A peça “Corpus Christi” onde os atores a encenam mostrando Jesus e os apóstolos como gays, tem causado muita polêmica em muitos lugares onde é encenada. Na Grécia em Atenas onde foi palco de apresentação, levou indignação e um processo de blasfêmia que os atores poderão pegar até 2 anos de cadeia.-Confira e comente… Os atores e produtores de uma peça de teatro que representa Jesus Cristo e os apóstolos como homossexuais serão julgados na Gréciapor ‘blasfêmia’ e podem ser condenados a dois anos de prisão, informou neste sábado a imprensa grega.
A Justiça aceitou a denúncia de um bispo contra a peça ‘Corpus Christi’, do americano Terrence McNally, encenada em Atenas por uma companhia dirigida pelo diretor greco-albanês Laertis Vasiliu.
A peça foi recentemente suspensa, por decisão do teatro no qual era apresentada, após três semanas de constantes pressões e agressões ao público por parte de fundamentalistas religiosos e membros do partido nazista Aurora Dourada.
Esta situação gerou um debate inclusive dentro da própria Igreja Ortodoxa já que vários bispos, ainda sentindo-se incomodados com a peça, denunciaram a aliança de alguns religiosos com a formação fascista, que conta com 18 cadeiras no Parlamento da Grécia.
Em declarações ao jornal ‘Kathimerini’, Vasiliu negou as acusações de ‘insulto à religião’ e ‘blasfêmia mal-intencionada’. ‘O que eu vejo é que aqui há gente que roubou e não estão na prisão enquanto a procuradoria se volta contra a arte’, lamentou.
Vários meios de comunicação gregos chamaram a atenção para o fato de que, ao mesmo tempo em que processou os atores eprodutores de ‘Corpus Christi’, as autoridades não averiguaram as agressões sofridas pelos espectadores da peça.
A Grécia é, na prática, um Estado confessional no qual a Igreja Ortodoxa tem um papel preeminente segundo a Constituição e o Código Penal grego castiga com até dois anos de prisão ‘qualquer ofensa mal-intencionada a Deus’ e ‘qualquer ofensa à Igreja Ortodoxa de Cristo ou outra religião tolerada’ no país.
Interessante é que, mostrar e comparar uma realidade da época, e comparar com a de hoje é blasfêmia, mostrar um Cristo e seus discípulos que foram perseguidos, injustiçados e massacrados, igual aos que vemos hoje, quando se fala em minorias ” gays, lésbicas, travestis, negros, índios, velhos e pobres miseráveis”, produzidos por esse sistema capitalista, fortalecido por essas maquinas de fazer dinheiro e poder, chamada igrejas, isto é pecado. Mais matar, roubar, enganar, seqüelar vidas e marcar, iludir em nome de Deus, isto para os hipócritas não é.
Para não precisar conviver com a consciência da sua própria crueldade, os humanos criaram figuras místicas (fantasiosas) a quem poderiam atribuir tanta bondade ou tanta maldade. Desta forma, amar e matar em nome de alguém nada mais significa que amar e matar em seu próprio nome. Vivemos em um mundo hoje, onde o imaginário se discontradiz, o mal faz o papel do bem, e o bem faz o papel do mal.
Se considerarmos por alguns segundos que em nome de Deus podemos matar, será que não o faríamos? Digo isto, porque alguns cristãos confundem espiritualidade com religiosidade cega. Nossa forma de ver o certo, na boca de alguns irmãos, parece discurso satânico ou coisa parecida, isto é, ao invés de pregarmos o Amor de Cristo e sua obra redentora, anunciamos um Deus vingativo que está mais interessado em dizimar aqueles que não escolhem segui-lo, julgar e pregar o ódio.
É claro que isto não ocorre de forma deliberada, e o mais agravante é que, em muitos casos, é inconsciente. Somos melhores que umbandistas, gays, católicos, não é mesmo?! Sendo que a nossa vida, nossas atitudes e estilos de vida, deveriam refletir à Cristo e não confeccionar listas sobre o que é certo ou errado para aqueles que não são cristãos.
Em nome de Deus matamos àqueles que não entendem nossa fé. Ao invés de amarmos, arrastamos nossos vizinhos para os cultos, mas sequer ouvimos suas angústias. Não estamos dispostos a fazer como Cristo, ouvir aquele que ainda não está salvo no imaginário de mentes alienadas.
Somos tão extremistas, do ponto de vista religioso, que enquanto os outros não se converterem, eles não serão dignos do meu amor, amor de cristão, é claro, amor de ser humano.