Há 500 anos morria o gênio renascentista Leonardo da Vinci. O maior gênio da história renascentista redesenhou o mundo em muitos aspectos. Leonardo consagrou-se pelas suas obras clássicas e suas percepções aguçadas. Sim, Da vinci trabalhava empiricamente. A genialidade de seus trabalhos também apontavam para um futuro promissor e progressista.
Mas não é só isso. Há relatos de que Leonardo era polivante, e uma de suas habilidades era na cozinha. Ou seja, além de tudo ainda era um bom cozinheiro. Inclusive, muitos amigos frequentavam sua residência não para apreciar suas obras formidáveis, mas para degustar seus pratos saborosos.
O livro Leonardo da Vinci, de Walter Isaacson, faz uma leitura pertinaz permeando às principais obras de Leonardo e, sobretudo, em que contexto ele se encontrava quando trouxe à tona estas obras. O livro também estabelece uma correlação entre arte e ciência. Nesse sentido, Isaacson mostra que a genialidade de Leonardo estava fundamentada em características acessíveis a todos nós, como a curiosidade, uma enorme capacidade de percepção e uma imaginação exacerbadamente fértil que flertava com a fantasia.
O biógrafo Walter também revelou que Leonardo não tinha vergonha de assumir-se gay, e o pintor multidisciplinar foi, por duas vezes, denunciado por sodomia, tendo quase sido preso. Outro artista emblemático também condenado pela homossexualidade, foi Oscar Wilde, autor do atemporal, o Retrato de Dorian Gray. O livro também afirma que Da Vinci mantinha práticas heréticas, e que muito provavelmente era ateu.
No Brasil, o novo emblema foi lançado oficialmente na Parada do Orgulho em Copacabana
A bandeira LGBTQIA+ recebeu novidades que incluem o símbolo da comunidade intersexo – pessoas que não se enquadram na definição biológica de masculino e feminino -, as cores do orgulho trans e as listras que representam a luta antirracista.
No dia 27 de novembro, o redesenho da bandeira que representa a comunidade foi lançado oficialmente no Brasil durante a 27ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Copacabana, no Rio de Janeiro.
A atualização da bandeira vem após quatro anos de discussão. Em 2018, Daniel Quasar, designer não-binário, incluiu as cores que representam a comunidade e os símbolos do movimento que luta contra o racismo. O desenho incluiu as adições em setas, simbolizando o progresso.
Em 2021, a designer ítalo-britânica Valentino Vecchietti atualizou a versão de Quasar com a inclusão do símbolo do orgulho intersexo.
A tradicional bandeira do arco-íris foi lançada pelo designer Gilbert Baker em 1978, para o Dia da Liberdade Gay de São Francisco, na Califórnia, com objetivo de promover a diversidade.
Originalmente, a bandeira contava com oito cores que representavam aspectos diferentes: rosa – sexualidade, vermelho – vida, laranja – cura, amarelo – luz do sol, verde – natureza, turquesa – magia/arte, anil – harmonia/serenidade, violeta – espírito humano.
Posteriormente, as cores foram reduzidas para seis, sem o rosa e anil.
Recentemente, a bandeira foi bastante mencionada após o uso do símbolo ser proibido no Catar, sede da Copa do Mundo deste ano, onde a homossexualidade é ilegal.
Paixão, segredo, cumplicidade: alguns gostam de sentir a adrenalina do amor proibido e a liberdade de viver uma história longe do convencional
Décadas atrás, quando os gays da Grã-Bretanha e de outros países ocidentais tinham de enfrentar o ostracismo e viviam sob a ameaça de serem processados, muitos optaram por se casar e esconder sua sexualidade.
Mas mesmo agora, com uma aceitação crescente, alguns continuam optando pelo mesmo caminho.
Nick, que está na casa dos 50 anos, é casado com sua esposa há 30 anos. Ele é gay.
Ele acha que sua mulher suspeitava há muitos anos de sua sexualidade, mas conta que tudo veio à tona quando ele teve um relacionamento com outro homem.
“Ela (esposa) perguntou se eu queria deixá-la, mas eu não queria. Acima de tudo, ela é minha melhor amiga. Então decidimos que continuaríamos juntos como melhores amigos”, diz.
Nick não é seu nome real – muitos amigos e parentes do casal não sabem que ele é gay e ele prefere se manter anônimo para proteger sua esposa.
Ele conta que, desde o começo, o casamento não era completo, com muitas dúvidas sobre se eles haviam feito a coisa certa. Ele sempre teve dúvidas sobre sua orientação sexual, e isso se agravou com o tempo.
Como muitos outros homens nessa situação, Nick se viu vivendo uma vida dupla. Na superfície, ele era um homem em um casamento feliz. Mas ele também tinha o hábito de ver pornografia gay. E conta que há seis anos, acabou se relacionando com um amigo gay quando ambos ficaram bêbados.
Nick conta que sua esposa ficou irritada e desapontada quando ela descobriu, e que, àquela altura, ele não tinha mais como negar que era gay.
“Senti que era a oportunidade ideal para ser honesto e contar para ela sobre algo que ela já suspeitava. Então, concordamos que eu se eu não fizesse mais isso, não tocaríamos no assunto – e quando voltasse a acontecer, iríamos falar sobre isso.”
Nick admite que seria melhor para sua esposa se ele tivesse admitido antes que era gay. Ela lhe disse que estava desapontada porque ele não havia confiado nela.
“Eu ainda me sinto totalmente grato a ela todos os dias por ela ser tão tolerante”, conta.
O casal optou por permanecer junto não por conta das crianças, já que eles não têm filhos, mas, sim, pelos sentimentos que nutrem um pelo outro.
“Está tudo bem com a minha esposa. Tanto que ainda amamos um ao outro e ainda estamos juntos. Mas as coisas poderiam ter sido bem diferentes.”
Apesar de o casal continuar junto, eles agora dormem em quartos separados.
O Grupo Gay de Alagoas – GGAL e o Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego – CAERR registra enorme pesar pelo falecimento do artista visual e historiador Achiles Escobar, que nos deixa em consequência do agravamento do seu estado de saúde.
Aqueles nasceu no Paraná, mas vivia em Maceió há mais de vinte anos, e possuia quase três décadas dedicadas às artes visuais, inúmeras exposições individuais e coletivas, e manteve o seu ateliê aberto à comundiade do Jaraguá, trabalhando com papel marchê, papietagem, lixo urbano.
Por meio das aulas que ministrava, formou cerca de 300 pessoas. Dentre os projetos que integravam seu curriculo estavam a formação do bloco carnavalesco “Jaraguá é o Bicho” e a revitalização do carnaval de Marechal Dedoro, do qual fez a decoração, confecção dos adereços e bonecos gigantes. Também realiza oficinas de carnaval.carnaval.
O chamado para a arte aconteceu cedo. Aos cinco anos, começou a fazer esculturas de areia, que chamavam atenção dos adultos. A brincadeira já anunciava o artista que existia ali. Mais tarde, quando ainda era criança na cidade natal, Cambará, no Norte do Paraná, começou a trabalhar com o barro. Foi lá que, aos 12 anos, ele fez sua primeira exposição, intitulada “Caminho à fonte”.
No início da vida artística, foi aluno do Liceu de Artes e Ofícios, em São Paulo.
Tão grande a bagagem do artista Escobar, que já teve obras expostas nos principais museus de Alagoas, inclusive no MTB. Seu trabalho também pôde ser visto em Salvador, Recife, São Paulo e Curitiba.
O GGAL e o CAERR lamenta e deseja a cada um familiar e artista amigo força para superar essa grande perda, ao mesmo tempo se despede deste grande artista, onde no dia de hoje fecha as cortinas da arte, mas na certeza de em um outro plano espiritual esta abrilhantando outros horizontes.
O velório e enterro do Atista plástico Achiles Escobar será no Cemitério Memorial Parque das Flores, no bairro do Benedito Bentes a partir das 16;00 horas.
Seja qual for o motivo, ser chamado por estranhos de “viado” ou “bicha” (no caso de gays) e de “sapatão” (no caso de lésbicas) soa ofensivo. Porém, entre LGBTs, esses termos são usados como gírias ou brincadeiras, sem nenhum intuito de agredir ou constranger.
O que ninguém sabe ao certo é quando ou como essas expressões surgiram. Fato é que existem várias teorias para explicá-las –e até mesmo os especialistas em linguística divergem entre si. “Com relação a esses três termos, é importante dizer que fixar no tempo e no espaço sua origem é algo bastante complicado. Por esse motivo o mais adequado é falar de ‘possíveis origens'”, explica Stela Danna, doutoranda em linguística pela USP e pesquisadora do Centro de Documentação em Historiografia Linguística (CEDOCH-DL/USP).
Veado ou desviado da “normalidade”
Em se tratando de “viado”, esse termo aparece no dicionário como uma forma antiga de chamar um tecido de lã, com riscas ou veios. “Já a alternância da grafia ‘viado’ ou ‘veado’ para designar homens homossexuais indica duas possíveis origens. Há quem insista em usar ‘viado’, por acreditar que o termo teria vindo das palavras ‘desviado’ ou ‘transviado’, ou seja, pessoas que teriam se ‘desviado de uma normalidade’, ideia preconceituosa e bastante difundida durante a ditadura militar. No entanto, o mais provável é que ‘viado’ tenha vindo da palavra ‘veado’, usada para designar um animal mamífero, veloz, delicado e tímido”, comenta Stela.
A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) também aponta como principal referência de veado o personagem Bambi, lançado por Walt Disney em 1942. “Além de ter características ainda vistas como sinais de fragilidade e muitas vezes associadas ao feminino, os veados, durante o período de reprodução e sem poderem contar com uma fêmea, acabam depositando o esperma em outros veados. Todos esses aspectos teriam contribuído para que se associasse o termo aos homens homossexuais”, acrescenta Stela.
De fêmea do veado à prostituta
Já o termo “bicha”, de acordo com Stela e James Green, historiador especializado em estudos latino-americanos e ativista dos direitos LGBT, remontaria à corça, fêmea do veado, que em francês é chamada de “biche”. “Esse termo começou a ser usado no Brasil no início do século 20”, explica Stela.
“Parece plausível que os homens que frequentavam a subcultura estivessem simplesmente fazendo um trocadilho com a palavra ‘viado’, ao que adotaram um toque de sofisticação com o uso do termo francês. Além disso, ‘biche’ era também usado na França como um termo afetuoso para uma jovem mulher”, observa Green em seu livro “Além do Carnaval: A Homossexualidade Masculina no Brasil do Século 20”. Segundo Green, bicha também era empregado no passado como sinônimo de prostituta e seria possível que prostitutos efeminados costumassem se referir, em tom de brincadeira, a seus amigos e colegas como ‘bichas’.
“É importante perceber que, assim como ‘viado’, a palavra bicha também está ligada ao feminino. Esses termos acabaram sendo entendidos como sinônimos de passividade e fragilidade, ideias que caracterizavam as mulheres em um mundo dominado pelos homens”, diz Stela, lembrando que a partir da década de 60, pessoas machistas e conservadoras se apropriaram do termo para usá-lo contra homossexuais, atribuindo-lhe uma carga pejorativa.
No caso de “sapatão”, as possíveis origens divergem de época e contexto, mas, em comum, remontam a atitudes de transgressão e resistência. “A primeira delas remete aos poemas sobre amores lésbicos do poeta Gregório de Matos (1636 – 1696), em que aparece a figura de uma mulher chamada Luiza Sapata. A segunda hipótese parece estar relacionada aos calçados masculinos, pois na década de 1970, com uma nova retomada do movimento feminista, algumas mulheres teriam passado a usar esses ‘sapatões’, em vez dos modelos femininos. Os calçados masculinos eram maiores, menos delicados e mais confortáveis. Essas mulheres então acabaram sendo identificadas como ‘sapatão'”, diz Stela.
Quem tem opinião semelhante à de Stela sobre a origem baseada nos “sapatões masculinos” é o etimologista Reinaldo Pimenta, que no livro “A Casa da Mãe Joana 2: Mais Curiosidades nas Origens das Palavras, Frases e Marcas” diz que a expressão “surgiu na década de 1970, quando as mulheres com orientação sexual alternativa (lésbicas) tinham predileção por usar esse tipo de calçado, mais caracteristicamente masculino”.
Já nos livros “A Vida Íntima das Palavras” e “De Onde Vêm as Palavras”, outro etimologista, Deonísio da Silva, lembra que “em décadas passadas, conhecida música de programa de auditório dizia: ‘Maria sapatão, sapatão, sapatão. De dia é Maria, de noite é João'”. Porém, segundo a pesquisadora Stela, a marchinha de carnaval “Maria Sapatão”, escrita por João Roberto Kelly e cantada pelo apresentador Chacrinha, nos anos 1980, não lançou o termo associado a lésbicas, mas teve o papel significativo de popularizá-lo por todo o Brasil.