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A Pesquisa feita pelos antropólogos Estevão Fernandes e Barbara Arisi e publicada em 2017 leva a discussão sobre gênero e sexualidade para a realidade dos índios gays no Brasil. -
Segundo Fernandes, desde o século 16 há registros de práticas homossexuais entre diversas etnias indígenas. “Os relatos não eram do próprio indígena, mas do não indígena tentando salvá-lo. O papel fundamental da colonização é salvar o colonizado de ser quem é.”
Monthly Archives: abril 2018
Estudo relata repressão a índios gays no Brasil
Johnny Hooker retorna a Maceió com a turnê Coração
Blog Diversidade
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29 de abril de 2018
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18:23 │
Promovendo o segundo disco solo de inéditas, o cantor se apresenta no sábado (12) no Clube Fênix; Ingressos já estão disponíveis
Depois de despontar como um dos maiores nomes do cenário musical brasileiro contemporâneo através de um álbum de estreia solo, Johnny Hooker retorna à capital alagoana, no dia 12 de maio, para apresentar a nova turnê do disco de inéditas ‘Coração’. O evento, realizado pelas produtoras COOL e Whytna Cavalcante, acontece no Clube Fênix, situado no centro da cidade, a partir das 22h.
Eleito o melhor cantor popular no Prêmio da Música brasileira em 2015, e um dos nomes mais comentados do palco Sunset durante uma apresentação no Rock In Rio de 2017, o pernambucano de 30 anos promete um show mais político, combativo e intenso do que o realizado na capital alagoana em 2016. “Se o ‘Macumba’ eram as águas profundas do abandono, ‘Coração’ é sobre sobreviver e resistir. É mais solar e afirmativo. Como colocar a cabeça para fora d’água depois de um período turbulento”, afirma o cantor.
Dono de hits como ‘Amor Marginal’, ‘Alma Sebosa’, ‘Volta’ e o mais recente em parceria com Liniker, ‘Flutua’, Johnny trará onze canções inéditas, além de alguns dos sucessos do disco anterior para o palco do evento.
E a festa não para por aí, o público ainda vai poder curtir a discotecagem de Allana Marques, direto das festas recifenses de selo Golarole, e do grupo Haus of Mouse. Além de David Andrade, da PIXEL, Artur Finizola e da dupla Senna e Jotav. “É um evento lindo de celebração. Johnny desafia gênero, linguagens e questiona a própria identidade da música brasileira. Será lindo ter tudo isso transmitido para o público de Maceió”, afirma a produtora Whytna Cavalcante.
Direitos homoafetivos e a socioafetividade
Blog Diversidade
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27 de abril de 2018
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A grande mudança que vem ocorrendo no conceito de família proporcionou uma maior autonomia às pessoas que as integram. A nova família não é mais padronizada, não se pauta na procriação e na orientação religiosa.
Ela é plural, diversificada e questões individuais passaram a assumir um lugar maior em relação ao tradicional núcleo familiar.
Essa quebra de paradigmas trouxe à tona a discussão de diversas questões. Uma delas, a adoção por casais gays.
Como garantir aos casais homoafetivos o mesmo tratamento dado aos casais heterossexuais, à luz do que diz a Constituição Federal? Alguns casais de pais ou mães gays já conquistaram, por exemplo, o direito de gozar da licença maternidade, assegurada pela Lei nº 12.873/2013.
Isso demonstra que o Direito começa a dar seus primeiros passos, porém há muito ainda a ser feito. É preciso que as disposições contidas na Carta Magna do país sejam cumpridas efetivamente. Para se ter uma ideia, o número de adoção de crianças e adolescentes por casais homoafetivos ainda é menor se comparado aos casais heterossexuais. De acordo com a Vara Cível da Infância e Juventude, em Belo Horizonte, apenas duas crianças ou adolescentes foram adotados por casais homossexuais, em 2016, num universo de 100 disponíveis para a adoção.
Em 2015, também foram duas, de 83 crianças ou adolescentes em processo de adoção. Neste ano, de 50 crianças, apenas 1 foi adotada por casais gays. Não se pode justificar esses números apenas apontando o desinteresse pela adoção por parte desses casais. É preciso entender os entraves jurídicos que ainda são impostos.
Mesmo lenta, a evolução do Direito, é perceptível. Mas são necessários avanços. Outro ponto, por exemplo, que merece destaque refere-se à socioafetividade, que passou a ser consolidada no registro de nascimento. A socioafetividade trata sobre a declaração de dupla paternidade ou maternidade, uma biológica e outra afetiva. Esse conceito abarca filhos que possuem dois pais ou duas mães. O registro de nascimento da criança passou a constar os pais biológicos e os socioafetivos, sem qualificação da espécie de filiação. Até pouco tempo, para o Direito, filho legítimo era apenas aquele oriundo do casamento. Todas as demais situações de filiação eram menosprezadas pela tutela jurídica.
Diante dessa nova realidade da família brasileira, surge ainda a guarda compartilhada, a barriga solidária, a reprodução assistida, dentre outros vários institutos que, de início, assustam aqueles que ainda zelam pelo velho entendimento de que “um filho, apenas terá uma boa formação, se criado com a mãe”.
É importante analisar até que ponto a sociedade está pronta para amparar tais famílias, que ainda se encontram diante de tantas barreiras sociais e ideológicas. Ao vislumbrar as relações familiares sob o regimento da Constituição, o sistema jurídico brasileiro deu um grande passo, no que diz respeito ao princípio da Dignidade da Pessoa Humana, contudo, deve ser observado se o respaldo a esses novos conceitos vem sendo suficiente.
No entanto, embora passos largos estão sendo dados para a efetivação da família contemporânea, não são tênues as batalhas travadas contra os antiquados e obsoletos conceitos ainda ditados por uma, cada vez menor, parcela conservadora da sociedade.
Por : Ana Paula Gomes
Comitê Estadual de Saúde LGBT realiza senso das travestis e transexuais em Alagoas
Blog Diversidade
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26 de abril de 2018
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21:50 │
Com o objetivo de garantir um futuro atendimento integral a população travesti e transexual em Alagoas, o Comitê Técnico Alagoano de Saúde Integral da população LGBT, órgão vinculado a Secretaria de Estado da Saúde – SESAU, disponibilizou em uma plataforma nas redes sociais um questionário direcionado a comunidade de travestis e transexuais.
Além de procurar quantificar e localizar geograficamente a população travesti e transexual, o diagnóstico procura identificar as variáveis de idade, renda e escolaridade para a partir daí aprofundar questões como o uso de tratamento hormonal, acompanhamento médico e psicológico e da necessidade de realização de cirurgias como de redesignação sexual, mastectomia/mamoplastia e descriminação nos serviços.
Os dados serão coletados em uma plataforma na internet no período de 24 de abril a 10 de maio de 2018.
Você travesti ou transexual, participe e contribua com o senso, é muito simples, basta clicar AQUI
Maiores informações com o Assessor Técnico da SESAU, Robert Lincoln, através dos números 082 9.9975-0406 / 3315-2874.
Centenas de homossexuais morreram pelas altas voltagens dos choques, de fome e de dor, no manicômio de Barbacena
Blog Diversidade
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22 de abril de 2018
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23:12 │

Homossexuais, prostitutas, negros, jovens rebeldes, pessoas tímidas, alcólatras e mendigos eram internados a força por serem incômodos para a sociedade.
Um dos maiores horrores da nossa história aconteceu em Minas, em Barbacena. Pouco conhecido hoje, o hospício de Barbacena foi cenário de horror, dor e morte, local comparado aos piores campos de Concentração Nazista. As pessoas, eram enviadas para Barbacena em vagões de carga, amontoados, como os Nazistas faziam com os Judeus quando os enviavam para seus Campos de Concentração.
Dai a semelhança.Nesse hospício foram mortos 60 mil pessoas durante seu funcionamento, uma média de 16 por dia. Foi constatado que a maioria dos que lá foram internados, não eram loucos, eram pessoas normais. Foram parar no hospício pela maldade humana. Eram…
Meninas que perderam a virgindade, bem como mulheres solteiras que engravidavam eram internadas pelas famílias para esconderem a “vergonha”;
Homossexuais, prostitutas, negros, jovens rebeldes, pessoas tímidas, alcólatras e mendigos eram internados a força por serem incômodos para a sociedade;
Gente rica e poderosa internavam lá seus adversários políticos e quem os prejudicasse;
Maridos, para ficarem com as amantes, internavam suas esposas. Ou internavam as amantes que lhes davam problemas.
Internados, acabavam ficando loucos de verdade. Viviam num ambiente de solidão, humilhações e sofrimentos constantes. Andavam nus, bebiam água de esgoto. Comiam fezes, bebiam urina e eram constantemente submetidos a altas descargas de energias elétricas. Muitos viviam acorrentados pelos pés e mãos ou mesmo trancados em jaulas, como animais, sem sequer sair para tomar sol. Os choques no hospício eram tão altos que até derrubava os muros das casas. Ao longe se ouvia gritos de dor e de socorro, mas ninguém fazia nada.
Quem era levado para o Hospício de Barbacena nunca mais voltava. Morriam pelas altas voltagens dos choques, de fome, de frio, por doenças causadas pela falta de higiene e de dor, muita dor. As familias dos que lá morriam eram informadas(quando eram informadas) da morte dos parentes internados meses depois, por carta ou telegrama. Nem tinham notícias de onde foram sepultados ou o que fizeram com os restos mortais dos que lá morriam.
Hoje o Hospício foi desativado. Virou museu que conta a história da loucura. A dor, os gritos, choques, choros e mortes ficaram no passado e na alma de Minas e do Brasil. Era um hospício do Governo e escolheram Barbacena para sediá-lo. Nesse local, milhares de pessoas, em sua maioria, foram internadas a força, vindas de todos os lugares de Minas e do Brasil. Uma mancha vergonhosa na história de Minas e de nosso país e um ar de assombro em perceber como o ser humano por ser tão mal a ponto de cometer e permitir tanta desumanidade, tanta maldade para com seu próximo.Essa é uma história triste, história essa que muitos não querem que venha a tona, que seja discutida e que seja mostrada.
“Milhares de mulheres e homens sujos, de cabelos desgrenhados e corpos esquálidos cercaram os jornalistas. (…) Os homens vestiam uniformes esfarrapados, tinham as cabeças raspadas e pés descalços. Muitos, porém, estavam nus. Luiz Alfredo viu um deles se agachar e beber água do esgoto que jorrava sobre o pátio. Nas banheiras coletivas havia fezes e urina no lugar de água. Ainda no pátio, ele presenciou o momento em que carnes eram cortadas no chão. O cheiro era detestável, assim como o ambiente, pois os urubus espreitavam a todo instante”.
Internação e sobrevivência
Daniela contou ainda que a ordem para internação das pessoas na Colônia vinha dos mais influentes da sociedade na época. “Quem decidia é quem tinha mais poder. Teve pessoas que foram enviadas pela canetada de delegados, coronéis, maridos que queriam se livrar da mulher para viver com a amante. Não tinha critério médico nenhum. Tem documento que mostra que o motivo da internação de uma menina de 23 anos foi tristeza”, criticou.
Mas a morte dava lucro. A autora do livro conta que encontrou registros de venda de 1.853 corpos, entre 1969 e 1980, para faculdades de medicina. “O que a gente não sabia e conseguimos descobrir, com a ajuda da coordenação do Museu da Loucura, foi que 1.853 corpos foram vendidos para 17 faculdades de medicina do País. O preço médio era de 50 cruzeiros. Dá um total de R$ 600 mil reais, se atualizarmos a moeda. Tem documento da venda de corpos. De janeiro a junho de um determinado ano, por exemplo, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebeu 67 peças, como eles mencionavam os corpos”, afirma.