Category Archives: Cultura

Espetáculo Homens Pink traz relatos de gays idosos
   2 de maio de 2022   │     10:54  │  0

Casal de Idosos gay Ian McKellen e Derek Jacobi protagonistas da série Vicious (Foto: Divulgação) . O espetáculo é uma performance documental solo

Partindo de depoimentos de homens gays idosos e com uma obra que celebra o orgulho da ancestralidade LGBT+ Renato Turnes dirige, escreve e protagoniza Homens Pink. O solo, da Cia La Vaca (SC), estreiou na sexta-feira, 29 de abril, às 21h30, no Sesc Belenzinho.

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Nota de pesar pela morte do artista plástico e historiador Achiles Escobar

O Grupo Gay de Alagoas – GGAL e o Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego – CAERR  registra enorme pesar pelo falecimento do artista visual e historiador Achiles Escobar, que nos deixa em consequência do agravamento do seu estado de saúde.

Aqueles nasceu no Paraná, mas vivia em Maceió há mais de vinte anos, e possuia quase três décadas dedicadas às artes visuais, inúmeras exposições individuais e coletivas, e manteve o seu ateliê aberto à comundiade do Jaraguá, trabalhando com papel marchê, papietagem, lixo urbano.

Por meio das aulas que ministrava,  formou cerca de 300 pessoas. Dentre os projetos que integravam seu curriculo estavam a formação do bloco carnavalesco “Jaraguá é o Bicho” e a revitalização do carnaval de Marechal Dedoro, do qual fez a decoração, confecção dos adereços e bonecos gigantes. Também realiza oficinas de carnaval.carnaval.

O chamado para a arte aconteceu cedo. Aos cinco anos, começou a fazer esculturas de areia, que chamavam atenção dos adultos. A brincadeira já anunciava o artista que existia ali. Mais tarde, quando ainda era criança na cidade natal, Cambará, no Norte do Paraná, começou a trabalhar com o barro. Foi lá que, aos 12 anos, ele fez sua primeira exposição, intitulada “Caminho à fonte”.

No início da vida artística, foi aluno do Liceu de Artes e Ofícios, em São Paulo.

Tão grande a bagagem do artista Escobar, que já teve obras expostas nos principais museus de Alagoas, inclusive no MTB. Seu trabalho também pôde ser visto em Salvador, Recife, São Paulo e Curitiba.

O GGAL e o CAERR lamenta e deseja a cada um familiar e artista amigo força para superar essa grande perda, ao mesmo tempo  se despede deste grande artista, onde no dia de hoje fecha as cortinas da arte, mas na certeza de em um outro plano espiritual esta abrilhantando outros horizontes.

O velório e enterro do Atista plástico Achiles Escobar será no Cemitério Memorial Parque das Flores, no bairro do Benedito Bentes a partir das 16;00 horas.

Att,

Nildo Correia – Pres. do GGAL e CAERR

 

Inspirado em Madame Satã, peça fala sobre luxúria, racismo e LGBTFOBIA
   21 de março de 2022   │     7:55  │  0

Madame” é o novo espetáculo teatral assinado pelo dramaturgo Márcio Telles, da Companhia Odara, com direção de Marcelo Drummond. O monólogo tem o próprio Márcio interpretando Madame, figura emblemática que ora está com vestidos, lenços e maquiagem, ora traz para o palco a malandragem e mandinga do famoso capoeirista boêmio, Madame Satã (1900-1976).

O conjunto dessas personas resulta em uma figura emblemática, arisca e cheia de contradições que utiliza de seu cabaré para promover a insurgência da arte considerada “marginal” e a contestação sócio-política de camadas excluídas e preteridas socialmente.

“Dentro da minha trajetória no Oficina, ao longo das turnês dos diferentes espetáculos sempre fazíamos uma confraternização da trupe em um dos quartos dos hotéis onde ficávamos hospedados. Nessas ocasiões eu acabei criando a Madame. Isso acabou pegando e, ao final de cada apresentação, atores e técnicos já perguntavam ‘onde vai ser a festa hoje, Madame? Qual o repertório de hoje, Madame?’ Dentro desse contexto eu transitava muito com o duplo, com o espelho, o gênero. Não à toa, há seis anos tenho um trabalho na Casa Florescer dando aula de interpretação para meninas e mulheres trans que são assistidas”, afirma Telles.

No enredo da peça, Madame ocupa esse terreiro eletrônico que é o Oficina, de forma não linear, transformando-o nesse cabaré que acolhe a luxúria e a cena boêmia, além de reverberar a voz de contestações sociais como o racismo, a LGBTfobia, a intolerância religiosa e a identidade de gênero.

Em sua concepção, Madame Satã é uma figura em transformação contínua que troca de figurino como quem troca de pele, a serpente do arco-íris de Oxumarê. O Ouroboros que pica com seu veneno e também transmuta para a cura. Entre sombras e luzes, Madame envolve o público com seus enredos, sotaques e mandingas, percorrendo caminhos circulares e ancestrais das encruzilhadas, madrugadas, terreiros de candomblés e a apoteose do Carnaval. O sagrado e o profano juntos para celebrar narrativas de resistência.

“Em 2010, durante um ano de temporada com peças do Oficina, começamos a construir as camadas desse personagem que agregava todo o elenco e quando voltamos para São Paulo encarávamos esse personagem, quase uma entidade nas festas do terreiro que o Márcio dirige. O interessante é que quando resolvemos montar o monólogo, não precisamos de muitos ensaios, pois o Márcio já tinha tomado posse desses sotaques de Madame. Só cabia arrumar luz, o tempo das coisas. O próprio Oficina tem o lema de dizer que não somos corpos físicos, somos corpos mutáveis. Essa montagem ilustra bem esse pensamento”, diz Drummond.

SERVIÇO:

  • Datas: 14 de março a 28 de março
  • Local: Teatro Oficina, Rua Jaceguai, 520 – Bixiga
  • Quando: Segundas-feiras, às 21h00
  • Duração: 90 minutos
  • Classificação indicativa: 14 anos
  • Valor: 50,00 inteira – 25,00 meia
  • Link para compra de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/71980

FICHA TÉCNICA:

  • Autoria e atuação: Márcio Telles
  • Direção: Marcelo Drummond
  • Produção executiva: Diego Dionísio
  • Direção de Cena: Elisete Jeremias
  • Cenografia: Tádito Produção
  • Assistente de Produção: Anderson Vaz e Robson Silva
  • Direção musical: Ito Alves
  • Preparação Vocal: Rafaela Romam
  • Piano: Rodrigo Jubeline
  • Percussão: André Santana
  • Iluminação: Luana Della Crist e Pedro Felizes
  • Assessoria de Imprensa: Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo
  • Imagem: Jennifer Glass

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Grupo Metrópole inaugura mais um point LGBTQIA+ em Recife
   8 de outubro de 2021   │     17:16  │  0

Com uma proposta de reunir a comunidade e seus simpatizantes o estabelecimento funcionará de segunda a segunda e nasce com a proposta de ser um espaço de homenagens a representatividade, resistência e muita cultura.

“Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!”. Tradução: “E aí mulher! Não faça a esquecida e pague meu dinheiro, deixe de mentira se não eu puxo seu cabelo”. A frase de abertura fez parte da prova de “Linguagens e Códigos” da edição 2018 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e é um pajubá, dialeto criado pela comunidade LGBTQIA+. Nascido na ditadura e com origem no iorubá e nagô, o vocabulário reúne apropriações linguísticas criadas no universo homossexual e das travestis. Como forma de homenagear o Grupo Metrópole inaugura nesta quinta-feira (07), o seu novo espaço o Pajubar, na Avenida Manoel Borba, 693, no coração da Boa Vista.

O Pajubar toma o lugar do Miami Pub, que durante o ápice da pandemia do Covid-19 abrigou o Delivery da Metrópole que agora mudou-se para outro lugar na casa. “Começamos com o Terraço do Delivery que deu super certo e vimos que com as restrições de distanciamento as pessoas sentiam a necessidade de se reunir em mesas com seus amigos para tomar um drink e degustar comidinhas. Os tempos são outros e a celebração a mesa está ditando a moda na noite LGBTQIA+”, explica a produtor cultural da casa Victor Hugo Bione

“Fomos produzindo o terraço com uma decoração inusitada e as ideias começaram a aflorar. Com as flexibilizações de reabertura dos bares e restaurante tiramos o projeto do Pajubar que já conta, além do Terraço, ao ar livre, e ampliamos com um interno climatizado”, revela Victor Bione.

O bar ganhou mais mesas e conta com um balcão em mármore e detalhe dourado, paredes na cor vermelha e uma galeria composta de quadros assinados pelo estilista e artista plástico Beto Kelner da Gatos de Rua. “Será uma galeria de arte moderna e estamos abertos para receber mais obras de artistas de Pernambuco para exposição”, avisa Victor Bione.

O Pajubar também tem um diferencial o seu staff é composto com 50% de homens e mulheres transsexuais. Para animar música ambiente com hits do momento. O cardápio é o quesito a parte composto por uma variedade de bebidas, como drinks especiais, espumantes, vinhos, cervejas de marcas nacionais e importadas, artesanais geladíssimas, pois houve a construção de uma câmara fria que deixa todos os produtos a ser consumido no linguajar mais apropriado um ‘véu de noiva’. Para comer petiscos diversificados. Agora é ir rumo ao PajuBar e se divertir.

”Bee anote na agenda inauguração do PajuBar quinta-feira 07/10, das 17h30 até 1h, terá muito ocó pra gente acuendar, a loka!

SERVIÇO

Inauguração Pajubar

Avenida Manoel Borba, 693, Boa Vista

Recife – PE

Das 17h30 até 1h

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Viado, bicha e sapatão ! Qual é a origem dessas palavras ?
   3 de maio de 2021   │     9:28  │  0

Seja qual for o motivo, ser chamado por estranhos de “viado” ou “bicha” (no caso de gays) e de “sapatão” (no caso de lésbicas) soa ofensivo. Porém, entre LGBTs, esses termos são usados como gírias ou brincadeiras, sem nenhum intuito de agredir ou constranger.

O que ninguém sabe ao certo é quando ou como essas expressões surgiram. Fato é que existem várias teorias para explicá-las –e até mesmo os especialistas em linguística divergem entre si. “Com relação a esses três termos, é importante dizer que fixar no tempo e no espaço sua origem é algo bastante complicado. Por esse motivo o mais adequado é falar de ‘possíveis origens'”, explica Stela Danna, doutoranda em linguística pela USP e pesquisadora do Centro de Documentação em Historiografia Linguística (CEDOCH-DL/USP).

Veado ou desviado da “normalidade”

Em se tratando de “viado”, esse termo aparece no dicionário como uma forma antiga de chamar um tecido de lã, com riscas ou veios. “Já a alternância da grafia ‘viado’ ou ‘veado’ para designar homens homossexuais indica duas possíveis origens. Há quem insista em usar ‘viado’, por acreditar que o termo teria vindo das palavras ‘desviado’ ou ‘transviado’, ou seja, pessoas que teriam se ‘desviado de uma normalidade’, ideia preconceituosa e bastante difundida durante a ditadura militar. No entanto, o mais provável é que ‘viado’ tenha vindo da palavra ‘veado’, usada para designar um animal mamífero, veloz, delicado e tímido”, comenta Stela.

A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) também aponta como principal referência de veado o personagem Bambi, lançado por Walt Disney em 1942. “Além de ter características ainda vistas como sinais de fragilidade e muitas vezes associadas ao feminino, os veados, durante o período de reprodução e sem poderem contar com uma fêmea, acabam depositando o esperma em outros veados. Todos esses aspectos teriam contribuído para que se associasse o termo aos homens homossexuais”, acrescenta Stela.

De fêmea do veado à prostituta

Já o termo “bicha”, de acordo com Stela e James Green, historiador especializado em estudos latino-americanos e ativista dos direitos LGBT, remontaria à corça, fêmea do veado, que em francês é chamada de “biche”. “Esse termo começou a ser usado no Brasil no início do século 20”, explica Stela.

“Parece plausível que os homens que frequentavam a subcultura estivessem simplesmente fazendo um trocadilho com a palavra ‘viado’, ao que adotaram um toque de sofisticação com o uso do termo francês. Além disso, ‘biche’ era também usado na França como um termo afetuoso para uma jovem mulher”, observa Green em seu livro “Além do Carnaval: A Homossexualidade Masculina no Brasil do Século 20”. Segundo Green, bicha também era empregado no passado como sinônimo de prostituta e seria possível que prostitutos efeminados costumassem se referir, em tom de brincadeira, a seus amigos e colegas como ‘bichas’.

“É importante perceber que, assim como ‘viado’, a palavra bicha também está ligada ao feminino. Esses termos acabaram sendo entendidos como sinônimos de passividade e fragilidade, ideias que caracterizavam as mulheres em um mundo dominado pelos homens”, diz Stela, lembrando que a partir da década de 60, pessoas machistas e conservadoras se apropriaram do termo para usá-lo contra homossexuais, atribuindo-lhe uma carga pejorativa.

No caso de “sapatão”, as possíveis origens divergem de época e contexto, mas, em comum, remontam a atitudes de transgressão e resistência. “A primeira delas remete aos poemas sobre amores lésbicos do poeta Gregório de Matos (1636 – 1696), em que aparece a figura de uma mulher chamada Luiza Sapata. A segunda hipótese parece estar relacionada aos calçados masculinos, pois na década de 1970, com uma nova retomada do movimento feminista, algumas mulheres teriam passado a usar esses ‘sapatões’, em vez dos modelos femininos. Os calçados masculinos eram maiores, menos delicados e mais confortáveis. Essas mulheres então acabaram sendo identificadas como ‘sapatão'”, diz Stela.

Quem tem opinião semelhante à de Stela sobre a origem baseada nos “sapatões masculinos” é o etimologista Reinaldo Pimenta, que no livro “A Casa da Mãe Joana 2: Mais Curiosidades nas Origens das Palavras, Frases e Marcas” diz que a expressão “surgiu na década de 1970, quando as mulheres com orientação sexual alternativa (lésbicas) tinham predileção por usar esse tipo de calçado, mais caracteristicamente masculino”.

Já nos livros “A Vida Íntima das Palavras” e “De Onde Vêm as Palavras”, outro etimologista, Deonísio da Silva, lembra que “em décadas passadas, conhecida música de programa de auditório dizia: ‘Maria sapatão, sapatão, sapatão. De dia é Maria, de noite é João'”. Porém, segundo a pesquisadora Stela, a marchinha de carnaval “Maria Sapatão”, escrita por João Roberto Kelly e cantada pelo apresentador Chacrinha, nos anos 1980, não lançou o termo associado a lésbicas, mas teve o papel significativo de popularizá-lo por todo o Brasil.

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