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“Meu namorado gosta de se vestir de mulher”
   30 de maio de 2014   │     12:00  │  5

Taras, fetiches e fantasias. Na sua opinião, há algo errado nisto ? Veja o depoimento abaixo. 
“Fátima”.  Namoro há um ano e meio e nos damos bem na cama. No mês passado fui fazer uma surpresa de aniversário para o meu namorado e descobri dentro do armário umas roupas novas de mulher, com a etiqueta e tudo. Ao pressioná-lo, ele jurou que não tinha uma amante e acabou confessando que gosta de se vestir de mulher, faz isso desde pequeno. Disse que não é gay e que nunca transou com um homem. Fala que gosta de mulher, que gosta de mim. Foi um choque, não sei em que acreditar. O que eu posso fazer? Ignoro esse “gosto” dele ou devo terminar o namoro? Por favor me ajude, obrigada.”Quando esse segredo vem à tona, a situação geralmente é estressante, conflituosa. Nem todo par entende a prática, porque ela se distancia da representação dos papéis de homem e de mulher: comportamentos, gestos, modos de se vestir, de falar.Mesmo num país como o nosso, onde homens e mulheres se expressam de diferentes formas, ainda há o impacto, o choque com a descoberta. Já é complicado entendermos certos aspectos da nossa sexualidade; do outro, é mais difícil. Estamos carregados de tabus e preconceitos que limitam o nosso entendimento, além da falta de conhecimento.Não é diferente quando o assunto é crossdressing ou CD (abreviação). Crossdressing é um termo usado para definir pessoas que usam roupas e objetos associados ao sexo oposto.O termo é atual, mas a história relata mulheres que se travestiam de homens e o inverso também na Antiguidade, e nas idades Média e Moderna. Porém, é difícil dizer o que era por erotização ou uma forma encontrada para participar de segmentos da sociedade exclusivos ao sexo oposto. A prática como hoje acontece, só apareceu no início do século 20.Para a psicóloga Jaqueline Gomes de Jesus, doutora em psicologia social, crossdresser é um termo “variante de travesti, para se referir a homens heterossexuais, comumente casados, que não buscam reconhecimento e tratamento de gênero (não são transexuais), mas, apesar de viverem diferentes papéis de gênero, tendo prazer ao se vestirem como mulheres, sentem-se como pertencentes ao gênero que lhes foi atribuído ao nascimento e não se consideram travestis.” Ainda revela que “a vivência promove uma satisfação emocional ou sexual.”A “montagem”, geralmente acontece em local privado, com ou sem a aprovação da parceira. Na maioriadas vezes é fora da residência e em clubes próprios para a prática, a fim de manter o segredo, pela culpa, medo ou vergonha.A psicóloga Eliane Chermann Kogut, doutorada no assunto, revela que em sua pesquisa encontrou Cross-dressing, heteros e bissexuais. Mas podem existir homossexuais, porém não é comum.Segundo, a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo, ainda há muito que conhecer sobre o assunto, mas ela diz que o desejo de se “montar” pode se manifestar em qualquer fase da vida do indivíduo, sumir ou permanecer ao longo dela.

Há casais, que tomam a prática como uma ampliação do universo emocional. Algumas esposas passam a compartilhar o guarda-roupas porque entendem que é uma fantasia e a experiência, muitas vezes, é usada para apimentar a vida sexual do casal.

Cara leitora, reuni de forma bem resumida os dados sobre o assunto para que você tenha um melhor entendimento e para que isso auxilie na sua decisão.

Converse mais com ele e, se possível, tenha alguma convivência no mundo dos CDs ou Cross-dressing. Mas, sinta o seu limite. Às vezes queremos ser descoladas e atiradas para o novo, mas ainda não é possível. Avalie suas expectativas e sentimentos. Só assim terá a resposta.

 
Fonte: Revista Dellas

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