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Novo clipe de Madonna pode fazer homenagem a Stonewall e comunidade LGBT
   2 de maio de 2019   │     11:40  │  0

O próximo videoclipe de Madonna pode ser uma homenagem a Stonewall, drag queens e direitos LGBTI. É o que apostam muitos fãs da cantora, que acreditam haver três razões para que a possibilidade se concretize. As informações são do Gay Star News.

O fato da Rainha do Pop ter iniciado o ano de 2019, em The Stonewall Inn, em Nova York seria o primeiro indício. “Cinqüenta anos de sacrifício, 50 anos de resistência à discriminação, ódio e, pior de tudo, indiferença. E tudo começou aqui, no Stonewall”, disse ela na ocasião.

A artista ainda continuou: “Nunca nos esqueçamos dos tumultos de Stonewall e daqueles que bravamente se levantaram e disseram:’Chega!’”. Drags de RuPaul’s Drag Race teriam soltado a informação que foram convidadas para participar de um novo vídeo de Madonna.

Madame X

Madonna revelou que vai lançar seu próximo single em I Rise em 3 de maio. A faixa faz parte do novo álbum da Rainha do Pop lançado dia 14 de junho. Dentre as parcerias está a com o astro colombiano Maluma, no primeiro single Medellín Anitta, juntamente com os rappers Quavo e Swae Lee.

Algumas informações do 14º álbum de estúdio de Madonna ficaram disponíveis pelo Apple Music nesta terça-feira (14). Dentre eles, a capa do disco e a tracklist oficial do álbum.
A cantora confirmou o lançamento do single Medellín, parceria com Maluma, para a quarta-feira desta semana (17). Outras colaborações apareceram, como Quavo, Swae Lee e a brasileira Anitta.
Pelo material divulgado, Madame X terá 15 faixas. Uma possível capa também aparece, mas ainda não há confirmação oficial da equipe da cantora. O álbum ainda não tem data de lançamento oficial.
PorRangel Querino

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28 de junho: A Batalha de StoneWall, marco do movimento LGBT
   28 de junho de 2016   │     2:12  │  0

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Os acontecimentos de Stonewall se transformaram no marco fundador do movimento da diversidade sexual. Naquela época, os atos homossexuais eram ilegais em todos os Estados, exceto Illinois. Greenwich Village, bairro de Nova York onde se encontrava Stonewall, era o destino das pessoas LGBTI que fugiam de suas casas ou sofriam o despejo.

A sociedade daquele tempo então se encontrava fortemente moldada pela propaganda estatal conservadora sobre a família e a sexualidade. Este discurso sobre a moral e os bons costumes, arraigadas na heterossexualidade como norma, era impulsionado pelos governos americanos como o de McCarthy e instituições como a Igreja. A propaganda maccartista (referente ao senador McCarthy, conhecido pela perseguição aos direitos civis nos EUA) também era dirigida contra os comunistas ou anarquistas que eram considerados um risco. Por outro lado, a perseguição e o assédio policial eram constantes. Esta situação levava a que a vida das pessoas LGBTI fosse em grande medida clandestina, reduzida a lugares específicos como bairros das grandes cidades e a bares clandestinos geridos pela máfia, como o caso de Stonewall.

Ares de liberdade

Em 28 de junho de 1969 uma vez mais a polícia se fez presente para levar adiante um novo enfrentamento. Os agentes estavam acostumados a revistar aos clientes, às travestis as revistavam nos banheiros “para comprovar seu sexo” e eram diretamente detidas, vestir mais de duas peças de roupas do “sexo oposto” era ilegal.

O cansaço frente à impunidade policial essa noite estourou, começando pelas trans que se negaram a ser detidas, seguidas pelos demais que se negaram a entregar suas identificações, até que ecoou o grito de uma lésbica invadindo aos presentes: “Alguém vai fazer algo?”. A multidão estava inquieta, enojada e muito decidido, a revolta havia começado.

Um dos presentes Michael Fader relatava o fato assim: “Todos tínhamos um sentimento coletivo de que havíamos suportado o suficiente desta merda. Não era nada concreto que alguém tinha dito a outro, era algo como se tudo o que havia ocorrido durante anos tinha se acumulado nessa noite específica e nesse lugar específico, e não foi uma manifestação organizada… Todos na multidão sentimos que nunca íamos voltar. Era como se fosse a última gota. Era hora de retomar algo que sempre nos tomaram!

Os distúrbios dessa noite se estenderam durante dois dias mais, com barricadas, corridas e enfrentamento corpo a corpo com a polícia. Com este acontecimento, que ganhou notoriedade pública nos jornais, surgiu o movimento da diversidade sexual na batalha contra a repressão e o assédio das forças repressivas e o Estado.

Stonewall foi parte de uma época onde a efervescência juvenil se traduziu no movimento hippie, nas experiências lisérgicas e inovações musicais e artísticas, o ressurgimento do feminismo e grandes acontecimentos históricos como o repúdio à guerra imperialista contra Vietnã e a tomada das ruas de Paris no Maio Francês pelas mãos de estudantes e trabalhadores. O caso da Argentina esteve atravessado pelo processo de insurgência operária-estudantil conhecido como o Cordobazo (ascenso operário-estudantil em 1969, em Córdoba, uma das cidades industriais mais importantes da Argentina) dando espaço à formação em 1971 da “Frente de Libertação Homossexual” (FLH) com ativistas e intelectuais do porte de Nestor Perlongher (sociólogo e ativista, foi professor da Unicamp) e Manuel Puig, (escritor argentino), entre outros.

 

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O código dos lenços e a semiótica gay dos anos 70
   3 de fevereiro de 2015   │     14:00  │  0

Por: Marcio Caparica

Livro raro registrou os acessórios que os gays dos EUA usavam para comunicar suas preferências sexuais antes do surgimento do HIV.

A década de 1970 foi um período ímpar para a comunidade gay. A liberação sexual estava à toda; nos EUA, depois da revolta de Stonewall, LGBTs começavam a exigir seu lugar na comunidade. Eles continuavam relegados, no entanto, à marginalidade – algo difícil para muitos, mas excitante para outros. A Aids ainda não havia se alastrado pela população gay, o que permitia anos de despreocupada promiscuidade (inclusive no Brasil, como relata o documentário São Paulo em Hi-Fi). Nessa época, os gays norte-americanos usavam vários acessórios colocados em partes de suas roupas que tinham significados bem definidos para quem sabia decifrá-los, sinais que indicavam vários tipos de preferências sexuais e, também, explicitavam as tribos a que pertencia cada gay.

Um dos códigos mais populares na época eram os lenços. Eles são uma evolução do costume que os gays norte-americanos da época tinham de usar chaveiros para indicar os papéis que preferiam na cama: pendurado no lado esquerdo, ele indicava que o sujeito preferia ser ativo, e, no direito, passivo. No início dos anos 1970 o jornal Village Voice sugeriu, de brincadeira, que os gays deveriam trocar as chaves por lenços, de maneira a comunicar não apenas a posição que preferem, mas também a prática que mais gostam, de acordo com a cor. A onda pegou, principalmente em San Francisco. De acordo com o livro The Leatherman Handbook 2 (“O manual do couro 2″, em tradução livre) as cores dos lenços eram escolhidas conforme os significados a seguir:

  • Preto: S&M
  • Azul escuro: sexo anal
  • Azul claro: sexo oral
  • Marrom: cropofilia (brincar com fezes)
  • Verde: prostituição
  • Cinza: bondage (ser amarrado)
  • Laranja: vale tudo a qualquer hora (mas não necessariamente com qualquer um)
  • Roxo: piercing
  • Vermelho: fistar (inserir a mão no ânus)
  • Rosa: dildos/brinquedos anais
  • Branco: masturbação
  • Amarelo: Golden Shower (brincar com urina)

Em 1977 o fotógrafo Hal Fischer publicou um livro entitulado Gay Semiotics (“Semiótica Gay”), em que publicava fotos tiradas em San Francisco (principalmente na região do Castro e Haight Ashbury). As legendas são dignas de um museu, classificando cada “tipo” de homossexual com uma linguagem fria e enciclopédica – tão impessoal que chega a ser engraçado, provavelmente a intenção do autor. Obviamente os gays não eram obrigados a sair sinalizando suas preferências, mas tudo indica que nessa década esses sinais realmente eram utilizados – e funcionavam. Hoje uma cópia usada desse livro não sai por menos de quinhentos dólares, mas nós reproduzimos abaixo algumas de suas páginas, fornecidas pelo site Dangerous Minds, junto das traduções de suas legendas ironicamente clínicas.

Chaveiros

HF_keys_16x20FC_OtherWEBChaveiros são um significador bem compreendido da atividade sexual. Um chaveiro usado no lado direito do corpo indica que o usuário deseja assumir um papel passivo durante um encontro sexual. Por outro lado, um chaveiro colocado no lado esquerdo do corpo significa que o usuário espera assumir uma posição dominante. Chaves também são utilizadas por zeladores, operários e outros trabalhadores sem qualquer intenção de significado sexual.

Lenços

fischerhandkerchief23424243Lenço azul: Lenços denotam tendências de comportamento por meio tanto de suas cores como do lugar em que são colocados. Um lenço azul colocado no bolso direito de trás comunica que o usuário deseja atuar no papel passivo durante a relação sexual. Por outro lado, um lenço azul colocado no bolso traseiro esquerdo indica que o usuário vai assumir o papel ativo ou tradicionalmente masculino durante o contato sexual. O lenço azul é comumente utilizado no tratamento da congestão nasal e, em alguns casos, não carrega qualquer significado com relação às preferências sexuais.

Lenço vermelho: Os lenços vermelhos são utilizados como significadores de comportamentos que costumam ser considerados bizarros ou anormais. Um lenço vermelho colocado no bolso traseiro direito implica que o usuário assume o papel passivo em inserções da mão dentro do ânus. Um lenço vermelho colocado no bolso traseiro esquerdo sugere que o usuário toma o papel ativo durante a inserção da mão no ânus. Lenços vermelhos também são utilizados no tratamento de corrimentos nasais e em alguns casos não têm qualquer significado com relação ao contato sexual.

Brincos

HF_earring_16x20FC_OtherWEBUm brinco no lóbulo direito pode sugerir que quem o usa prefere assumir o papel passivo durante a atividade sexual. Por outro lado, um brinco no lóbulo esquerdo pode significar um comportamento ativo da parte do usuário. Diferentemente de outros sinais, no entanto, a colocação do brinco no lado direito ou esquerdo nem sempre é indicador de tendências ativas ou passivas na parte do usuário. Além disso, o brinco é muitas vezes adotado por homens não-homossexuais, tornando assim o brinco o mais sutil dos significadores homossexuais.

Nitrito de amila

tumblr_ngs8tx1GMB1qarjnpo4_1280O nitrito de amila é uma droga em cápsula vendida sob prescrição médica utilizada no tratamento de angina de peito (doença cardíaca). O nitrito de amila, ou “poppers” como é conhecido em gíria, é inalado pelo nariz ou pela boca. Depois da inalação o usuário sente batimentos cardíacos acelerados e a sensação de que o sangue corre para a cabeça. O nitrito de amila é particularmente popular em pistas de dança e imediatamente antes do clímax sexual. Como o nitrito de amila só é vendido sob prescrição médica, fabricantes criaram um número de substitutos comerciais assim como uma variedade de inaladores. Apesar dessa droga ser utilizada por heterossexuais, sua imensa popularidade entre gays lhe rendeuu o título de “Droga Gay”.

Moda de rua - Gay básico

Moda de rua - esportista

Imagem arquetípica de mídia – Faroeste

HF_ArchetypeWestern_16x20FC_OtherWEBO protótipo do faroeste ou caubói é identificado por essas peças de vestuário: botas de caubói, jeans, camisas de flanela e, em alguns casos, chapéus. Quando a imagem aparece em revistas gays o cenário costuma ser celeiros, currais ou cercas. O caubói representa a fronteira e uma sociedade restrita a machos. As qualidades machistas do arquétipo do faroeste são vigorosamente exploradas pela publicidade. Caubóis modernos são utilizados pela mídia para brincar com a masculinidade e a sexualidade de maneiras que são compreendidas subconscientemente pela população gay.

Imagem arquetípica da mídia – couro

HF_ArchetypeLeather_16x20FC_OtherWEB1O protótipo do couro é o visual mais facilmente reconhecido. Itens de couro preto incluem tudo desde capuzes a jaquetas, calças, quepes e roupa íntima. Acessórios incluem motocicletas, correntes e itens sexuais variados. Na mídia gay o couro preto torna-se um símbolo do desconhecido ou ainda não experimentado. É inteiramente, veementemente, macho na aparência. Outros arquétipos têm suas raízes em mitos aceitos e celebrados pela cultura em geral, mas o culto ao couro, assim como seu equivalente heterossexual, está enraizado na não-aceitação e na não-conformidade.

Acessório para bondage - guindaste de carne

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