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Qual é a melhor idade para se assumir?
   25 de setembro de 2023   │     0:00  │  0

Qual é a melhor idade para se assumir? Muitas pessoas se assumem no ensino médio ou na faculdade. Embora a maioria das pessoas comece a se identificar como LGBTQ+ ainda no ensino fundamental, por volta dos 11 aos 14 anos, muitas delas só se assumem para valer por volta dos 18 ou mesmo dos 20 anos.

Quando é a “hora certa” de assumir sua sexualidade ou identidade de gênero? Por mais que exista uma média de idade em que a maioria das pessoas se assume, na verdade essa experiência é completamente pessoal — e o tempo de uma é diferente do de outra. Se é seu caso, cabe a você decidir a quemquando e como quer contar.[1] Todos sabemos que a experiência é gratificante e assustadora ao mesmo tempo. Mas saiba que você não está só! Leia o passo a passo deste artigo para entender por que as pessoas se assumem, por que outras optam por esperar e o que costuma acontecer após a revelação. No fim das contas, só não se esqueça do quanto você é amado e do seu direito de viver sua verdade!

De todos os relacionamentos que alguém tem na vida, as conexões familiares talvez sejam as mais intensas.

Família é sinônimo de porto seguro. De colo de mãe, de proteção de pai, de cama quentinha. É a certeza de ter para onde correr caso tudo dê errado, afinal onde encontrar confiança maior que nos braços de pessoas que você conhece de toda uma vida?

É exatamente por isso que se assumir homossexual para aqueles que mais amamos é tão difícil.

Afinal, no momento em que você conta para sua família que é gay, você se torna, de repente, uma pessoa estranha.

Imagine, então, o medo de introduzir algo inesperado e, de uma hora para a outra, perder esse apoio e respeito tão importantes?

Pois é! Que atire a primeira pedra o adolescente ou adulto gay que não tenha passado horas de sofrimento ensaiando como falar da sua sexualidade para os pais.

São horas mergulhado sozinho em uma depressão, em muitas neuras e receios, principalmente se todos na casa são muito religiosos ou conservadores.

Não é fácil mesmo. Não se aprende na escola, nem nos livros. E, quem dera, existisse um manual de instruções para abrir portas de armário…

Mas é necessário. Ou, no mínimo, altamente recomendado.

Eu costumo dizer que a vida gay é cheia de primeiras vezes, e que você precisa estar preparado para enfrentar cada uma delas.

Antes rejeitado pela família, que rejeitado por si mesmo.

Tem gente que simplesmente não tem essa conversa com os pais porque acha que ser gay não é da conta deles. Eu discordo completamente.

Se você não quer falar que é gay para os seus parentes mais próximos, tudo bem. Essa escolha é única e exclusivamente sua.

Mas, por favor, seja honesto consigo mesmo e diga “eu escolhi não falar para os meus pais porque não quero encarar a reação deles”. E não “eles não têm que saber porque não têm nada a ver com isso”.

Percebe a diferença?

No fim das contas, o ato de falar demonstra a vontade e comprometimento em querer estar junto.

Ser gay não precisa ser um segredo!

Existe uma grande diferença entre privacidade e segredo.

É claro que certas coisas não precisam e nem devem ser contadas para os seus pais. Sua intimidade fica só pra você. Certo?

Agora, esconder a sua homossexualidade é como esconder parte do que você é.

Mas há exceções…

Contudo, infelizmente, há alguns casos em que é melhor deixar a porta do armário fechada por um tempo.

Em situações de abuso sexual ou violência, manter o segredo é mais que preservar a privacidade: é se auto proteger.

Se os seus pais expressam opiniões incrivelmente homofóbicas, se fazem comentários negativos com frequência sobre ser gay ou até mesmo comentários violentos, pense bastante se deve ou não contar a eles.

Da mesma forma, se você é adolescente, se depende financeiramente dos pais e acredita que será rejeitado e expulso de casa após a revelação, é mais prudente manter a homossexualidade em sigilo e buscar a independência o quanto antes.

Com o tempo, talvez, você tenha que se afastar dessa família de comportamento abusivo e encontrar uma maneira mais segura de ser quem é.

Entenda que às vezes resolver diferenças familiares significa limitar o contato. E não se sinta mal por isso: tomar essa decisão é nada mais que autopreservação.

Agora, se esse não é o seu caso, deixe as diferenças existirem. Diga a sua verdade. E, principalmente, seja a sua verdade.

Você verá que essa atitude sincera te tornará um homem muito mais completo.

Primeiro de tudo, você precisa estar muito seguro e ter uma autoimagem bem positiva da sua própria homossexualidade.

É fundamental que você se sinta bem com o fato de ser gay antes de contar para a sua família. Se você não estiver confiante, poderão vir perguntas que te deixarão com ainda mais dúvidas.

E a verdade é que não há uma receita pré-definida, muito menos exemplos a serem copiados. Cada caso é único e cada pessoa sabe dos limites e dos pensamentos dos seus familiares.

Escolher bem a primeira pessoa para contar pode ser chave para te ajudar em todo o processo. Um irmão, a mãe ou uma tia que sempre te entendeu melhor que todo o resto da família fazem a diferença na hora do pontapé inicial. Confiança (e algum planejamento) é o grande segredo aqui.

Se você sente que é o seu tempo para assumir para seus pais, faça. E aceite a condição que, a partir de então, é o tempo deles que deverá ser respeitado.

Contudo, você precisa entender que, mesmo para os pais mais mente aberta, essa notícia não deixa de ser um choque. Afinal de contas, ela pode representar o fim de muitos sonhos.

Talvez os seus pais sonhassem com você casando na igreja com uma esposa maravilhosa e tendo filhos também maravilhosos. E, muito embora tudo isso ainda seja possível, eles precisarão de algum tempo para aceitar que a esposa será esposo e o filho será adotado.

De certa forma, você acaba de mudar a vida deles para sempre.

Por isso, tenha o máximo de compaixão que puder, mostrando que entende os seus sentimentos, mas sendo firme e dizendo que esses sonhos eram deles, não seus.

Note que, em alguns pais, poderá surgir o sentimento de culpa.

São bem comuns perguntas do tipo: “A culpa é minha?” ou “O que aconteceu para você ficar desse jeito?”, como se houvesse acontecido alguma “falha” na educação.

Pais solteiros tendem a se culpar mais do que os outros, acreditando não terem sido um modelo de relações heterossexuais positivo para o filho.

Seja como for, evite deixá-los associar a “culpa” a alguma coisa ou a alguém. Tranquilize-os, dizendo que não há nada que eles poderiam ter feito para influenciar a sua sexualidade.

Há, também, famílias que preferem ignorar o fato, escondendo o problema embaixo do tapete. Isso porque aceitar um filho gay pode significar ter que encarar que talvez não estejam sendo tão compreensíveis e prestativos como deveriam.

Às vezes, o pai ou a mãe (geralmente o pai) pode levar mais tempo para aceitar o notícia do que o outro. Prepare-se para esse cenário, também.

Atente, também, para o momento. Nada de largar a bomba no meio do jogo de futebol do time do seu pai ou no intervalo da novela preferida da sua mãe.

É fundamental que o ambiente familiar esteja emocionalmente estável e que eles não estejam estressados, distraídos ou ocupados.

Não consegue falar? Então, escreva!

A HORA CERTA PRA DIZER EU SOU G...-[IC]Quando é o momento certo de se assumir para a família? Como iniciar a conversa? E se o

 

Isso mesmo. Mande um email, uma carta, uma mensagem, um Whatsapp. Mas faça!

Melhor, óbvio, seria ter essa conversa de forma presencial, mas, se você notar que está demorando muito tempo travado, sem conseguir abrir a boca e botar tudo pra fora, tome partido da escrita.

Não precisa ser nada muito longo; basta dizer que está assumindo a sua sexualidade e que gostaria de contar com o apoio deles.

Seja simples.

Apenas diga:

-Eu sou gay.

Quanto mais você esperar para falar essas três palavrinhas mágicas, mais nervoso ficará.

Conte de forma rápida, calma e objetiva. Mostre que você se aceita e espera que eles façam o mesmo.

A HORA CERTA PRA DIZER EU SOU G...-[IC]Quando é o momento certo de se assumir para a família? Como iniciar a conversa? E se o

E se a reação deles não for a esperada?

Se sua família se recusa, mesmo depois de muitas tentativas e paciência sua, a te aceitar e te amar como gay, não abra mão da sua realização e felicidade pessoal para agradá-los.

Quem está errado não é você, são eles.

Você é perfeito, é lindo, é maravilhoso exatamente assim. São eles quem devem mudar, não você.

E, se alguém não puder lidar com o simples fato de sua sexualidade ser diferente, então essa pessoa não merece sua atenção.

Cortar o cordão umbilical ou livrar-se da barra da saia materna no início pode parecer assustador, mas, em alguns casos, é o primeiro passo para um caminho muito mais autêntico e feliz.

Siga o seu coração. Viva tudo o que você tem vontade de viver. Quando eles (família) estiverem preparados para participar dessa parte da sua vida, te procurarão.

Ser feliz é ser livre!

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Ninguém! Eu disse NINGUÉM merece viver na escuridão. Muito menos na escuridão de si mesmo.

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Assumir-se gay significa fazer as pazes com quem você é e ter orgulho suficiente para compartilhar essa pessoa com o mundo.

No fim, você se dará conta de que sair do armário não é uma questão de opção. É uma questão de sobrevivência. Você corre o risco de ficar sem ar lá dentro.

Pense nisso!

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Pais revelam pormenores sobre a percepção da homossexualidade dos filhos
   6 de junho de 2016   │     0:55  │  0

“Como reagirias se o teu filho(a) te dissesse que é homossexual?” Esta é uma pergunta que seguramente já ouviu ou que até já terá feito em conversas com amigos e familiares, mas é também uma situação que, muito provavelmente, nunca testemunhou.

A homossexualidade ainda é um tema tabu para muitas pessoas, mas não nos casos que protagonizam o vídeo que poderá ver mais em baixo.

Também com o intuito de abrir mentalidades às diferentes opções sexuais de cada um, o site “Upworthy” juntou pais e os respetivos filhos homossexuais e filmou-os em conversas de livro aberto sobre esse tema.

Entre gargalhadas, abraços sentidos e algumas confissões, nota-se ainda a preocupação que paira na generalidade desses progenitores relativamente à aceitação (ou falta dela) da sociedade em relação à preferência dos seus filhos.

O vídeo foi originalmente produzido em jeito de celebração do Dia do Pai, mas a mensagem que passa é de harmonia e compreensão, conforme pode testemunhar aqui:

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Vai casar ? Saiba quais são seus direitos e deveres
   26 de janeiro de 2015   │     0:00  │  0

 Artigo
Por:Chyntia Barcellos é vice-presidente da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Sim, eu posso casar
Não existe plenitude maior do que exercer livremente o direito à felicidade. Nos últimos três anos (desde o dia 5 de maio de 2011), começamos a dar os primeiros passos rumo a essa grande conquista. A data representa decisão histórica, na qual foi reconhecida a união homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF).Hoje, casais homossexuais podem se casar efetivamente, de modo pleno, com direitos e obrigações comuns a todos. A partir do dia 16 de maio de 2013, passou a ser obrigatória a realização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em todos os cartórios de registro civil do País. Essa regulamentação veio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da Resolução 175/2013.Desde então, qualquer casal homossexual, se assim desejar, pode se habilitar ao casamento ou pedir a conversão da união homoafetiva já realizada. Para aqueles que não querem casar, o principal documento continua sendo uma Escritura Pública de União Estável, que deve ser formalizada em um cartório de notas. Esta tem fé pública e é oponível a terceiros.De qualquer forma, o avanço e a conquista de direitos implicam da mesma forma em deveres.  Por isso, no casamento e na união estável, é preciso escolher o regime de bens que irá direcionar o patrimônio do casal, adquirido no decorrer do tempo. O esclarecimento antecipado minimiza conflitos e pode resguardar mais do que bens: a relação, a família.Não podemos nos esquecer das uniões estáveis já pré-existentes mesmo antes da decisão do STF e que precisam sim ser formalizadas. Tanto você quanto eu conhecemos casais homossexuais, que vivem juntos uma vida de 10, 20 e até 30 anos.Por isso, é importante lembrar: somente com a formalização dos vínculos é que parceiros poderão se tornar co-dependentes um do outro, seja em clubes, associações, planos de saúde, imposto de renda, dentre outros. O exercício da vida plena do casal, inclusive até para reconhecimento dos filhos sociafetivos, adotados e oriundos de reprodução assistida pede também esse importante passo.

Casar, viver em união implica um olhar adiante, de vida comum, de afeto, mas que pode estremecer, adoecer, romper, ruir.

O que fazer?
Planejar, conhecer o regime de bens a ser escolhido, analisar possibilidades, isso também é amor. Dentre os regimes de bens os mais utilizados são: comunhão parcial de bens e separação total.

O Regime de Comunhão Parcial de Bens é o mais comum e é aquele que regerá a união estável, mesmo que esta seja não seja formalizada em um cartório ou na Justiça. Para que uma união estável seja caracterizada, é necessário que alguns requisitos legais sejam preenchidos: convivência pública, contínua e duradoura e com intenção de constituição de família. Não existe um prazo determinado, basta que exista a vontade, o desejo de realização de uma vida em comum. Nesse regime, o patrimônio do casal em caso de separação é partilhado em partes iguais, sem a necessidade de provar esforço comum, ou seja, o que é adquirido em nome particular, mesmo se o outro não contribuiu pertencerá ao casal. O mesmo se dá em caso de casamento civil, quando a comunhão de bens é adotada.

O segundo mais utilizado é o Regime de Separação Total de Bens. Este só será utilizado quando os companheiros ou cônjuges (pessoas casadas) declararem expressamente tal intenção. Os bens adquiridos na constância da união ou do casamento pertencerão exclusivamente àquele que os adquiriu. Somente serão partilhados os bens adquiridos por esforço comum de ambos os parceiros, desde que conste em instrumento público ou haja outros meios contundentes de se provar tal aquisição.

Em ambos os regimes, os bens adquiridos individualmente antes do casamento ou da união estável não entrarão na partilha. Também aqueles doados ou recebidos por herança são bens que chamamos de particulares.

Após o dia 16 de maio de 2013, quase a grande maioria dos casais homossexuais por todo o País optou não pelos dois regimes mais utilizados, mas sim pela Comunhão Universal de Bens. Aqui tudo é comum, ou seja, o que foi adquirido antes e durante o vínculo, por esforço próprio, comum, herança, doação é dos dois, do casal.

Já cantava Tom Jobim: “porque o amor é a coisa mais triste quando se desfaz…”. E para que seja eterno enquanto dure, é preciso esforço, muita conversa e conhecimento para que fique o “amor em paz”.

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