Ativista gay é assassinado por traficantes do Morro do Alemão
   22 de dezembro de 2014   │     18:00  │  0

Carlos nascimento, coordenador do programa Rio sem Homofobia, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, atribui a morte de Luiz Moura, mais conhecido como Guinha, à homofobia de líderes do tráfico de drogas no Complexo do Alemão.

Carlos nascimento, coordenador do programa Rio sem Homofobia, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, atribui a morte de Luiz Moura, mais conhecido como Guinha, à homofobia de líderes do tráfico de drogas no Complexo do Alemão.

A polícia carioca está investigando as causas da morte de Luiz Antônio Moura, o Guinha, ex-presidente da Associação de Moradores do Complexo do Alemão e produtor cultura. O líder foi assassinado no último sábado, 20, na comunidade Fazendinha, no Complexo de Favelas do Alemão, Zona Norte da cidade.

 Segundo informações, a atuação do líder comunitário estava incomodando os traficantes da região, principalmente devido a luta de Guinha para promover a causa gay, que incluiu uma parada LGBT em setembro. Além da atividade, o homem prestava apoio à Unidade de Polícia Pacificadora da Fazendinha (UPP).

 O corpo do militante foi enterrado neste domingo, 21, no cemitério de Inhaúma, também na Zona Norte. No momento de sua morte, Guinha estava acompanhado de Leonardo Garcia dos Santos da Silva, que também foi alvejado por tiros. Leonardo foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e submetido a uma cirurgia. O estado de saúde do rapaz é considerado grave, porém estável.

 Após a realização de uma perícia, a polícia está ouvindo testemunhas do atentado e aguarda a melhora no estado de saúde de Leonardo, para que possa prestar depoimento.

O ativista Carlos nascimento, coordenador do programa Rio sem Homofobia, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, atribui a morte de Luiz Moura, mais conhecido como Guinha, à homofobia de líderes do tráfico de drogas no Complexo do Alemão.O líder comunitário assassinado era fundador do movimento LGBT da comunidade e organizava a Parada Gay local. Em setembro, o ato reuniu mais de duas mil pessoas.

Nascimento relata que a secretaria recebeu denúncias atribuindo a morte de Guinha a represálias do tráfico de drogas e a religiosos fundamentalistas da comunidade, que não teriam aprovado a realização da Parada Gay do Complexo do Alemão. O órgão mantém um Disque Cidadania LGBT e orient as pessoas que tiverem mais informações sobre o crime a fazer denúncia pelo telefone 0800-0234-557.

 “Já recebemos denúncias de que a razão do crime está relacionada à homofobia, estimulada pela intolerância de religiosos radicais. Alguns criminosos e religiosos fundamentalistas não concordavam com a realização da Parada Gay, que Guinha realizava mesmo sem a ‘pseudo-autorização’ que esses setores queriam impor ao movimento LGBT. Ele era um militante dos direitos humanos e participava das ações de cidadania promovidas pela UPP local, o que pode ter contribuído para aumentar a irritação do tráfico. Já encaminhamos essas denúncias para a secretaria estadual de Segurança, para o governador e para as chefias das polícias, para auxiliar nas investigações”, disse Nascimento ao jornal O Globo.

Segundo a polícia, os disparos foram efetuados de dentro de um carro que passou pela rua e fugiu. A Divisão de Homicídios (DH) investiga o caso, já realizou uma perícia no local e as testemunhas estão sendo ouvidas. Ex-garoto de programa e ex-travesti, Guinha foi personagem do documentário “Favela Gay”, de Cacá Diegues e Renata Almeida Magalhães. Ele era presidente da Associação de Moradores do Conjunto das Casinhas, no Alemão.

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