47% dos casais homossexuais se declaram católicos
   26 de julho de 2013   │     0:00  │  1

A maioria dos “concordantes” e “céticos” afirmou que famílias comandadas por pais gays ou mães lésbicas são mais aceitas pela sociedade

A notícia é de 2010; mas, em tempos de Jornada Mundial da Juventude, quando a questão da inclusão dos jovens , e no nosso caso, especialmente dos jovens LGBT – na Igreja vem à pauta com mais força, vale lembrar este dado revelado pelo Censo 10.

Pela primeira vez na história, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pesquisou o número de casais homossexuais que dividem uma residência. O número já havia sido revelado: são cerca de 60 mil no País. O que o Censo 2010 ainda não havia mostrado e o instituto divulgou nesta quarta-feira é que quase metade destes casais tem uma religião. E logo uma que condena este tipo de comportamento.

Quarenta e sete por cento dos casais homossexuais que dividem o mesmo teto se declaram católicos – 20,4% não tem religião. “É um dado bastante surpreendente, quando a gente percebe que a maioria dos casais em união consensual declara não ter religião. Entre os homossexuais esta taxa é maior”, declarou o pesquisador Leonardo Queiroz Athias, do IBGE.

É uma estatística que vai de encontro ao que costuma ocorrer nas uniões consensuais – quando o casal opta por “não oficializar” o casamento nem no civil nem no religioso -, que é como 99,6% dos homossexuais declaram a relação. Entre os casais em geral que mantêm este tipo de união, 59,9% afirmam não ter religião. Dos casais que optam pela união consensual, 37,5% são católicos.

O Censo 2010 percebeu que as uniões consensuais são mais frequentes entre pessoas até 39 anos de idade e têm crescido, enquanto os matrimônios têm diminuído. No Censo de 2000, 28,6% das uniões eram consensuais. Em 2010, este número passou para 36,4%. Já o casamento civil e religioso passou de 49,4% dos casos há 12 anos atrás para 42,9% no último levantamento do IBGE.

“Esses números têm a ver com os modos atuais. Hoje em dia a união consensual é mais aceita pela sociedade. Por outro lado, as pessoas também podem esperar mais tempo para casar. Primeiro estão procurando viver novas experiências, fazer uma série de coisas, viajar e trabalhar, por exemplo, e depois pensa em casar”, destacou Athias.

Perfil das uniões entre pessoas do mesmo sexo e a distribuição por sexo das pessoas em uniões homossexuais mostrou que 53,8% delas são entre mulheres e 46,2% entre homens. Cerca de 25% das pessoas neste tipo de união declararam possuir curso superior completo. O Sudeste concentra 52,6% das uniões homoafetivas, e o Nordeste 20,1%. O Sul concentra 13% dos casais homossexuais, enquanto o Centro-Oeste tem 8,4% e o Norte, 5,9%.

No Canadá, onde há dez províncias, a maior adesão ao casamento gay é na Província de Quebec, coincidentemente a que tem a maior população católica. Na Espanha, onde a população é majoritariamente católica, mais de dois terços é a favor desta união. No Brasil, uma pesquisa revelou que 42% da população é a favor do casamento gay.

Entre os católicos brasileiros, a proporção sobe para 46%. Ou seja, quase metade deste segmento religioso (Religião, 2007, p. 4).”

Já os números da aceitação da adoção, por casais gays se enquadram nas seguintes estatísticas. 

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos em 2011 mostrou que americanos aceitam mais o fato de pais e mães homossexuais criarem seus filhos do que mães solteiras.

De acordo com o estudo, um terço dos entrevistados admitiu que é a favor da diversidade na formação familiar.

Os pesquisadores chamaram esse grupo de “concordantes”. Outro terço dos entrevistados foi apelidado de “céticos”, pois tem opiniões não tradicionais das estruturas familiares.  O terceiro grupo, chamado de “contrários”, acredita que famílias não tradicionais podem exercer um impacto negativo na sociedade.

A maioria dos “concordantes” e “céticos” afirmou que famílias comandadas por pais gays ou mães lésbicas são mais aceitas pela sociedade.

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