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Como lidar com um marido bissexual
   6 de outubro de 2023   │     0:00  │  0

O casamento com um parceiro bissexual pode ser difícil, particularmente para as mulheres que subiram ao altar com expectativas bem diferentes. Embora possa abalar as estruturas de um relacionamento, tal revelação não significa necessariamente que o casamento tenha chegado ao fim — muito pelo contrário, diversos casais descobrem que a bissexualidade abre portas para uma relação mais satisfatória, confiável e sincera.

Método 1
Método 1 de 4:

Oferecendo apoio

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    Aceite a pessoa amada como ela é. Seu marido ainda tem as mesmas qualidades que um dia despertaram seu amor, e a bissexualidade é apenas mais uma qualidade que você ainda não conhecia, mas que também define quem ele é. Como qualquer parceiro, seu marido simplesmente precisa receber amor e apoio, e o relacionamento permanecerá firme se ele se sentir aceito do jeito que é.
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    Aprenda mais sobre a bissexualidade. Estudar o assunto vai ajudá-la a compreender a pessoa amada. Embora não exista um modelo único de bissexualidade, já que cada indivíduo tem emoções e sentimentos diferentes, uma pessoa bissexual sente atração por homens e mulheres e, provavelmente, se apaixona pelas personalidades dos parceiros, sem dar muita atenção ao gênero de cada um deles. Certos mitos sobre a bissexualidade poderão prejudicar seu casamento se você não compreender que eles são apenas isso — mitos, já que o relacionamento se fortalece quando um parceiro consegue entender a natureza do outro. Alguns dos mitos mais comuns sobre a bissexualidade incluem:

    • Mito: uma pessoa só pode ser gay ou heterossexual, jamais ambos.
      • Os seres humanos são criaturas complexas e que podem ter diversas orientações sexuais, incluindo a heterossexualidade (atração pelo gênero oposto), a homossexualidade (atração pelo mesmo gênero), a bissexualidade (atração por dois ou mais gêneros), a assexualidade (nenhuma atração por qualquer gênero), a panssexualidade (quando não há limitações de opções sexuais), e a ceterossexualidade (atração por indivíduos não binários).
    • Mito: os bissexuais não podem ser fiéis.
      • Uma pessoa pode optar por ser monogâmica sem que a orientação sexual dela influencie sua capacidade ou desejo de ser fiel. Cada casal é quem decide o que significa ser monogâmico.
    • Mito: Os bissexuais têm mais doenças sexualmente transmissíveis.
      • A taxa de DSTs não tem relação com a sexualidade de alguém, mas sim com as medidas que um indivíduo toma para se proteger dessas doenças.
  3. Imagem intitulada Cope With a Bisexual Husband Step 3
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    Dê um recomeço ao relacionamento. Reconheça que o casamento entrou em uma nova fase — você precisará estar disposta a fazer mudanças se quiser que a relação continue fluindo bem. Seu marido ainda é a mesma pessoa de sempre, a única diferença é que agora os desejos e sentimentos dele estão bem mais claros. Compreenda que talvez você precise de um recomeço, com novos limites e novas expectativas sobre o que a relação significa para cada parceiro.
  4. Imagem intitulada Cope With a Bisexual Husband Step 4
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    Converse com a pessoa amada sobre os desejos dela. Talvez seu marido esteja lutando contra a própria bissexualidade há muitos anos — caso apenas tenha contado a verdade agora, é provável que ele tenha tentado reprimir os sentimentos verdadeiros por bastante tempo. Ele decidiu dar um grande passo e ser honesto porque sabe que vocês se conhecem e confiam um no outro; agora, é a sua vez de dar um grande passo conversando sobre os desejos dele. O que ele espera do casamento a partir de agora? Ele quer se relacionar com outras pessoas? Ele quer permanecer em um relacionamento monogâmico?
Método 3 de 4:

Vivendo o dia a dia

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    Compreenda que nem tudo precisa girar em torno da sexualidade. A vida do casal continuará como sempre foi, com pressões do trabalho, dores de cabeça por causa do trânsito, listas de supermercado, e tudo mais — o cotidiano não vai mudar depois que o seu marido for sincero sobre a própria sexualidade.
  2. Imagem intitulada Cope With a Bisexual Husband Step 11
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    Mantenha as outras áreas da vida divertidas e interessantes. A vida conjugal não se resume apenas ao sexo, portanto, procure sempre praticar hobbies e atividades junto com a pessoa amada. Viajem juntos e tomem diversas atitudes diferentes para cultivar uma vida feliz a dois.
  3. Explore seus próprios desejos. Uma conversa franca sobre a sexualidade do seu parceiro é também uma ótima oportunidade de falar abertamente sobre os seus próprios desejos, já que a pessoa amada ainda sente atração por você e quer deixá-la à vontade para explorar as próprias fantasias.

    • Muitas pessoas vivenciam um despertar sexual quando descobrem quem têm um parceiro bissexual, e muitos relacionamentos se fortalecem e se tornam mais satisfatórios.[2]
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Recebendo apoio

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    Visite um centro de apoio à comunidade LGBT. Os centros de cidadania LGBT ( Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros) oferecem aconselhamento e informações relacionadas à saúde dessa comunidade, além de diversos outros recursos úteis.

  2. Imagem intitulada Cope With a Bisexual Husband Step 14
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    Consulte um profissional de saúde mental. Um profissional especializado em relacionamentos e sexualidade poderá ajudá-la a compreender a relação e os sentimentos do seu marido. Talvez você esteja sentindo ansiedade ou outras emoções negativas em relação ao casamento — nesse caso, a terapia vai ajudá-la a obter uma perspectiva diferente sobre tais sentimentos.

    • Procure um terapeuta de casais se o relacionamento estiver em risco — você poderá encontrar terapeutas especializados na comunidade LGBT.[3]
  3. Imagem intitulada Cope With a Bisexual Husband Step 15
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    Converse com um amigo ou familiar de confiança. Talvez você sinta que sua vida sexual é um assunto particular, mas ouvir o ponto de vista de outra pessoa sobre a situação poderá ser bastante benéfico. Escolha um ente querido confiável, respeitoso, e que não tenha o hábito de fazer julgamentos.

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A (in)visibilidade da bissexualidade
   25 de janeiro de 2018   │     11:25  │  0

Quem não é hétero é o quê? É provável que você pense ‘gay’, ou talvez até ‘lésbica’. A bissexualidade, uma das formas de amar e de se relacionar que mais encaram os preconceitos e tabus do cotidiano, é uma identidade distinta. Uma sexualidade elevada a dois e uma orientação harmonicamente homossexual e heterossexual. Para muitos, uma oscilação; para outros, uma busca pela autoaceitação. Realidade: a letra B da sigla LGBT+ ainda luta por sua legitimação fora e dentro de um dos movimentos de minorias mais poderosos da nossa cultura. Portanto, há muito ainda para se lutar e, neste domingo, vai ocorrer a 20ª Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte, que espera receber 60 mil pessoas na Praça da Estação.

Praticamente sozinha, a bissexualidade enfrenta resistência e pode ser considerada a mais “destabulizadora” das identidades. “Não somos gays e nem héteros. Não há confusão. Sinto atração por homens e por mulheres. Sou bi”, declara Matheus Dias, de 30 anos. Ele é tatuador e artista plástico de BH e reitera a ideia de que a orientação é incompreendida. “Se você não fala sobre isso, é comum apontarem o dedo e falarem que você é um gay que não saiu do armário. É muito importante levantar essa bandeira pelo simples (e péssimo) motivo que é a sociedade te falando o tempo inteiro que você está errado.”

Porém, Matheus se diz um homem de sorte, já que se identificou e se entendeu rapidamente com a sua sexualidade: aos 15 anos teve suas primeiras experiências amorosas com uma pessoa do mesmo sexo. “Já tinha namorado garotas. Demorei a entender se era gay, se estava me enganando ao gostar de garotas. Mas percebi que não. Mas preferi ficar com mulheres porque era mais fácil, pois não precisava falar sobre isso. Só aos 24 anos entendi a importância de falar sobre ser bissexual”, afirma.

Analice Souza passou por um processo de entendimento parecido com o de Matheus. Aos 32, a empresária, dona do Oliver Art Bar, conta que as pessoas tendem a achar que tudo se trata de uma “fase bissexual”. “Se for uma fase, tem 18 anos que estou nela”, ela ri. “Na adolescência, comecei a conviver com orientações diversas. Ficava com meninas por ‘brincadeira’ e curiosidade, até que me apaixonei por uma mulher e entendi que não era algo transitório. Então, assumi a identidade bi”, relembra.

O belo-horizontino Davi Collares, de 32, percebe o orgulho bissexual como uma forma de revidar. Ele funciona como um método de contra-ataque. “A sociedade está constantemente nos dizendo que ser LGBT é razão pra ter vergonha”, diz. Davi é médico patologista, doutorando na França e transgênero, figurando em duas letras representativas da sigla. “Antes da minha transição de gênero, só ficava com meninas. Só fui começar a me interessar por outros homens depois de bastante tempo. Hoje em dia, não me incomoda ser visto como gay quando estou com outro cara, mas como uma menina era insuportável.” Davi nasceu menina, mas jamais se identificou com o próprio corpo. Ele conta que o entendimento da transgeneridade o fez explorar as formas de amar. “Quando ‘transicionei’, fiquei livre e passei a ser percebido como homem, em sintonia com a minha identidade”, conclui.

O conceito bissexual ainda pode se estender para a pansexualidade. Trata-se de uma identidade sexual caracterizada pela atração por pessoas, independentemente do sexo ou gênero, incluindo intersexuais, transexuais e intergêneros. “Tem gente que não entende, acha que o bissexual é a pessoa que precisa estar com os dois gêneros ao mesmo tempo (de fato, pode ocorrer). Se você é pansexual, então, vão falar que você transa com árvore”, Davi reflete.

Thiago Costa, diretor do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais, sustenta que esse estereótipo de que pessoas bissexuais são confusas ou promíscuas dificulta encontrar um parceiro que consiga entendê-las. “Não quer dizer que, por você estar aberta a viver experiências sexuais, esteja buscando por ela o todo o tempo. É como se bissexual fosse, por decisão, poliamorismo. Mas isso é apenas uma das opções. Ela pode viver um relacionamento monogâmico por escolha, assim como qualquer casal heterossexual”, pondera Thiago.

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