Livro conta a história da imprensa Gay no Brasil
   2 de dezembro de 2016   │     13:22  │  0

13890301Em 1978 estava sendo lançado no Brasil o primeiro jornal gay, ‘Lampião da Esquina’, tocado por 12 intelectuais e jornalistas que saíram do armário, entre eles um ainda discreto, Agnaldo Silva. Desaba em Florianópoliso advogado João Antônio Mascarenhas, gaúcho de Pelotas, há décadas no Rio de Janeiro, um dos mais ativos militantes da nascente causa gay. Procura o também pelotense,  jornalista Luiz Lanzetta, refugiado na Ilha depois de ter lançado um jornal alternativo na terra natal, chamado ‘Triz’, que contara pela primeira vez as razões da então famigerada fama da cidade. A manchete de capa era: “Frescura?”.

Embora decepcionando João Antônio, pois “não honrava as tradições da terrinha”, Lanzetta ajudou no lançamento do jornal na cidade. E mais: ousadamente, num programa de televisão. João Antônio preocupava-se em como, no horário vespertino, evidenciar a sua causa. Vestiu uma vistosa calça vermelha. Mas, no final da entrevista, saiu espantado: “Ele desmunheca mais do que eu!”. Era o programa do Celsinho Pamplona, na TV Cultura.

Esta é uma das 21 crônicas, reportagens, memórias e outros textos, feitos por 14 autores, que estão no Livro “50 Tons de Rosa, Pelotas no Tempo da Ditadura”, organizado pelo escritor e jornalista Lourenço Cazarre. Também exilado na Ilha depois do Triz, em 1976, autor de mais de 40 livros, Cazarré é mais conhecido hoje como o pai do Juliano. Há também textos do cantor e compositor Kleiton Ramil e do ator José de Abreu que, em sete anos muito loucos, recuperou sua carreira artística a partir de Pelotas.

O repórter investigativo Lúcio Vaz (A Ética da Malandragem – no submundo do Congresso Nacional) narrou, através do fichário do SNI, como a ditaduravia os subversivos pelotenses da época (um trabalho que, feito em Florianópolis, daria resultados interessantes). E ao  contrário do ocorrido com o Triz, 50 Tons de Rosa foi recebido com festa na Feira do Livro de Pelotas.

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