“Sem ter muito o que se comemorar” 29 de Janeiro dia da Visibilidade Trans
   29 de janeiro de 2013   │     12:03  │  0

Desde 2004, 29 de janeiro, tornou-se  o DIA DA VISIBILIDADE TRANS (TRAVESTIS E TRANSEXUAIS).  A data comemora uma campanha publicitária lançada nacionalmente pelo Ministério da Saúde, “Travesti e Respeito”, estimulando  a sociedade brasileira a reconhecer travestis e transexuais como dignas de usufruir plenos direitos de cidadania. Entre estes direitos, o mais elementar: serem tratadas como querem, no feminino. O politicamente correto é dizer “a travesti” e não “o travesti”, muito menos “traveco”, pois é assim que elas querem ser chamadas.

As travestis representam a minoria social mais estigmatizada da sociedade brasileira: expulsas de casa, humilhadas na escola, apartadas do mercado de trabalho. Estima-se que devam existir no Brasil por volta de 500 mil travestis e transexuais,  90% vivendo como profissionais do sexo. Na Bahia devem ultrapassar 1 mil indivíduos, mais de 300 em Salvador. Rara é a cidade, mesmo as menores, que não tenha uma ou duas travestis atendendo clientes na “pista”. Nos jornais, nos anúncios de encontros eróticos, apresentam-se como  “bonecas”, geralmente listando seus atributos mais procurados pelos clientes, em sua maioria homens bissexuais.

Travestis e transexuais famosas têm merecido aplausos nos palcos e televisões: Rogéria, Valéria, Roberta Close, Telma Lipp. No ano passado, o jogador Ronaldo Fenômeno envolveu-se num nebuloso escândalo com travestis, até hoje sem resultado da justiça. Salvador elegeu sua primeira vereadora transexual, a dançarina Leo Kret, já existindo, na cidade de Colônia do Piauí uma travesti vereadora que ocupou o cargo de vice-prefeita, Katia Tapety.  Desde 1992 existe  a ANTRA (Articulação Nacional de Travestis), que congrega mais de cinqüenta grupos organizados.

Entre as principais reivindicações do segmento estão o respeito ao nome social feminino nas listas de chamada nas escolas, firmas, hospitais, etc. A travesti Milena Passos, Presidenta a Associação de Travestis de Salvador (ATRAS) lembra também da urgência de “políticas de saúde específicas para prevenção de DST/Aids, com campanhas de esclarecimento sobre uso de silicone e  hormônio e  capacitação da polícia para tratamento mais humano às profissionais do sexo.Cidadania não tem roupa certa, e travesti também é cidadã!”

Segundo pesquisa do Grupo Gay da Bahia , entre 1980-2012 foram assassinadas 1202 travestis e transexuais em nosso país, uma média de um homicídio a cada 10 dias, dos quais, 103 na Bahia no mesmo período. Em 2012foram assassinadas no Brasil  128 travestis: Roraima, Mato Grosso e Rondônia foram os estados mais “transfóbicos”, uma média de 1,9 travestis assassinados para cada 1 milhão de habitantes.  Crimes contra travestis profissionais do sexo são cometidos predominantemente na rua, “na pista”, altas horas da madrugada, utilizando-se armas de fogo e em menor número, arma branca e espancamento. Muitos dos assassinos alegam “legitima defesa da honra” e vingança por roubo ou por  transmissão da  Aids.

Para celebrar este dia, A

 

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