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População LGBT com mais de 50 anos tem pior acesso à saúde, diz estudo
   31 de maio de 2023   │     14:54  │  0

O trabalho é mais um a apontar disparidades no acesso à saúde para a comunidade

A saúde da população LGBTQIA+ é um campo de estudos em expansão e os achados convergem: são as pessoas que têm pior acesso ao sistema de saúde. Agora, pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de São Caetano do Sul relatam que a disparidade acompanha esses indivíduos após os 50 anos, seja em instituições públicas ou privadas.

Chamada “Transformando o invisível em visível: disparidades no acesso à saúde em idosos LGBTs”, a pesquisa entrevistou 6.693 pessoas, sendo 1.332 identificadas como LGBTQIA+, grupo onde 53% acreditam que profissionais da saúde não estão preparados para atendê-los.

“O acesso à saúde vai muito além do paciente entrar pela porta do nosso serviço. É necessário um atendimento humanizado, um acolhimento, especialmente, desse grupo que sofre com dupla invisibilidade – por ser LGBTQIA+ e idoso”, afirma Milton Crenitte, geriatra do Einstein e um dos autores do artigo.

Já a população negra LGTBQIA+ tem o pior índice de acesso à saúde, com 41%, enquanto as pessoas brancas da comunidade têm uma pontuação de 29%. Por outro lado, apenas 17% das pessoas cisgêneras (cuja identidade de gênero corresponde ao gênero que lhe foi atribuído no nascimento) e heterossexuais brancas avaliaram como ruim seu acesso à saúde contra 28% da população cis e hétero negra.

Outro dado que a investigação traz é que 74% das mulheres cisgêneras e heterossexuais disseram ter realizado, ao menos, uma mamografia em sua vida, em oposição a apenas 40% das pessoas LGBTQIA+. O número também é menor em exames de câncer de colo de útero: 73% das mulheres cisgêneras e heterossexuais realizaram os procedimentos, enquanto 39% das pessoas LGBTQIA+ relataram terem feito os exames.

O resultado principal, de acordo com o trabalho publicado em artigo científico na revista Clinics, é a demonstração de que orientação sexual e identidade de gênero são determinantes para um pior acesso aos serviços de saúde no país.

Longa discussão

Este não é o primeiro estudo e, provavelmente, nem o último a analisar a desigualdade que a população LGBTQIA+ sofre em relação ao acesso à saúde. No mês passado, um estudo encomendado pela farmacêutica Sanofi trouxe um cenário semelhante.

No Brasil, grupos minoritários, que incluem a comunidade LGBTQIA+, expressam baixos índices de confiança na prestação de serviços de saúde. Isso é motivado, sobretudo, por experiências negativas no passado. De acordo com o levantamento, 87% da população com deficiência, por exemplo, é capaz de relatar ao menos uma experiência negativa com o atendimento médico, enquanto a comunidade LGBTQIA+ representa 86%.

No que tange a satisfação diante dos serviços prestados, a diferença entre membros da comunidade (77%) e público geral (86%) é de 9%. A lacuna é ainda maior se o paciente pertencer a dois ou mais grupos marginalizados. No caso brasileiro, minorias étnicas figuram nas categorias que se sentem desprezadas pela prestação de serviços de saúde. ‘Não se sentir ouvido’ (37%), ‘ser julgado’ (20%) e ‘estar inseguro’ (19%) são algumas das queixas mais comuns.

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Governo Lula planeja criar banco de dados sobre crimes de LGBTfobia no Brasil
   13 de maio de 2023   │     18:52  │  0

Os ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos estão em tratativas para formar um grupo de trabalho para captação e processamento dos dados oficiais sobre casos de LGBTfobia no Brasil, incluindo homicídios. As informações são da Folha de S. Paulo. Em anúncio feito ao jornal pela pasta comandada pelo ministro Flávio Dino, também foi pontuado que deverá ser discutido o aprimoramento dos processos de acolhida de denúncias, atendimento e melhor encaminhamento das vítimas de LGBTfobia em todos os estados.

A elaboração de um banco de dados governamental sobre violências contra a população LGBTQIA+ brasileira é uma antiga dos movimentos sociais. Desde 2000, organizações como o Grupo Gay da Bahia (GGB) e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) se esforçam para quantificar crimes e violências com motivação LGBTfóbica. Na última quinta-feira (11),  um dossiê elaborado pelo Observatório de Mortes Violentas Contra LGBTI+ revelou que o Brasil registrou ao menos 273 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2022 – 228 foram assassinatos, 30 suicídios e 15 outras causas, como morte decorrente de lesões por agressão.

A média é de uma pessoa LGBT+ morta a cada 32 horas. Travestis e transexuais representam maior parte dos mortos (58%), seguidos por gays (35%), lésbicas (3%) e homens trans (3%). Ainda há pequena porcentagem de pessoas não binárias (0,4%) e outras designações (0,4%). De acordo com o relatório, justamente pela ausência de dados oficiais, as principais fontes consultadas foram notícias publicadas na mídia. A coleta de dados foi iniciada em 2000, quando foram computados 130 óbitos. Em 2017, foi registrado o pico da série histórica, com 445 mortos.

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Centro de Acolhimento realiza pesquisa para conhecer o perfil do público LGBTQIA+ e de pessoas com HIV
   11 de fevereiro de 2021   │     23:03  │  0

O Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego (CAERR) está realizando uma pesquisa para traçar o perfil do público LGBTQIA+ de Alagoas e de pessoas que convivem com o HIV/AIDS no estado.

O questionário servirá de base para a elaboração de atividades e projetos do CAERR, como criação de cursos e atendimento ao público-alvo.

Todas as informações cedidas pelos participantes da pesquisa seguem a Lei de Proteção de Dados, N.º 13.709, de 14 de agosto de 2018, que garante o sigilo, proibindo a exposição de dados pessoais.

A pesquisa pode ser respondida através do link AQUI

Mais informações através das mídias sociais oficiais do CAERR (@caerr_alagoas) ou pelo telefone/whatsapp (82) 99644-1004

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