Chá Cultural celebra luta política LGBT em Sergipe
   26 de fevereiro de 2013   │     0:00  │  0

Programação acontece dia 1º de março às 20h, no Teatro Atheneu

“Mais do que comemorar, precisamos repensar as conquistas e desafios do Movimento e reforçar nosso viés político”. É desta forma que Marcelo Menezes, presidente da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (ADHONS), define os dez anos da entidade. No dia 1º de março, a celebração de aniversário se realizará no Teatro Atheneu, com a 12ª edição do Chá Cultural. A programação contará com apresentações de dança, música, poesia e transformismo, com previsão de início às 20h.

O presidente da ADHONS explica o intuito do evento. “Nosso objetivo é movimentar a sociedade, independente de sua orientação sexual, para mobilizar as autoridades no sentido de garantir políticas públicas para o público LGBT. Em dez anos, conseguimos grande avanço e conquistamos espaços, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado”, afirma. “Com todo o preconceito e as dificuldades, chegar a dez anos é um ato heróico”, completa.

O evento se propõe a ser o pontapé inicial para a celebração do Dia Municipal de Combate à Homofobia, comemorado em 17 de maio. “Em 2012, oito assassinatos a LGBTs foram registrados em Sergipe. Entre estes, três foram travestis. Queremos chamar a atenção para essa realidade, e pedir o apoio de todos para acabar com esta violência, já que estamos a menos de 100 dias do 17 de maio”, diz o representante da ADHONS.

Marcelo destaca algumas das conquistas alcançadas pelo movimento LGBT no Estado. “Conseguimos a aprovação do projeto de lei que determina que os travestis devem ser chamados pelo seu nome social em vez do nome de batismo. Isso é um grande reconhecimento da nossa luta, e queremos prosseguir neste sentido”, relata.

Marcelo Menezes: repensar o viés político

Entre os desafios para os próximos anos, Marcelo salienta a implantação de um sistema educacional igualitário. “Temos uma cultura muito machista instalada em nossa sociedade, sobretudo nas escolas. Por isso, muitos LGBTs não assumem sua postura abertamente, omitindo sua identidade por causa do preconceito. Por isso, precisamos conquistas políticas municipais e estaduais que incitem o combate a homofobia desde o âmbito escolar”, expõe.

Durante o Chá Cultural, a ADHONS fará a coleta de alimentos não perecíveis para serem doados à Casa de Apoio Janaína Dutra. Os donativos serão destinados a mulheres em tratamento de HIV e AIDS. A programação inclui ainda uma homenagem ao travesti Fernanda Bravo, militante do movimento LGBT em Sergipe.

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