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Série ‘It’s a Sin’ mostra em Berlim como a Aids abalou a vida gay na década de 1980
   3 de março de 2021   │     8:32  │  0

Produção da HBO Max integra a seleção do festival alemão e vem sendo aclamada pela autenticidade

Produção da HBO Max integra a seleção do festival alemão e vem sendo aclamada pela autenticidade

Uma sequência de cenas de sexo catártica, com pernas entrelaçadas, bundas aparentes e parceiros de vários tipos nas mais diversas posições resume a energia e a intensidade do episódio inagural da minissérie “It’s a Sin”.

Minutos depois, vem um desfecho sombrio, que muda totalmente o tom da história. Um corpo inerte é deitado num caixão, depois que o personagem morre de uma “doença misteriosa”. A frieza apaga qualquer fogo que havia sobrado da festa orgástica de mais cedo, mas não chega a ser uma surpresa.

A Aids, o grande tema da produção, estava à espreita desde o primeiro segundo da trama da HBO Max, ainda sem previsão de estreia no Brasil.

Parte da Berlinale Series, mostra dedicada a séries do Festival de Berlim, que acontece nesta semana em formato virtual, “It’s a Sin” foi aclamada em seu país de origem, o Reino Unido, quando debutou em janeiro. Seu retrato autêntico e doloroso da epidemia que ceifou tantas vidas, especialmente as LGBTs a partir dos anos 1980, fez a crítica especializada ver a obra como uma das melhores minisséries dos últimos anos.

Os elogios vieram como surpresa para a equipe por trás da história. As gravações de “It’s a Sin” escaparam da Covid-19 por pouco, mas a realidade pandêmica fez com que seu diretor, Peter Hoar, se preocupasse quanto à disposição do espectador de encarar um vírus mortal também nas telas.

“No fim eu acho que isso ajudou a série, talvez porque tínhamos um público disposto a pensar sobre esses temas. Mas o tom de ‘It’s a Sin’ e a situação atual trabalharam a nosso favor, porque no fim essa é uma história sobre a vida, sobre o amor. Faz com que as pessoas reflitam que qualquer um poderia ter sido uma vítima lá atrás, assim como agora”, diz ele, em conversa por videoconferência.

De fato, “It’s a Sin” não abandona a empolgação e a sensualidade nos seus outros quatro episódios, que cobrem cerca de uma década. Segundo Hoar e o criador da série, Russell T. Davies, era importante que seus personagens mostrassem toda a potência do que foi a comunidade LGBT naqueles anos. E o que ela seria hoje, não fosse a doença que a devastou e a impregnou de ainda mais estigma.

“Não queríamos drenar a vida e as cores, porque é justamente sobre isso que a série fala”, afirma Hoar. “Ela é sobre o amor gay jovem e o nosso elenco é formado por pessoas que nós poderíamos ter perdido, se vivêssemos naquela época. Elas não fizeram nada de errado, só estavam se divertindo.”

À frente do grupo está Olly Alexander, vocalista da banda de indie pop Years & Years. Ele vive Ritchie, um rapaz que abandona sua cidadezinha nos confins do Reino Unido para estudar direito em Londres. No ambiente universitário, ele é apresentado ao curso de artes cênicas, que desperta nele a paixão. Dali em diante, ele vive uma vida muito, muito gay.

Tudo graças ao Palácio Rosa, espécie de albergue com agenda cheia de festinhas e performances. Lá, ele é vizinho de porta de Roscoe, que sai de casa de vestido depois que seus pais tentam curar sua homossexualidade, Colin, um tímido galês que trabalha nas alfaiatarias de Savile Row, e Ash, um descendente de indianos sexy e musculoso. E também tem Jill, sua melhor amiga e fiel escudeira.

Hoar conta que foi importante assegurar que o elenco de “It’s a Sin” seria formado por atores abertamente gays, para dar credibilidade à história. Talvez por isso, vários deles estão em seus primeiros trabalhos nas telas. A falta de experiência da gangue é compensada por participações especiais de figuras importantes do meio LGBT, como Neil Patrick Harris e Stephen Fry.

Em sua mistura de sensualidade, jovialidade e dor, “It’s a Sin” quer passar para o público o quão eletrizantes e cheios de possibilidades deveriam ter sido os anos 1980 para os LGBTs, sem esquecer o descaso com o qual a Aids foi tratada por quem estava no poder na época.

Foi uma doença desprezada e demonizada, conta Hoar, ressaltando que nem mesmo médicos ou enfermeiros tocavam nos primeiros pacientes com HIV. Ele não os culpa, porque entende que havia muita desinformação e desinteresse propagados por uma casta de formadores de opinião heterossexuais, que tacharam a Aids de “doença gay”. As fake news, em tempos de coronavírus, continuam, e é por isso que Hoar espera deixar como mensagem a importância da ciência.

Muito além das transas e das festas babadeiras de “It’s a Sin”, a expectativa é que a série mostre um pouco de sua própria história às gerações LGBTs mais novas. “Nosso objetivo nunca foi ensinar algo, mas eu acho que é importante conhecer nossa história”, diz Hoar, que também é homossexual, ressaltando os ainda alarmantes dados sobre a Aids.

“Nós avançamos muito, as coisas estão melhores, mas isso depende de que parte do mundo estamos falando. E isso sempre me faz questionar até que ponto houve evolução, porque fazer parte de uma comunidade pressupõe que você precisa cuidar de todos os seus pares.”

Por : Leonardo Sanchez

 

 

 

 

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Centro de Acolhimento realiza pesquisa para conhecer o perfil do público LGBTQIA+ e de pessoas com HIV
   11 de fevereiro de 2021   │     23:03  │  0

O Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego (CAERR) está realizando uma pesquisa para traçar o perfil do público LGBTQIA+ de Alagoas e de pessoas que convivem com o HIV/AIDS no estado.

O questionário servirá de base para a elaboração de atividades e projetos do CAERR, como criação de cursos e atendimento ao público-alvo.

Todas as informações cedidas pelos participantes da pesquisa seguem a Lei de Proteção de Dados, N.º 13.709, de 14 de agosto de 2018, que garante o sigilo, proibindo a exposição de dados pessoais.

A pesquisa pode ser respondida através do link AQUI

Mais informações através das mídias sociais oficiais do CAERR (@caerr_alagoas) ou pelo telefone/whatsapp (82) 99644-1004

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Você sabe o que significa a sigla LGBTQI+?
   14 de agosto de 2020   │     0:00  │  0

A denominação LGBTQ+ é uma das mais conhecidas e ela está correta. Contudo, atualmente, o movimento passou a usar a sigla LGBTQI+, que vamos esclarecer abaixo. Ela é uma versão reduzida de LGBTT2QQIAAP, que você também vai entender melhor na sequência. Pode parecer confuso de início, mas não é – ou melhor, não precisa ser. Mesmo que você não faça parte da comunidade, é importante entender o que essas letrinhas significam pois  conhecimento pode ser uma ferramenta poderosa contra a intolerância!

  • Por que essa sigla existe?
    O principal intuito é unir todas as pessoas que fazem parte da comunidade e fazer com que elas se sintam representadas e reconhecidas. Antigamente, GLS era a sigla usada. Ela foi criada em 1994 e significava gays, lésbicas e simpatizantes. Caiu em desuso porque os simpatizantes poderiam ser qualquer pessoa, desde alguém que se identificasse como bissexual, por exemplo, até alguém que fosse hétero, mas apoiasse a causa. Isso tirava, em alguns aspectos, o protagonismo da comunidade. Depois, a sigla usada passou a ser GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros). Com o tempo, mais coisas a respeito de gênero e orientação foram descobertas, e a sigla foi se atualizando.
  • O que significa LGBTQI+?
    A sigla é dividida em duas partes. A primeira, LGB, diz respeito à orientação sexual do indivíduo. A segunda, TQI+, diz respeito ao gênero.
    L: lésbica; é toda mulher que se identifica como mulher e têm preferências sexuais por outras mulheres.
    G: gays; é todo homem que se identifica como homem e têm preferências sexuais por outros homens.
    B: bissexuais; pessoas que têm preferências sexuais por dois ou mais gêneros.
    T: transexuais, travestis e transgêneros; pessoas que não se identificam com os gêneros impostos pela sociedade, masculino ou feminino, atribuídos na hora do nascimento e que têm como base os órgãos sexuais.
    Q: queer; pessoas que não se identificam com os padrões de heteronormatividade impostos pela sociedade e transitam entre os “gêneros”, sem também necessariamente concordar com tais rótulos.
    I: intersexuais; antigamente chamadas de hermafroditas, são pessoas que não conseguem ser definidas de maneira distinta em masculino ou feminino.
    +: engloba todas as outras letrinhas de LGBTT2QQIAAP, como o “A” de assexualidade e o “P” de pansexualidade.

 

  • É ofensivo usar siglas que já caíram em desuso?
    Talvez não seja ofensivo para todas as pessoas, mas é errado, já que, como já foi dito, a sigla caiu em desuso. Transitar entre LGBT, LGBTQ+ e LGBTQI+ é, atualmente, o mais correto. E, é claro, se você estiver com dúvida sobre como se referir ou qual pronome de tratamento usar ao falar com alguém do movimento, pergunte.

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