Tag Archives: Homossexualidade

Em áudio, pai ameaça matar filho gay: “Muda ou eu te mato”.
   7 de maio de 2021   │     11:26  │  0

A conversa foi gravada por vizinhos, que denunciaram suposta agressão do homem ao menino, de 14 anos. Caso ocorreu em Goiás

Um homem é suspeito de bater no filho, de 14 anos, por ele ser homossexual, em Jataí, no sudoeste de Goiás. Em áudios, gravados por vizinhos, é possível ouvir o pai ameaçando o menino de morte: “Se você não mudar, eu te mato”.

Ele foi levado a uma delegacia após o adolescente denunciar a situação, por meio de uma carta, a vizinhos. Na gravação, é possível ouvir o menino apanhando enquanto o homem o ameaça.

Ouça o audio:

“Eu estou cansado de te falar. Eu já não falei para você mudar? Você tem que mudar, você sabe por quê? Porque se você não mudar, eu te mato, eu te arrebento”, diz o homem na gravação.

“Raiva”

“Ele disse que não se importa, que aceita e já tinha conversado com o adolescente, mas o pegou acessando vídeos pornográficos pelo celular e não controlou a raiva”, disse a delegada responsável pelo caso, Paula Daniela Ruza.

De acordo com a investigadora, policiais foram até o local após denúncia anônima na última quarta-feira (5/5) e confirmaram que o menino tinha escoriações pelo corpo.

 A mãe falou à Policia Civil que estava ciente das agressões porque o menino “tem tendência à homossexualidade”. Além dos pais e do menino, duas irmãs mais novas do adolescente estavam na casa no momento da briga.

Investigação

O homem, que não tinha passagens pela polícia, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal e foi liberado. A delegada diz que o próximo passo da investigação é ouvir os vizinhos e analisar o conteúdo da carta, que não foi divulgado.

Segundo a investigadora, após a investigação, ele poderá responder por lesão corporal, ameaça e violência doméstica. Questionada se o ato se enquadra como conduta homofóbica, que é igualada ao crime de racismo no Código Penal Brasileiro, Paula afirma que ainda é cedo para confirmar.

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Casal gay já era realidade há décadas e ex-padre prova com imagens
   26 de agosto de 2019   │     23:25  │  0

Mas, no passado as relações eram um tanto mais complicadas, especialmente entre casais gays.

O amor costuma ser celebrado, escancarado e motivo de orgulho. Não é tão fácil encontrar um parceiro leal para a vida e quando a “tampa da panela” encaixa, os casais costumam gritar ao mundo seu amor. Mas, no passado as relações eram um tanto mais complicadas, especialmente entre casais gays. Os relacionamentos sexuais e o próprio gay – seja homem ou mulher – eram vistos com maus olhos, tidos como pecaminosos, reprimidos por lei e até mesmo motivo de sentença de morte.

Atualmente, o preconceito ainda é forte a ponto de incitar violências graves, até mesmo assassinatos. Apesar disso, há avanços e em muitos países o casamento gay é legal. Nathan Monk, um ex-padre, compilou diversas fotos antigas que mostram casais gays no passado. “Encontrei as fotos na internet através de algumas publicações. Eu as compartilhei porque acho importante lembrar aqueles que vieram antes de nós, aqueles que lutaram e lutaram para viver sua verdadeira vida. Eu acho que é importante lembrar que as pessoas O LGBTQ+ sempre fizeram parte da sociedade e sempre será assim. Essa realidade deve ser aceita com amor e não silenciada e ridicularizada”, destaca.

Embora tenha largado a batina, Nathan continua trabalhando em prol do bem-estar humano. Autor de dois livros, Chasing the Mouse e Chaarity Means Love, que falam sobre pobreza e miséria, o ex-padre viaja para diferentes comunidades aos fins de semana para provocar discussões sobre como é possível solucionar esses problemas.

Ele enfatiza ainda que é fundamental que se reconheça o quanto a população LGBTQ+ sofre discriminação, preconceito e homofobia. “Embora seja algo que todo LGBTQ+ sente, é mais perigoso para aqueles que sofrem com a pobreza e a miséria. Uma pessoa trans que vive nas ruas tem mais probabilidade de ser rejeitada em abrigos e programas de apoio, é mais propensa a sofrer ataques físicos e assédio, juntamente com outros perigos. Temos que continuar contando essas histórias e realidades até que todos tenham um lugar seguro para chamar de lar”, salienta.

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Porque São Sebastião é considerado padroeiro dos gays
   20 de janeiro de 2017   │     13:56  │  0

  O santo protetor dos homossexuais nasceu no Império Romano durante o governo dos imperadores Dioclesiano e Maximiano, no séc III. Era um garoto cristão que trilhou com sucesso sua carreia no exército romano, até então pagão. Ele escondia a sua fé, para evitar ser considerado inapto à patente que carregava. A vida dupla em muito lembra a vida de gays que escondem a sua sexualidade, por causa do preconceito.Um dia, conseguiu ser chefe da guarda pretoriana, chefe da guarda imperial. Porém, a sua fé diferente foi descoberta e ele foi condenado a ser amarrado em uma árvore e morto a flechadas. Conseguiu sobreviver, algo considerado milagre na época, e foi novamente levado para ser morto. Teve seu corpo posto em pedaços que foram espalhados pelos esgotos de Roma. A idéia era que ele não virasse um mártir da crescente comunidade cristã. No século IV, quando Constantino oficializou o cristianismo como fé do império, São Sebastião já era considerado santo.

Ao longo da história, o santo foi representado com imagens afeminadas, delicadas e diversas histórias surgiram em torno da sua sexualidade. Uma versão diz que ele negou-se a praticar atos sexuais com o imperador, por isso foi assassinado. Alguns historiadores contam que há fortes indícios também que Sebastião era amante do imperador Diocleciano.

Outras dizem que ele arrumou um amante e foi descoberto. Hoje, ele é considerado também o santo das grandes epidemias, na idade média era o santo protetor da lepra, depois tornou-se da aids, pois conseguiu escapar da morte certa quando tentaram eliminá-lo da primeira vez.

Já virou peças de teatro, uma inclusive encenada em Curitiba, onde se destacou uma versão homoerótica. É também o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro. O dia de São Sebastião é comemorado em 20 de janeiro.

De uma coisa eu tenho certeza, a história de morte de São Sebastião é parecida e tão Sangrenta , injusta e dolorosa do que a seifação da vida de muitos LGBT por todo os anais da história em todo o mundo.

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Todos sabem que Santos Dumont era gay, mas ninguém diz, afirma o escritor Arthur Japin
   14 de julho de 2016   │     0:00  │  0

Autor de “O homem com asas”, romance histórico que tem o aviador como personagem, estará nesta quinta na Feria do Livro de Canoas.

O escritor Arthur Japin: feliz em tornar Santos Dumont mais conhecido do público internacional

O escritor Arthur Japin: feliz em tornar Santos Dumont mais conhecido do público internacional

Se há algo em comum entre os romances históricos do escritor holandês Arthur Japin, segundo o próprio, é o fato de tratarem de pessoas que não se enquadram na sociedade e inventam uma forma criativa de “sobreviver”.

O mais recente desses personagens é Santos Dumont (1873 — 1932), o pioneiro brasileiro da aviação retratado no livro O homem com asas (Planeta, 288 páginas, R$ 41,90), cujo lançamento traz Japin à Feira do Livro de Canoas. Nesta quinta, às 19h30min, no Auditório da Praça da Bandeira, Japin conversa com o público ao lado do companheiro, o escritor americano Benjamin Moser, biógrafo de Clarice Lispector e ensaísta. Na entrevista a seguir, o autor defende que Santos Dumont é oficialmente o inventor da aviação — antes dos irmãos Wright — e argumenta que o suicídio do brasileiro esteve ligado à sua decepção com o uso militar do avião na Revolução Constitucionalista de 1932.

Como o senhor se interessou pela vida de Santos Dumont?

Já escrevi nove romances e todos são sobre o mesmo tipo de gente: alguém como Santos Dumont,uma pessoa solitária que não se enquadrava direito na sociedade. Ele era diferente sob muitos aspectos e teve que encontrar um jeito de sobreviver. Estou interessado em pessoas que fazem o impossível. Santos Dumont tinha dificuldade em ficar grudado no chão e de estar entre as pessoas. Ele era muito sensível, diferente, e desenvolveu um jeito de ir para cima.

Há uma controvérsia sobre quem foi o pioneiro da aviação: Santos Dumont ou os irmãos Wright. Qual foi sua conclusão?

Para mim, não há dúvida de que ele foi oficialmente o primeiro. Houve um grande prêmio entregue por um americano à primeira pessoa a voar em uma máquina mais pesada que o ar, e ele ganhou. Apenas depois disso os irmãos Wright disseram que foram os primeiros, mas ninguém os havia visto voar, exceto a irmã. Talvez eles tenham sido os primeiros, mas por muito tempo o mundo viu Santos Dumont oficialmente como o pioneiro. Depois, os irmãos Wright ficaram com essa honra, em parte devido ao próprio Santos Dumont. Com a I Guerra Mundial, ele estava tão decepcionado que o avião estava sendo usado para bombardear e matar, que ele não queria ter algo a ver com aquilo. De certa forma, deixou os irmãos Wright ficarem com a culpa pela invenção. Mas para mim ele é o vencedor.

O senhor é especialista em romances históricos. O que mais admira nesse gênero?

Minha inspiração sempre vem de uma pessoa real. De certa forma, é como se apaixonar: você vê alguém e quer saber tudo sobre ele. Você vê uma pessoa que teve uma vida difícil e questiona: o que aconteceu com você, como você sobreviveu? Responder a essa pergunta é o que me faz querer escrever o livro. Então, é a vida real que me inspira, não a vida ficcional. A parte maravilhosa é que você traz essas pessoas de volta à vida. Aqui na Holanda ninguém sabia quem era Santos Dumont, e agora todos sabem. Você faz as pessoas se lembrarem de alguém que havia sido esquecido. Sempre tento ser fiel aos fatos o máximo possível, mas o que me interessa realmente é a camada emocional além dos fatos: como essa pessoa sobreviveu.

Como você lida com a linha tênue entre fato e ficção? Preenche as lacunas com ficção?

Quando você estuda alguém, há uma voz que começa a emergir de alguma forma. Não importa o quanto se pesquisa um projeto, você nunca encontra tudo. Há sempre grandes lacunas. Nesse ponto, a voz responde quase por si mesma. Eu sei que se trata da minha voz, embasada por tudo que sei, mas é algo que faz parte da história. O aspecto maravilhoso é que, muitas vezes em minha vida de escritor, as pessoas continuaram me enviando materiais mesmo depois que os livros foram publicados, e descobri muito mais sobre o que escrevi. Muitas coisas que essa voz me diz ou que eu inventei correspondiam à verdade. Por outro lado, há muitos fatos reais em que as pessoas não acreditam, pois a vida real frequentemente é mais inacreditável do que a ficção. Às vezes, a verdade é algo que inventei e às vezes é algo tive que esquecer porque as pessoas não acreditariam.

Como foi sua pesquisa sobre a homossexualidade de Dumont, assunto ainda tabu no Brasil?

Fora do Brasil, não é um tabu. Ninguém na Holanda se importa se alguém é gay ou não. Isso é uma coisa muito brasileira. É um tabu aí, eu sei. Uma vez que você olha os materiais, as fotos, as entrevistas, as coisas escritas na época, não há dúvida de que ele era gay. É muito fácil de ver. No Brasil, todos sabem, mas ninguém diz. Não deveria importar. É apenas uma pessoa que ama, fica desapontada e ama de novo. Não há grande diferença. Vai ser interessante ver como as pessoas vão reagir. Sei que alguns não acreditarão que ele era gay. A questão que deveria ser feita é por que essas pessoas têm dificuldade em aceitar.

O suicídio de Santos Dumont estava ligado de alguma forma com a frustração dele com o uso do avião para a guerra?

Não há dúvida sobre isso. Ele estava desapontado, pois desejava a paz mundial. Seu sonho era que todos tivéssemos um pequeno avião do lado de fora de nossas casas, como temos um carro hoje. A ideia era que você pudesse pegar esse pequeno avião ou um balão para encontrar seus vizinhos ou ir aos países vizinhos. Você poderia aterrissar lá e mostrar que é igual a eles e que eles são iguais a você. Se todos entendessem isso, não haveria motivo para ter medo dos vizinhos. Ele realmente achava que isso traria a paz mundial. E, claro, aconteceu exatamente o oposto. Ele estava doente no fim da vida também, mas acredito que a frustração sobre o uso militar do avião (na Revolução Constitucionalista de 1932) deve ter sido uma das razões pelas quais ele decidiu que não queria mais viver.

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Está longe de a homossexualidade ser uma questão de escolha ou estilo de vida
   7 de junho de 2016   │     0:00  │  0

* Sinto atração por homem, mas não quero mais sentir, porque quero desejar mulher. Tenho um problema para transar com elas, o negócio não quer funcionar. Mas sofro muito por isso! Faz um tempo que estou infeliz, e minha família não sabe. Digo que fico nervoso, mas, na verdade, não sinto tesão. Meu último relacionamento acabou por não fazer sexo.

Querido leitor, nos últimos 20 anos, acumulamos evidências científicas satisfatórias para afirmar que a homossexualidade está longe de ser uma questão de escolha ou estilo de vida. Está enraizada na biologia humana, com um forte componente genético.

 Segundo os pesquisadores, nunca houve nem existirá sociedade em que a homossexualidade esteja ausente. É um fenômeno de natureza tão biológica como a heterossexualidade. Esperar que uma pessoa homossexual não sinta atração por outra do mesmo sexo é pretensão tão descabida como convencer heterossexuais a não desejarem o sexo oposto.

Sempre houve e haverá mulheres e homens que desejam pessoas do mesmo sexo, porque essa é uma característica inerente à condição humana.

Não há escolha

Com persistência e determinação, muitas pessoas podem controlar o comportamento sexual, mas não o desejo, pois é uma força da natureza íntima. Por isso, falamos que a gente não escolhe ter tesão por alguém do mesmo sexo, é uma questão de orientação sexual, não de opção como muitos ainda pensam. Então, dá para entender que você não tenha tesão por mulheres.

Lembre, não há quem consiga esconder de si mesmo suas preferências sexuais. Para que insistirmos no preconceito contra algo biologicamente inerente à condição humana?

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