Caso de travesti que mordeu carcereiro é alvo de denúncias de abuso de poder
   15 de abril de 2015   │     12:25  │  0

Apesar da gravidade dos crimes cometidos, NADA justifica seu espancamento (está com o rosto totalmente desfigurado) e exibição de sua nudez em público.

Um caso envolvendo a travesti Veronica Bolina, presa no último domingo (12) acusada de agredir uma senhora depois de uma discussão em seu prédio em São Paulo, pode retratar abuso de poder de policias e transfobia da mídia.

O caso ganhou repercussão quando ela também teria agredido um carcereiro e tirando parte da orelha dele com uma mordida, durante a transferência de cela no 2º Distrito Policial no Bom Retiro.

fotos divulgadas por amigos de Veronica mostram abuso de poder. A travesti aparece com a cabeça rapada, com o rosto desfigurado por agressões e com os seios expostos. Ela e o carcereiro foram encaminhados ao Hospital das Clínicas e ao Hospital do Servidor Público.

“Não estamos defendendo o que ela fez, mas houve abuso de poder e nada disso está sendo falado. Nem mesmo em outros casos, vemos um preso sendo tratado assim. Por que ela é travesti pode ter a cabeça rapada, ser desfigurada e ficar com os seios expostos? Será que se fosse uma mulher o tratamento seria o mesmo?”, questionou uma amiga de Veronica, que preferiu não se identificar.

Na internet, organizou-se a campanha “Somos Todos Verônica”, com a adesão de várias travestis, mulheres transexuais e outras identidades que se sensibilizaram com o caso.

Reviravolta do caso
Verônica gravou o áudio na noite de terça-feira (14) e declarou que estava “possuída” e que apenas foi “contida” pelos policiais. Ela ainda disse que toda “ação tem uma reação” e que os policiais “utilizaram as próprias leis”.

“Todo mundo está achando que eu fui torturada pela polícia, mas eu não fui. Eu simplesmente agi de uma maneira que eu achava que estava possuída, agredi os policiais, eles só agiram com o trabalho deles. Não teve agressão de tortura. Cada ação tem uma reação, eu agredi e fui agredida. Eles tiveram que usar das leis deles para me conter, então não teve de nenhuma forma tortura. Eu só fui contida, não fui torturada”, declarou ela, que está presa no Distrito Policial do Bom Retiro, em São Paulo

Para as entidades LGBT nacional ABGLT e ANTRA, a travestis sofreu sim tortura e que pode esta sendo pressionada a mudar sua versão.

 

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