Homossexualidade: Genética ou Meio?
   9 de janeiro de 2015   │     0:00  │  0

Para a grande maioria dos adolescentes, “atividade sexual” é atividade heterossexual. Mas uma minoria é atraída para o seu próprio gênero. Em um recente estudo de quase 35 mil jovens de escolas públicas de Minnesota, Remafedi e colegas descobriram que um pouco menos de 1 % dos meninos adolescentes e apenas 0,4% das meninas se definiam como homossexuais, mas cerca de 1 em 10 disse estar “em dúvida” sobre sua orientação sexual, e de 2 a 6% relataram sentir atração por pessoas do mesmo sexo. Da mesma forma, em um estudo menor de quase 500 estudantes de 10ª a 12ª séries na Austrália, Buzwell e Rosenthal descobriram que apenas dois sujeitos se descreviam como homossexuais, mas que 4,2% tinham tido pelo menos uma experiência homossexual, embora tivessem se rotulado como heterossexuais.
Esses números são um pouco mais baixos, mas ainda, de modo geral, consistentes com os dados recentes e mais abrangentes sobre a orientação sexual dos adultos norte-americanos; de 2 a 3% dos adultos consideravam-se homossexuais ou bissexuais; quase o dobro disse sentir atração por pessoas do mesmo sexo.
       Evidências recentes reforçaram bastante a hipótese de que a homossexualidade tem uma base biológica. Por exemplo, estudos atuais sobre gêmeos mostram que, quando um gêmeo é homossexual, a probabilidade de o outro também ser é de 50 a 60%. No caso de gêmeos fraternos, esse “índice de concordância” é de apenas 20%, e, no caso de pares de meninos sem relacionamento biológico adotados pela mesma família, o índice é de apenas 11%. Comparações mais diretas de padrões genéticos e arquitetura cerebral de homens homossexuais e heterossexuais apontam, sobretudo para a possibilidade (ainda não firmemente confirmada) de que o comportamento homossexual pode ser “pré-ativado”.
Hereditariedade ou ambiente ?
Estudos adicionais afirmam que os padrões hormonais pré-natais também podem ser uma das causas da homossexualidade. Por exemplo, as mulheres cujas mães tomaram a droga dietilestilbestrol (DES, um estrógeno sintético) durante a gravidez apresentam uma probabilidade maior de serem homossexuais quando adultas do que as mulheres não-expostas ao DES.
       Então, acumulam-se informações indicando ser muito provável que os meninos que apresentam comportamentos típicos do outro sexo no período de bebê e na infância inicial tenham preferências homossexuais ao atingirem a adolescência, achados que são consistentes com a hipótese de que a homossexualidade está estabelecida no momento do nascimento.
Tais evidências biológicas não significam que o ambiente não desempenhe nenhum papel na homossexualidade. Nenhum comportamento é inteiramente controlado ou pela natureza ou pelo ambiente, como eu afirmei muitas vezes. Nós sabemos, pelo menos, que 40 ou 50% dos gêmeos idênticos não compartilham a mesma orientação sexual. Algo além da biologia deve estar agindo – só que ainda não sabemos quais fatores ambientais estão envolvidos.
Saindo do armário
       Seja qual for a causa, os adolescentes homossexuais são uma minoria que enfrenta altos níveis de preconceito e estereotipia. Muitos são verbalmente atacados ou ridicularizados; cerca de um terço é agredido fisicamente pelos colegas. Por essas e por outras razões, esses jovens correm um alto risco de vários problemas. No estudo de Remafedi em Minneapolis, por exemplo, quatro quintos dos adolescentes homossexuais pioraram muito seu desempenho escolar, e mais de um quarto abandonou a escola no ensino médio. Eles, além disso, precisam lidar com a decisão de revelar ou não sua homossexualidade. Aqueles que revelam sua opção sexual costumam contar aos amigos em vez de contar aos pais, embora contar aos amigos seja um pouco arriscado: em seu estudo em Minneapolis, Remafedi descobriu que 41 % dos rapazes homossexuais tinham perdido um amigo por causa dessa escolha; a maioria não contara a nenhum dos pais.
Pais culpando um ao outro pela opção sexual do filho
Com certeza, existe muita coisa que ainda não sabemos sobre os adolescentes homossexuais. O que está claro é que os anos da adolescência costumam ser bastante estressantes para esse subgrupo.

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