô, presbítero de 82 anos, um dos pioneiros da Assembleia de Deus na minha cidade, com homenagem pela Câmara de Vereadores e tudo.
Ele já teve participação do Marco Feliciano na igreja que ele frequenta e também assiste e contribui mensalmente com R$ 15 ao pastor Malafaia (e sou eu quem vou pagar os boletos, olha só que coisa).

A primeira pessoa pra quem me assumi foi pra ele, porque o tenho como meu pai. Depois de muito chorar durante minha “explanação” do outing, e de ouvir suas considerações bíblicas sobre todas essas questões, ele disse que me criou para seguir minha vida e ser feliz.

Posteriormente vindo me questionar, curioso, se eu seria “o homem ou a mulher” da relação e dizendo que tinha um advogado na igreja dele, com mais de 40 anos, muito boa pessoa e trabalhador que ele podia “arranjar casamento” com ele pra mim, claro que achei graça e disse não.

Já discutimos sentados no sofá assistindo programa do Malafaia, assistindo audiências públicas homofóbicas no Congresso e ele reconheceu que os homossexuais ainda têm muito que lutar  pela conquista da igualdade e condenando os parlamentares teocratas, dizendo que estes deveriam “deixar os gays em paz”.

Pra mim é  um exercício diário de aprendizagem  a convivência com as diferenças dentro da minha família e sei que pra eles também é. Eles não se metem na minha sexualidade e não tentam “me converter” e eu não me meto na crença deles e não tento fazê-los deixar de praticarem sua fé.

Às vezes, óbvio, eu ainda ouço um comentários homofóbicos aqui e ali, mas depois que eles notaram que eu estava me afastando das atividades familiares, sentados pra conversar e eu disse, numa boa, que esses comentários me atingiam e me feriam. Que sabiam que eles não faziam por má fé, que era por hábito cultural e de criação, e que por isso eu optava por não me expor a isto; A partir daí eles passaram a tomar mais cuidado e pararam com as brincadeiras constrangedoras, como aquelas perguntas  “Cadê as namoradas?” quando estamos com gente de fora da família e nos reaproximamos mais…

E são as lições que tiro dessa convivência familiar sobre conviver e respeitar as diferenças que procuro aplica-las na militância política. 

” Tudo Está Cheio de Amor

Você receberá amor
Você receberá cuidado
Você receberá amor
Você tem que confiar nisso
Talvez não das fontes
Nas quais você derramou o seu
Talvez não das direções
Para as quais está olhando”
Por: Marcos Oliveira

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Casamento gay na Irlanda é um desafio para a Igreja
   26 de maio de 2015   │     11:55  │  1

Apoiadores do casamento gay comemoram resultado de referendo, em Dublin, Irlanda

Apoiadores do casamento gay comemoram resultado de referendo, em Dublin, Irlanda

Cidade do Vaticano – A Igreja não emitiu “anátema” após a vitória esmagadora dos partidários do matrimônio gay na Irlanda, mas reconhece que constitui um “desafio” e uma “derrota”, segundo o jornal do Vaticano, l’Osservatore Romano, no dia seguinte ao referendo.

“Não há anátema, mas um desafio a ser enfrentado por parte de toda a Igreja”, diz o l’Osservatore, enquanto o Vaticano e o papa não reagiram oficialmente à consulta.

“Grande parte dos comentários do mundo eclesiástico analisam com lucidez o resultado, reconhecendo a realidade dos fatos, e inclusive a distância, em certos âmbitos, entre a sociedade e a Igreja”, acrescenta.

“A margem entre o sim e o não é muito ampla para não aceitar a derrota: esta é resultado da grande participação, em particular dos jovens”, indica o jornal do Vaticano.

Vinte e dois anos após a descriminalização da homossexualidade na Irlanda, o matrimônio gay conseguiu alcançar 62% dos votos.

O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, reagiu afirmando que a Igreja deve “abrir os olhos” e “encontrar uma nova linguagem”.

Além disso, disse ter ficado satisfeito com s felicidade “que os gays e lésbicas devem sentir nesse dia”, reconhecendo que a Igreja “nem sempre foi respeitosa” com suas aspirações.

Citado pelo l’Osservatore Romano, o cardeal domínico Georges Cottier, ex-teólogo da Casa pontifícia, julgou que não se pode compreender uma vitória do sim “sem levar consideração o escândalo de pedofilia que sacudiu a igreja irlandesa”. “É a resposta das pessoas ao que ocorreu nos últimos anos”, estimou.

Utilizando uma linguagem tolerante, o papa Francisco pediu aos católicos que “não julguem” os homossexuais “que buscam sinceramente” a Deus, e também se referiu ao catecismo da Igreja católica, que continua descrevendo o ato homossexual como “desordenado”.

Fonte: Revista Exame

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Casamento gay na Irlanda é um desafio para a Igreja
     │     11:55  │  1

Apoiadores do casamento gay comemoram resultado de referendo, em Dublin, Irlanda

Apoiadores do casamento gay comemoram resultado de referendo, em Dublin, Irlanda

Cidade do Vaticano – A Igreja não emitiu “anátema” após a vitória esmagadora dos partidários do matrimônio gay na Irlanda, mas reconhece que constitui um “desafio” e uma “derrota”, segundo o jornal do Vaticano, l’Osservatore Romano, no dia seguinte ao referendo.

“Não há anátema, mas um desafio a ser enfrentado por parte de toda a Igreja”, diz o l’Osservatore, enquanto o Vaticano e o papa não reagiram oficialmente à consulta.

“Grande parte dos comentários do mundo eclesiástico analisam com lucidez o resultado, reconhecendo a realidade dos fatos, e inclusive a distância, em certos âmbitos, entre a sociedade e a Igreja”, acrescenta.

“A margem entre o sim e o não é muito ampla para não aceitar a derrota: esta é resultado da grande participação, em particular dos jovens”, indica o jornal do Vaticano.

Vinte e dois anos após a descriminalização da homossexualidade na Irlanda, o matrimônio gay conseguiu alcançar 62% dos votos.

O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, reagiu afirmando que a Igreja deve “abrir os olhos” e “encontrar uma nova linguagem”.

Além disso, disse ter ficado satisfeito com s felicidade “que os gays e lésbicas devem sentir nesse dia”, reconhecendo que a Igreja “nem sempre foi respeitosa” com suas aspirações.

Citado pelo l’Osservatore Romano, o cardeal domínico Georges Cottier, ex-teólogo da Casa pontifícia, julgou que não se pode compreender uma vitória do sim “sem levar consideração o escândalo de pedofilia que sacudiu a igreja irlandesa”. “É a resposta das pessoas ao que ocorreu nos últimos anos”, estimou.

Utilizando uma linguagem tolerante, o papa Francisco pediu aos católicos que “não julguem” os homossexuais “que buscam sinceramente” a Deus, e também se referiu ao catecismo da Igreja católica, que continua descrevendo o ato homossexual como “desordenado”.

Fonte: Revista Exame

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