Monthly Archives: setembro 2015

Smithers, de “Os Simpsons”, se assumirá gay
   30 de setembro de 2015   │     0:16  │  0

Personagem fará revelação ao chefe, o senhor Burns.

Waylon Smithers Jr escondeu sua sexualidade durante anos | Foto: Fox / Reprodução / CP

Waylon Smithers Jr escondeu sua sexualidade durante anos | Foto: Fox / Reprodução / CP

É um segredo comentado há algum tempo, mas Waylon Smithers Jr., o submisso secretário do senhor Burns, vilão da série de animação “Os Simpsons”, finalmente se assumirá gay. De acordo com o produtor da série, o personagem, que escondeu sem sucesso durante anos sua homossexualidade, se assumirá para seu chefe durante dois episódios da temporada deste ano – que começa no domingo.

“Em Springfield, a maioria das pessoas sabe que ele é gay, mas obviamente Burns não sabe”, disse à TVLine o produtor Al Jean. “Nós vamos contar isso em dois episódios”, completou. E continou falando sobre o personagem. “Nós faremos muita coisa com Smithers este ano. Ele se aborrece com o fato de Burns não gostar dele e avalia suas opções”, prosseguiu.

A paixão de Smithers por seu chefe bilionário tem sido escondida em muitos episódios da série icônica que entrou no ar em 1989 e é o desenho animado que está há mais tempo no ar no horário nobre americano. A trama conta as dificuldades e atribulações dos Simpsons, uma família desestruturada que vive na cidade fictícia de Springfield.
O senhor Burns, dono de uma usina nuclear, é o cidadão mais rico da cidade e Smithers é seu assistente pessoal e auto-proclamado melhor amigo.

A revelação de Smithers segue as mudanças nos anos recentes das indústrias televisiva e cinematográfica dos Estados Unidos, que têm mostrado mais tolerância na sociedade por gays, lésbicas e transgêneros. “A ideia de uma série ter um personagem abertamente gay deixou de ser notável”, avaliou Robert Thompson, diretor do Centro da Universidade Syracuse para Estudos da Televisão Popular.

Contudo, completou, a revelação de Smithers reforça a aceitação da comunidade LGBT. “Antes dos anos 1970, nós não tínhamos virtualmente gays, lésbicas ou transgêneros na televisão”, afirmou. “Eles eram virtualmente invisíveis”, prosseguiu. “E eu acredito que a história de Smithers é a de mais um personagem que demonstra que ser invisível não é mais o caso”, concluiu.

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Até Jesus ficaria de fora do Estatuto da Família de Cunha
   29 de setembro de 2015   │     0:00  │  0

Projeto é mais um episódio da cruzada contra os direitos individuais dos deputados religiosos e oportunistas.

Retrocesso: Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) durante a sessão em que o Estatuto da Família foi aprovado.

Retrocesso: Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP) durante a sessão em que o Estatuto da Família foi aprovado.

Jesus, segundo consta, era filho de uma virgem, concebido por um Espírito Santo. Maria, sua mãe, vivia com um carpinteiro, José, que se tornou o segundo pai do menino. Em suma, se vivessem no Brasil de 2015, estariam sob risco de ficar de fora do tal Estatuto da Família, a mais nova e retrógrada legislação concebida pelos fundamentalistas do Congresso Nacional, capitaneados pelo suposto cristão Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O tal Estatuto da Família é mais um capítulo da cruzada contra os direitos individuais que viceja em um Congresso pautado, cada vez mais, por deputados religiosos (e oportunistas). O texto, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, considera família a união única e exclusiva entre um homem e uma mulher. Famílias homoafetivas ou poliafetivas (caso da de Jesus, diga-se) estariam, em tese, fora da lei.

A comparação com a virgem de Nazaré, o carpinteiro, a pomba divina e o menino Deus pode até soar desrespeitosa. Mas se trata justamente de debater o desrespeito, neste caso do atual Congresso com parte considerável da sociedade brasileira que vive em núcleos familiares dos mais diversos – casais gays, de lésbicas, de pessoas transexuais, polifamilias, etc.

Para piorar a história, o texto ainda quer proibir a distribuição da pílula do dia seguinte em casos de violência sexual. Ou seja, querem forçar as mulheres estupradas a levar adiante uma gravidez fruto de um crime (lembrando que esta mesma mãe e filho ainda não poderão ser chamados de “família”, na concepção destes mesmos deputados conservadores).

Tudo isso se dá logo após os mesmos fundamentalistas conseguirem barrar, País afora, a inclusão nos Planos Municipais de Educação do debate sobre a questão de gênero nas escolas. Falar sobre gênero é combater o machismo que endossa a violência sexual que as mulheres vivem no seu dia a dia. É combater bullying nas escolas, que faz com que adolescentes LGBTs estejam no topo dos rankings de suicídios.

Ou seja, falar sobre gênero é falar sobre tolerância. E a pressão dos religiosos foi tão grande que até inventaram um termo, a tal “ideologia de gênero”, uma mentira que ganhou ares de verdade no debate raso dos conservadores.

Na Comissão de Constituição e Justiça, o Estatuto da Família foi aprovado com os votos do PSDB, do PV, do PSC, do PSB, do PSD, do Solidariedade, do PP, do DEM. Votaram contra apenas o PT, o PSOL, o PCdoB e o PTN.

Por ora, “transviados” de todo o Brasil não precisam se atemorizar. Caso seja aprovado no plenário da Câmara e do Senado, é praticamente certo que o caso vá parar no Supremo Tribunal Federal, que deve considerar nulo esse ponto do tal Estatuto e derrubar a legislação. É o STF mais uma vez salvando o País da pequenez dos ditos representantes do povo.

Mas é bom lembrar que está justamente aí o ovo da serpente. Há poucos anos, ninguém poderia imaginar que em pleno século 21 deputados e senadores estivessem mais ocupados em legislar sobre o corpo alheio do que sobre questões que realmente importam para o País. Mas aí vieram os deputados pastores, irrigando campanhas com dizimo que não paga imposto e querendo cada vez mais espaço. O resultado esta aí: Eduardo Cunha, um dos mais insólitos representantes do conservadorismo religioso brasileiro, na presidência do Legislativo nacional.

Não se enganem… Depois de conquistarem a mídia, pautarem o Congresso, os fundamentalistas religiosos, logo mais, darão o próximo passo – fazer lobby para a indicação do primeiro ministro evangélico do STF. Tempos obscuros.

Fonte: Carta Capital

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Rock in Rio celebra seu primeiro casamento gay
   28 de setembro de 2015   │     11:13  │  0

As duas noivas chegaram para a cerimônia ao som da música Duas metades, da dupla Jorge e Mateus.

É maravilhoso. A gente se conheceu em um show no Rio de Janeiro, da cantora Dulce María. O pedido de casamento ocorreu no Rock in Rio de 2013", disse Naira.

É maravilhoso. A gente se conheceu em um show no Rio de Janeiro, da cantora Dulce María. O pedido de casamento ocorreu no Rock in Rio de 2013″, disse Naira.

Uma pequena multidão se aglomerou em frente à capela do Rock in Rio no fim da tarde deste sábado. A curiosidade foi, inicialmente, atraída pela dupla de cantores clássicos, que entoava canções do rock, embalados pela melodia do violino, violoncelo e teclado. Após terminadas as faixas Crazy Little Thing Called Love, do Queen, e All You Need is Love, dos Beatles, deu-se início a uma faixa inusitada: Duas Metades, da dupla sertaneja Jorge e Mateus. A canção foi a eleita para a entrada de Mayara Monteiro e Naira Fernandes, primeiro casal gay a se unir em uma cerimônia no festival de música carioca.

Vestidas de branco, Naira com um longo em camadas e véu, e Mayara com um look curto e coroa de flores, subiram ao altar ouvindo os gritos de seus novos fãs ao fundo. Foi então a vez da juíza de paz Maria Vitória Riera fazer seu longo discurso, em que engrandeceu a felicidade do momento. “Temos aqui duas jovens que não vivem sem a outra. Estão formando uma família”, disse a juíza, ovacionada pela plateia.

Maria Vitória chegou a pedir silêncio dos observadores, afinal, tratava-se de um ato jurídico, que requer reverência. Mas a solicitação foi respeitada por poucos minutos, antes de novos gritos, assovios e aplausos serem ouvidos. “Elas se conheceram em um show. Ficaram amigas. Mas tudo tem seu tempo certo. A felicidade, quando é para nós, sempre chega”, disse a juíza, arrancando lágrimas ao redor.

Ao som instrumental da canção Love of My Life, de Queen, as duas trocaram votos. Naira garantiu que já tinha escrito seus juramentos há muito tempo, desde que descobriu que queria se casar com a namorada. “Nossa vida como toda trilha sonora teve momentos tristes e felizes. Disseram que nossa união não seria possível. Estamos aqui pra provar que o amor é maior”, disse Mayara.

A juíza separou um momento místico no final, em que pediu trinta segundos por uma corrente positiva, para mentalizar a felicidade das moças, que estão juntas há três anos e meio. Por fim, as noivas precisaram encarar os muitos flashes vindo dos fotógrafos profissionais, da imprensa e de celulares da plateia, enquanto os cantores entoavam ao fundo Ed Sheeran e seu romântico hit Thinking Out Loud.

A multidão voltou a se aglomerar quando as noivas se posicionaram para jogar os buquês. Afinal, com dois ramalhetes de flores em mão, dobraram as chances dos próximos enamorados presentes em alcançar a sorte da crendice popular.

Por: Raquel Carneiro, da Cidade do Rock

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Por um mundo com mais Franciscos e menos Malafaias
   25 de setembro de 2015   │     0:00  │  0

Artigo

Por: Maíra Streit  – É repórter e sempre dedicou a carreira a temas voltados aos Direitos Humanos, em especial à área de Infância e Adolescência. Foi jornalista da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), produtora do SBT e chefiou a Assessoria de Comunicação (ASCOM) da Secretaria de Estado da Criança do Distrito Federal. Recebeu o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo, na categoria Mídia Alternativa, Comunitária e Online. Foi também finalista do 34° Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos.

O ódio destilado em cada palavra do pastor midiático ajuda a reforçar um dos maiores desafios da atualidade: uma doença chamada “intolerância”, enquanto outro líder religioso, Francisco, impulsiona mudanças reais em prol da justiça social, fazendo da humildade um ato de resistência.

O pastor Silas Malafaia parece fazer uso contínuo do ditado “Falem bem, falem mal, mas falem de mim”. Com amplo destaque na imprensa durante essa semana, após troca de ofensas com o jornalista Ricardo Boechat, ele voltou a ser o centro das atenções em torno de mais uma polêmica. Aliás, sua biografia está repleta delas, o que garante visibilidade a quem já demonstra um fetiche bastante particular pelos holofotes.

O jeito histriônico, o dedo em riste, o olhar vidrado e a violência das palavras que emprega se tornaram marcas registradas do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. E a maior celebridade gospel do país não economiza esforços em usar as câmeras para tentar destruir um de seus inimigos mais evidentes: a comunidade LGBT. “O ativismo gay é o fundamentalismo do lixo moral”, afirmou certa vez.

O vocabulário nada polido já foi usado contra a jornalista Eliane Brum – a quem se referiu como “vagabunda” – e o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, chamado pelo pastor de “bandido” e “safado”. O ódio destilado em cada palavra ajuda a reforçar um dos maiores desafios da sociedade brasileira na atualidade: uma doença chamada “intolerância”, que, teoricamente, a religião deveria ser a última a propagar.

As críticas raivosas de Malafaia, no entanto, não pouparam sequer o papa Francisco, acusado por ele de ter uma postura “covarde” e de não alertar para o “pecado” que existiria por trás da homossexualidade. De acordo com o pastor, faltava ao pontífice ler mais vezes a Bíblia.

A declaração que provocou toda essa ira fora dada em uma entrevista, quando o papa disse que os gays devem ser integrados à sociedade, e não marginalizados, afirmando que não teria motivos para julgá-los. Com uma frase aparentemente simples, ele já dava sinais de que viera para trazer um respiro de esperança em tempos sombrios.

A ação é uma prova de que é possível ter posicionamento firme diante das discussões políticas e sociais no mundo, sem recorrer à arrogante tentativa de subjugar as pessoas. Não foram poucos os assuntos espinhosos em que Francisco se mostrou crítico e atento, como na defesa da reforma agrária e do financiamento público de campanhas eleitorais.

O papa assumiu a bandeira contra a pena de morte, a destruição ambiental e a indústria bélica, mediou a aproximação entre Cuba e Estados Unidos e recebeu, pela primeira vez na história do Vaticano, um grupo de gays e lésbicas para uma audiência, assim como acolheu um transexual que estava sendo perseguido na paróquia que frequentava.

É óbvio que a Igreja Católica ainda tem muitas contas a acertar para que possa, um dia, ter cara e pensamento condizentes com o século XXI, no que se refere aos direitos reprodutivos e sexuais da mulher, só para citar um exemplo. Mas também é nítido que sua liderança máxima tem demonstrado uma energia considerável em promover o diálogo, a compreensão e uma postura de igual para igual com as diferenças.

Ao ter a humildade como um ato de resistência, o argentino Jorge Bergoglio ensina que é preciso escapar da cegueira profunda provocada pelo fanatismo. Mostra isso de face plácida, pés descalços e a rebeldia inerente aos grandes revolucionários, enquanto outros comprometem a dignidade em troca de poder e alguns tostões a mais.

Até mesmo os que não são religiosos concordam que, na luta pela equidade, a figura de Francisco representa uma lição a esses corações tão míopes, empenhados em inflar uma multidão armada com um olhar que nada vê. Sem ver, sobretudo, as próprias incongruências.

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Papa participa de cerimônia com transexuais e bispo gay nos EUA
   24 de setembro de 2015   │     0:00  │  1

Americanos convidaram ativistas transexuais e o primeiro bispo episcopal assumidamente gay do país para cerimônia com o Papa na Casa Branca.

O Papa chegou no fim da tarde de terça-feira (22) aos Estados Unidos e foi recebido pelo presidente Barack Obama depois da viagem de quatro dias a Cuba.

O Papa chegou no fim da tarde de terça-feira (22) aos Estados Unidos e foi recebido pelo presidente Barack Obama depois da viagem de quatro dias a Cuba.

Na última missa celebrada em Cuba, no Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, o Papa Francisco fez um apelo pela reconciliação e pelo ativismo e defendeu que a Igreja saia de seus templos para acompanhar a vida. “Queremos ser uma igreja que saia de casa para construir pontes, derrubar muros e semear a reconciliação”, disse.

O Papa foi aclamado pelo povo no caminho até o aeroporto. O presidente cubano, Raúl Castro, que não perdeu nenhuma celebração de Francisco na ilha, acompanhou todo o trajeto de Francisco até a despedida na escadaria do avião.

Em uma entrevista concedida durante o voo para os Estados Unidos, Francisco disse que espera que o Congresso americano encerre o bloqueio econômico à Cuba, mas que não pretende abordar o tema quando falar no Congresso na quinta-feira (24).

A chegada a Washington aconteceu no final da tarde de terça (22). O presidente Barack Obama foi pessoalmente à base área da capital americana para receber o pontífice, uma honra concedida a pouquíssimos chefes de Estado.

Depois o Papa embarcou em um pequeno carro econômico para ir à representação diplomática da Santa Sé, onde fica hospedado.

Na quarta-feira (23), Francisco foi recebido na Casa Branca. Ele e o presidente Obama  conversaram reservadamente sobre assuntos diversos, entre eles a imigração e a justiça social. Todo mundo que Obama e Francisco compartilham valores, a questão é como fazer com que esses valores se transformem em ações.

Nem tudo são flores. O encontro vai ter uma cerimônia pública e os americanos convidaram ativistas transexuais, o primeiro bispo episcopal assumidamente gay do país e uma freira que lidera um grupo contra a condenação do aborto e da eutanásia. O Vaticano não gostou nada dessa lista.

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