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Chuca, como é conhecida a lavagem retal. Certa ou errada a pratica antes do sexo anal ?
   23 de setembro de 2023   │     12:00  │  0

A chuca, como é conhecida a lavagem retal antes do sexo anal, apesar de não ser obrigatória, não causa dano ao intestino ou ao ânus, se for realizada conforme orientações corretas.

Não compartilhar os equipamentos de limpeza é uma das principais recomendações para a lavagem anal.

A higiene é uma das principais preocupações quando o assunto é sexo anal. Para evitar situações constrangedoras, muitas pessoas adotam métodos de higienização dessa região, como é o caso da famosa “chuca”.

Conhecida também como enema, a chuca é uma técnica de limpeza que consiste na introdução de uma pequena quantidade de água dentro do reto e do ânus, com o objetivo de impedir a saída de fezes durante a relação sexual. Em algumas situações, a chuca também pode ser adotada antes de alguns procedimentos proctológicos.

Geralmente as pessoas fazem isso pelo medo de se sujarem ou de sujarem o parceiro durante o ato sexual, o que pode gerar constrangimento ou algum desconforto.

Apesar de popular, a chuca é vista com ressalva em diversos aspectos e sua prática deve ser realizada a partir de alguns cuidados a fim de evitar possíveis riscos à saúde.

Como fazer a chuca de forma segura?

Para fazer a chuca de maneira segura, a primeira orientação é não compartilhar os equipamentos. O ideal é que a pessoa tenha a própria ducha exclusiva e mantenha-a sempre higienizada antes e após a lavagem, se o material não for descartável.

Além disso, não é necessário usar muita água no processo. Para fazer a chuca, 150ml de água em temperatura ambiente já são suficientes para limpar e fazer a evacuação das fezes presentes no reto.  O excesso pode acelerar o trânsito intestinal — liberando mais fezes de outras partes do intestino.

O canal anal mede em torno de 3cm e o reto em torno de 14cm, totalizando 17cm, e é geralmente onde a penetração acontece. Portanto, pensando na média de tamanho dos pênis, não há necessidade de se lavar uma extensão maior que isso.

Equipamentos indicados para fazer a chuca

Entre os materiais, os mais indicados são as duchas higiênicas, que podem ser tanto descartáveis como reutilizáveis. A partir da bomba de sucção, o equipamento consegue realizar a lavagem de forma segura e em um fluxo de água capaz de ser controlado.

Nesse contexto, a ducha de chuveiro não deve ser utilizada para realizar a limpeza interna, uma vez que não é possível controlar a pressão e a quantidade de água.

Nunca utilize garrafa pet ou objetos pontiagudos como substitutos das duchas. Segundo a ginecologista e obstetra Aline Ambrósio, o uso de materiais rígidos e inadequados pode lesar o revestimento interno do intestino, levando a sangramentos e infecções.

Existe frequência ideal para fazer a chuca?

Não existe uma regra, mas se a chuca for feita antes de todo ato e a prática de sexo anal for constante, a lavagem pode trazer alguns problemas à saúde.  A frequência da chuca pode retirar o muco que protege o intestino, causando o ressecamento das fezes. Com o tempo, a tendência é ficar cada vez mais dependente da lavagem para evacuar.

Nesses casos, uma dica interessante é conhecer o próprio corpo e os hábitos intestinais. Enquanto algumas pessoas vão ao banheiro duas vezes por dia, outras costumam evacuar a cada três dias, por exemplo. Conhecendo essas particularidades do corpo, é possível se programar antes da relação.

Fazer a chuca é realmente necessário?

A prática da chuca não é obrigatória ou necessária antes da relação sexual, sendo algo pessoal de cada um. Estar atento aos próprios hábitos intestinais, como já mencionado, é uma forma interessante de diminuir ou dispensar a lavagem anal.

Normalmente as fezes ficam concentradas no cólon sigmoide e, quando chegam no reto, a pessoa sentirá vontade de defecar. Após a evacuação, ela não precisaria realizar uma lavagem, uma vez que o reto estará tecnicamente vazio. É possível utilizar uma ducha de chuveiro para fazer somente a lavagem externa do muco restante.

Uma dieta rica em fibras, muita água e exercícios são os maiores aliados em quem quer praticar sexo anal, pois evacuando diariamente você passa a ter um controle maior da quantidade de fezes acumuladas e pode evacuar quando pretende ter uma relação.

Quais os riscos da chuca para a saúde?

O principal risco da chuca para a saúde envolve o compartilhamento dos equipamentos utilizados durante a limpeza, o que pode provocar contaminação.

Compartilhar duchas pode transmitir HPV, gonorreia, clamídia e até verminoses. Portanto, lembre-se de ter seu equipamento individual e exclusivo. Se houver sangramento, teoricamente pode haver transmissão de HIV e hepatites também.

Além disso, a realização inadequada pode atrapalhar o funcionamento do intestino e da flora intestinal. Com os materiais errados, é possível lesar a mucosa do reto e provocar sangramentos e infecções. Por isso, garrafas pet e outros objetos não devem ser utilizados para esse fim.

Contraindicações da chuca

A chuca é uma técnica que deve ser evitada por pessoas que apresentam algum problema intestinal, como doenças crônicas, inflamatórias ou divertículos nessa região do intestino. A prática pode causar uma piora no quadro e guiar para outros problemas, como hemorroidas, doenças anorretais e fissuras anais.

No surgimento de qualquer sintoma que indique lesões na região, como sangramento e coceira, é importante buscar auxílio de um especialista, que poderá averiguar o problema e indicar a melhor forma de abordagem.  Por tanto, “respeite os limites do seu corpo. Dor não é legal, se machucar não é legal. Com consciência, você terá prazer e muita saúde”.

 

 

 

 

 

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A dor da beleza, maioria das vitimas do uso de silicone industrial são mulheres CIS e transexuais
   21 de agosto de 2023   │     0:00  │  0

A transformação do corpo como forma de afirmação da sexualidade das travestis na grande maioria das vezes é o seu maior pesadelo.

O uso do silicone líquido industrial como material para modificação estética no contorno corporal é uma prática realizada de forma clandestina há cerca de 60 anos.          Atualmente, a maioria dos relatos provém de países da Ásia e América do Sul e as vítimas são principalmente mulheres e transexuais. Devido ao grande número de casos com complicações, o uso do silicone industrial para fins estéticos nunca foi aprovado. Entretanto, continua a ser aplicado isoladamente ou associado a outros produtos, determinando graves complicações locais e sistêmicas.

A injeção clandestina de silicone líquido industrial para modificação do contorno corporal tornou-se popular há cerca de 70 anos, quando o silicone de grau industrial foi desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para fins militares.

Desde a publicação de Andrews et al., em 19894, mostrando pela primeira vez as complicações locais e sistêmicas do silicone líquido em humanos, esse tipo de material teve seu uso contraindicado pela Food and Drug Administration (FDA) e pela antiga Divisão de Medicamentos (DIMED) no Brasil.

Atualmente, a maioria das vítimas são mulheres e transexuais provenientes de países da Ásia e América do Sul. Por falta de recursos para a realização de cirurgias plásticas, acabam recorrendo a profissionais não habilitados.

Apesar das proibições, o uso do silicone industrial para fins estéticos continua sendo feito isoladamente ou em associação com outros produtos, levando a complicações graves e potencialmente fatais.

Muitos são os relatos de  casos de paciente transexuais femininas, que apresentam injeções do uso do silicone líquido industrial em glúteos e na face anterolateral das coxas. Tal procedimento geralmente é realizado em ambientes domiciliar, por profissional não habilitados.

Maioria dos casos, após 5 dias iniciam quadro de sinais florísticos e epidermólise no local das infiltrações, sendo submetida a um desbragamento superficial.

O polidimetilsiloxano (silicone) é um composto formado pela conjugação do silício com oxigênio e metano. Na sua fabricação é inerentemente contaminado com impurezas, metais pesados e polímeros voláteis. Além disso, ao endurecer acaba liberando ácido acético, que pode ser responsável pelo dano tecidual inicial após a injeção. Essa combinação de fatores contribui para as graves complicações frequentemente observadas.

Além do seu uso isolado, o silicone também é intencionalmente associado a outros agentes com a finalidade de aumentar a inflamação e a fibroplasia nos locais de injeção, evitando a sua migração pela ação gravitacional. A fórmula de Sakurai é um exemplo conhecido da sua associação com azeite. Outros agentes esclerosastes utilizados são óleo de cróton, veneno de cobra e óleo de amendoim.

O termo siliconoma foi criado por Winer et al., em 19642, para descrever a reação de corpo estranho semelhante às já descritas após a injeção de óleo e parafina. Estas substâncias promovem um tipo equivalente de reação tecidual anatomopatológica, chamada de lipogranulomatose esclerosante.

Numa tentativa de eliminação, através da atividade fagocitária de macrófagos tissulares e de células sanguíneas circulantes, o silicone pode ser transportado por via linfática para órgãos à distância, levando a quadros de embolia. Além disso, a sua própria injeção intravascular pode resultar também em embolia imediata.

Neste contexto, em decorrência da natureza ilegal da prática, existem poucos relatos de reações agudas. Esses pacientes relutam em procurar atendimento médico, exceto em circunstâncias de risco de vida. As manifestações sistêmicas mais graves incluem comprometimento pulmonar, neurológico, cardíaco, hepático, gastrointestinal e sepses.

Do ponto de vista local, as complicações variam desde alterações da cor e consistência da pele até um processo inflamatório intenso com nódulos, ulcerações, necrose, abscessos e fístulas. São observadas também retrações e deformidades cicatriciais. O período de latência para o aparecimento dessas sequelas é variável, podendo chegar a até 30 anos. Portanto, a identificação e a punição dos responsáveis é frequentemente difícil.

Segunda a literatura, a eliminação completa dos depósitos de silicone é inviável, já que o silicone na forma líquida se difunde pelos tecidos profundos, formando ilhas de fibrose entre tecidos saudáveis. Dessa forma, a sua erradicação culminaria em ressecções muito ampliadas levando a sequelas ainda mais graves.

O desbridamento dos tecidos desvitalizados e a irrigação precoces podem minimizar o dano causado pela reação inicial de endurecimento do silicone e diluir os contaminantes. Além da intervenção cirúrgica, o uso de curativos antimicrobianos, antibióticos endovenosos e esteroides sistêmicos também é recomendado.

A enxertia de pele alógena, como curativo biológico, é uma opção até que o leito das feridas esteja devidamente preparado para receber os autoenxertos ou outra cobertura definitiva. Retalhos locais ou regionais devem ser usados para reconstruir áreas com exposição de estruturas profundas.

Apesar dos relatos de terapias adjuvantes como oxigênio hiperbárico, o uso de corticosteroides intralesionais e imunomoduladores tópicos, ainda não existem estudos suficientes validando a sua eficácia. Já a lipoaspiração não parece ser eficaz na remoção de tecidos impregnados com óleo fibrosado. A intensa fibrose local, por si só dificulta a aspiração com cânulas, bem como aumenta o risco de lesões de estruturas adjacentes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso de silicone líquido de grau industrial em procedimentos estéticos, sendo sua aplicação considerada crime contra a saúde pública previsto no Código Penal. Para finalidades estéticas, o polidimetilsiloxano (silicone) é matéria-prima para inúmeros tipos de próteses e implantes, devendo ser manipulados por pessoas habilitadas e em ambiente hospitalar.

O uso exclusivo do produto médico que contém óleo de silicone autorizado pela Anvisa é para o tratamento de doenças da retina com a finalidade de promover tamponamento intraocular. Portanto, além de restrito ao médico especialista em oftalmologia, é vedada a sua utilização para preenchimentos faciais ou no tratamento do contorno corporal15.

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Homossexuais pós tratamento de câncer de próstata
   25 de junho de 2023   │     14:42  │  0

iO Cancro na Próstata na Comunidade LGBTQIA+: será que existem diferenças no diagnóstico e no tratamento? O cancro prostático é uma doença que pode afectar qualquer pessoa que tenha próstata. Isto inclui heterossexuais, homossexuais, bissexuais e mulheres transexuais (que continuam a ter a glândula).

Homens gays que tenham sido submetidos a tratamento para câncer de próstata tem relatos de baixa qualidade de vida relacionada à saúde em comparação com dados da população em geral de outras pesquisas, de acordo com um estudo apresentado na Reunião Anual em 2011, da Associação Americana de Urologia (AUA). No estudo transversal com 92 homens gays dos Estados Unidos e Canadá realizado pela Internet, baseado no Índice Expandido de Câncer de Próstata (EPIC) e no Questionário Curto de Saúde Sexual Masculina, além de questões relativas ao medo de recorrência do câncer. Os homossexuais, em  comparação com dados normativos de populações em geral, relatou estatisticamente piores funcionamentos e incômodo mais grave quanto a parte urinária, intestinal e hormonal pelas escalas de sintomas do EPIC; pior funcionamento sexual e ejaculatório pela pontuação do EPIC; significativamente pior funcionamento da saúde mental, além de maior medo de recorrência do câncer. O estudo aparece para ser o primeiro a analisar quantitativamente o impacto do câncer de próstata em homens gays.

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Pessoas trans também devem se prevenir contra o câncer de mama
   11 de novembro de 2022   │     0:33  │  0

Embora a campanha de Outubro Rosa alerte especialmente a mulher cisgênero sobre a prevenção contra o câncer de mama, o risco também existe para pessoas trans, principalmente para as mulheres que fazem uso prolongado de hormônio. De acordo com Débora Balabram, mastologista e professora do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, o hormônio feminino é destaque entre os fatores determinantes para o câncer de mama, inclusive na mulher cis.

“A mulher trans tem um risco maior de câncer de mama em relação ao homem cis. Mas esse risco não é muito grande e só aumenta se tiver fazendo uso prolongado do hormônio”, explica Débora. “Em relação ao homem trans, vai ser parecido com a mulher cis, caso não tenha feito a cirurgia de retirada das mamas, o que faz o risco cair em 90%”, completa. Isso significa que a mastectomia não zera o risco. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) há orientação de consultas periódicas quando há risco genético identificado para esses homens que retiraram as mamas.

“De forma geral, a recomendação é procurar um atendimento ao perceber alguma alteração clínica na mama”, orienta Débora aos homens trans. “Para mulheres trans, se estiverem em uso de hormônio a mais de cinco anos, a recomendação também é procurar atendimento se perceber alguma alteração e fazer mamografia a partir dos 50 anos de idade, a cada um ou dois anos”, continua.

Em relação ao autoexame rotineiro, a professora lembra que não é mais indicado como uma das principais ações de prevenção, como era divulgado pela mídia, já que estudos demonstraram não haver diminuição do risco de morrer por câncer de mama nas mulheres que o fizeram. Além disso, Débora comenta que o fato de fazer autoexame pode dar a sensação de que estão se prevenindo e seguras, mas muitas pessoas não sabem realizar o toque da forma correta.

“O importante é conhecer a própria mama e procurar atendimento se perceber alguma alteração, se tiver algum nódulo, aumento de volume ou mudança da cor, por exemplo”

A professora ressalta que como há legislação e normas para o SUS à respeito do processo transexualizador, todo o sistema de saúde deve estar preparado para atender as pessoas trans. Então, aquelas que desejam orientações, ou se identificarem alteração na mama, devem ir ao centro de saúde próximo de onde residem. “Os centros de saúde são as portas de entrada para que essas pessoas possam ser direcionadas para um atendimento especializado, se necessário, com um mastologista”.

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Prevenção ao câncer de mama vale também para transexuais
   1 de abril de 2021   │     13:50  │  0

Desconhecimento da sociedade faz pensar que as pessoas trans não fazem parte do alerta ao Outubro Rosa – mas muito pelo contrário.

A gente não para pra refletir, mas as pessoas transexuais e transgêneras também fazem parte do grupo em que a campanha Outubro Rosa tanto visa conscientizar. Os riscos do câncer de mama e de colo do útero vale para todas elas. Aliás, para todo mundo. Independente de gênero ou sexualidade, as doenças oferecem até 95% de chance de cura quando diagnosticadas precocemente.

Fazer o autoexame, realizar consultas periódicas e manter hábitos saudáveis. Essas simples recomendações são, por desconhecimento da sociedade, voltadas mais as mulheres cisgênero – aquelas que se identificam com o gênero designado em nascimento – do que às mulheres transexuais.

“Por causa do uso contínuo de hormônios, já é comprovado cientificamente que as mulheres trans têm cerca de 47 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que os homens cis, sendo que pra eles é bem raro, cerca de 1% do total dos diagnósticos”, explica Mikaella Lima, coordenadora de políticas públicas LGBT, vinculada à SDHU (Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos) da prefeitura de Campo Grande.

“Todas as pessoas trans deveriam buscar o atendimento médico que possam prolongar suas vidas, a ter mais qualidade e informação”, recomenda Mika.

<img class=”i-amphtml-blurry-placeholder” src=”data:;base64,A ex-Miss Trans de MS, que já tem implante mamário, faz a prática do autoexame (Foto: Arquivo Pessoal)
A ex-Miss Trans de MS, que já tem implante mamário, faz a prática do autoexame (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde os 19 anos, Emanuelle Fernandes faz uso de hormônios femininos. Hoje em dia, a ex-Miss Trans de MS já conta com a prótese mamária, 400 ml em ambos os seios.

“Eu já sabia dos riscos atrelados ao uso indiscriminado de hormônio e a possibilidade do câncer de mama, mas no universo transexual isso é muito pouco divulgado e discutido, inclusive entre as próprias trans. Particularmente, sempre fiz os autoexames, e recomendo para minhas amigas”, afirma.

Neste ano, Manu foi surpreendida com a proposta de ser embaixadora de uma campanha de prevenção ao câncer de mama pelo Hospital de Amor (antigo Hospital de Câncer de Barretos), que inclusive conta com uma unidade aqui em Campo Grande.

“É uma forma de eu informar as meninas transexuais sobre a causa, de mostrar a importância da gente ficar atenta ao nosso corpo, aos próprios sinais, e sempre estar em dia com os exames. Pessoas trans também podem ter esse tipo de doença, sim”, comenta.

<img class=”i-amphtml-blurry-placeholder” src=”data:;base64,Lorenzo é homem trans, e também entende que não pode discuidar de sua saúde (Foto: Arquivo Pessoal)
Lorenzo é homem trans, e também entende que não pode discuidar de sua saúde (Foto: Arquivo Pessoal)

No Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Lorenzo Sullivan Macedo já faz hormonioterapia há 1 anos e 8 meses e, por isso, já teve redução das mamas. O sonho dele é fazer a mastectomia masculinizadora, isto é, a cirurgia de retirada das mamas e readequação plástica do peito.

“Eu sempre tive acompanhamento de médicos especializados lá no Ambulatório Transexualizador. Desde o início, eles me alertaram sim que enquanto homens trans eu ainda faço parte do Outubro Rosa, mas confesso não saber que mesmo com a mastectomia feita ainda haveria o risco de câncer”, admite.

Recentemente, Lorenzo vem tendo episódios da chamada descarga mamilar, que é a liberação de secreção pelos seios. Isso não é necessariamente anormal, mas é bom ficar alerta.

“Fiz exames anteriores, mas a liberação acabou parando. Agora que voltou, já marquei um novo ultrassom. Como homem trans, estou bem mais atento e cuido melhor do meu corpo do que quando eu era uma mulher cis. É de extrema importância tudo isso”, disse.

<img class=”i-amphtml-blurry-placeholder” src=”data:;base64,Lorenzo junto de sua namorada (Foto: Arquivo Pessoal)
Lorenzo junto de sua namorada (Foto: Arquivo Pessoal)

Para elxs – A Sub-LGBT/MS (Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção LGBT) do Governo do Estado juntamente com representantes do Hospital de Amor, promoverão atendimentos gratuitos de saúde para as pessoas transexuais e transgêneras, isso por meio do Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia.

“Queremos incluir essas pessoas, fazer com que se sintam confortáveis em buscar o atendimento. Reconhecemos que existe resistência, talvez até um bloqueio, mas estamos preparados para atender qualquer pessoa dentro das suas especificidades. Trabalhar amor e humanização por meio dos exames preventivos e de mamografia”, explica a enfermeira Glauciely do Nascimento Pereira, responsável pela divulgação de educação e saúde do Hospital de Amor.

Para agendamentos, basta entrar em contato no telefone (67) 3316-9183 ou pelo e-mail: [email protected], e ter os documentos – CPF, RG, cartão do SUS e comprovante de residência – em mãos.

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