Grupo Gay de Alagoas contesta versão do delegado sobre a morte do cabeleireiro

Nildo Correia, Presidente do Grupo Gay de Alagoas - GGAL

Nildo Correia, Presidente do Grupo Gay de Alagoas – GGAL

O Grupo Gay de Alagoas – GGAL, na tarde de hoje se manifestou  através da imprensa, contestando a versão do delegado  Fábio Costa, da Delegacia de Homicídios, responsável pela apuração do caso do assassinato do cabeleireiro Cícero Alvandir Moraes, ocorrido no dia 17 deste mês, no bairro do Prado, em Maceió/AL.

Segundo o fechamento do inquérito da policia, o cabeleireiro foi morto após se recusar a pagar um programa de R$ 200 reais, assim afirmou o assassino.

Para o presidente do Grupo Gay de Alagoas, Nildo Correia, o crime foi sim premeditado, pois muitas informações estão desencontradas, começando pela afirmação do delegado, de que o assassinato ocorreu após um desentendimento entre a vitima e o algoz, em virtude de um certo pagamento de cachê, além disto, fica notório a frieza do adolescente, a partir do momento em que ele furta os bens da vitima, após o crime, e em seguida o assassino, com muito sangue frio arrumou tempo de se banhar e trocar de roupa.

“Com todas essas evidencias, fico mais que convencido que o jovem tinha sim o intuito de matar a vitima para roubar os seus pertences, ou então à mesma acabou morrendo por reagir ao roubo dos objetos”, diz correia.

Nildo Correia se diz estarrecido com a forma de conclusão do delegado, onde de certa forma justifica o assassinato da vitima, por uma versão ao certo montada pelo assassino, que infelizmente só serviu para por a vitima como culpada.

“Infelizmente vários crimes praticados desta natureza, acabam sendo tratado desta forma, sei que a nossa forma de ver o caso, não mudará quem sabe a punição do assassino, já que nossas leis são brandas, mas ao menos não justificará o crime, culpando  a vitima, que não esta aqui infelizmente para se defender e contar sua versão”, afirma Correia.

Ronaldo Pires – Pres. do Grupo Gay do Tabuleiro diz que até o presente momento não conseguiu entender de onde o delegado tirou essa apuração do caso, que infelizmente só foi levado em conta à versão tão delirosa contada pelo algoz, onde o mesmo afirma que assassinou o cabeleireiro, após ele se negar a pagar um cachê de R$200 reais.

“Se o próprio delegado afirma que o jovem tem um comportamento frio, e que parece estar até gostando da repercussão do caso, vou muito mais além, ele afirma que após assassinar Alvandir, cobriu o corpo, tomou banho e vestiu roupas da vítima, desta forma, como o delegado pode afirmar que realmente houve um desentendimento, em virtude do não pagamento de um certo programa”, questionou Pires.

Já para Maria Santos – Pres. do Grupo Lésbico Dandara, esta mais que provado que a policia se equivocou em revelar a motivação do crime, pois a partir da fala dos familiares, onde por intermédio de advogado contratado para atuar no caso da morte de Cícero Alvandir Dimorais, cabeleireiro, a família da vítima afirma que a versão do menor sobre o crime é falaciosa e absolutamente surreal, pois de acordo com a defesa, o acusado mantinha sim um relacionamento com Alvandir e o assassinato teve um motivo torpe.

Segundo o advogado da família, Dawis Alves, a tese trazida pelo acusado é falsa e a vítima e o menor se relacionavam há algum tempo. Além disso, o advogado ainda nega que o programa tenha existido.

Assassinato de homossexuais em Alagoas em 2016.

E ai segue a barbárie desses assassinatos, como também a falta de interesse de algumas autoridades em elucidar os casos. Não tenham duvidas que o assassinato do cabeleireiro não foi mais um que caiu no esquecimento, graças a pressão da opinião publica.

Contando com o caso de Alvandir, já totaliza-se 15 assassinatos de homossexuais só este ano em Alagoas, infelizmente grande maioria deles se encontram sem solução, esquecidos nos arquivos frios das delegacias, alguns desses casos, a policia não tem nem o paradeiro do assassino. Em todo o país, só este ano já foram assassinados 232 LGBT em 2016.

“Sei que é notório que todos os dias morre gente em nosso estado, independente de gênero, cor da pela e orientação sexual, mas me sinto no dever de cobrar a elucidação desses casos, para que outros Alvandir não tenham a vida ceifada. Sei também que é mais que importante a elucidação desses casos, mas também não podemos esquecer que a gestão pública precisa fazer a sua parte, investindo na implantação de políticas públicas na área de prevenção, conscientização e principalmente, trabalhar em prol do combate a intolerância e o respeito da população LGBT, frisa Nildo Correia.

Além do desabafo, Correia, Presidente do GGAL, afirma que a partir da próxima semana, após passar esse período eleitoral, a instituição estará oficializando um pedido de audiência com o Secretário de Segurança Publica do Estado – Coronel Lima Junior, para que assim possa dialogar com a cúpula da Segurança Pública, a reativação e implantação de ações em prol do combate aos crimes praticados contra a população LGBT no estado de Alagoas.

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