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Alunos gays sofrem mais agressão do que héteros, diz estudo nos EUA
   23 de agosto de 2016   │     0:00  │  0

Divulgado neste mês, 1º estudo do governo americano em escala nacional confirma dados locais sobre a incidência de violência entre estudantes LGBT.

bullyingUma pesquisa nos Estados Unidos mostrou que a probabilidade de um ou uma adolescente sofrer estupro ou agressão durante um encontro romântico é mais alta se a vítima for gay, lésbica e bissexual, em comparação com os demais estudantes de high school (o equivalente ao ensino médio nos EUA). A pesquisa, feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) é a primeira em âmbito nacional feita sobre esse tema, e foi divulgada em agosto.

O estudo ouviu, de forma anônima, mais de 15 mil jovens numa escala nacional.
Os dados levantados a partir da resposta dos adolescentes mostram, por exemplo, que cerca de um terço dos estudantes LGBT sofreram bullying no colégio, contra cerca de 20% dos estudantes héteros. A taxa de tentativas de suicídio nos 12 meses anteriores à pesquisa foi de cerca de 25% entre os homossexuais, quatro vezes mais alta que entre os heterossexuais. A taxa de adolescentes que relataram ter sofrido um estupro em algum momento da vida também foi quatro vezes mais alta entre gays, lésbicas e bissexuais do que entre adolescentes heterossexuais.

Os resultados são semelhantes a levantamentos de menor abrangência e dados levantados por grupos de lobby, mas essa é a primeira pesquisa feita pelo governo norte-americano para abordar essas questões em todo o país.
Durante anos, grupos e ONGs têm dito que a frequência de bullying e ostracismo é maior entre adolescentes gays e lésbicas, e que eles sofrem maior risco de enfrentar muitos outros problemas. Mas, antes, as pesquisas governamentais eram limitadas a poucas cidades e estados. A nova pesquisa inclui também estudantes de áreas rurais e outras partes dos Estados Unidos.

“Essa é a primeira vez que podemos dizer que em todo o território nacional existem desafios consistentes enfrentados pela juventude lésbica, gay e bi”, afirmou David W. Bond, do Trevor Project, uma organização nacional de prevenção ao suicídio focada em jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgênero.

A estudante Shontay Richardson diz que a pesquisa reflete sua experiência no colégio. “Existe claro o bullying físico, mas também acontece o bullying emocional”, afirmou ela.
Hoje com 24 anos e fazendo pós-graduação na Purchase College, no subúrbio de Nova York, ela conta que era lésbica, mas tenta esconder isso de seus colegas de classe. Mesmo assim, ela era vista como diferente. Ela foi ostracizada por seus colegas e diz que sofreu uma agressão sexual de um garoto que conhecia.

Enquete nacional
Os resultados da pesquisa estão baseados em respostas de cerca de 15.600 estudantes em uma enquete anônima conduzida no ano passado pelo CDC. O relatório foi divulgado na última quinta-feira (11).

Veja alguns dos dados levantados pelo CDC:
– Quase um em cada cinco estudantes gays, lésbicas e bissexuais afirmaram que sofreram estupro em algum momento de suas vidas, em comparação com um em cada 20 estudantes heterossexuais.

Quase um em cada cinco estudantes gays, lésbicas e bissexuais que foram a um encontro romântico com alguém no ano passado afirmaram que sofreu uma agressão física do par, como ser empurrado contra uma parede ou apanhado. Isso é mais do que o dobro do reportado pelos jovens héteros.

Um em cada três disse que sofreu bullying na escola, contra um em cada cinco estudantes heterossexuais.

Mais de um em cada dez disse que perdeu aulas no último mês por preocupação com sua segurança. Menos de um em cada 20 heterossexuais afirmaram o mesmo.

Mais de um em cada quatro estudantes LGBT disseram que tentaram suicídio nos últimos 12 meses. Em comparação, cerca de um em cada 16 alunos heterossexuais admitiram ter tentado se matar recentemente.

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Existe 33% de chance do segundo filho homem nascer gay, diz estudo
   8 de maio de 2016   │     0:00  │  0

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais.

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais.

Falar sobre a sexualidade humana ainda causa muito incômodo nas pessoas, principalmente pra quem vive uma religiosidade extremista e considera pecado os diferentes arranjos amorosos. Aquele papo de que “Deus fez o Adão e Eva, e não Adão e Ivo”. Muitos acreditam que uma “opção” sexual “errada” pode ser facilmente “consertada”.

No entanto, nós sabemos que não se trata de uma escolha. Afinal, quem é que escolheria enfrentar a sociedade para poder ter direito à própria felicidade sem ninguém ficar metendo o bedelho onde não é chamado? Para nós gays e lésbicas, é claro e evidente que nascemos assim e ponto final. E é aí que a ciência fica ao nosso lado.

Graças a Deus, novos estudam apontam que existe, de fato, um gene que está relacionado à sexualidade humana. Pesquisas feitas com gêmeos homossexuais tentam elucidar como isso acontece, já que eles compartilham do mesmo DNA. Em 2014, o maior estudo desse gênero completou duas décadas, propondo que o cromossomo X e o cromossomo 8 são os responsáveis pela orientação sexual das pessoas.

Porém, nem tudo ainda está comprovado pela genética. Voltado aos gêmeos: se um dos irmãos é homossexual, existem 20% de chance de o outro também ser. E se a mulher já tem um filho homem, a chance de o próximo ser homossexual (caso seja homem) é de 33%. Pesquisas que chegaram a essas conclusões explicam que esses resultados indicam, sim, que um fator genético pode estar envolvido no desenvolvimento sexual dos indivíduos.

Além da genética

Algumas pesquisas tentam entender, também, se não seria o meio e a criação que “formaria” os indivíduos homossexuais. Para isso, existe a epigenética, que tenda entender se certas características são passadas de pai para filho através de informações “genéticas”, mas que, de fato, não fazem parte dos genes. É como no caso dos judeus que teriam passado o trauma do Holocausto a seus filhos.

Os estudos em epigenética querem entender se existe alguma relação entre informações “escondidas” nos genes e que não fazem parte diretamente do DNA – a homossexualidade poderia ser uma dessas características. Ela explicaria como, por exemplo, existem gêmeos com DNA idêntico e comportamentos sexuais diferentes.

Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, feita com 37 pares de irmãos gêmeos em que apenas um deles era gay, analisou a estrutura molecular de seu DNA e padrões de marcas epigenéticas. Para efeito de pesquisa, 10 pares de gêmeos em que os dois são heterossexuais fizeram parte do estudo.

Depois que todos os indivíduos tiveram seu mapeamento de DNA feito, descobriu-se que cinco marcas epigenéticas apareciam com frequência muito mais alta nos homossexuais. Tanto que, depois de esses dados serem inseridos em um algoritmo de computador, era possível determinar com precisão de 67% se o indivíduo da amostra era gay ou não. Esse valor alto de acerto abriu caminhos para mais estudos na área da epigenética.

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População gay no Brasil chega a 18 milhões e marcas ainda estão cegas para agradar consumidores
   15 de agosto de 2012   │     16:58  │  32

O potencial de consumo do público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) ainda não é explorado pelas marcas como poderia. Com uma população estimada em 18 milhões de pessoas no Brasil, 78% dos gays têm cartão de crédito e gastam até 30% mais em bens de consumo do que os heterossexuais. A renda elevada se explica pelas classes sociais em que estão inseridos: 36% pertencem a A e 47% a B, segundo pesquisa da inSearch Tendências e Estudos de Mercado.

Com uma média salarial de R$ 3.247,00 e uma estrutura familiar não-tradicional, boa parte sem filhos, os homossexuais têm mais oportunidades em consumir imóveis, carros e viagens. De acordo com a Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS), o perfil movimenta R$ 150 bilhões por ano no Brasil.

Cidades como o Rio de Janeiro, considerada uma das mais gay friendlys do mundo, investem em iniciativas para atender o visitante e fomentar o turismo. Uma estratégia realizada pela capital carioca foi a promoção de cursos de capacitação sobre a Lei de Direitos Civis e Humanos para donos e funcionários de estabelecimentos comerciais.

Apesar de bastante rentável, o setor turístico é apenas um entre diversos outros onde o público LGBT espera encontrar hospitalidade. “O primeiro passo das empresas é a exposição. Uma marca que se coloca como friendly ou que tem um produto específico tem que se mostrar dessa forma. Há um preconceito muito grande, mas muitas estão deixando isso de lado e partindo para o que interessa: negócio, desenvolvimento e faturamento”, avalia Luiz Redeschi, empresário e organizador da Expo Business LGBT Mercosul.

Quando mais é menos

O desenvolvimento de produtos, serviços ou ações de marketing específicos para o público LGBT não precisam ser complexas e passar por grandes revoluções na forma de atuação. Iniciativas do Banco Itaú são exemplos de que geraram respostas positivas. A instituição vem dialogando nas redes sociais de forma natural com os gays.

No Dia dos Namorados deste ano, um desenho no Facebook composto por um casal heterossexual teve agregado um casal de gays e um de lésbicas com a frase “Feliz Dia dos Namorados do Seu Jeito”. Para a Parada Gay de São Paulo, uma das maiores do mundo com mais de três milhões de participantes, o Itaú também parabenizou a diversidade por meio da bandeira do movimento LGBT e da frase “A gente é laranja, mas é feito pra todas as cores”.

De forma mais institucional, o banco também permite o financiamento imobiliário com duas pessoas solteiras do mesmo sexo em conjunto, mesmo que não haja relação de parentesco entre si. A possibilidade abre precedentes antes impensáveis pelos gays. Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de legalizar a união estável, pesquisa realizada pela inSearch indicou que dos 58% que têm parceiro fixo, 19% deles pretendem comprar um imóvel financiado no nome do casal.

No setor imobiliário, a Tecnisa realiza desde 2003 ações voltadas para o mercado LGBT, como a campanha “Mais cedo ou mais tarde, vocês vão morar juntos”. O anúncio trazia um varal com duas cuecas penduradas. A construtora se atentou para o mercado e, em 2010, percebeu que o ticket médio de homossexuais chegava a R$ 400 mil.

O diálogo entre as marcas e o público gay não precisa, necessariamente, ser direto, mas pontual. “Não é desenvolver um produto ou serviço, mas conversar bem. Existem empresas mais sensíveis a isso, que fazem um plano de comunicação excelente. A Fnac é um exemplo, assim como o Itaú e a própria Tecnisa. Ao falar com o público LGBT, esses grupos assumem que o mundo vive hoje uma grande diversidade”, analisa Fábio Mariano, especialista em comportamento do consumidor e diretor executivo da inSearch.

Futuro promissor

Ainda que ações específicas para este target encontrem barreiras no mercado brasileiro, a tendência é que as marcas se adequem aos consumidores em potencial. Eventos como a Expo Business LGBT Mercosul, ocorrida pela segunda vez na semana passada no país, são iniciativas que ajudam as marcas a entenderem o perfil dos homossexuais.

Com 32 expositores, entre eles os governos de São Paulo, Pernambuco, Argentina e Uruguai, bem como de marcas voltadas para o turismo e outras como a Dell e a Brazilian Hospitality Group (BHG), o evento propõe o diálogo e a troca de experiências. “O principal aprendizado é que será inevitável não pensar em uma participação cada vez maior dos homossexuais no mercado. Ainda que poucas, as conquistas existiram do ponto de vista cível e até mesmo nas propagandas, hoje é quase inexistente uma novela que não tenha ao menos um gay. A comunicação das empresas terá que passar por mudanças”, aponta Fábio Mariano.

As modificações, no entanto, não precisam necessariamente ser agressivas. Mais do que colocar uma bandeira colorida na porta, as empresas tem de captar a essência do desejo dos homossexuais. “Não adianta só querer investir ou vender um negócio apenas no papel. Tem que comercializar bem, saber conversar, respeitar e recebê-los bem. Caminhou-se muito, mas ainda há um longo período para caminhar. É a hora das empresas saírem do armário”, afirma Luiz Redeschi.

Fonte: Revista Exame

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