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Nascem gêmeos do casal gay que usou material genético da família
   24 de fevereiro de 2022   │     15:13  │  0

Marc e Maya, gêmeos filhos do casal brasiliense Gustavo Catunda e Robert Rosselló, nasceram na tarde da última quarta-feira (23/2). Os bebês foram os primeiros nascidos após a nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que permite utilizar óvulos de parentes, de até quarto grau, para gerar bebês.

Nas redes sociais, os pais compartilharam todo o processo do parto, desde o início das contrações até a internação, nascimento e a primeira mamada dos bebês. A prima de Gustavo e barriga solidária do casal, Lorenna Resende, entrou em trabalho de parto na noite de terça-feira (22/2) e passou a madrugada sendo assistida pela doula Aline Galvão.

Por volta das 8h de quarta, já no hospital, Lorenna apareceu nas redes sociais contando como foi a noite: “aguardando a internação, os meninos estão super nervosos. Estou aqui com a minha doula, passamos uma madrugada inteira de muita dor. Gente, não se enganem, tá, eu sinto dor, mas eu finjo estar bem e me comporto direitinho. Enfim, estamos aqui, em breve esse barrigão não me pertencerá mais”, disse a jovem, mostrando a barriga.

“Hoje foi, sem dúvidas, o dia mais longo e mais emocionante das nossas vidas. O sentimento é impossível de descrever”, escreveram os pais dos gêmeos, que nasceram no Hospital Santa Helena. Maya nasceu primeiro, às 11h08, com 45 cm e 2,3kg. Dois minutos depois, às 11h10, Marc veio ao mundo com 44,5cm e 2,3kg. “Nunca sentimos nada que se comparasse ao sentimento que tivemos hoje. Nosso amor de casal, que já era o maior do mundo, agora tomou uma proporção imensurável. O amor de uma família que se formou hoje”, declararam os mais novos papais. “O nosso maior legado”, garantiram.

A história da gestação, relevada pelo Correio em setembro de 2021, é um marco para a medicina reprodutiva. O ginecologista especialista em reprodução, Nicolas Cayres, um dos responsáveis pelo parto de Marc e Maya, declarou que esta quarta (23) é um dia histórico. “Sem dúvidas um marco na história da reprodução assistida no Brasil e uma vitória também para a comunidade LGBTQIA+”, garantiu. “Hoje eu termino meu dia dizendo que eu estou realizado”, assumiu o médico.

Relembre o caso

Marc e Maya são fruto, acima de tudo, do amor dos engenheiros civis Gustavo, 29 anos, e Robert, 31, casados há 10 anos. O sonho da paternidade se tornou realidade com o apoio da família: o sêmem de Robert fecundou o óvulo da irmã de Gustavo e a prima dele se encarregou de gestar os bebês.

Tudo começou quando os moradores de Taguatinga Norte se conheceram na faculdade, tornaram-se melhores amigos e perceberam que a amizade daria uma linda história de amor. “Desde o primeiro momento, sabíamos que queríamos ser pais”, relatou Gustavo ao correio, na época em que o caso foi revelado.

O objetivo, segundo Robert, era usar a combinação de material genético de ambos. “Sempre quisemos fazer uma misturinha de nós dois”, ressalta. Gustavo completa, citando que imaginavam como seria possível concretizar o sonho. “A forma mais próxima de fazer isso era usar o óvulo da minha irmã, Camila, com o sêmen do Robert. Eu e ela somos muito parecidos na aparência”, explica Gustavo.

Em 2015, eles iniciaram o processo para se tornarem pais e encontraram a primeira dificuldade, que se juntou ao desafio de serem gays. “Naquele ano, descobrimos que não poderíamos usar os óvulos da Camila”, lembra Robert. A doação de material genético no Brasil só podia ser feita de maneira anônima, sem saber a procedência biológica da doadora.

Mesmo contrariando o desejo original, o casal passou a buscar as possibilidades disponíveis. Os engenheiros, então, cogitaram fazer todo o processo em outro país. Segundo eles, houve duas propostas, uma nos Estados Unidos, ao custo de U$ 100 mil, cerca de R$ 526 mil, e outra na Colômbia, com preço de U$ 60 mil, aproximadamente R$ 315,6 mil. “E para pagamento à vista”, acrescentou Gustavo. “Vimos que seria impossível fazer o processo em outro país, e continuamos à procura, inclusive da barriga”, continuou. Mas então, a resolução do CFM mudou todo o cenário. Na primeira tentativa após a autorização do conselho, Lorenna engravidou dos gêmeos.

Agora, Gustavo e Robert aproveitam cada segundo ao lado dos seus tão sonhados filhos. “A paternidade é uma emoção indescritível”, disseram.

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Ministério da Saúde investe R$ 200 milhões em ações de prevenção e controle de ISTs e hepatites virais
   14 de fevereiro de 2022   │     17:03  │  0

O Ministério da Saúde aprovou os valores de incentivo às ações de vigilância, prevenção e controle de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), aids e hepatites virais em 2022. No total, estados e Distrito Federal terão à disposição R$ 200 milhões — repasse 11% maior que o feito em 2021, quando a Pasta destinou R$ 178,4 milhões às unidades federativas.

Gestores estaduais têm até 9 de março para definir os municípios que receberão os recursos e encaminhar ao Ministério as resoluções para que sejam feitos os repasses, que devem ser pagos em 12 parcelas mensais. Cada unidade federativa tem autonomia para incluir ações, em conformidade com a situação epidemiológica local.

A recomendação é que as unidades federativas se atentem ao Programação Anual de Saúde (PAS) e às prioridades de investimentos da Secretaria de Vigilância em Saúde. O alinhamento é importante para que haja uma maior integração da resposta nacional.

Devem ter prioridade os municípios sede de regiões de saúde, tendo em vista a posição de referência para os municípios do entorno. O Governo Federal também orienta que seja avaliada a inclusão de municípios de fronteiras em contexto de vulnerabilidade.

Redação com informações do Ministério da Saúde

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Casal adota 5 irmãos para não separá-los
   5 de fevereiro de 2022   │     17:53  │  0

Foi a empatia que fez um casal adotar cinco irmãos que viviam em um abrigo em Rio Claro, interior de São Paulo, para não separá-los. ATUALIZAÇÃO: ESTAMOS COM UMA VAQUINHA PARA ELES. AJUDE AQUI.

Jhonatan Wiliantan da Silva, de 28 anos é casado com o enfermeiro Daniel Rocha Braz, de 28 anos. Ele conta que não pensava em ser pai antes da união. Com o relacionamento, veio a vontade de ter os próprios filhos e foi quando ele conheceu as crianças: João Miguel, de 1 ano e 6 meses, Iara, de 3 anos, Harry, de 4 anos, Wendel, de 6 anos e Douglas, de 11 anos.

Paternidade

Antes de conhecer as crianças, Jhonatan e Daniel consideraram a barriga de aluguel para realizar o desejo da paternidade. Uma tia de Jhonatan se voluntariou, mas acabou que o processo foi interrompido.

Foi quando ele conheceu Douglas, Wendel, Harry e Iara, que viviam em um abrigo da cidade. O jovem então entendeu que a paternidade poderia acontecer de outras formas.

“Eu vi que tinham muitas crianças que podiam precisar de mim”, explica. “Eu sempre gostei de cuidar”.

Jhonatan então apadrinhou os irmãos e mantinha as visitas frequentes. “Eu tinha um carro. Então eu pegava [as crianças] e levava para tomar sorvete, fazer as unhas, essas coisas”, lembra.

Com a chegada da pandemia, as visitas foram cortadas por causa das políticas de isolamento.

Como o apego já era grande, Jhonatan então passou a fazer vídeos e mandar para que as crianças se sentissem mais próximas dele. “Lá [no abrigo] falta o amor, o calor, o carinho que a gente tem na nossa casa”.

Guarda das crianças

Entendendo que os meninos já eram parte da família, Jhonatan então decidiu partir para a adoção. Só que o processo veio com alguns obstáculos.

Ele lembra que foi muito taxado por ser homossexual, principalmente por parte da família das crianças. “As pessoas que me taxavam geralmente eram as mesmas que não queriam cuidar das crianças quando a mãe perdeu a guarda”, lembra.

Além do preconceito, veio a dificuldade financeira e a insegurança de cuidar de quatro crianças pequenas. “Mas eu queria tanto, que não tinha medo de nada”.

Com a entrada do pedido de adoção, Jhonatan soube que a mãe das crianças estava novamente grávida e que o bebê também iria para o abrigo.

Ele conta que chegou a conversar com a família e a tia paterna dos meninos disse que cuidaria do mais novo. Só que após pouco tempo, ela o entregou para a casa de acolhimento.

Jhonatan então passou a ir novamente até o abrigo, mas dessa vez para cuidar de João. Quando saiu a guarda, em dezembro de 2020 e ele decidiu que também levaria o bebê para casa.

Presente de Natal

Jhonatan lembra do Natal de 2020 com muita emoção. Ele conta que os quatro irmãos mais velhos já moravam com o casal na época e só faltava João.

“Eu levei ele na noite de Natal. Deixei ele perto da árvore, chamei as crianças e perguntei: o que vocês gostariam de ganhar de presente?”.

Sorrindo, o pai disse que os meninos falaram vários brinquedos. Então ele anunciou a surpresa. “O Papai Noel mandou outro presente e disse que era para cuidar com muito amor”. Então ele mostrou o bebê e todos se emocionaram muito. “Foi uma noite muito especial e inesquecível”.

Rede de apoio

Para cuidar das crianças, o casal conta com uma rede de apoio linda de amigos. Daniel é enfermeiro e Jhonatan trabalha em uma empresa multinacional. Só que a renda é bastante apertada e hoje eles recebem leite, fralda e outras ajudas para que não falte nada para a família.

“Eu recebo ajuda de leite, brinquedos e muito mais. As pessoas apadrinharam meus filhos”, explica emocionado. “Sem eu saber, as pessoas fizeram uma vaquinha para fraldas quando o João veio para cá”.

Eles também ganharam uma treliche de uma amiga e uma cama para a Iara. Outro momento emocionante, segundo o pai, foi no dia que precisou comprar o berço para João. Quando uma pessoa da loja soube da história deles, fez questão de doar a cama para o bebê.

Mas o pai reforça que não depende das doações. Hoje, Jhonatan trabalha para que durante o dia ele possa cuidar das crianças enquanto Daniel vai para o hospital.

Ele ainda ressalta que prefere muito mais que as pessoas ajudem com coisas do que com dinheiro. “Eu tenho medo das pessoas acharam que estou usando meus filhos”, explica.

Futuro

Sobre o futuro, Jhonatan e Daniel pensam em dar o melhor para as crianças. Hoje, o medo e a insegurança diminuíram, mas eles lembram que passaram por momentos bem complicados.

“Foi difícil? Sim. Pensei em desistir? Nunca”, reforça. “Eu não nasci pai. Eu aprendi a ser um”.

E mesmo com algumas dificuldades, eles buscam sempre dar o melhor para as crianças. No ano passado, Jhonatan e Daniel levaram os cinco irmãos para ver o mar pela primeira vez.

“Eu sinto que eles sempre foram meus filhos. Eu só precisei que outra mãe os gerassem”, finaliza.

Parabéns pela família, meninos! Vocês são um grande exemplo!

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