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Morre filho de casal gay agredido em escola pública de São Paulo
   10 de março de 2015   │     0:00  │  2

Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, foi agredido por rapazes pelo simples fato de ter como pais adotivos um casal gay

Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, foi agredido por rapazes pelo simples fato de ter como pais adotivos um casal gay

Os sinais começam aparecer aqui e ali, mas é cada vez mais nítido que o discurso de ódio fundamentalista está colhendo frutos e sendo usado como desculpa para discriminar, excluir, massacrar e agredir não só homossexuais mas sim a todos que não se adequem aos padrões tradicionais impostos por este satanismos desacelerado, camuflado em liberdade religiosa. Outros fatores como a cultura machista, racista, heterossexista e a ausência de políticas publicas, ainda vista como socialmente normal em nosso cotidiano, ainda majoritariamente contribui e muito com o aumento da homofóbica.

O adolescente Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, agredido no dia 5 deste mês simplesmente por ter como pais adotivos um casal de homossexuais, em São Paulo, é um exemplo escancaradamente comprovável e fundamentado, de como essas ações homofóbicas vistas ainda normal podem massacrar vidas.

Peterson não resistiu aos inúmeros golpes que recebeu na cabeça, e infelizmente veio a óbito na tarde de ontem, segunda-feira (9). Ele estava em coma desde a semana passada após se envolver em uma confusão em uma escola pública na Vila Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, Grande São Paulo, no dia 5 deste mês.

“Eu não sabia que meu filho sofria preconceito por ser filho de um casal homossexual. O delegado que nos informou. Estamos tristes e decidimos divulgar o que aconteceu para que isso não se repita com outras crianças”, disse  aos prantos Márcio Nogueira, um dos pais do garoto.

Peterson estudava na mesma escola desde os seis anos. Um irmão de 15 anos, que frequenta o mesmo colégio, presenciou a agressão e confirmou que ele e o irmão sempre foram alvo de insultos em virtude de não se adequarem aos padrões familiar imposto pela sociedade.

Segundo o delegado Eduardo Boiguez Queiroz, da delegacia de Itaquaquecetuba, o adolescente brigou com alguns garotos na entrada da escola e passou mal quatro horas depois. Ele brincou, assistiu aula e depois passou mal. Ele já tinha um aneurisma.

A Secretaria Estadual de Educação e a Secretaria Estadual de Saúde negam a versão da família. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que não há nenhum registro de agressão no interior da unidade onde o adolescente estudava.

Infelizmente Peterson Ricardo de Oliveira é mais um pobre jovem que entra para a triste e sangrenta estatística de homofobia deste pais,   pesquisas recentes, como o estudo Discriminação em razão da Orientação Sexual e da Identidade de Gênero na Europa, do Conselho da Europa, identificaram que como resultado do estigma e da discriminação na escola, jovens submetidos ao assédio homofóbico são mais propensos a abandonar os estudos. Também são mais predispostos a contemplar a automutilação, cometer suicídio e se engajar em atividades ou comportamentos que apresentam risco à saúde, também foi constatado que jovens gays, são as maiores vitimas do bullying nas escolas.

Ações afetivas, positivas e afirmativas poderiam mudar essa triste realidade,  a exemplo do kit de combate à homofobia nas escolas “KIT ESCOLA SEM HOMOFÓBIA”  que foi desenvolvido por diversas entidades não governamentais, com a supervisão do Ministério da Educação, para ser distribuído a alunos do ensino médio de 6 mil escolas públicas, infelizmente após pressão da bancada religiosa no Congresso Nacional, a presidente vetou o material – composto por vídeos, cartilhas e manuais de orientação aos professores – em maio de 2011. Segundo Dilma, o kit era inadequado e fazia propaganda de orientações sexuais.

Vale também salientar, que o kit foi aprovado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que fez um alerta para a necessidade de combater o preconceito contra homossexuais nas escolas. Em entrevista a imprensa na época, a educação preventiva da Unesco no Brasil, Rebeca Ontero, disse esperar que as orientações da entidade sobre o tema fosse levado em conta pelo governo brasileiro, já que a homofobia é um problema crescente nas instituições de ensino do País. Infelizmente mais uma vez o governo brasileiro não deu ouvidos e ignorou o anseio das vitimas e o apelo da ONU.

E ai, quem responderá juridicamente pelo aceitamento de cada pessoa vitima de homofobia neste país,  e  pagará pelas vidas ceifadas ?  Com a palavra a bancada fundamentalista e a presidente Dilma Rousseff !

 

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Revista “Nova Escola” tras na capa menino transgênero vestido de princesa
   20 de fevereiro de 2015   │     0:00  │  0

Imagem do menino Romeo com roupa de princesa, que ilustra a edição de fevereiro da revista, já foi vista por mais de 3 milhões de usuários do Facebook e recebeu mais de 2 mil comentários.

A edição de fevereiro da revista Nova Escola, da editora Abril, chamou a atenção dos leitores ao trazer na capa um menino vestido com roupas femininas para levantar um debate sobre gênero na educação básica.

A edição de fevereiro da revista Nova Escola, da editora Abril, chamou a atenção dos leitores ao trazer na capa um menino vestido com roupas femininas para levantar um debate sobre gênero na educação básica.

Lançada na quarta-feira (11), a edição de fevereiro de NOVA ESCOLA convida os educadores ao debate sobre as questões de gênero e sexualidade. Para isso, a revista estampou na capa uma foto do britânico Romeo Clarke, 5 anos, vestido com uma fantasia de princesa e uma provocação: “Vamos falar sobre ele?”. A reportagem traz, com exclusividade, o download do Escola sem Homofobia, material didático que ficou conhecido como “kit gay” e teve sua distribuição suspensa pelo governo federal em 2011.

Até a manhã da sexta-feira do dia 13 do mês em curso, o texto, hospedado no site de NOVA ESCOLA, recebeu mais de 89 mil visitas. A nota com link para download foi vista mais de 13 mil vezes. Já a capa, divulgada no Facebook, chegou a 3,3 milhões de visualizações, 23 mil curtidas, 11 mil compartilhamentos e quase 2 mil comentários. O alcance já é 31 vezes maior que o do lançamento da capa anterior, da edição dezembro 2014/janeiro 2015, que atingiu mais de 107 mil pessoas na rede social.

Beto de Jesus, secretário para América Latina e Caribe da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, pessoas Trans e Intersex, comemorou o sucesso da reportagem e a divulgação do kit Escola sem Homofobia: “Nós não poderíamos deixar de disponibilizar esse material para a população, para que os professores discutam e reproduzam. Nossa intenção é combater toda forma de violência e discriminação. Foi no momento certo, acompanhando uma capa importante da revista, e nós ficamos felizes com a repercussão”.

Os comentários nas redes sociais demonstraram que as questões de gênero rendem debates acalorados. “É um tema muito delicado e complicado de lidar em sala de aula. Carece sim de muitas leituras e estudos, pois qualquer atitude dos profissionais da escola e famílias sem o devido embasamento pode ser extremamente danoso para a criança”, opinou Júlio Costa no Facebook. Já Bia Melo falou da necessidade de debate: “Os comentários que a gente lê aqui reforçam a importância da discussão do assunto, de uma capa como essa. Há tanta desinformação e tanto preconceito que chega a ser preocupante”. Gilvania Ferreira comentou: “O olhar humano é malicioso e sempre deturpa as coisas. Se ele se sente bem com roupas ditas femininas, quem é que pode dizer para não usá-las? Assim como as roupas, os brinquedos também são criados com a intenção de diferenciação entre os sexos. Portanto, se estamos educando crianças livres em suas escolhas, não podemos determinar com que tipo de brinquedo podem brincar”.

Muitos leitores discordaram da abordagem da revista. Juan Tutiya comentou no Facebook: “Não ao kit gay nas escolas, não à feminilização dos que nascem com o sexo masculino e não à masculinização das que nascem com o sexo feminino, cada um com seu papel”. Já a internauta Patrícia Nunes defendeu que isso não é assunto da escola: “Professor não é pai e mãe, professor ensina, os pais são responsáveis por valores éticos, morais, religiosos, enquanto os filhos são menores de idade (…) com um aluno assim, o professor deve simplesmente contatar os pais e relatar o ocorrido para que os mesmos, como responsáveis legais, decidam o que fazer”.

A capa também gerou comentários no Instagram. Sylvia Assis escreveu: “Vamos falar sobre ele? Vamos ser maduros pra isso? Não vamos permitir que essas crianças sejam expulsas da escola, da família e da sociedade?”.

Tenha acesso ao verdadeiro material em PDF do projeto “ESCOLA SEM HOMOFÓBIA”, infelizmente sabotado e deturpado pela bancada cristã, e vetado pelo conservadorismo da Presidente Dilma, clicando AQUIMaterial de reprodução livre.

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