Tag Archives: Orgulho gay

MAMAM foi cenário de curta-manifesto de comemoração ao dia do Orgulho LGBTQIA+
   23 de junho de 2021   │     17:55  │  0

Pela primeira vez um museu tradicional do Recife, um casarão do século XIX, que possui um rico acervo de obras de Tomie Ohtake, João Câmara (com a série “Cenas da Vida Brasileira”), Aloisio Magalhães, Abelardo da Hora, Tarsila do Amaral, etc, abriu as suas portas para dar visibilidade contra a homofobia. A iniciativa faz parte das comemorações do ‘Festival Sou Assim’ da TV7Brasil do Youtube

O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam), na Rua da Aurora, foi cenário para o vídeo manifesto contra o preconceito em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. O curta intitulado “Eu não quero um filho gay” será lançado à 0h do domingo para a segunda-feira (28/07) e faz parte do ‘Festival Sou Assim’ para servir como instrumento de apoio na luta contra a LGBTFOBIA. A iniciativa será exibida pela TV7Brasil na web no Youtube.

O filme é baseado em fatos reais. Relembra a história de um jovem que após um desabafo em suas redes sociais, sobre o preconceito sofrido pela sua família é encontrado morto em seu quarto com sinais de enforcamento. A polícia descreveu o caso como suicídio.

A sinopse é trágica, porém é real. De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2018, houve um aumento de 284% nos casos de suicídio na comunidade LGBTQIA+. O ato depressivo é a quarta principal causa de morte no Brasil entre esses jovens de 15 a 29 anos, segundo dados do Ministério da Saúde.

De acordo com informações da revista científica “Pediatrics” (EUA), a comunidade LGBTQIA+ tem seis vezes mais chance de interromper a vida. Principalmente quando convivem em ambientes hostis à sua orientação sexual ou identidade de gênero.

O curta conta no elenco com a talentosa transex Rayssa Carraro, o bailarino Alex Carvalho e uma participação especial da atriz trans veterana dos palcos de Pernambuco Raquel Simpson. “Tudo é muito forte e traz a tragédia, mas em meio a dança, dublagem e uma interpretação inigualável dos atores. Será emocionante”, conta o diretor e produtor do curta Marcone Felix.

PROGRAMAÇÃO DO FESTIVAL – E na semana que antecede o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, a TV7Brasil apresenta mais atrações do ‘Festival Sou Assim’ com entrevistas, shows, curta com a finalidade de servir como instrumento de apoio de luta contra o preconceito. E tudo isso o espectador pode assistir na palma da mão no seu smartphone e se quiser na Smart TV, tablet ou computador.

A programação começa na sexta-feira (25/07), às 21h com o programa “Pajubá Drag” sob o comando das mais talentosas drags queens de Pernambucano Alexia Tarantino, que será a mediadora da cena, Norman Bancks e a princesinha da TV7Brasil Mílicent.

Já no sábado (26), 21h, o clima esquenta com o programa “Pajubá Gay” sob o comando do aclamado sociólogo Acioli Neto, que receberá os convidados: o jornalista do portal IG e correspondente do jornal Estado de São Paulo Pedro Jordão; O militante Thiago Rocha; do sociólogo Rildo Veras, além da participação especial de Sivon Carvalho.

Domingo (27), às 13h, a princesinha da TV7Brasil, Tory Mílicent fará uma entrevista com a transex Raysa Carraro e o bailarino Alex Carvalho, no Mamam, para mostrar uns Spoliers do curta “Eu não quero um filho gay”.

Também no mesmo dia a partir das 19h haverá o programa divertidíssimo com o “Pajubá Trans” participarão as trans Marquesa Santos, Madonna Twins e Laleska Maria Lima.

Do domingo para a segunda, à 0h, como já informado acima haverá a exibição do curta “Eu não quero um filho gay”. Já a partir das 21h será passado o filme “Travesia” do cineasta Chico Amorim, estrelado por Risolene Lima, Bruno de Lavor e Aurélio Lima. Uma história dedicada a todos os LGBTQIA+ que morreram vítimas da homofobia no sertão nordestino.

Para encerrar o Festival Sou Assim, às 22h30, é hora de sorrir com as famosas “Beshas do Kinet”, Rita Pavone, Ágda Monteiro e Michelle de Afogados com mais peripécias e alegria e claro o cuscuz a mesa com uma manteiguinha e um café bem fresquinho. Tudo feito na hora!

Tags:, , , , , , ,

Atrações da Pride SP: Anitta, Daniela Mercury, Alex Marie, Naiara Azevedo, Lorena Simpson e Márcia Freire
   18 de junho de 2017   │     9:07  │  0

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada o maior evento deste tipo no mundo, ocupa a avenida Paulista amanhã, domingo (18), com shows de Anitta, Daniela Mercury, Alex Marie, Naiara Azevedo, Lorena Simpson e Márcia Freire, essas são algumas das atrações que estarão fazendo o fervor nos 19 trios elétricos, ao longo do percurso do evento.

A expectativa de público este ano é de 3 milhões de pessoas.

O tema da vez é “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei! Todas e todos por um Estado laico”. O Estado precisa garantir que todo cidadão tenha respeito, independentemente do que as religiões acham, diz a presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT, Claudia Regina Santos Garcia. “A festa é importante, mas nós vamos para a avenida reivindicar nossos direitos.”

A parada terá 19 trios elétricos que vão desfilar por 3,5 km –da Paulista até o vale do Anhangabaú, onde a cantora Tâmara Angel faz o show de encerramento.

Tags:, , , , , , , , ,

Orgulho gay, porquê ?
   23 de junho de 2016   │     0:00  │  0

Artigo

Por: Fernanda Câncio – licenciada em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Iniciou a sua actividade profissional em 1987 no jornal Expresso, passando depois para a revista Elle onde permaneceu até 1991. Até 1997 trabalhou na revista Grande Reportagem. De 1996 a 2002 exerceu a sua atividade no canal de televisão SIC efectuando reportagens e como editora do programa Esta Semana. De 1997 a 2003, integrou a redacção da Notícias Magazine, revista de domingo dos jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias.

Conheço e sou amigo de homossexuais, que não precisam de andar a mostrar o que são, são-no simplesmente e só quem convive com eles se apercebe… Vivem a sua homossexualidade em paz interior, e porque assim são nunca se sentiram discriminados, nem segregados em nenhum aspeto da vida, ao contrário de alguns e algumas que, se pudessem, andavam com um cartaz a anunciar o que são.” É um comentário a uma notícia do DN sobre o hotel do Minho que no site avisava “gays e lésbicas” para não fazerem reserva pois ser-lhes-ia vedada a entrada. É de ontem. Ou seja, cinco dias depois do massacre de Orlando, numa discoteca frequentada sobretudo por homossexuais e perpetrado por um terrorista que, de acordo com as notícias, se enojara com o beijo de dois homens.

Há muitos comentários assim por essa internet fora, por esses cafés e cabeças fora. Há-os aliás bem piores, escritos por portugueses, a festejar aquelas 49 mortes ou a acusar “os homossexuais” de “usarem Orlando para se vitimizarem”. Escolhi este por demonstrar a ideia, tão comum, de que os homossexuais “só têm problemas se se exibirem.” As pessoas que escrevem isto e se assumem, supõe-se, heterossexuais nunca se coibiram de dar a mão ou enlaçar um namorado/a; de o/a beijar na rua, de lhe fazer uma festa, de dançar “agarrados” numa discoteca; de brincar com ele ou com ela numa piscina, de dormir abraçados na praia; de fazer do seu casamento a festa mais ruidosa possível. Ou seja, nas palavras do comentador, nunca se coibiram de “andar com um cartaz a anunciar o que são”. Aliás, se forem homens, é possível que considerem seu direito assediar perfeitas desconhecidas no espaço público, tocá-las até. Foi devido à banalidade do exibicionismo hetero agressivo de homens sobre mulheres, e não decerto por causa do “exibicionismo homo”, que o contacto sexual físico (apalpões) e as propostas sexuais (assédio verbal) não desejados foram criminalizados. Com grande coro de protestos, lembre-se.

Considerar que mesmo se agressivo e criminoso o “exibicionismo hetero” é “normal” mas que demonstrações de afeto entre pessoas do mesmo sexo são ofensivas a ponto de admitir violência como reação aceitável: é mesmo isto que estas pessoas defendem. Aqui, Portugal, Europa, não na Arábia Saudita. Querem ter o poder de dizer aos homossexuais que são menos pessoas, com menos direitos; que, “sendo o que são”, devem coibir-se de o “anunciar”. Esconder, para não incomodar. Ou habilitarem-se. Ao ostracismo, ao gozo, ao insulto, à agressão. Aniquilações de vários tipos, todas a dizer o mesmo: desaparece, cala-te, esconde-te, tem vergonha, metes nojo; não existas, não sejas. Morre. É contra estas mortes, as simbólicas e a real (em Orlando e tantos outros lugares) que se fizeram os gay pride. Pride de orgulho, mas também de exibição, de grupo de gente que dá nas vistas. É mesmo para isso, para sermos vistos, que marchamos. Amanhã, no Príncipe Real, às cinco da tarde.

Tags:, ,