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Empresas que não gostam de LGBTI+ não merecem nosso dinheiro
   9 de fevereiro de 2019   │     14:31  │  0

Tem muitas marcas se posicionando sobre casamento entre pessoas do mesmo gênero e sobre a criminalização da LGBTfobia. Mas é complicado saber, daqui de longe, quais estão apoiando por acreditarem ou apenas para pagarem de boazinhas. Nem sempre dá pra saber se aquela marca tem mesmo uma política inclusiva, ações afirmativas e ações punitivas para comportamentos de preconceito. Mas o que dá pra saber com certeza, mesmo de fora, é quem são as empresas que não estão nem aí pra essas causas. E meu dinheiro é muito importante para eu entregá-lo para alguém que está contra mim. Cansado de só falar disso em mesas de bar, listei alguns casos aqui e vou adicionando na medida que descobrir mais coisas.

adicionando na medida que descobrir mais coisas.

Última atualização: 05/02/19

Barilla

Captura de Tela 2014-11-07 às 11.51.41Guido Barilla, o presidente da marca de massas, declarou que não terá famílias gays nos comerciais de seus produtos e que quem tiver alguma coisa contra essa decisão deveria comer produtos de outra marca. Combinado! (link) Dois meses depois das ameaças de boicote internacional, ele voltou atrás e disse que estava aberto a conversar com líderes de movimentos LGBT+ e a empresa anunciou algumas mudanças na política de diversidade (link), mas né? Tem muita marca de macarrão no mundo, é fácil comer de outra.

Cinemark

Captura de Tela 2014-11-07 às 11.52.19Lembra da Prop 8? Era uma emenda que seria feita na California para voltar atrás e proibir casamentos gays por lá. Seria a primeira vez que iam alterar leis para tirar direitos de alguém! As campanhas contra e a favor dela foram enormes na época (2008) e Alan Stock, CEO da empresa, doou um bom dinheirinho para a campanha pelo “sim”, ou seja, contra os gays. Apesar da pressão da mídia e da ameaça de boicote, o Cinemark não se pronunciou sobre isso, justificando que “não seria apropriado que a empresa tentasse influenciar seus funcionários sobre questões fora do ambiente de trabalho” (link). O que mais me irrita na questão do Cinemark é a hipocrisia de ter esse posicionamento mas não ter problema nenhum em encher o bolso de dinheiro exibindo “Milk”, “Brockeback Mountain” e vários outros filmes que pregam a tolerância ou falam de preconceito.

Centauro

logoO mineiro Sebastião Bomfim Filho, dono da rede rede de artigos esportivos – uma das maiores varejistas do Brasil – disse, de dentro de seu apartamento no bairro Jardins, que acha melhor seus amigos de golfe já irem se acostumando: “Em outubro, vou de Bolsonaro. Está decidido”, afirma, sobre seu voto nas próximas eleições ir para um candidato racista, misógino, homofóbico e machista. O voto é livre, mas minha decisão de compra também. Pra mim, não faz sentido comprar de alguém que apoia alguém com esses pensamentos preconceituosos, tem muitas outras lojas no mundo pra eu ir. (fonte)

Domino’s

Captura de Tela 2014-11-07 às 11.53.39O fundador da pizzaria, Tom Monaghan, contribui financeiramente para organizações que se opõem aos direitos LGBT. O presidente do conselho da empresa, David Brandon, também é pessoalmente contra casamento gay. E o CEO atual, Patrick Doyle, faz doações financeiras regulares para causas de direita e republicanas, tradicionalmente anti-gays (link). Aqui é mais a posição pessoal dos caras do que política da empresa, mas eu não quero meu dinheiro indo pra essa galera.

Exército da Salvação (The Salvation Army)

Captura de Tela 2014-11-07 às 11.54.34Por trás dessa organização sem fins lucrativos existe, na verdade, uma igreja evangélica (link). E, por isso, ela se acha “isenta da discussão”, já que lhes é permitido que preguem o fim dos LGBT+ e que eles podem se curar etc. A organização foi uma das protegidas do governo Bush e, segundo funcionários, apesar de não discriminar pessoas na hora de fazer suas doações, ela é bem taxativa na hora de fazer contratações: funcionários gays não têm lugar.

Sérgio K

skA marca de roupas criou estampas para a Copa do Mundo de 2014 indicando que certos jogadores famosos eram gays (link). Apesar desse tipo de xingamento ser comum no futebol, não podemos aceitar nunca que passem isso pra frente. É ofensivo: ser gay não torna ninguém menos capaz ou inferior. Além disso, a marca criou blusas para a campanha de Aécio Neves (link), candidato de direita que prometeu nas redes sociais “acompanhar com neutralidade as discussões sobre criminalização da homofobia” (ou seja, prometeu fazer NADA) e que tinha Malafaia e Bolsonaro apoiando sua candidatura. E qualquer um que tá junto desses dois está contra você.

Lojas Havan

Logo_Lojas_HavanOutra marca notavelmente a favor do Bolsonaro. Mas a situação fica pior: o dono da rede, Luciano Hang, resolveu constranger seus empregados, os obrigando a usar uma camiseta de seu candidato e a ficarem pelo menos 22 minutos o ouvindo falar sobre seu voto. No meio de seu discurso, pareceu ainda coagir os funcionários a votar em Jair Bolsonaro em troca da permanência no emprego. “Você está preparado para sair da Havan? Você que sonha em ser líder, gerente, e crescer com a Havan, você já imaginou que tudo isso pode acabar no dia 7 de outubro?”, disse ele para a plateia, bem pouco entusiasmada. [fonte 1] [fonte 2] [fonte 3]

Riachuelo

1.jpgApesar de várias coleções com frases e personagens para agradar consumidores LGBT+, as coisas são diferentes do lado de dentro. A empresa, que nunca traz LGBT+ em suas campanhas publicitárias, tem como presidente Flávio Rocha. Ele frequenta a igreja protestante Sara Nossa Terra e, segundo sua esposa, “é uma pessoa que tem muita fé, e a gente segue os princípios voltados para a família e para a Bíblia.” Apesar de negar ser homofóbico, na hora de buscar apoio para a candidatura à presidência, correu para o MBL e gritou para todo lado sua posição contrária à descriminalização do aborto e à promoção de direitos LGBT+, como o casamento homoafetivo. Jair Bolsonaro sinalizou que adoraria tê-lo como vice, mas Rocha diz não ter aceitado por Bolsonaro ter visões “de esquerda sobre a economia”, o que confirma que ele está de acordo com as demais posições do político citado. [link]

Victor Vicenzza

vvcO designer Victor Vicenzza, dono da marca de sapatos do mesmo nome, passou a seguir e curtir publicações de Jair Bolsonaro (PSL) em sua conta no Instagram. O caso repercutiu na internet e, inclusive, motivou a cantora Pabllo Vittar a romper relações com a grife: “Deixo meu agradecimento de apoio até agora, mas não poderia aliar meu trabalho a um discurso que deixa claro não se importar com os diretos humanos de toda comunidade LGBTQIA+, da qual faço parte”, escreveu. De frente à polêmica, a marca emitiu um comunicado reiterando o apoio político de seu dono ao candidato, abertamente homofóbico, racista e misógino – o que mostra que a empresa quer nosso dinheiro, mas não nossa integridade física, já que apoia um candidato que quer, literalmente, nos matar. (link)

Coco Bambu

Screen Shot 2018-09-25 at 08.24.53A rede de restaurantes, especializada em frutos do mar, tem como sócios Eugênio Veras Vieira e Afrânio Barreira Filho. De acordo com informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os caras doaram R$40 mil para a campanha do candidato à presidência Jair Bolsonaro. Se você é LGBT+, mulher ou negro, sugiro comer seus frutos do mar em um restaurante que não apoie um candidato que te trata como lixo. (fonte)

Supermercado Hirota

Screen Shot 2018-06-25 at 10.27.41No último ano, o mercado distribuiu uma cartilha que condena a união entre pessoas do mesmo sexo e diz que gays são “distorções da criação”. “O casamento homoafetivo está na contramão do propósito divido e não pode cumprir o seu propósito. A relação conjugal entre homem e homem e mulher e mulher é antinatural, é um erro, uma paixão infame, uma distorção da criação”, dizia parte do texto. O material, que também trazia mensagens sobre vários outros assuntos, foi escrito pelo pastor Hernandes Dias Lopes, da Igreja Presbiteriana, que o vendeu ao mercado, que decidiu pagar pela tiragem de 10 mil exemplares. Em comunicado oficial, após a polêmica nas redes, protestos nas lojas e ameaças de boicote, o Hirota disse não ter intenção de ofender ou discriminar qualquer forma de amor. Sei. [fonte]

Supermercados Condor

Screen Shot 2018-10-06 at 11.47.47Outro caso parecido com o da Havan: foi divulgado um vídeo em que seu presidente, Pedro Joanir Zonta, declara apoio a Jair Bolsonaro como candidato à presidência e pede que seus funcionários “confiem em mim e nele para colocar o Brasil no rumo certo”. Para a procuradora regional eleitoral responsável pelo caso, há uma “clara ofensiva ao direito de escolha desses empregados”. O funcionário pode ficar com medo de perder o emprego ou sofrer retaliações caso não siga a orientação do empregador. Tem vários outros mercados pra gente ir, galera. [fonte]

PanVel Farmácias

panvelJulio Mottin Neto, CEO da rede de farmácias Panvel, do Grupo Dimed, foi comemorar no Twitter a decisão de Jean Wyllys deixar o país devido às sérias e constantes ameaças de morte que vem recebendo. Ele tweetou citando o político nominalmente, dizendo que ele não fará falta por aqui. Quando você representa uma empresa, você fala por ela. E não acho que seja motivo para comemoração um deputado eleito democraticamente, o único até então abertamente LGBT+, deixar seu cargo com medo de morrer. O caso foi polêmico e fez Mottin até deletar sua conta no Twitter – mas a gente viu, fez print e não vai comprar mais nada lá. [fonte] [fonte] [fonte]

Festival Coachella

coachella-feature-2Nossa, muito legal o showzinho da Beyoncé –  e de outros artistas feministas e LGBT+ no festival -, mas o dono do evento é Philip Anschutz, um bilionário de 78 anos que investe boa parte do seu dinheiro em políticas conservadoras. Depois de virem a público suas doações para organizações como Alliance Defending Freedom e Family Research Council, amplamente divulgadas por serem anti-LGBT+, Anschutz disse que seu objetivo nunca foi apoiar a desigualdade. Mas, só em 2017, receberam dinheiro do dono do Coachella pessoas como Cory Gardner, senador do Colorado que defende o porte de armas, e Scott Tipton, congressista do Colorado que é contra aborto e casamentos entre pessoas do mesmo sexo; entre outros. [link]

Qualquer coisa russa

Putin, presidente do país, assinou um projeto de lei anti-gay, classificando “propaganda homossexual” como pornografia. A lei é ampla e vaga, de modo que qualquer professor que diz aos alunos que a homossexualidade não é errado pode ser preso. Mais de 70 pessoas foram presas por lá indo para um show da Madonna! Aliás, quando ela se pronunciou contra essa lei no palco, saiu do país com uma multa de 1 milhão de dólares nas costas. Nem mesmo um juiz, advogado ou legislador podem discutir publicamente sobre tolerância sem ameaça de punição. Como resposta, várias pessoas tem estimulado boicote a q-u-a-l-q-u-e-r produto importado da Rússia. (link) (link)

Sabe de alguma outra empresa que não tem sido muito legal com direitos gays? Tem algum link que prove que essas empresas acima mudaram suas políticas? Deixa aí nos comentários.

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Conheça a história de Chandelly Kids, a drag que se monta para divertir crianças com câncer
   8 de fevereiro de 2019   │     8:34  │  0

Aos 24 anos, o jovem Dackson Mikael de Sousa Rodrigues, mostra que já enfrentou preconceitos, superou barreiras e hoje quebra paradigmas. Há quatro anos como Chandelly Kidman, a drag queen decidiu conciliar as performances nos palcos da noite, de eventos, confraternizações, com um projeto social no mínimo louvável. Mikael de Sousa, ou melhor, a Chandelly, anima crianças que fazem tratamento de câncer em um hospital do Piauí.

“É um projeto de realização pessoal, que alimenta o meu ser e me faz mais humano. Particularmente, dos projetos que eu estou ligado, é o que mais gosto porque é um projeto social, diferente de qualquer outro projeto artístico já visto. E não está nem um pouco ligado à arte de ser drag queen, que trabalha na noite, em festas e baladas”, disse.

Chandelly Kidman dedica um dia por mês para visitar crianças no Hospital São Marcos, clínica referência no tratamento de câncer no Piauí.

Durante as apresentações, a drag queen monta uma grande e divertida festa para as crianças. Além disso, pais, mães e profissionais de saúde que acompanham os pequenos no tratamento de saúde, se reúnem numa confraternização onde todos cantam e dançam.

Crianças, pais e profissionais de saúde participam de festa em hospital (Foto: Mikael de Sousa/Arquivo Pessoal)
Crianças, pais e profissionais de saúde participam de festa em hospital (Foto: Mikael de Sousa/Arquivo Pessoal)

“Esse projeto significa muito tanto para mim quanto para as crianças porque isso acaba sendo uma extensão do tratamento que elas fazem no hospital. Era um desejo pessoal e eu não tinha noção do quanto era importante. Estou fazendo parte da vida dessas crianças e de alguma forma ajudo no tratamento. Com o projeto, eu reflito mais sobre o mundo por conta do poder dessa sutiliza”, contou.

A proposta do Chandelly Kids, segundo a mentora, é levar um ar mais festivo a um ambiente de hospital. No espaço onde acontecem as apresentações, a drag queen envolve ainda artistas convidados em um local onde é montada uma decoração temática. Desde que o projeto foi iniciado, já foram 10 apresentações.

“Tem também toda uma questão da quebra de paradigmas. Porque no imaginário das pessoas, o lugar de uma drag queen é na noite. A gente vive em um momento de caos em relação ao preconceito. E acho que quando eu levo uma drag para este ambiente, causa um questionamento político sobre LGBT, sobre gêneros. É preciso refletir”, disse.

A vida pessoal
Poderia ser só mais uma história de quem é homossexual e enfrenta diariamente o preconceito. Mas para o bailarino Mikael de Sousa, que mora no bairro Dirceu, Zona Sudeste de Teresina, tudo não passou de uma prova de vida. Problemas de bulling na escola? “Não sofri muito com isso”, disse ele. O perfil mais popular, engraçado, extrovertido e divertido de ser ajudou Mikael a tirar esse problema de letra.

“Eu não sofri bulling na escola porque sempre coincidia de eu estudar com as mesmas pessoas. E também era muito popular, o mais engraçado, o mais danado e o mais divertido. E isso atraia as pessoas ao meu lado”, contou.

Os conflitos interiores sobre ser ou não homossexual não fizeram parte da vida de Mikael até porque ele considera que esse momento de transição foi natural. O gostar de cores, e coisas do universo feminino como baton, saia, cabelos grandes o atraía.

“O meu maior desafio foi enfrentar a minha família porque eles não me aceitavam como gay, nem como drag queen”, disse.

O processo mais delicado foi assumir para a família que era homossexual. Houve um tempo em que o jovem teve que sair de casa, porque a família não o aceitava.

Mikael de Sousa diz que processo de descoberta sexual acontecer naturalmente (Foto: Mikael de Sousa/Arquivo Pessoal)
Mikael diz que descoberta sexual aconteceu naturalmente (Foto: Mikael de Sousa/Arquivo Pessoal)

“Essa transição da descoberta da minha homossexualidade na adolescência foi bem pesada. Porque na época minha mãe não sabia o que era e não sabia como lidar com isso. E foi um choque. Até porque era algo que eles não tinham conhecimento, sobre a homossexualidade. Tinha várias perguntas que ela não conseguia responder. Ela ficou muito confusa, mas com o tempo tudo se resolveu”, disse.

A carreira
O boom da carreira de Chandelly Kidman teve como ponto de partida a conquista do título de melhor drag do país que recebeu durante um dos concursos mais importantes do movimento artístico: o Brasilian Drag. A conquista veio em 2014 e desde lá Chandelly já se apresentou em festivais de danças e foi convidada para eventos em diversos estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e na terra natal, o Piauí.

“Hoje eu procuro encontrar uma relação entre Mikael e a Chandelly. Mikael é bailarino, que trabalha com a dança contemporânea, dá aulas de danças para crianças e também dá aulas de drag queen. Já a Chandelly tem toda uma áurea de glamour, que entrou em um projeto social e também tem uma ligação muito forte com as crianças, mas os dois são diferentes, mas que podem se fundir e sair uma mistura boa”, disse.

Chandelly Kidman ganhou em 2014 o título de melhor drag queen do Brasil (Foto: Reprodução/Instagram)
Chandelly Kidman ganhou em 2014 o título de melhor drag queen do Brasil (Foto: Reprodução/Instagram)

O ser drag e o movimento LGBT
Drag queen é um personagem criado por artistas performáticos que se travestem ou se fantasiam, usam roupas extravagantes e maquiagens fortes. Normalmente, as apresentações de uma drag queen acontecem na noite em boates, eventos particulares e confraternizações. “Não há associação às questões de gênero e qualquer um pode ser uma drag queen”, disse Mikael.

“As minhas participações no movimento LGBT sempre foram individuais e tímidas. Era uma espécie de militância particular, desvinculada de qualquer grupo. Estudava sobre, debatia, mas sempre de forma individual. Depois que o nome da Chandelly ganhou espaço, foi que eu comecei a militar com os grupos e apoiar de forma mais pública e coletiva a causa”, disse.

 O trabalho de Chandelle é tão conhecido, que a nova série para o seu canal no Youtube e no Facebook, a Netflix contou a história de uma drag queen que anima crianças no hospital do câncer, a série em questão se chama “Os Originais” e conta histórias de pessoas comuns que fazem coisas extraordinárias.

A história de Dackson Mikael de Sousa que dá vida a Chandelly Kidman, drag queen de Teresina-PI já foi contada em programas de TV e Jornais, orgulhando as pessoas da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e amantes da arte drag.

O episódio que foi ao ar ontem (19) já tem recebido críticas de pessoas homofóbicas, mas a produção ficou incrível, contando a história da Drag Queen e mostrando a realidade de sua vida. Uma das partes mais importantes é quando ela aparece voltando do hospital ainda montada no ônibus lotado e os olhares das pessoas, que não sabem de onde ela veio ou o que ela faz, apenas julgando o jovem vestido de drag queen.

O convite para que participasse da produção veio através do Instagram, todos os trajes usados no vídeo foram produzidos por ela e o namorado em seu novo ateliê. A Chandelly já ganhou o concurso Brazilian Drag e esse ano apareceu no programa da Eliana no SBT pelo sucesso de seu vídeo dançando Beyoncé em uma praça enquanto chovia.

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Lutador Anthony Bowens assume em vídeo que é homossexual
   7 de fevereiro de 2019   │     12:51  │  0

Dois anos atrás, o famoso lutador de wrestling, Anthony Bowens, assumiu sua bissexualidade em um vídeo divulgado em seu canal no YouTube. No entanto, em um novo vídeo divulgado no início de 2019, o atleta de 28 anos admitiu que se identifica apenas como gay.

“Me assumi bissexual, o que foi surreal. Me identificava assim porque realmente não entendia muito da comunidade LGBT. Conforme o tempo passou, me entendi melhor”, disse ele no vídeo em que aprece acompanhado de seu namorado, o youtuber e personal trainer, Michael Pavano, de 25 anos.

“No último ano,achei várias notícias minhas na Internet fazendo uma pesquisa, e todas falavam da minha bissexualidade. Isso me incomodava porque eu não me identificava mais desta forma! Me sinto mais confortável hoje sendo identificado como gay”, continuou. Ainda no vídeo, Bowens diz estar apaixonado pelo namorado e que espera ficar com ele o resto da vida. Fofos, não é mesmo?!

Confira o vídeo

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Saí Jean mas multiplica o número de LGBTs no Congresso nacional
   6 de fevereiro de 2019   │     12:19  │  0

A desistência de viver no Brasil e se dedicar a política do ex-deputado Jean Wyllys, surpreendeu a muitos.

Progressista, sempre muito ativo nas lutas e defesa dos direitos das minorias, Jean acabou desistindo da vida política após uma série de ameaças contra a sua vida, cuja autoria é investigada e aponta para os mesmos assassinos da vereadora assassinada Marielle Franco: a milícia organizada, aliada de conservadores e que não quer ter seus malfeitos investigados (se explicando aí a morte de Marielle, cujos projetos iam de encontro aos interesses destes criminosos).

A saída de Jean será sentida, uma vez que ele foi o primeiro congressita brasileiro abertamente LGBT a defender os direitos LGBTs.

Jean foi eleito quatro anos como melhor deputado do país e foi considerado em 2015 pela The Economist como uma das 50 personalidades que mais lutam pela diversidade no mundo. No Brasil foi uma das vozes mais ativas e fundamentais em casos como a aprovação do casamento homoafetivo aprovado pelo STF, e também em propostas de lei que o Congresso brasileiro nunca sequer colocou em discussão, como é a Lei João Nery, que ajuda a difícil realidade da população transgênero, garantindo por lei direitos e dignidade a esta parcela ainda tão marginalizada dos brasileiros.

Mesmo com toda relevância de sua presença na Câmara em três mandatos consecutivos, Jean não resistiu à máquina de distribuição de fake news que começou sem que ninguém percebesse com ele como alvo mais de 5 anos atrás, manchou sua reputação pela população com associações de sua imagem à crimes como pedofilia e projetos de lei absurdos que nunca foram propostos atribuídos a sua autoria, e culminaram na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Isso, aliado as ameaças de morte pelos mesmos executores de Marielle Franco, fizeram o parlamentar optar pela vida e sanidade, optando por deixar o cargo e indo viver fora do Brasil.


Assista também:


Entretanto, a saída de Jean e a chegada do conservadorismo à presidência do país e boa parte do Congresso, não significaram uma vitória para os reacionários… Pelo contrário, progressistas mostraram mais do que nunca que resistirão à esta fase tenebrosa.

Em contra-partida, conseguimos pela primeira vez eleger a níveis municipais, estaduais e federais, um número recorde de representantes LGBTs. São vereadores (já eleitos dois anos atrás), vários deputados estaduais, e no caso do Congresso Nacional, dois deputados federais e um senador abertamente LGBTs.

De Jean, que era o único LGBT assumido até o ano passado no Congresso, hoje a comunidade LGBT conta com três representantes. Isso sem considerar o avanço da bancada progressista, com muitos representantes que são heterossexuais e cisgêneros, mas que nem por isso deixam de apoiar a luta da diversidade pela igualdade.

Quem são os representantes abertamente LGBTs do Congresso Nacional:

Mais à centro-direita, tivemos a eleição do deputado federal Marcelo Calero do PPS, que é gay e foi eleito deputado nas eleições de 2018 pelo social-democrata PPS, força que foi oposição aos governos do PT a partir de 2004 e até ao fim do consulado de Dilma Rousseff. Calero, aliás, ganhou notoriedade como ministro da cultura do governo liderado por Michel Temer ao longo de seis meses.

Deputado Marcelo Calero

Ele saiu do cargo após a Era Temer ter seu primeiro grande escândalo, quando o hoje detido Geddel, queria aprovar a construção de um edifício no centro de Salvador em benefício próprio e Calero preferiu se demitir a aprovar a falcatura que resultou na demissão também de Geddel, que acabou sendo preso pela descoberta, não explicada, de 51 milhões de reais [cerca de 12 milhões de euros] num dos seus apartamentos.

Outro representante LGBT eleito de maneira incrível, já que desbancou o concorrente fundamentalista pastor Magno Malta nas eleições ao Senado, foi o senador Fabiano Contarato(REDE), abertamente gay, casado com um homem e pai de Gabriel, quatro anos, recentemente adotado.

Fabiano Contarato e família.

Na campanha, mesmo defendendo bandeiras como a inclusão e os direitos LGBT, Contarato declarou-se cristão praticante, à imagem de Marina Silva, a líder do seu partido, o Rede. Uma vez eleito, lamentou as fake news propagadas contra si e usou expressão bíblica para classificar o seu sucesso – “Davi venceu Golias”.

Já o terceiro representante abertamente LGBT do congresso brasileiro foi o deputado federal pelo PSOL David Miranda.

David Miranda e família.

David Miranda tem 33 anos, foi o primeiro vereador gay do Rio de Janeiro. Em seus 2 anos como vereador aprovou diversos projetos de lei favorecendo a população de baixa renda, aposentados, LGBTs e artistas locais do Rio. Conheça todos aqui.

Antes de entrar para a política, David veio de uma origem bastante humilde, a favela do Jacarezinho. Trabalhou como engraxador de sapatos, faxineiro, distribuidor de panfletos, estafeta e caixa de restaurante enquanto se formava em Comunicação.

Há 13 anos é casado com Glenn Greenwald, o jornalista americano que publicou reportagens no caso “Edward Snowden”, com quem tem dois filhos adotados há dois anos.

Em sua posse dia 01/02 no congresso brasileiro, ele declarou: “Hoje se inicia um novo desafio. Começa a nova legislatura no Congresso Nacional e estarei junto com a combativa bancada do PSOL na luta para defender os direitos do povo brasileiro”.

Vale lembrar também, outro representante abertamente no Distrito Federal. Embora não seja no Congresso Nacional, toda representação é válida. Abertamente gay, Fábio Felix (PSOL) foi eleito deputado distrital.

Fábio Felix

@fabiofelixdf

CONSEGUIMOS! 💜 Obrigada pelos quase 11.000 votos! Graças a vocês chegamos à CLDF! Vai ter mandato de luta e progressista SIM! 💪🏾 Vai ter deputado distrital negro e gay SIM!

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Ele é um assistente social, professor e político brasileiro, eleito à Câmara Legislativa do Distrito Federal pelo Partido Socialismo e Liberdade em 2018. É ativista dos direitos LGBT e dos direitos humanos.

“É uma vitória muito importante para nós. Sou o primeiro deputado distrital eleito pelo PSol e o primeiro deputado da Câmara Legislativa assumidamente LGBTI. Estou muito animado para trabalhar. A nossa atuação será pela igualdade e contra o fundamentalismo, em uma cidade que respeite as diferenças”, declarou o parlamentar em sua eleição.

Fábio Felix afirma que uma das suas primeiras bandeiras será a “criação de uma escola colorida”, mas sem relação com a chamada ideologia de gênero. “Queremos uma escola com todas as cores, que debata a tolerância e o respeito a todos.”

 

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