Ativista pelos direitos LGBT de Uganda é uma das vencedoras de ‘Prêmio Nobel alternativo’
   6 de outubro de 2015   │     12:34  │  0

Kasha Jacqueline Nabagesera dividiu o prêmio de quase R$ 1,5 milhão com outros dois ativistas: a canadense Sheila Watt-Cloutier e o italiano Gino Strada.

Ugandense é conhecida militante no país africano que, desde fevereiro de 2014, pune homossexualidade com prisão perpétua

Ugandense é conhecida militante no país africano que, desde fevereiro de 2014, pune homossexualidade com prisão perpétua

Kasha Jacqueline Nabagesera, militante dos direitos LGBT da Uganda, foi uma das três vencedoras do Prêmio Right Livelihood , também conhecido como “Prêmio Nobel alternativo”. Os outros dois vencedores, anunciados na quinta-feira (01/10), dividirão um gratificação de 3 milhões de coroas suecas (equivalente a R$ 1,5 milhão).

Nabagesera, que é lésbica e abandonou sua carreira como contadora para militar pela causa, recebeu o prêmio por sua “coragem e persistência, apesar da violência e intimidação, em trabalhar para o direito de que a comunidade LGBT viva livre do preconceito e da perseguição”, afirmou a organização em nota.

“O prêmio é uma tremenda honra e reconhecimento de todo o trabalho que eu e mais um punhado de ativistas iniciamos mais de 10 anos atrás. O prêmio irá apoiar nosso trabalho, proteger nossa comunidade e abrirá portas para o diálogo com aqueles que não entendem que os direitos humanos pertencem a todos”, declarou Nabagesera.

A Uganda é um dos países que mais reprime a comunidade LGBT: no ano passado, criou-se uma lei que pune a homossexualidade com prisão perpétua, que gerou críticas da comunidade internacional e de ONGs de direitos humanos ao redor do mundo. Além disso, segundo a legislação, assinada em 24 de fevereiro de 2014, a “promoção e o reconhecimento” de atos homossexuais são passíveis de 14 anos de cárcere.

Os outros dois vencedores do prêmio foram a canadense Sheila Watt-Cloutier, ativista dos direitos das comunidades inuits, chamadas popularmente de esquimós, no Ártico; e o cirurgião italiano Gino Strada, fundador da organização Emergency, que disponibiliza clínicas, postos de saúde e pessoal médico em zonas de guerra.
O chefe de diplomacia, Tony de Brum, e o povo das Ilhas Marshall receberam o Prêmio Honorário Livelihood, por sua defesa do Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares.
Promovido anualmente pelo Parlamento da Suécia, o “Prêmio Nobel alternativo” tem o objetivo de “honrar e apoiar os que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes” enfrentados pela humanidade atualmente. Neste ano, 128 pessoas disputaram o prêmio.
Da esquerda para a direita: Sheila Watt-Cloutier, Tony de Brum, Kasha Jacqueline Nabagesera e Gino Strada

Da esquerda para a direita: Sheila Watt-Cloutier, Tony de Brum, Kasha Jacqueline Nabagesera e Gino Strada

Reprodução: Facebook

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